Desejos e impulsos parciais
Tive uma crise no meu casamento ao fim de seis anos, em que eu, e meu marido, ficamos separados por algum tempo, reencontrando nesse período o meu antigo amor, que por sinal ainda estava solteiro.
Seria agora a grande oportunidade de refazer a minha vida com aquele, que foi o meu grande amor, de quem meu pai não gostava nem um pouco, e não descansou enquanto não desfez esse namoro.
Agora sem meu pai por perto, seria suposto ter o caminho aberto para finalmente realizar meus desejos, mas não, recusei ficar com ele, regressei a casa, fiz as pazes com meu marido, argumentando desta feita, que o fiz por amor á minha filha, que não deveria ser exposta a estas situações de algum modo perturbadoras.
O amor por sua filha será sempre uma boa justificação para a impotência.
Mas a verdade é que aquele homem ainda mexe comigo.
¨ Dava-me tudo ¨, e eu o abandonei por pressão de meu pai.
De cada vez que existe uma crise, vem á lembrança a imagem do meu antigo namorado, de cenas de um passado, como se fosse uma peça de teatro, que fora interrompida bruscamente, cujo final ainda hoje não sei qual seria, mas que supostamente as sentia como semelhantes, àquelas outras que sentira um dia.
Impulsos parciais que não conseguem satisfazer os desejos de uma viagem interrompida, que foi bloqueada, não se completando, garantindo a ¨ sensação ¨, que os acontecimentos daí resultantes poderiam ser bem melhores, que a atual situação que estou a viver.
Apenas a sensação, que não a realidade.
As experiências, que não foram vividas até ao fim apresentam essas características, impondo a sensação do semelhante ao que sempre foi, como sendo a profecia do futuro anunciado, de que pouco, ou nada sabemos, ignorando que as relações podem sofrer algumas transformações importantes.
Tal sensação é revelada pela ignorância de que a vida não é um movimento estático, mas dinâmico, que a qualquer momento as forças em presença podem sofrer alguma alteração significativa, transformando desse modo o cenário, que julgamos contrariar a cena primeva.
A ausência de imagens posteriores que iriam possibilitar a realização dos desejos, cujo movimento ficou incompleto, produziu a idealização de um desejo a perseguir, em virtude de não sofrer os efeitos de uma desilusão.
Neste caso, existe a frustração produzida por um movimento parcial, que foi interrompido, e não levado até ao fim, criando a sensação de um final feliz, que poderia ser alcançado, e não o foi, porque se intrometeu um poder superior, que não o permitiu.
Por outro lado, impõem-se a frustração devido a uma impotência em levar por diante seus desejos, que ficaram por realizar.
Os impulsos parciais ao permanecerem provocam a sensação de um poder, que logo a sensação de impotência trata de anular, negando que ele possa prosseguir seu caminho até á realização dos seus desejos.
Na tentativa de reparar essa sensação de impotência, na maioria das vezes provoca no indivíduo um poder exagerado em relação a outras coisas a que possa ter acesso, e sente, que de algum modo não apresenta condição alguma de ser contestado.
Neste caso os filhos serão sempre os elos mais fracos dessa cadeia de poder.
Não existe de fato a sublimação, mas a substituição do objeto, que possa suportar e garantir
o seu poder, que fora antes amachucado, aniquilado, esmagado.
O que ficou desse poder esmagado, neste caso através do pai, foi um desejo de possuir poder para levar por diante a realização de seus desejos, que, no entanto, não parece livrar-se dessa negação incorporada, e registrada no aparelho psíquico, que lhe diz a todo o momento, que deve negar a realização dos seus desejos.
Se o instinto de negação tiver um grau de importância maior, que seus próprios desejos a realizar, eles serão poucos prováveis, que um dia possam vir a ser realizados, em que a questão do valor, entendido como potencial energético deve ser considerado.
Porém, o grau de importância tende a ser maior, a partir do momento, que possa implicar conseqüências ruins para o indivíduo, que foram adjetivadas na altura da proibição, as quais o indivíduo passa a temer, o que impede de dar o passo no sentido da sua própria libertação.
