Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

domingo, 30 de janeiro de 2011

Amar é..

Amar, de certo modo, é ter reações químicas em cascata. No caso da espécie humana, quatro milhões de receptores na pele podem captar os carinhos recebidos e enviar a mensagem do prazer ao cérebro. Este, a princípio, manda as glândulas competentes liberar cortisona, açúcares e adrenalina no sangue.
O coquetel mexe com o organismo: o coração e a respiração disparam, o metabolismo se acelera, os vasos capilares se dilatam. Com isso, a pele fica ruborizada e a temperatura do corpo aumenta. Devido a todo esse calor, as glândulas, da pele, que se concentram em regiões como os órgãos genitais, funcionam a pleno vapor, produzindo substâncias cujo odor típico aumenta a excitação.
O cérebro torna então a reagir, desta vez autorizando a liberação de dopamina, um hormônio de efeito antidepressivo, nas células nervosas. Quando a mistura de agentes químicos parece chegar ao ponto de ebulição, o sistema nervoso, cauteloso por experiência, envia acetilcolina, um hormônio antagonista das substâncias excitantes. A súbita interrupção causa um espasmo que o corpo, no limite do estresse, como uma corda de violino distendida ao máximo, recebe com o maior prazer — é o orgasmo. Em seguida, o cérebro encerra o expediente com a liberação das endorfinas, analgésicos naturais que provocam a sensacão de relaxamento após o sexo.
fonte – Bloog da Silvana - conversandoumpoucodetudo.

Comentário - Eis uma sopa química para satisfação do corpo

sábado, 29 de janeiro de 2011

A natureza erótica e idealista

A natureza erótica e idealista, com a sua componente destrutiva.

Amor não altruísta carece de um sentimento de posse, de uma força dominadora em relação ao objeto que se pretende amar, em que alguma agressividade deve existir.
Mas será, que no amor altruísta não aparece o sentimento de posse, como a ponte que liga dois corpos, que provoca a sensação no indivíduo de um determinado domínio ?
Eu tenho para dar, muito pouco que seja vou repartir, dado que tal atitude alimenta meu Ego, mas que de forma inconsciente pode ser o medo de cair numa situação idêntica, tendo a noção, que muitos o poderão ajudar nessa altura da aflição.
Ao mesmo ato, neste caso de dar, pode estar vinculada uma idéia, que pode não corresponder á idéia de um outro indivíduo qualquer, por isso mesmo deve ser entendida como subjetiva.
Se não existir transferência de energia o afeto está ausente, pelo que a emoção não se faz presente, o que coloca desde logo de lado a hipótese da ausência de um sentimento de posse.
A nossa atenção, desse modo, é desviada para um problema de intensidade de energia sentida no corpo, aquando da realização de um determinado ato, que pode ser quase nula, ou mais ou menos intensa, atingindo por vezes uma intensidade tal, de que o corpo parece perder o domínio de si mesmo.
Essa perda de domínio percebe-se, tanto através de uma intensidade energética exagerada, como na sua escassez, em que no primeiro caso o sujeito tende a perder o controle da situação, e no segundo caso não o deseja possuir.
De fato não parece existir a ausência desse sentimento de posse, do domínio.
A natureza idealista de uma qualquer doutrina, por exemplo, será antes de mais uma fuga á confrontação, e á impossibilidade, formando outros objetivos, porém quando afrontado esse seu novo objetivo, o sujeito tente a reagir.
A tentativa de sublimação de uma realidade não desejada, empurra o sujeito na procura de formas idealizadas, em que esta não deve ser vista como o negativo, ou positivo, de uma forma sentida, mas antes como diferenciada, que permite encontrar-se com o princípio de satisfação.
Parece existir de fato a negação por parte do indivíduo de um determinado estado de coisas, que não aceita, ou apresenta alguma dificuldade em gerir de acordo com a sua interioridade.
Será esta negação, que funciona como não desejo, como instinto de negação, que provoca um sentido diferenciado, como se o corpo tivesse necessidade de fazer alguma coisa a favor da sua própria satisfação.
A tentativa de sublimação será desse modo entendida como uma derivação perante uma impossibilidade sentida.
Parece pertinente questionar, como conciliar tal princípio de satisfação, que é um sentido corpóreo, com uma sociedade, que impõe a proibição, repressão, e a punição ?
É esta pergunta que continua em cima da mesa desde os tempos mais remotos, e que a sociedade atual ainda não parece ter condições para responder de forma satisfatória.
Como conciliar o princípio de satisfação de uma organização genética / biológica, com uma organização ideativa psíquica, que transporta consigo desejos, é a pergunta, que até hoje parece não ter resposta.
É a insatisfação, que transporta o indivíduo para fora de si, nessa busca incessante, e tantas vezes insana, que tem como finalidade a realização de suas necessidades e desejos.
A conciliação será impossível a partir de um sentido de insatisfação.
O que lhe sucede podemos entender como uma tentativa de reorganização dos conteúdos ideativos da mente humana, na tentativa de superar essa dificuldade, que tenta impedir o indivíduo em satisfazer-se.
A forma como se pode dar essa (re) organização depende de muitos fatores, mas decerto não passará por uma organização em volta dos mesmos pressupostos, cujos resultados seriam os mesmos.
O que impede a interiorização de material ideativo divergente é a proibição embutida, que tenta negar a invasão, e por todos os meios a combate.
Contudo, quando surge a insatisfação, e quando ela veio para ficar, as alternativas não se fazem esperar, determinadas por um corpo em aflição, que sente um mal estar, a que o pensamento tenta dar uma resposta satisfatória.
Se estivermos atentos, essa resposta satisfatória, tem em vista o próprio corpo do indivíduo, e não outro qualquer, e só terá em conta os desejos do outro, quando daí resultar alguma satisfação para o próprio.
A premiação só existe quando o teu santo bate com o meu santo, em que a transferência de energia é correspondida, e não é sentida qualquer resistência.
Será então, a perfeita harmonização de duas formas energéticas, que se encontram, em que a transferência, ou seja o fluxo energético, é gerador de uma corrente, que alimenta dois corpos, aos quais podem associar-se uma infinidade de outros.
Não se trata de polaridades, mas sim de compatibilidade.
Nisto consiste o que designamos por identificação.
Será oportuno evidenciar, que toda a identificação é processada por caracteres, e por isso mesmo será sempre parcial, o que significa, que uma maior quantidade de caracteres compatíveis, pode influenciar, e exercer uma força de atração mais intensa entre corpos, provocada exatamente pela associação caracteriológica.
Por outro lado, um só caracter excitado, potencializado de forma exagerada, pode ganhar um grau de importância elevado, que pode fazer esquecer todos os outros.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Estudo mostra que ricos são mais egoístas

