Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7
terça-feira, 23 de abril de 2013
A psicanálise pergunta: Você é feliz ?
Momentos de felicidade
A felicidade não existe, dizem uns. O que existe são momentos de felicidade, dizem outros.
Podemos perguntar como designar os outros momentos que não são entendidos como felicidade ?
Nenhum de nós ignora a existência de momentos de perturbação emocional, angustiantes, de uma tristeza profunda devido a perdas irreparáveis, ou simplesmente devido a essa possibilidade, sofrendo o sujeito por antecipação.
Porém, um terceiro momento pode ser observado, em que o sujeito parece encontrar-se entre esses dois polos, entendido como inércia, ou estado de repouso, como se fosse o descanso do guerreiro, em que parece não estar aí para nada.
Partindo desta terceira posição como ponto zero da excitabilidade, ou da inércia, como quisermos, pode o ponteiro deslocar-se para um, ou para outro lado, tornando o sujeito feliz ou infeliz, em que a divisão a podemos entender, muito embora ambivalente, não dualista, mas formando um triângulo como probabilidades.
Em qualquer dos casos, feliz ou infeliz, damos conta de uma determinada quantidade de energia, que serve à excitabilidade, em que o bem estar, e disso temos poucas dúvidas, exige a quase ausência de energia.
De salientar que a excitabilidade que serve aos momentos de felicidade servem á descarga, e os momentos de infelicidade apresentam um processo primário de retenção da energia, com seu consequente aumento desmedido.
Ou seja, a produção energética que se faz sentir parece resumir-se á função, pelo que, parece evidenciar a necessidade de tratar os conflitos psíquicos para que o aumento de energia não seja de modo a provocar excessos no psíquico e biológico.
Aqui, entre em ação o somático e psíquico, em que podemos perceber que o indivíduo pode ser levado à excitação através da relação de seu corpo com outro corpo, ou pode criar a excitabilidade mediante complexos ideativos confusos, ou mal resolvidos, que interferem com o biológico.
Seja como for a aderência ao corpo das relações e conflitos psíquicos não deverá causar estranheza, porquanto será por ele, e devido a ele que tudo é representado, sendo a representação do que lhe possa acontecer na relação com o meio.
Se assim considerarmos, podemos entender, que os momentos de felicidade quando não superam os infelizes, devido à existência de perdas e permanentes conflitos, causam no corpo uma carência, reclamando, por via disso, por afeto, que tende a garantir uma dependência objetal.
Assim, devemos olhar para a problemática da felicidade, não com o olhar da possibilidade vinda, vá lá saber de onde, mas como uma probabilidade proveniente da solvência de conflitos psíquicos, que enquanto durarem os momentos de infelicidade tendem a superar os de felicidade.
A razão da análise, e da psicanálise resume-se a uma pergunta:
- Você é feliz ?
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segunda-feira, 22 de abril de 2013
Borderline
Permitam-me falar um pouco do corpo, não só Border, mas em geral, dado que os princípios são os mesmos, embora o caminho a partir daí seja trilhado de diferentes maneiras. A exigência dos pais castradores, idealistas, que pretendem afirmar-se perante a criança, a qual não tem escapatória provoca a exaltação de suas forças, vulgo instintos, daí a hipersensibilidade. No entanto a liberação total provoca, mais ou menos, os mesmos efeitos. O corpo sente e reage, e o princípio de racionalidade fica prejudicado, porquanto a resposta procede de um sistema nervoso alterado, pelo que somos levados a pensar que existe a separação do corpo e da mente, em que o Border funciona em primeiro lugar com o corpo. Significa, que estará fixado nesse primeiro estágio de seu desenvolvimento em criança, que se revela apenas como reação a uma ação exterior. Porém, toda essa formação infantil foi incorporada no corpo, funcionando como lei, pelo que, mesmo sem uma realidade adversa, o Border é levado a um mundo interior de tristeza, angústia, cujas reações apresentam a finalidade de expulsar algo estranho, que o afeta, mas que de fato se vê impotente. A meu ver, para além da medicação, a análise é fundamental.