Persiste a idealização daquilo que um dia foi doce, que não sofreu alteração, ou seja, a desilusão, continuando no presente a manter suas características intocáveis, pelo que o sujeito continua a afirmar que é de fato doce, por não saber se no final, aquele doce teria alguma coisa de amargo.
A ignorância não provém só, do não saber da existência das coisas, mas também de um movimento interrompido, que foi bloqueado, proibido, que tende a ocultar o saber referente ao outro lado da história, que o indivíduo desconhece, por não o vivenciar.
Significa que o não saber da existência dos objetos, ou dele ter conhecimento, não é suficiente para a definição, quanto ao modo como possa relacionar-se, nem quanto ás alterações produzidas através de um processo evolutivo, em que alguma coisa pode ser alterada face à interligação dos corpos.
Relação é uma coisa distinta da ligação que possa haver entre eles, dado que aquilo que se mostra exterior, perante a intimidade passará a ser interiorizado como semelhante, ou facilitador de seus desejos, que trará conseqüências, quando o indivíduo não consegue lidar bem com as diferenças, e contrariedades.
Quando um objeto é entendido como doce, meigo, tolerante, afável, não significa que em algumas situações, muito embora possam ser pontuais, não possa mostrar o contrário, porém, a interrupção de um movimento não nos deixou enxergar esse lado mais desagradável da história do indivíduo, criando a ilusão, que a sua postura perante o mundo e as coisas, será sempre a mesma.
Nenhum de nós sabe exatamente como vai comportar-se perante algumas situações consideradas difíceis, cujo grau de dificuldade varia de indivíduo para indivíduo.
O que será que me impede de voltar para os braços do meu antigo namorado, pergunta ela ?
Para os braços dele ela voltou de fato, procurando no seu corpo apaziguar suas angústias , superando o desprazer com algum prazer proveniente dessa intimidade, o que ela não consegue superar é esse instinto de negação, que fez negar a sua companhia em permanência a seu lado.
Ele é o fruto proibido, que de vez em quando é recordado, que por vezes é experimentado, tragado, como se fosse uma transgressão envergonhada á própria lei abusiva do pai, mas que ela tenta obedecer.
Se de fato ele mexe tanto comigo, dá-me tesão, fico agitada com a sua presença, como também na sua ausência, porque cresce em mim uma impotência, incapacidade de levar por diante a minha vontade expressa no corpo, e por ele manifestada ?
Será que sou a mulher dos projetos interrompidos, que não podem ser realizados, que nem sequer consigo perceber porquê ?
Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Desejos proibidos
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Ambivalência emocional
Verbalização dualista
Entre a criação e a morte, o bem e o mal, o bonito e o feio, podemos perceber um espaço e um tempo de vida, que é dado ao movimento cujo sentido, tantas vezes, não entendemos, mas que será o tempo que nos resta de vida desde o primeiro momento, que nos é dado a conhecer a vida.
As palavras que demarcam o espaço nos faz parecer que existe tempo.
A diferença entre o ser animado e inanimado será essa percepção, que se encontra para além de um sentido material, que apresenta um movimento reativo perante as condições ambientais, que o ser humano pode observar, criando, desse modo, a sensação que para além do movimento não existe mais nada.
Só que a nossa capacidade perceptiva é limitada, dado que o ser humano está preparado para perceber alguns movimentos rápidos, que no fundo podem ser aqueles que nos podem conduzir á destruição, abstraindo-se de todos os outros, que são processados de forma mais lenta.
Na guerra, um soldado com sua roupagem semelhante á vegetação e imobilizado, tende a confundir-se, aos olhos dos humanos, com o próprio ambiente, que uma vez em movimento já não consegue produzir o mesmo efeito.
Chamamos a isso camuflagem, que nada mais será que um disfarce aplicado ás condições ambientais, para que objeto e meio ambiente possam ser confundidos, ou seja, percebidos como semelhantes através da simples observação, quando de fato são coisas diferentes.
Não será difícil perceber, que somos levados a julgar o meio envolvente através de um mundo de aparências, em que a sedução, por exemplo, nos leva a julgar coisa diferente, daquilo que de fato será na realidade.