Observem como as experiências comprovam o que afirmei no post anterior-
Biologia, física, e psicanálise,
Um estudo feito na Universidade da California mostrou o contrário do que até então era aceito. As pessoas de classes sociais mais baixas são mais inclinadas à caridade do que as classes superiores. O especialista Paul Piff e seus colegas publicaram a pesquisa no jornal “Journal of Personality and Social Psychology”.
No primeiro experimento, a equipe recrutou 115 pessoas. Para começar, esses voluntários eram convidados a realizar atividades de falsificação, com o objetivo de criar uma impressão enganosa sobre os propósitos da pesquisa. Eventualmente, para cada um foi dito que havia um parceiro anônimo sentado em uma sala diferente. Os participantes receberam, cada um, dez créditos. Eles tinham a tarefa de decidir quantos créditos deveriam ficar com eles e quantos deveriam ser transferidos para seus parceiros. Eles também foram avisados que os créditos valeriam dinheiro de verdade ao final da pesquisa e que seus parceiros não teriam direito de interferir na decisão.
Uma semana depois de a pesquisa ter início, os voluntários responderam perguntas sobre si mesmos, como religião, classe social, idade, sexo etc. Durante essa parte do estudo, eles receberam um desenho de uma escada com dez degraus. Cada degrau representava pessoas de níveis diferentes de educação, renda e ocupação. Eles tinham que assinalar o degrau que acreditavam estarem inseridos em relação aos outros de sua própria comunidade.
A média de créditos que as pessoas deram foi de 4.1. No entanto, a análise dos resultados mostrava que a generosidade crescia conforme a tributação da sua própria classe social caía. Aqueles que se colocaram no fim da escada deram 44% a mais de seus créditos do que aqueles que se inseriram no alto. Isto aconteceu mesmo quando se considerou os diferentes níveis de escolaridade, sexo, idade e religião.
Em experimentos de acompanhamento, os pesquisadores pediram aos participantes para imaginar e escrever sobre uma interação hipotética com alguém que era muito rico ou muito pobre. Os pesquisadores então pediram aos participantes para indicar qual a porcentagem da renda de uma pessoa que deve ser gasta em doações de caridade. Eles descobriram que os participantes de classe baixa e aqueles que foram induzidos a se classificar como classe baixa disseram que uma boa parcela do salário deve ser utilizada para apoiar a caridade, aproximadamente 5.6%. Enquanto isso, as classes superiores disseram que 2.1% do salário deveria ser doado.
A experiência final tentou testar o quão solícitas são as pessoas de classes diferentes quando expostas a uma pessoa necessitada. Desta vez, os pesquisadores mostraram videoclipes que mostravam situações que pediam mais ou menos compaixão. Depois, eles analisaram a reação dos participantes ao ver que um deles estava atrasado nas tarefas e precisava de ajuda. Quem demonstrou mais companheirismo e compaixão foram os de classes mais baixas.
Uma interpretação disso pode ser que pessoas egoístas acham que é mais fácil se tornar rico. Piff se sugere que o aumento da compaixão que parece existir entre os pobres aumenta a generosidade e promove um nível de confiança e de cooperação que podem revelar-se essenciais para a sobrevivência em tempos difíceis.

Fontes: Economist - Wealth, poverty and compassion.
Postado por William Junior - Blog- Metendoobico.blogspot.com

sábado, 22 de janeiro de 2011

Biologia, Física e psicanálise

A natureza está preparada para a morte, por isso reproduz-se em excesso, dado que milhares de seres vivos vão entretanto perecer. Nisto consiste a preservação das espécies, em que tende a produzir sempre mais do que é necessário, em que a abundância não é um sinal de riqueza, mas antes de precaução, tendo em conta a probabilidade de extinção {1}
Tal probabilidade parece derivada da existência de excessos e escassez de elementos, que colocam, ou podem colocar em causa a própria vida do ser vivo.
Alguns cientistas, estudiosos e investigadores de áreas tão diversas, como a física tradicional e quântica, filósofos, psicólogos e psicanalistas, são confrontados com essa realidade conferida á matéria, que parece ter um sentido próprio do campo das probabilidades que a rodeia, cuja evolução deriva da necessidade em sobreviver.
Admitimos, que seja uma reação tendo em vista a visibilidade da morte.
Mas como perceber isso, se não estivermos dispostos a encarar a hipótese da matéria possuir algum tipo de memória ?
Alguns artigos postos neste blog referem a organização rudimentar da matéria, aceitando a existência de algum tipo de memória, ou algo semelhante, mas ao mesmo tempo, o articulista parece rejeitar, que tal possa existir, argumentando até, que as organizações posteriores serão derivadas de outros fatores, que nada, ou pouca relação possuem com a organização anterior. A resultante será a fragmentação de duas formas de organização como se fossem independentes, quando na realidade, embora autônomas, as posteriores ao existirem só podem ser derivações das anteriores. {2}
Neste particular, nem podemos alegar a subjetividade, dado tratar-se de um fato observado e percebido, em que a crença parece induzir o homem cientista, ou qualquer outro, a não acreditar naquilo que está a observar.
Acreditemos, ou não, a realidade não pode ser distorcida, ou eliminada, a não ser claro, por intermédio de uma mente organizada segundo determinados princípios artificiais, que tende a ferir a própria natureza das coisas.
Continua ...

{1} – No ser humano, o medo da miséria provoca o acúmulo de bens materiais.
{2} - Esta tendência, da fragmentação, a podemos observar na psicologia tradicional, que optou pela tentativa de eliminação dos instintos de origem animal, julgando desse modo evidenciar o lado humano do homem.

O ser ativo

Despreparadas para o sexo
Pela primeira vez em 200 mil anos, a espécie humana tornou-se sexualmente madura antes de estar psicologicamente preparada para agir como adulto na sociedade. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, e da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, liderados pelos professores Mark Hanson e Peter Gluckman.
Eles descobriram que a primeira menstruação entre as garotas do Paleolítico chegava entre os 7 e os 13 anos, a mesma média das meninas do século 21. Durante séculos, as doenças e a má alimentação retardaram a puberdade feminina. As condições modernas de higiene e nutrição, além da evolução de medicamentos, teriam permitido que a menstruação voltasse ao seu ciclo original. Só que, diferentemente das mulheres paleolíticas, as meninas de hoje se tornam férteis antes de estarem com a cabeça pronta para se comportar como mulheres adultas. A sociedade se tornou mais complexa, e as maturidades sexual e psicossocial entraram em ritmos diferentes. “O nosso sistema social funciona sob a premissa de que os dois tipos de maturidade coincidam. Mas isso não é verdade e nunca mais será, porque não podemos mudar a realidade biológica. Temos que elaborar um novo tipo de estrutura – educação escolar, por exemplo – para lidar com essa realidade”, escreveram os pesquisadores.
fonte
Fonte - http://conversandoumpoucodetudo.blogspot.com
Comentários – A produção de estudos e investigações a todos os níveis,cada vez mais nos empurram para os princípios gerais que regem a matéria, e para uma realidade biológica, que não deve ser ignorada.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O mistério das formas.

Enquanto a nossa compreensão do caráter holístico da matéria inanimada e de sua habilidade de se auto-organizar num sistema aberto, sem equilíbrio, permanece como um esboço, o desafio é ainda mais formidável no caso da matéria viva. O problema pode ser resumido como segue: Como pode uma coleção de moléculas, que a priori só experimentam a ação das suas vizinhas mais próximas, saber como se organizar para formar um organismo vivo que é coerente sobre distâncias muito maiores do que a separação entre moléculas? O problema é particularmente espinhoso quando se refere a seres vivos. As proteínas são longas cadeias que devem se enrolar de uma maneira complicada a fim de adotar a forma tridimensional exigida para elas exercerem seu propósito intencional. De que modo partes completamente distintas da molécula sabem como coordenar seu comportamento de modo a produzir a forma desejada? Como pode um embrião se desenvolver de uma simples célula fertilizada a um ser vivo de tremenda complexidade, a cada parte do qual é atribuída uma função específica? Este é todo o problema da diferenciação celular. Como células particulares do embrião sabem que vão se transformar em células sangüíneas, enquanto que outras vão se desenvolver em células ósseas? Há também o problema da posição no espaço: Como uma célula particular sabe o local que ela vai ocupar em relação a outras partes de um organismo e se movem em conformidade? Como as células do ouvido sabem que elas devem prosseguir para o lado da cabeça em vez de ir para o estômago? Como pode tal estranha e precisa coordenação se realizar tanto no tempo como no espaço? Estamos aqui se envolvendo com o grande mistério da elaboração de formas ( ou morfogênese) a partir do embrião.
Aqui, novamente, não podemos ajudar mas invocar uma "grande fotografia heliográfica" que guia o comportamento das células individuais em direção a um destino final quando o embrião evolui para um organismo totalmente desenvolvido. O bioquímico Francês Jacques Monod ( 1910-1976), que é mundialmente conhecido por sua defesa apaixonada do reducionismo e que certamente não pode ser acusado de ser parcial em relação ao holismo , disse isto: "Uma das características fundamentais comuns a todos os seres vivos sem exceção é de serem dotados de uma intenção de projeto, que ao mesmo tempo mostram em suas estruturas e executam através de seus desempenhos....´ Em vez de rejeitar esta noção ( que alguns biólogos têm tentado fazer), deve ser reconhecida como essencial à própria definição de seres vivos. Continuaremos a afirmar que as últimas são distintas de todas as outras estruturas ou sistemas presentes no universo por esta propriedade característica , a qual chamamos "teleonomia." (continua).