A energia quando projetada, seja qual for a direção, implica uma descarga no sistema biológico afetado por ela, que não no sistema psíquico.
Porque afirmo isso ?
Se o sistema nervoso periférico serve à distribuição de energia, uma vez suas vias congestionadas por determinada quantidade de energia produzida pelo corpo, este tende a forçar a sua liberação, como forma de aliviar a tensão interior.
Não importa para o sistema nervoso como pode, ou o vai fazer, apenas exige que deve ser feito, sob pena de entrar em colapso, emergindo daí uma ruptura.
Aqui podemos perceber a frase tantas vezes ouvida – Agir sem pensar -. De fato este processo encontra-se separado de outro mais elevado, o princípio de racionalidade.
Ora é perante o colapso e a consequente ruptura, que o Border tenta cortar-se, por entender que a culpa é sua, ou acabar com a sua vida, dado que não provém dela nenhum prazer.
Assim, a vida tenta acabar com a própria vida, por impossibilidade de viver.
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domingo, 21 de abril de 2013
Misterios da Sexualidade Completo e Dublado
sexta-feira, 19 de abril de 2013
O ¨ isso ¨
Um corpo não fala se expressa, agitado se irrita, como caricatura de um corpo em uma outra dimensão, espelha um sentido, que não contido aflora em sua periferia sendo a irrupção de algo sentido em seu interior.
A fala evoca, e encontra-se para além do sentido, a linguagem articula palavras, como manifestação de um corpo que sente e pode pensar mediante a associação de imagens, ideias e seus significados.
Esse algo que é o ¨ Isso ¨, que por isso, o sujeito não consegue destrinchar, desconstruir, será apenas o signo, o simbólico reproduzido pela verbalização como isso, cuja amplitude nos deixa nas trevas.
Assim, o ¨ Isso ¨ não é o inconsciente.
Fale mais sobre isso ?
E aí as dificuldades aumentam, e as explicações tendem a ser da mais diversa ordem, sem que o sujeito e analista percebam onde está localizada, e qual a representação do representado nessa designação ¨ Isso ¨ .
O ¨ Isso ¨, talvez não seja nada disso que o sujeito e o psicanalista estejam a pensar, pelo que o isso será apenas uma manifestação verbal, pura síntese, produzida por um complexo ideativo e energético.
No fundo o ¨ Isso ¨ não é linguagem mas a fala que evoca, dado que aquela só tem lugar a partir da verbalização das associações, garantida a partir da evocação de uma síntese, que possa provocar uma imaginação, que se encontra na ordem dos argumentos e tentativas de explicar um fenômeno psíquico que o próprio sujeito desconhece.
Nos é dado a perceber que anteriormente á verbalização do ¨ Isso ¨, não se encontra o inconsciente, mas antes uma organização complexa associada a um quantum de energia como investimento, a que não devemos ser indiferentes.
O representante do inconsciente deve encontrar-se ali, mas não é o ¨ Isso ¨, dado que suas representações se apresentam diluídas e associadas a um complexo, que possui imagens, ideias, e sentidos, constituindo uma amálgama de conteúdos, os quais deram origem à síntese.
Continuamos a tentar encontrar uma agulha no palheiro, cujas certezas esbarram com tantas probabilidades, que nem dúvidas podemos ter quanto ao emaranhado de que é constituído o
¨ Isso ¨.
Será necessário falar mais sobre o ¨ Isso ¨, ou apenas ser indiferente a ele, e estar a atento ao que se encontra fora dele, cuja finalidade será encontrar algum conteúdo que se encontra oculto através da evocação do ¨ Isso ¨.
E mesmo assim, tantas vezes descobrimos, que afinal não era bem isso, ficando na mesma.
Jorge Forbes foi feliz ao dar o título a um dos seus livros – Você quer o que deseja.
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quarta-feira, 17 de abril de 2013
Do livro - A traição do corpo que sente
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sábado, 6 de abril de 2013
Corpo e relações
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