Lidamos com a realidade e o disfarce, em que este também faz parte dessa realidade, em virtude de alguém, ou alguma coisa nos fazer crer que tudo é real, em que o virtual será apenas uma imagem diferenciada de um mesmo objeto exterior.
Somos um movimento infinito no finito, não porque ele exista, mas porque o construímos na nossa mente, como objeto circulante, e circulando em volta de um anel, designado por núcleo, que uma vez corrompido nos deixa soltos, para que possamos ser impulsionados para além da sua órbita, ficando nós como perdidos no espaço.
Alguém nos acolhe nessa viagem ontológica para a qual não estamos preparados numa primeira fase, dizendo-nos como devemos caminhar, balizado entre um espaço de vida e morte.
Somos um ser ôntico, não sabendo estar, aceitamos de bom grado a ajuda que nos querem dispensar nessa caminhada até á morte, em que o aprendizado é induzido, e posteriormente projetado, como algo incorporado, que passou a fazer parte de nós mesmos.
Finito será sempre uma designação verbalizada, porque na realidade a finitude não existe, mas apenas e tão só, a interrupção de um movimento, que será reiniciado mais além, em que o inanimado nos garante a sensação do finito.
O universo como organização energética mantém em atividade todos os elementos químicos e partículas, em que a diversidade dos corpos nos garante a sensação da existência, cuja ausência nos faz crer, que nada mais existe.
Somos limitados quanto ás valências, em que existem parâmetros genéticos / biológicos, que embora semelhantes, não são exatamente iguais para todas as pessoas, que nos condiciona a um movimento organizado segundo uma ordem universal.
Significa, que para além dos nossos sentidos, existe uma diversidade de partículas e ondas eletromagnéticas que não sentimos, ou até podemos sentir, mas ás quais não conseguimos emprestar uma valorização, o que me leva a considerar, que tudo aquilo que está contido em nós não é reconhecido.
O aparelho perceptivo não é sensível á maior parte das ondas eletromagnéticas, e só de uma pequena quantidade damos conta.
De fato, somos uma partícula de um imenso universo, cuja associação a tantas outras nos faz ganhar um corpo, que sente e pensa, o que me leva a considerar que o processo de desenvolvimento do ser humano apresenta uma relação estreita com esse poder de associação, a que não será alheio um outro poder, o de adaptação.
Somos o infinito no finito, de onde provém a verbalização dualista, fruto de uma ambivalência emocional, em que no mesmo corpo sentimos a vida, e nos é dado a conhecer a morte, como limites da nossa própria existência.
Morte e vida, bem e mal, bonito e feio, características extremadas inerentes a um mesmo corpo, sem que por vezes, nos seja dado a conhecer o que existe de agradável e belo, entre esses dois extremos.
Negação e sofrimento, privação e dor, e não desejos, constitui a teoria do caos psicológico, devido á não observância de uma ordem segundo o princípio de satisfação, e de realidade, assim como estabilidade e caos de emprego geral, nos faz crer na existência da ordem e da desordem, quando de fato tudo isso parece ser pertença de um mesmo fenômeno de uma grandeza universal.
Nada parece estar fora de ordem, ou se o quisermos, em desordem, em virtude das coisas estarem organizadas segundo uma determinada ordem, muito embora possamos ter alguma dificuldade em a compreender.
Embutida na mente essa ambivalência, esta tende a afetar o ser humano, sem que possamos fazer qualquer tipo de distinção entre os homens, sejam eles analfabetos, intelectuais, ou cientistas.
O nosso cérebro está preparado para a valorização, o que impede tantas vezes de perceber o outro lado da história, menos valorizada, como fazendo parte da mesma história.
A negação é a outra parte da história, que o ser humano tende a excluir, que no fundo será a outra verdade, que não pretende enxergar, por julgar ser mentirosa, ou não verdadeira, que por isso não deseja perceber.
O princípio de racionalidade assente nesse pressuposto, em que afirmação / negação, negativo / positivo, será proveniente de uma forma ambivalente formativa, em que é incorporada na criança, o bem e o mal, o prestável e o imprestável, o útil e inútil, como formas idealizadas, idealista de enxergar as coisa e o mundo, simbolizadas pelo o sentido de vida e morte, ou seja, da possibilidade e impossibilidade.