Fonte – www.artigonal.com
leopoldino dos santos ferreira - Perfil do Autor:
Físico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."
(Extracted from Chaos and Harmony, Trinh Xuan Thuan, University of Virginia, Oxford university press, 2001).

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Castração em New york

coisasdamente: Castração em New york: "O que pode levar um ser humano (Renato) a castrar um outro (Carlos Castro) ? Eu de fato não sei responder, duvido que alguém saiba, e será..."

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Evolução por necessidade

coisasdamente: Evolução por necessidade: "Se a evolução tem seu inicio a partir da relação entre elementos simples, tornando-se complexa, devemos perguntar o que será a complexidade...."

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O triângulo da evolução

coisasdamente: O triângulo da evolução: "Segundo Darwin, a evolução processa-se por diferenciação dos diversos órgãos a partir de uma forma determinada, a que chama rudimentar. ..."

domingo, 16 de janeiro de 2011

Máquina e programa

As propriedades químicas dos açúcares e álcoois não podem ser deduzidas diretamente das de átomos de carbono, hidrogênio, e oxigênio das quais aquelas substâncias são feitas, mesmo que possa existir relações causais entre as duas categorias. Igualmente, a origem da vida não pode ser deduzida do estudo de partículas inanimadas.
Fazendo uso da terminologia da ciência da computação, as partículas elementares, os átomos, e as moléculas constituem o hardware, enquanto que os princípios organizadores são o software. O hardware serve como material suporte para o software. A seqüência de instruções, chamada "programa", está armazenada na memória do computador, mas opera em um nível mais alto do que o nível material. O programa atua como um princípio organizador, guiando o comportamento da máquina. Ele diz a ela como calcular, manipular estatísticas, e mesmo jogar xadrez. Os elétrons que se movem através dos complexos circuitos eletrônicos do computador obedecem rigorosamente as tradicionais leis da física, mas seria despropositado afirmar que as regras do xadrez podem ser deduzidas das leis do eletromagnetismo e da mecânica quântica que governam o comportamento dos elétrons. Os elétrons e os programas de xadrez existem em níveis diferentes.
Que forma teriam tais princípios organizadores? Já temos operado em um deles. Já temos visto que em sistemas fechados que estão fora de equilíbrio, tal como o relógio químico, a matéria não se comporta acidentalmente, mas pode organizar-se sob certas condições. Enquanto a randomicidade está associada com o equilíbrio, o não equilíbrio pode gerar complexidade e organização. É inteiramente concebível que o sistema de partículas da sopa primordial sobre a Terra poderia ter prosseguido por meio de uma série de abruptas bifurcações que a conduziram, nível a nível, passo a passo, a estágios crescentes de complexidade de auto-organização, culminando na emergência de estruturas capazes de auto-replicação, e finalmente a própria vida.
Formalmente, tudo isto é mera conjectura. Por outro lado, o que é muito provável é que os ácidos nuclêicos e as proteínas não apareceram ao mesmo tempo numa simples fase, e que a vida requer princípios emergentes organizadores que não podem ser deduzidos do comportamento das partículas elementares.
Ascensão da vida. Foi a extraordinária diversidade das espécies vivas que ele observou no globo, notavelmente no arquipélago Galápagos, enquanto viajava ao redor do mundo no H.M.S.Beagle, que deu ao naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) a inspiração para sua teoria da evolução das espécies (continua.)
(Extracted from Chaos and Harmony, Trinh Xuan Thuan, University of Virginia, Oxford university press, 2001).
Pensamento do dia: Considero o conhecimento de nós mesmos como uma fonte de preocupações, de inquietações e de tormentos. Convivo comigo o menos possível (Anatole France,1844-1924, escritor francês).
Fonte – www.artigonal.com

leopoldino dos santos ferreira - Perfil do Autor:
Físico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."

sábado, 15 de janeiro de 2011

Uma Mente Brilhante

A Matemática e a Esquizofrenia

Entrar no mundo de uma pessoa que sofre qualquer tipo de desordem mental constitui um desafio inimaginável para todas as pessoas. Não conseguimos ter a mínima noção de como uma patologia do tipo de uma esquizofrenia pode afetar a vida cotidiana dessas pessoas. São verdadeiros heróis anônimos os parentes e amigos que se dedicam a dar-lhes toda a atenção que merecem, todo o carinho de que precisam, todos os cuidados de que necessitam.
O filme “Uma Mente Brilhante” nos apresenta a história de uma pessoa que, apesar de toda a sua inteligência, sofre as agruras de quem padece de um desses males. Seu caso, verídico, ganhou ainda maior notoriedade pelo fato do personagem central ser um dos grandes matemáticos do século XX. Professor de tradicional universidade norte-americana (Princeton), tendo participado de programas governamentais durante a época da Guerra Fria e, já com idade bastante avançada, tendo se tornado vencedor da maior das honrarias concedidas a pesquisadores de várias áreas, o prêmio Nobel.
John Nash (em atuação brilhante do ator Russell Crowe, indicado ao Oscar), se revela um grande matemático desde a sua chegada à universidade. Talento reconhecido pela instituição, pelos professores e, até mesmo, pelos seus colegas (apesar da competição e da inveja que reina entre alguns deles). Brilha com grande intensidade pela genialidade nos cálculos tanto quanto pelo estranho comportamento social. Mostra-se um verdadeiro desastre com as garotas e, um tanto quanto arrogante perante os colegas. Demora-se a se decidir quanto a que tese defender a fim de valorizar-se nacionalmente. Desdenha dos trabalhos de seus colegas por achar que não incorporavam novidades ao estudo da matemática, sendo apenas ensaios acerca de pontos já defendidos em obras anteriores. Não quer ser igual a eles, pretende atingir o ápice, criar algo original, próprio, que carregue sua assinatura pessoal.
Nesse momento podemos perceber, apesar de alguns indícios de anormalidade quanto aos relacionamentos, que Nash, como qualquer outro jovem intelectual (ou não intelectual) pretende firmar-se a partir de uma descoberta que possa eternizar seu nome. Vislumbramos nesse momento um pouco daquilo que existe dentro de cada um de nossos alunos, uma luz de grande intensidade, que quer se fazer notar, mas que não sabe exatamente como ultrapassar as barreiras das nuvens.
Diferentemente de nossos alunos (tenho sempre a esperança de que eles nos surpreendam e nos façam morder a língua), Nash continuou durante seus estudos, de forma obstinada, atrás da fórmula que o levaria a celebridade. Acabou criando-a ao opor-se ao conceito clássico de Adam Smith a respeito da competição (entendida como forma de estímulo para o avanço rumo a um objetivo, a uma lucratividade). Nash elaborou um conceito em que o essencial seria a colaboração do grupo para que todos conseguissem chegar a algum lugar, a um certo objetivo, a um lucro final.
Durante seus anos de estudo teve sempre por perto um colega espirituoso, muito diferente de si, de nome Charles (Paul Bettany), que o estimulava constantemente, durante suas crises mais pesadas, nas quais parecia querer se esconder de tudo e de todos. O único que o compreendia nesses momentos era o bom e prestimoso Charles.
Ao terminar seu curso de matemática, reconhecido por suas teorias e pelo brilhantismo na área, John Nash foi convidado a trabalhar no MIT (Massachussets Institute of Technology), o mais conceituado de todos os centros de pesquisa na área de matemática e engenharia dos Estados Unidos, podendo levar com ele dois de seus colegas (poderíamos imaginar Charles como uma escolha óbvia, no entanto,...).
Além de suas pesquisas, Nash foi convidado a dar algumas aulas, o que, para ele, foi um verdadeiro martírio já que as considerava perda de seu tempo e dos alunos também. Outra atividade, dessa vez instigante e interessante, também surgiu nessa mesma época. Foi aliciado para decifrar códigos para o governo, evitando que importantes mensagens soviéticas pudessem ser passadas através de inocentes matérias publicadas em jornais e revistas americanos para agentes russos infiltrados na América do Norte. Em suas mãos estava o destino da nação, ele poderia evitar a explosão de bombas nucleares nos Estados Unidos.

