Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Filosofia psicanalítica da mente

Se a filosofia. como disciplina, possuir o desejo de alguma coisa aprender com a psicanálise, não será da conta daquele que se dedica ao estudo e investigação em psicanálise, mesmo reconhecendo que a psicanálise bebeu muito de seu conhecimento, assim como de outras àreas do saber, a filosofia psicanalítica da mente, possui uma forma de filosofar muito própria. Ela se constituiu a partir de uma manta de retalhos fabricada com restos de outras disciplinas, num complexo movimento associativo, em que já não se reconhece, ou temos alguma dificuldade em reconhecer, o padrão que lhe deu origem, resultando num modelo próprio.

domingo, 23 de setembro de 2012

Nietzsche e a ambivalência

A humanidade ainda não conseguiu ultrapassar a fase ambivalente em suas vidas, correspondente ao primeiro patamar evolutivo da existência de um ser vivo, em que se não é preto decerto será branco, e o considerado positivo tem uma correspondência com o sentido de vida, e o negativo com o sentido de morte. Aqui, a neutralidade, o ponto zero da inércia é ignorado, entendido como estado de repouso, que garante o bem estar, tanto físico como emocional, sem que possamos perceber oscilações de humor, em que o positivo e negativo parecem não ter lugar, dada a existência de um bem estar, e de alguma satisfação. Seria admitir que um corpo em estado de repouso estaria instável, o que não corresponde á realidade. O positivo e o negativo seria um movimento que faria afastar do indivíduo essa sensação de bem estar, de tranquilidade, e o levaria a um estado de excitação, em que sentiria um prazer ou desprazer mais ou menos intenso. Formados, e entretidos com esta bipolaridade, em que uma vontade da força ativa é entendida como positiva, e o ser frouxo corresponde ao negativo, nos encontramos perante o dilema epistemológico daquilo que pode ser considerado ativo e passivo, positivo e negativo, que julgo mal explicado e entendido. A realidade é que o negativo parece não existir perante o universo, dado que seria o contrário de uma força, a sua negação, que uma vez anulada pura e simplesmente deixaria de existir, que por isso, em momento algum se faria sentir. A ambivalência não encerra em si o positivo e negativo, mas antes aquilo que julgamos ser, e o que não é, ou não desejamos que seja, pelo que aquilo que é verbalizado não consegue ser levada à prática, em virtude do que consideramos positivo e negativo se revelar a cada momento, mesmo contra nossa vontade. O que parece sobressair dessa dualidade será a discriminação entre o que deve ser, e o que julgamos não ser, vinculando ao psíquico o que está bem, e o que não deve ser observado, em que uma coisa será aceite e a outra proibida, mas que na realidade correspondem aos dois lados da mesma moeda. Existe uma dificuldade verbal para explicar os fenómenos mentais, sendo mais fácil empregar frases curtas, como positivo \ negativo, ativo e passivo, por exemplo, de cada vez que somos chamados á conversa, dado que ela se tornaria enfadonha, demasiadamente lenta, e seus efeitos se afastaria da ação, perdendo a sua eficácia. Nietzsche afirma em ¨Vontade de Potência¨ o seguinte: - Vede que surge a contradição entre o mundo que veneramos e o mundo que vivemos, que somos. Resta-nos: ou suprimirmos nossa veneração ou suprimirmo-nos. O segundo caso é o niilismo. Nietzsche levantou o véu da noiva, mas manteve-se no mesmo lugar, na ambivalência.

domingo, 16 de setembro de 2012