Por isso, sou a considerar que o caos não existe, será pura invenção humana,
A desordem que não conseguimos enxergar, ela mesmo obedece a uma determinada ordem, que apresentamos alguma dificuldade em compreender, em que a ordem permanece nas coisas e no universo, para além do próprio pensamento humano.
Do dualismo para o tridimensional, não será apenas necessário um salto qualitativamente, nem sequer parece ter sua origem na quantidade de energia investida, a que alguns designam por perseverança, dando lugar por vezes á prepotência e intolerância, como fator obsessivo, mas antes será preciso a fragmentação dessas idéias que se tornaram absolutas, garantindo a flexibilidade psíquica.
Temos a noção, que a pressão a que um corpo está sujeito provoca a diferenciação entre afeto e afetação, com suas diferentes intensidades, devido ás resistências oferecidas, em que a única qualidade admitida pelo o corpo é a do afeto, correspondente ao princípio de satisfação, em que a afetação é simplesmente um derivado, que não uma qualidade inerente ao próprio corpo.
Se é que existe a qualidade de afetar será sempre proveniente de um outro corpo, que tende a afetar um outro, que pertence a uma ordem reativa, em virtude de ter sido afetado por outro corpo qualquer, permitindo desse modo uma cadeia reativa.
Do afeto e afetação nos falta entender a indiferença, como se tratasse de dois satélites separados, com vida própria, com seu núcleo, mostrando a sua autonomia em relação aos demais, eqüidistante de outras potencias energéticas, possuindo uma energia própria, que lhe foi conferida pelo o universo.
O ser indiferente, ou sentir-se como tal, afasta a idéia no ser humano de sentir-se como o centro do mundo, permitindo ser invadido, ou seja, incorporada por uma outra idéia, a de que será apenas uma partícula, que dele foi originado por fragmentação, e que por isso, tem a sua quota de importância, que é relativa.
Será a relatividade que nos envolve, e não a objetividade nesse movimento infinito, que julgamos ser finito, porque deixamos um dia de possuir movimento, e nos transformamos em matéria, que pensamos ser inerte.
Entre a criação e a morte, o bem e o mal, o bonito e o feio, podemos perceber um espaço e um tempo de vida, que é dado ao movimento cujo sentido, tantas vezes, não entendemos, mas que será o tempo que nos resta de vida desde o primeiro momento, que nos é dado a conhecer a vida.
As palavras que demarcam o espaço nos faz parecer que existe tempo.
A diferença entre o ser animado e inanimado será essa percepção, que se encontra para além de um sentido material, que apresenta um movimento reativo perante as condições ambientais, que o ser humano pode observar, criando, desse modo, a sensação que para além do movimento não existe mais nada.
Só que a nossa capacidade perceptiva é limitada, dado que o ser humano está preparado para perceber alguns movimentos rápidos, que no fundo podem ser aqueles que nos podem conduzir á destruição, abstraindo-se de todos os outros, que são processados de forma mais lenta.
Na guerra, um soldado com sua roupagem semelhante á vegetação e imobilizado, tende a confundir-se, aos olhos dos humanos, com o próprio ambiente, que uma vez em movimento já não consegue produzir o mesmo efeito.
Chamamos a isso camuflagem, que nada mais será que um disfarce aplicado ás condições ambientais, para que objeto e meio ambiente possam ser confundidos, ou seja, percebidos como semelhantes através da simples observação, quando de fato são coisas diferentes.
Não será difícil perceber, que somos levados a julgar o meio envolvente através de um mundo de aparências, em que a sedução, por exemplo, nos leva a julgar coisa diferente, daquilo que de fato será na realidade.
Lidamos com a realidade e o disfarce, em que este também faz parte dessa realidade, em virtude de alguém, ou alguma coisa nos fazer crer que tudo é real, em que o virtual será apenas uma imagem diferenciada de um mesmo objeto exterior.