Nesse mesmo período, conheceu sua esposa, Alicia (Jennifer Connely, numa bela atuação, premiada com o Oscar de melhor atriz), uma linda jovem que se sente seduzida pelo professor inteligente e bem sucedido. Marcante e decisiva em sua vida, Alicia será seu anjo da guarda a partir de então. A partir desse momento de suas vidas, revelam-se os grandes dramas da esquizofrenia de Nash. Boa parte do que imaginava estar fazendo e algumas das pessoas mais importantes que viviam ao seu redor nem ao menos existiam.
Somente sua própria força e inteligência, aliadas a dedicação de sua esposa poderiam permitir que ele superasse as adversidades e viesse a ter uma vida normal, outra vez.
Em um filme movimentado, que atravessa as décadas de 1950, 1960 e 1970, vemos um pouco do clima aterrorizante que tomou conta dos Estados Unidos e do mundo por conta da Guerra Fria; Sentimos a necessidade que temos de contar com o apoio das outras pessoas, de sua solidariedade, mesmo quando nos achamos altivos e auto-suficientes; passamos a entender um pouco melhor o que significa estar do lado de lá de um autêntico e intransponível “Muro de Berlim” que é a esquizofrenia; entramos em contato com a teoria de Nash, que de certa forma o auxiliou na superação de suas crises (esforço bem sucedido graças ao trabalho conjunto do próprio Nash, de sua esposa e de alguns amigos).
Atuações sensacionais de Crowe, Connely e Ed Harris (como Parcher, o contato de Nash com as autoridades americanas no trabalho de decodificar as mensagens russas) tornam o filme do diretor Ron Howard um filme digno de ser visto. Principalmente por nós, professores, que temos dificuldades com certos “Muros de Berlim” que nos levam a algumas “guerras frias” em salas de aula.
Ficha Técnica
Uma Mente Brilhante
(A Beautiful Mind)
País/Ano de produção:- EUA, 2001
Duração/Gênero:- 134 min., drama
Disponível em vídeo e DVD
Direção de Ron Howard
Roteiro de Akiva Goldsman
Elenco:- Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly, Paul Bettany,…
Fonte - http://www.planetaeducacao.com.br

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Anti matéria não existe

O que parece existir é matéria que o ser humano designa por negativa, dada a sua carga electromagnética diferenciada daquela outra que conhecemos como positiva.
A necessidade de designar, dar nome ás coisas, apresenta alguma dificuldade em dar a conhecer de fato o que as coisas são, e apenas tende a afirmar o que elas parecem ser aos olhos do ser humano.
Nos posicionamos no aparentemente belo, de cuja beleza o próprio nada sabe, mas que lhe é conferido por um outro, que considera a sua beleza, daí nascendo alguns conceitos de beleza, que são pura invenção humana.
Antes gorda e bela, hoje nem tanto assim.
Negativo e positivo, bipolaridade, como designação abrangente referindo, que o mesmo corpo pode ser possuído por dois polos, negativo e positivo, como outras designações, alto / baixo, bem / mal, feio / belo, são negativos, ou positivos da mesma forma.
Não será a mesma ambivalência emocional reproduzida nas coisas ?

Mas como uma forma pode ser o contrário de si mesma ?
Ou, como ela pode ser desdobrada em duas formas, sem a alteração do seu estado ?

Se Lavoisier tinha razão na sua afirmação, que nada se perde, tudo se transforma, deverei considerar que a matéria não perde a sua polaridade negativa adquirindo a positiva, ou vice versa, e que não deixa de ser matéria, porque nada se perde, mesmo que alguma coisa produza alteração em si mesma.

Posso deixar de ser homem por não possuir pénis, mas não deixo de pertencer á classe dos humanos por esse fato, em que apenas foi alterada uma característica particular, que de macho virei fêmea, em que o sentido da criação é o mesmo.

Penetrar e ser penetrado faz parte do mesmo ato, que pode ser fecundo e dar frutos, em que não existe pólos, mas apenas algo que pode ligar-se a alguma coisa, de cuja associação resultam consequências.
Talvez seja isso, o que designamos por macho e fêmea, branco e preto, afirmação e negação, que culturalmente nos habituaram a distinguir como positivo e negativo, ou como algo menos importante de umas coisas em relação a outras.
Mas de onde virá esse grau de importância ?
Das coisas, ou do pensamento humano ?
Para o homem Africano as coisas possuem o mesmo grau de importância que, por exemplo, para um indivíduo dos Estados Unidos ?
Ou, o que é, deixa de ser tal como é, devido ás circunstâncias, muito embora se trate da mesma coisa ?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A lei do pai

A nossa amiga Kénia, futura psicóloga e psicanalista, observadora e interessada em mais saber, me questionou acerca do que poderia entender por lei do pai, dado tratar-se de um termo muito utilizado por vários autores, mas cuja definição parece ficar por conta da interpretação de cada um.
Dizer o que eu penso por lei do pai, não implica necessariamente que ela exista, segundo a visão que tenho do que é, ou pode ser a relação familiar, e mesmo que ela seja percebida pelos os demais, tal como a entendo. A prova, a podemos encontrar na diversidade cultural do universo, em que damos conta ainda hoje da prática do incesto, por exemplo, admitida em algumas comunidades como coisa natural, desde há muito banida da maioria das sociedades. Por isso, e antes de tudo, somos colocados perante a diversidade cultural, que no fundo podemos perceber nisso os vários andamentos de um percurso de vida humana, que corresponde ás diferentes formas de estar na vida, e ao entendimento do que ela deve ser. A questão que coloco de seguida, é se na realidade, como estudioso das coisas da mente eu deva possuir um modelo próprio, do que possa ser entendido por lei do pai.
Faço esta pergunta a mim mesmo, dado que a nenhum de nós deve ser pedido para opinar, e meter a colher na panela alheia, em assuntos tão delicados como o será decerto as diferenças culturais. Tenho esse cuidado, dado que o julgamento dos homens em relação a aspectos culturais, só tem conduzido os homens á guerra, e á sua própria destruição.
É este deve ser, que uma vez verbalizado funciona como uma ordem dada a mente, que aquilo que deve ser, é forçoso que o seja, de cujas palavras podemos deduzir uma intencionalidade, que deve ser cumprida. Pois bem, entendo, que não tenho direito algum de impor a quem quer que seja a minha maneira de estar na vida, e muito menos julgar que os outros estão errados, e eu estou certo. Perante tais afirmações sobem ao palco, todos aqueles que necessitam de referências absolutas, e só desse modo parecem entender o que é lei, discordando daquilo que afirmei anteriormente. Para esses afirmo que está incorporada em mim a lei do pai, do meu pai, que me semeou, e fez crescer segundo uma visão particular, do que ele entendia por estar, e relacionar-se com os membros da sua família. Nenhum de nós pretende falar da lei da mãe, que nos tempos que correm parece substituir a todo o vapor a lei do pai, ganhando uma importância que há um século não possuía.
Quando Freud pariu a psicanálise a predominância masculina era evidente no seio familiar, mas desde os anos sessenta que essa predominância vem sendo colocada em causa através dos movimentos femininos, que exigem para si a liberdade de expressão, e o comando de suas próprias vidas, o que vem alterar as formas ideológicas anteriores, segundo uma perspectiva feminina.
Certo ou errado ? Quem disse, que cabe ao estudioso e investigador julgar as mudanças culturais ?
Quem teve essa idéia absurda, que a psicologia humana deve bater-se pela consolidação dos processos culturais, e costumes adquiridos ?
Se a cura só pode ser promovida pelo o afeto, como sujeitar um indivíduo á análise, tentando o recalque daquilo que o afeta ?
O analista não é pai daquele que padece, e para ouvir o que seu pai sempre disse, ainda por cima pagando por um serviço prestado, não valeria a pena recorrer aos seus serviços. Não significa, contudo, que o analista esteja a colocar em causa a lei do pai, daquele pai pelo menos, mas antes a relação entre pai e filho, que se tornou doentia, e faz sofrer o indivíduo. Quem tem razão ? Pai ou filho ? Que interesse tem isso para a amálise ?
Nenhuma. Para além de todos os acontecimentos em sua vida, quem tem de dar conta de si, é aquele que padece, tentando encontrar uma saída, que podemos entender como adaptação a um novo modelo de vida desejado.
Ao falar da lei do pai, vem logo á mente a palavra autoridade. Mas como conciliar essa autoridade do pai, que cada vez mais, parece perder força, face á autonomia da mulher ? Falamos da autoridade do pai, da mãe, do policial, do Estado, do governo, e das instituições públicas, que faz saber a existência de um poder, ao qual devemos obediência. Pois bem, a meu ver, quando refiro a lei do pai, não tem nenhuma relação com essa autoridade, ou se o quisermos, ela está relacionada com uma autoridade consentida, em que deve imperar o respeito e consideração mútua.
É a partir desta regra, respeito e consideração, que podemos alcançar uma relação afetiva entre os membros da família.

Não é por acaso, tal como Freud afirmou, que a psicanálise, é em essência uma cura pelo amor.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O mundo fantástico

Nasa detecta feixes de antimatéria produzidos acima de tempestades na Terra, um fenômeno nunca visto antes
Ter, 11 Jan, 12h54
WASHINGTON - Cientistas da Nasa usaram o Telescópio Fermi de Raios Gama para detectar feixes de antimatéria produzidos por tempestades na Terra, um fenômeno nunca visto antes. Para eles, as partículas de antimatéria foram formadas em flashes de raios gama terrestres (TGF), uma curta explosão produzida dentro das tempestades de raios e trovões e associadas aos relâmpagos. Estima-se que cerca de 500 TGFs acontecem diariamente em todo o mundo, mas a maioria não é detectada.
- Estes sinais são a primeira evidência de que tempestades produzem feixes de antimatéria - diz Michael Briggs, membro do Monitor de Explosões de Raios Gama do Telescópio Fermi da Universidade do Alabama em Huntsville. Ele apresentou a descoberta nesta segunda-feira, durante o encontro da Sociedade Americana de Astronomia, em Seattle.
- Em órbita há menos de três anos, a missão Fermi tem fornecido ferramentas para investigar o universo. Mas aprendemos que ele pode descobrir mistérios muito mais perto de casa - diz Ilana Harrus, cientista do programa Fermi no escritório da Nasa em Washington.
A nave estava localizada logo acima das tempestades na maioria dos TGFs que observou, mas em quatro casos as tempestades aconteceram longe de Fermi. Durante uma TGF em 14 de dezembro de 2009, o Fermi estava acima do Egito, mas a tempestade acontecia sobre Zâmbia, a 4,5 mil quilômetros ao sul. Como a tempestade estava abaixo do horizonte de Fermi, nenhum raio gama produzido foi detectado.
- Mas mesmo quando o Fermi não podia ver a tempestade, ele estava magneticamente conectada a ela - explica Joseph Dwyer, do Instituto de Tecnologia de Melbourne, na Florida. - O TGF produiu elétrons e pósitrons de alta velocidade, que viajaram pelo campo magnético da Terra até atingir a nave.
A presença de pósitrons mostra que muitas partículas energéticas estão sendo lançadas da atmosfera e os cientistas agora acreditam que todos os TGFs emitem feixes de elétrons e positrons.
- Os resultados do Fermi nos aproximam do entendimento de como os TGFs trabalham - diz Steven Cummer, da Duke University. - Nós ainda precisamos descobrir o que há de especial nessas tempestades e o papel exato dos relâmpagos neste processo.
Fonte – Agência Globo

Amarre o seu amor em três dias

Lembro-me deste anúncio de jornal, quando alguém, muito embora dissertando sobre temas de psicanálise, fala em amarragem. O sentido que está no inconsciente salta fugaz para a fogueira da realidade, em que as palavras malditas, e não mal ditas, transporta consigo um demônio, que parece impedir o meu amor de estar comigo, como se alguém possa roubar, aquele que aqui não deseja estar. A bolinha de cristal bem no centro da mesa, que também pode ser o centro da neurose, ou da psicose, ou de outro transtorno qualquer, nos confere a sensação do além, que para além está uma figura, que vai fazer com que o meu amor / objeto de consumo, de meus desejos, não seja perdido no mar revolto de uma sociedade em constante transformação. Engolido pelas tramas de uma sociedade travestida de virtudes, que afinal parece produzir a cada passo frustrações, e traumas, nos vemos no mar das lamentações, que faz do ser humano o eterno reclamante, que chora agarrado ás calças do pai, cuja intenção é obter o chocolate, que lhe faz parecer, que sua vida é um eterno derrame de um infindável pote de mel. Chego a pensar se aquele, que tem a bolinha de cristal não sofre do mesmo transtorno, que aquele outro, que o procura só para olhar para ela, como o crente, que espera sentado, colocando toda a sua fé na existência do milagre das rosas, mas não em si próprio, dado já não ter forças para levantar-se, e andar.
Durante tanto tempo de espera, nenhum de nós pode saber o que pode cair no seu regaço, ou, se passou uma vida inteira á espera de nada, que uma vez descrente aceita tudo quanto lhe queiram oferecer, porque uma migalha será sempre melhor que morrer á fome. Aquele que tem fé no outro, porque lhe falta a si mesmo, embora padecendo, sujeita-se a ser cliente de um eterno mal estar, cujo bem, parece morar fora de portas, recusando-se a sair perto da lareira, por ter a sensação que pode sucumbir aos ares de uma primavera deslumbrante, numa combinação de cores e luz, que o parece cegar. Meu Deus, porque vejo tudo negro ? Meu filho, como pode enxergar, se teima em ficar com os olhos fechados ?
Meu Deus, eu arregalo bem os olhos, mas não consigo perceber qual o caminho que devo seguir ? Deixa-te guiar pela tua fé, e não deixes que alguém pegue tua mão para te levar por um caminho, que não conheces. Afinal, acompanhado tens a sensação que não tens medo, no entanto desconheces do mesmo modo se esse caminho pode trazer de volta a sensação de bem estar, como o cego, que pela mão do outro tem a sensação de estar a salvo de um atropelamento, deixa-se guiar convicto das boas intenções do acompanhante.

Mas meu filho, de boas intenções está o inferno cheio.

A sociedade dos homens é bem parecida com a do leão, que devora tudo quando está com fome, na ânsia de saciar as suas necessidades, mais parecendo uma máquina trituradora de um açougue qualquer, que deixa a carne em mil pedaços, para depois a amassarmos, e fazer bolinhas com ela.
A psicanálise nos fala de energia dirigida, em que o investimento de uma certa quantidade de energia tende a promover a ligação do sujeito a determinada imagem, ou idéia, e que uma vez retirado esse investimento deixa de existir tal ligação.
O que podemos perceber em psicanálise é esse estar, e não estar ligado, como duas possibilidades, que não pode ser determinado como coisa benéfica, ou prejudicial, dado que, estar ligado pode ser um sinônimo de mal estar, e o não estar ligado, pode corresponder á satisfação.
Pelo meio só podemos encontrar movimentos, mais ou menos agitados, ou tranqüilos, de um ser humano em permanente transformação, ou em vias disso, e só podemos falar de indecisão, quando se deixa ficar, mesmo que esse estar possa provocar seu mal estar.
Esta atitude é inconsciente, em que nos parece transmitir a sensação de não saber escolher o caminho, devido exatamente a essa ¨ amarragem ¨ a que alguns autores se referem, como sendo a tábua de salvação para as aflições do indivíduo.
Quando Freud desenvolve esse tema, nos quer dizer, que para além de todos outros aspectos, que possam ser, ou estar associados, existem duas condições fundamentais, e primárias, que consolida a ligação do sujeito com as pessoas e o mundo á sua volta – O afeto, e a quantidade de energia investida nas coisas exteriores, que por elas o sujeito tende a nutrir algum afeto, o que implica de imediato um investimento de energia.
Este é o núcleo da vida, e não da neurose, psicose, ou de outro transtorno qualquer.
Você tem que estar amarrado a um centro de decisão para que possa decidir. Quem disse isso ? Decerto os neuróticos. Não decidir, também é uma forma diferenciada de exercer o poder de decisão, que cada um de nós possui de forma natural. Tal decisão, ou indecisão, tem em vista o sentido da vida, exceto quando o vício da vida já morreu, que neste caso só nos resta esperar pela morte, sentado, tentando adivinhar, quando passa por ali o carro funerário, esperando que alguém nos vista a roupa de domingo, como se fossemos para um casamento.
O corpo não precisa do pensamento para agir e reagir, e isso está estudado e investigado, que pertence á Biologia, que não passa pela definição do inconsciente Freudiano, que se encontra para além do biológico, mas cujo sentido dele é derivado, e por isso devemos ter em atenção, cuja finalidade será tentar entender qual o caminho que um corpo tende a trilhar, quando sente estar, ou julga vir a estar afetado.
Presunçosos seremos, e por isso mesmo convencidos, que podemos alterar uma função genética / biológica, introduzindo uma outra funcionalidade qualquer, que possa destruir o animal que existe em cada um de nós, o substituindo por um humanóide, mais consentâneo com o estudo da robótica, do que propriamente com as ciências da natureza, e da psicologia humana.
É isso mesmo que Freud nos diz, quando nos dá conta da impossibilidade de eliminar a força emergente dos instintos de um animal, que um dia pretende ser homem, e humano.
Mas não só ficou pela constatação, nem pela revolta da sua ignorância, face a algo que desconhecia, e muito menos inventou uma desculpa, em que os argumentos falhos será sempre bem pior, que a própria ignorância, dado que a pessoa continua a fazer o mesmo, apesar dos resultados não serem motivo de satisfação.
Nesse caminho solitário descobriu, que embora o ser humano não seja dono dos seus instintos, os poderá conduzir num determinado sentido, desde que seja autônomo, e não se deixe conduzir como se fosse um ceguinho á espera de alguém para atravessar a rua.
Mas que fazer para fugir do trauma da psicose e da neurose ? Parece ser em essência a questão que se coloca nas atitudes psicológicas ¨pós modernidade¨, que bem vistas as coisas parece ser um tema bem velhinho, com alguns séculos de existência, cuja solução parece merecer a cada instante a oposição, de quem a devia defender.

Por que será ?

Que responda quem souber.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Evolução do pensamento

O ser humano, dada a sua condição primária ignorante é forçado a tornar-se crente por necessidade de acreditar em alguma coisa, obtendo referências para que possa pensar rumo á intelectualidade.
No meu artigo ¨ A arte de argumentar ¨ considerei que a crença tem de ser sustentada pela verbalização, que ao mesmo tempo funciona, ou pelo menos o indivíduo assim pretende, como termo de comparação, dando lugar à associação entre uma diversidade de imagens e idéias, conferindo uma lógica própria aos acontecimentos, para que possam ser compreendidos, conferindo-lhes um determinado sentido.
Podemos então colocar a primeira questão: - O que de fato é, ou pode ser compreendido pelo o ser humano ? Tudo que possa girar em torno dessa crença, porque ela, na maioria dos casos serve de unidade de referência. A primeira diferenciação de um pensamento humano é proveniente da crendice.
O acreditar no pai, que não na mãe, por exemplo, tem suas implicações, e conseqüentes derivações ideativas, dado que a dinâmica psíquica funciona por semelhança, em que o contraditório, que é apenas uma derivação da tomada de sentidos referente ás mesmas coisas, tende a promover a dissociação.
Ou seja, a idéia que a criança tem de um, reflete-se ao nível dos sentimentos, que serão diferentes em relação ao outro. De quem gostas mais, do pai ou da mãe ? Esta é a pergunta que tantas ouvimos do adulto questionando a criança.
Podemos perceber a partir dessa condição primária de dependência absoluta a evolução de um sentido, em que o movimento é dirigido, cuja finalidade é atingir o seu objetivo / objeto, como realização de seus desejos. Por outro lado, podemos perceber um movimento em espiral, a que podemos chamar de campo de percepção, cuja aprendizagem fica de certo modo condicionada á crença, como unidade de referência.
Somos levados a considerar que o sentido faz parte de um núcleo biológico electromagnético, sendo o indutor, que tende a induzir o campo de percepção á sua volta, para que possa existir a continuidade desse mesmo sentir.
Só que esse sentido é derivado das primeiras experiências, que se impuseram como registros psíquicos, constituindo-se alguns deles, como formas de referência.
Desse modo somos levados a perceber a existência de uma forma localizada, a que chamamos sentido, fazendo parte de um núcleo de vida, que tende a influenciar o todo, referido ao corpo, e a um determinado raio de ação, campo perceptivo, cuja expansão é promovida através de ondas electromagnéticas.
O sentido, que funciona como indutor, ou seja, aquele que induz o corpo ao movimento, transporta consigo uma determinada quantidade de energia, a que Freud chama de investimento de energia, para que seja possível ao ser humano desempenhar uma tarefa determinada.
Vejamos então a espiral, como expansão de um determinado sentido, que induz o corpo, que é periférico ao próprio sentido, e que este por sua vez transmite para fora de si, posicionando-se num determinado raio de ação, denominado campo de percepção.
Segundo Freud, o sentido será a representação de uma determinada imagem, ou idéia, que contém uma certa quantidade de energia, que pode ser dirigida a um objeto, ou objetivo, cuja finalidade é a realização, e a satisfação de um desejo.
O psiquismo, por uma questão emergencial, é dispensado de rever de novo as imagens, para que possa tomar sentido, sendo este que estabelece a comparação com imagens e idéias que lhe sejam presentes do exterior, dos quais tentamos perceber o seu sentido. È pressuposto que a energia dirigida a um objeto / objetivo, deve conter algo mais que pura energia, como seja os restos de uma imagem, ou idéia, que já não podemos considerar semelhante aquela que serve á função biológica.
Consideremos essa diferença, entre a energia que serve á função, que apresenta variações mínimas, que se tornam imperceptíveis para o indivíduo, e a energia que serve á mente, entendida como dinâmica psíquica, que pode apresentar variações consideráveis, e perceptíveis.
Esta energia dirigida parece ser alterada em função de um sentido primário, tendo em conta uma diversidade de características de um objeto exterior, que são registradas no psiquismo. A associação parece fazer-se através da visibilidade de uma imagem exterior semelhante, que libera determinada química no corpo do indivíduo, alterando desse modo a composição dos elementos químicos que compõem uma fonte energética.
Freud fala na quantidade de energia investida, em que as quantidades empregues dos elementos químicos, é que parece fazer a diferenciação na diversidade dos movimentos que podemos observar no indivíduo..
Abro aqui uma janela, para dizer, que não posso estar de acordo com alguns autores, que afirmam que o indivíduo reconhece em si determinados valores, a culpa, ou seja o que for, dado que o indivíduo só reconhece o que está para além de si mesmo, que pode ser semelhante, ou não, ao que possui na sua interioridade.
O afeto e desafeto, é que é responsável pelo o indivíduo reconhecer o mundo exterior, segundo as condições, a partir das quais foi possuído.
Consideremos por outro lado, que o grau de importância conferida a uma crença, pode a eleger como unidade referência, perseguindo um conceito de uniformidade, descartando a possibilidade de o indivíduo considerar a diversidade, como um mundo de referências, que se relacionam, interligam, emergindo daí uma síntese, provocada do mesmo modo pelo o grau de importância, de umas em relação ás outras.

Como dá para perceber, são princípios diferenciados, que é dada a uma organização mental, que tem fundamentalmente em conta o grau de importância que o indivíduo confere á diversidade ideativa, cuja evidencia é processada através de uma diferença de potencial energético.
Freud nos diz que todo o excesso nos conduz ao desprazer.
Partindo desse princípio, nos é dado a observar, que uma idéia repetida centenas de vezes, ou de forma de tal maneira intensa, que pode conduzir o indivíduo ao trauma, tende a transformar-se em crença, elegendo-se como unidade referência, que tende a inibir, ou até mesmo bloquear o campo de percepção de determinado indivíduo.
Perante esses dois modos diferenciados de formas de percepção, podemos observar que a maioria dos homens da ciência partem na descoberta de uma unidade referência, por exemplo, a partícula de higs, quando no meu entendimento da diversidade do campo de percepção ideativo alargado, defendo que será um esforço inglório, dado que, a unidade referência não existe, e por isso não pode ser encontrada.
Poderá o leitor afirmar que do mesmo modo eu possuo uma crença, e que será tão válida como qualquer outra, o que aparentemente parece corresponder á verdade, mas não o será decerto, segundo uma perspectiva universal de formas energéticas.
É comum o esquecimento de que formas energéticas, são complexos formados, tendo em conta elementos químicos, que agem e reagem entre si, que podem constituir-se em formas, mas como derivadas de outras, de que pouco, ou nada sabemos, designada por partículas. Porém, ainda nos restam as ondas electromagnéticas, que não são partículas, e que por isso não possuem forma. Se existe uma impossibilidade de quantificar, como podemos afirmar a existência de uma unidade de referência ?
Freud partiu da existência de uma certa quantidade de energia , porém, só se refere a ela como escassa, exagerada, ou inexistente, em que tais classificações só são possíveis, devido á existência de parâmetros genéticos / biológicos, considerados pela ciência como padrão de normalidade.
Podemos agora perceber a diferença entre a minha crença, que se encontra entre valores mínimos e máximos admitidos como possíveis e suportáveis, e a crença de uma boa parte das pessoas, que tentam impor um valor absoluto para suas crenças, julgando desse modo ter encontrado a unidade referência.
Por isso damos conta, que não obstante todo o esforço de uniformizar conceitos, a transgressão é evidenciada a cada passo, apenas porque essa não é a condição existente na própria natureza das coisas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O Local e o Global

Como pode o local influenciar o global? Outras idéias têm sido propostas para explicar o mistério da morfogênese. Uma delas adianta que, se na verdade existe uma "cópia heliográfica", ela deve estar armazenada em alguma parte dentro das moléculas de DNA do óvulo fertilizado. Contudo, dado o fato de que o DNA é o mesmo em toda parte de um organismo vivo, como pode cada molécula de DNA escolher seu próprio papel particular no plano global e executá-lo? Ter-se-ia que invocar alguma espécie de "metaplano" contendo as instruções relevantes? Se assim for, onde está o metaplano? Esta linha de raciocínio nos levaria rapidamente a um infindável retrocesso. Correntemente a teoria mais promissora da morfogênese está baseada em genes "ativados." Ela postula que existem genes especiais cuja função é regular o comportamento dos outros genes. Eles estão normalmente adormecidos, mas acordam e entram em ação no tempo apropriado para transmitir instruções aos outros genes. Estes genes especiais têm sido estudados em moscas, posto que eles existem em outras espécies também, incluindo o homem. Enquanto a descoberta destes genes pode explicar o mecanismo da morfogênese, ela ainda derrama pouca luz sobre como os genes com tamanhos moleculares podem coordenar essas ações na escala de um organismo macroscópico – em outras palavras, como ações locais podem exercer uma influência numa escala global.
Em diversas ocasiões em nossa exploração do mundo da matéria inerte, temos já encontrado situações onde interações locais podem dar nascimento a uma organização global. É o caso de um sistema aberto fora de equilíbrio que pode se bifurcar de um estado não estruturado para outro que é altamente organizado. Poderia ser que um sistema de células vivas do embrião também emergisse de uma série de bifurcações permitindo-lhe alcançar organização e complexidade? A resposta é muito provavelmente não, porque existem algumas diferenças fundamentais entre células vivas e, por exemplo, células de convecção inanimadas na água. As células na água fervente se organizam espontaneamente sem aderir a um propósito global. Elas não têm necessidade de instruções do tipo contido no código genético. Além disso, a forma e a natureza das células de convecção na água fervente são completamente imprevisíveis e variáveis, ao passo que a forma dos organismos vivos é estável e invariante. Partindo de uma dada configuração de uma molécula de DNA, a forma final do organismo resultante é muito precisamente predeterminada.
Outra idéia já encontrada no mundo das partículas para o fim de ligar o local com o global é a de "campos." Os campos elétricos não são localizados justamente no local onde estão as partículas, mas se estendem muito mais além. Poderia haver um "campo morfogenético" nos organismos vivos , exatamente como existe um campo eletromagnético nas moléculas? Tal campo se estenderia sobre todo o organismo e transmitiria instruções às células individuais para guiar sua evolução. Infelizmente, há um problema com esta noção: Visto que o código genético está supostamente localizado dentro das moléculas de DNA, como podem estas moléculas comunicar ao campo a informação que elas levam, e como elas coordenam seu comportamento local na escala de um campo global? Este não é mesmo o único problema: Como fazem as moléculas de DNA, que são idênticas em todo um organismo vivo, para comunicar diferentes instruções ao campo, dependendo de onde elas podem estar? As instruções devem variar de local para local a fim de permitir a diferenciação celular. Se supomos que as moléculas de DNA digam ao campo que forma adotar, e que o último por sua vez diga às moléculas como se comportar, encontramo-nos presos no laço de um raciocínio circular e não temos resolvido realmente qualquer coisa (continua).

(Extracted from Chaos and Harmony, Trinh Xuan Thuan, University of Virginia, Oxford university press, 2001).

Pensamento do dia: Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem (Marcel Proust, 1871-1922, escritor francês).

leopoldino dos santos ferreira - Perfil do Autor:
Físico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."
Fonte - www.artigonal.com

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Estrutura psicótica

Introdução a uma clinica diferencial das psicoses –
Autor - Contardo Calligaris
No capitulo – A estrutura psicótica
Qualquer tipo de estruturação do sujeito, seja neurótica ou psicótica, é uma estruturação de defesa, no sentido em que Freud fala de psiconeurose de defesa.
Pág. 16 – Otto Fenichell – psiconeuroses caracteriza-se por um bloqueio anterior da descarga – alguns impulsos foram bloqueados, cuja conseqüência é um estado de tensão.
Fim de citação.

Na neurose a descarga não se faz presente, devido a um bloqueio dos impulsos, derivados de um sentido, não do corpo, mas imposto do exterior, que corta a possibilidade de descarga a partir da fonte de energia. Existe a tentativa de castração dos instintos. Na psicose não existe esse bloqueio, esbarrando o indivíduo no objetivo, cujo objeto pode facilitar, ou negar a realização do desejo, cujas conseqüências são de diversa ordem. Onde podemos encontrar o mecanismo de defesa na psicose ? De fato não parece que possa existir. Existe uma continuidade de um movimento dirigido ao objeto / objetivo, sem qualquer tipo de restrição, ou proibição, que ao esbarrar com ele, sofre, ou pode sofrer as conseqüências.
O exemplo da inconseqüência de vários atos praticados pelo paciente visado, ( assalto a um banco – manter uma atividade sexual com a esposa e com a sogra) de forma clara aponta nesse sentido, em que não existe a preocupação devido ao bloqueio, mostrando desse modo, que não existe qualquer mecanismo de defesa.
Devemos perceber como é importante desvendar os princípios através dos quais o corpo, feito matéria, reage perante as adversidades, ou segue seu caminho rumo á realização dos seus desejos, sem que exista um bloqueio.
A questão, que coloco de seguida é a seguinte :
Não existindo a restrição, que não propriamente a tentativa de castração, para que determinadas atitudes sejam entendidas, compreendidas, e assimiladas, podemos falar em estruturação da mente, ou do psiquismo, como quisermos ? A resposta suscita poucas dúvidas, dado que para existir dinâmica psíquica tem que existir material ideativo diverso, para ser promovida a comparação, e posterior dedução, em que o processo da dinâmica mental, é fenômeno posterior à ação / reação instintiva genética / biológica, e é devido á incorporação de material de interseção, que tende a interromper o movimento dirigido ao objeto.
A partir desta forma conceptual, que não corresponde ao princípio pela qual se rege o corpo, feito matéria, todas as considerações, e interpretações, tendem a levar um rumo imaginário, afastando-se cada vez mais da realidade fenomenológica.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Libertação da Matéria 3

Este vestígio de determinismo foi lançado à água com o advento do caos. O caos funciona sempre que uma diminuta mudança nas causas iniciais resulta numa desordenada mudança nos efeitos. O efeito já não é proporcional à causa. Uma borboleta que bate suas asas na ilha do Havaí pode desencadear uma tempestade sobre Nova York. Esta sensibilidade extrema às condições iniciais torna o comportamento de sistemas caóticos fundamentalmente imprevisível, visto que as condições iniciais nunca podem ser conhecidas com precisão ilimitada. Como foi no caso do indeterminismo quântico, esta impossibilidade não é devido a limitações humanas mas é inerente da Natureza. O caos livra a matéria da camisa de força do determinismo. Ele faculta a ela exibir sua inventividade e criatividade em modelar a complexidade. A riqueza e a beleza do mundo resulta de uma sutil mistura de fenômenos, alguns caóticos e alguns não. Mesmo que não possamos prever o tempo de um mês a partir de agora, temos toda razão de esperar que, por um longo tempo a vir, o Sol nascerá toda manhã e a primavera retornará todo ano a redespertar a Natureza e avisar as árvores a florescer. O caos é assim um poderoso aliado do indeterminismo quântico em libertar a matéria de suas algemas deterministas. Um opera no nível macroscópico, enquanto que o outro exerce sua influência no mundo subatômico.
Alguém pode se admirar se o caos pode também reforçar o indeterminismo quântico para ajudar a aumentar a imprevisibilidade do universo no nível subatômico. Há tal coisa como o caos quântico ? Alguns acreditam que os efeitos quânticos tenderiam na realidade a moderar a influência do caos. Em vez de amplifica-lo, eles o atenuariam. A resposta definitiva a esta pergunta permanece desconhecida.
O tempo reintegrado. O caos livra a matéria de sua inércia. Permite à Natureza empenhar-se em seus jogos criativos com abandono, produzir inovação que não estava implicitamente incluída em seus estados prévios. Seu destino é "aberto," seu futuro já não sendo determinado pelo presente ou pelo passado. A melodia já não é composta uma vez e para sempre. Antes, ela se desenvolve ao prosseguir. Em vez de executar música clássica, onde cada nota tem seu lugar e não pode ser mudada ou apagada sem destruir o delicado equilíbrio de toda a composição, é como se a Natureza estivesse tocando uma peça de jazz. Como um músico de jazz improvisa, sem obrigação sobre um tema geral para produzir novos sons ao capricho de sua inspiração e das reações da audiência, assim a Natureza mostra seu lado criativo e divertido quando ela experimenta com as leis naturais para criar novidade. Ela não se retém. Considere pois a deslumbrante riqueza e variedade das espécies animais e vegetais ao redor de nós, mesmo nos lugares mais inimagináveis e inóspitos. Das profundezas da água que nem a luz solar pode atingi-las, aos desertos mais hostis, dos geysers de água escaldante às geleiras mais frias, a Natureza explode com criatividade. Contornando problemas, ela inventa não só uma solução mas milhares. O fisco inglês-americano Freeman Dayson expressou esta criativa efusão num princípio que ele chamou de "máxima diversidade": As leis físicas e as condições iniciais do universo foram tais a produzir um mundo tão interessante e diverso como possível. Em virtude de o futuro já não estar mais contido no presente e no passado, o tempo readquire lugar correto. O Grande Livro Cósmico está ainda para ser escrito, e Deus já não está mais como um arquivista virando as páginas de um texto já completo (continua).

(Extracted from Chaos and Harmony, Trinh Xuan Thuan, University of Virginia, Oxford university press, 2001).
Fonte – www.artigonal.com
leopoldino dos santos ferreira - Perfil do Autor:
Físico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

coisasdamente: Fast food emocional.

coisasdamente: Fast food emocional.: "Passei por um site e li o seguinte : - O desejo, cada vez mais tomado pela grande maioria com voracidade, coloca em causa o acesso constante..."

domingo, 2 de janeiro de 2011

Emoções

Quem é que controla nossas emoções? Já pararam para pensar: Porque amamos?Porque sentimos ódio? Pois bem, há pessoas que pensam que quem realmente controla as nossas emoções é o coração.
Tanto que até falam quando terminam algum relacionamento: “Meu coração está em pedaços!”. Sem essa, seu coração não está em pedaço, mesmo!
Ou, até mesmo dizem, “Meu coração bate mais forte por você.” Sim, ele bate mais forte porque seu cérebro liberou adrenalina ou serotonina e fez você ficar triste ou feliz, e consequentimente ele baterá mais forte...

Definitivamente não é o coração que controla as nossas emoções, tanto que quando ele está ruim, você troca em um (transplante). Imagine se as emoções (sentimentos) ficassem no coração?
E a cada transplante seus sentimentos fossem transferidos para outra pessoa, kkk !
O coração tem a função de levar o sangue rico em oxigênio para todo o corpo.
Quer ver um coração um pouco parecidinho com o nosso? Vá até o supermercado e compre coração de galinha, aquele que você come em churrasco, verá que é bem parecido, geralmente vem até acompanhado da veia cava superior da galinha.
Então, se não é o coração que controla... Quem controla nossas emoções? Temos uma área em nosso cérebro, chamada de TÁLAMO que está intimamente ligado com as emoções, pois pertence ao sistema Límbico, ele é que controla essa parte emocional nossa, então, da próxima vez se refira ao tálamo.
O coração foi uma simbologia usada por alguém pra criar marketing.
RECAPTULANDO AS FRASES CERTAS, SERIAM:
“Meu tálamo está partido em pedaços!”.
“Meu tálamo está batendo forte por você!”. (como se ele batesse, ou melhor, contraísse que nem o coração é só uma suposição não existente).

Já sabemos que o tálamo está relacionado com o comportamento emocional e o seu amigo hipotálamo, que esqueci de citar, e acabei de lembrar, trabalha regulando o comportamento emocional!
Ha, essa é principalmente para os homens...
Quem é que controla nosso “apetite sexual?”.
Tem homem que pensa que tudo começa na cabeça de cima e termina na cabeça de baixo, está correto! Tudo começa no cérebro em uma área que chamamos de hipotálamo que estimulo o ato sexual e termina sei lá aonde, onde o adicto achar que tem que terminar, hora!

É aquele exemplo do forno como diz mamãe, “liga em cima e acende em baixo”.
http://medicinepractises.blogspot.com