Somos um movimento infinito no finito, não porque ele exista, mas porque o construímos na nossa mente, como objeto circulante, e circulando em volta de um anel, designado por núcleo, que uma vez corrompido nos deixa soltos, para que possamos ser impulsionados para além da sua órbita, ficando nós como perdidos no espaço.
Alguém nos acolhe nessa viagem ontológica para a qual não estamos preparados numa primeira fase, dizendo-nos como devemos caminhar, balizado entre um espaço de vida e morte.
Somos um ser ôntico, não sabendo estar, aceitamos de bom grado a ajuda que nos querem dispensar nessa caminhada até á morte, em que o aprendizado é induzido, e posteriormente projetado, como algo incorporado, que passou a fazer parte de nós mesmos.
Finito será sempre uma designação verbalizada, porque na realidade a finitude não existe, mas apenas e tão só, a interrupção de um movimento, que será reiniciado mais além, em que o inanimado nos garante a sensação do finito.
O universo como organização energética mantém em atividade todos os elementos químicos e partículas, em que a diversidade dos corpos nos garante a sensação da existência, cuja ausência nos faz crer, que nada mais existe.
Somos limitados quanto ás valências, em que existem parâmetros genéticos / biológicos, que embora semelhantes, não são exatamente iguais para todas as pessoas, que nos condiciona a um movimento organizado segundo uma ordem universal.
Significa, que para além dos nossos sentidos, existe uma diversidade de partículas e ondas eletromagnéticas que não sentimos, ou até podemos sentir, mas ás quais não conseguimos emprestar uma valorização, o que me leva a considerar, que tudo aquilo que está contido em nós não é reconhecido.
O aparelho perceptivo não é sensível á maior parte das ondas eletromagnéticas, e só de uma pequena quantidade damos conta.
De fato, somos uma partícula de um imenso universo, cuja associação a tantas outras nos faz ganhar um corpo, que sente e pensa, o que me leva a considerar que o processo de desenvolvimento do ser humano apresenta uma relação estreita com esse poder de associação, a que não será alheio um outro poder, o de adaptação.
Somos o infinito no finito, de onde provém a verbalização dualista, fruto de uma ambivalência emocional, em que no mesmo corpo sentimos a vida, e nos é dado a conhecer a morte, como limites da nossa própria existência.
Morte e vida, bem e mal, bonito e feio, características extremadas inerentes a um mesmo corpo, sem que por vezes, nos seja dado a conhecer o que existe de agradável e belo, entre esses dois extremos.
Negação e sofrimento, privação e dor, e não desejos, constitui a teoria do caos psicológico, devido á não observância de uma ordem segundo o princípio de satisfação, e de realidade, assim como estabilidade e caos de emprego geral, nos faz crer na existência da ordem e da desordem, quando de fato tudo isso parece ser pertença de um mesmo fenômeno de uma grandeza universal.
Nada parece estar fora de ordem, ou se o quisermos, em desordem, em virtude das coisas estarem organizadas segundo uma determinada ordem, muito embora possamos ter alguma dificuldade em a compreender.
Embutida na mente essa ambivalência, esta tende a afetar o ser humano, sem que possamos fazer qualquer tipo de distinção entre os homens, sejam eles analfabetos, intelectuais, ou cientistas.
O nosso cérebro está preparado para a valorização, o que impede tantas vezes de perceber o outro lado da história, menos valorizada, como fazendo parte da mesma história.
A negação é a outra parte da história, que o ser humano tende a excluir, que no fundo será a outra verdade, que não pretende enxergar, por julgar ser mentirosa, ou não verdadeira, que por isso não deseja perceber.
O princípio de racionalidade assente nesse pressuposto, em que afirmação / negação, negativo / positivo, será proveniente de uma forma ambivalente formativa, em que é incorporada na criança, o bem e o mal, o prestável e o imprestável, o útil e inútil, como formas idealizadas, idealista de enxergar as coisa e o mundo, simbolizadas pelo o sentido de vida e morte, ou seja, da possibilidade e impossibilidade.
Por isso, sou a considerar que o caos não existe, será pura invenção humana,
A desordem que não conseguimos enxergar, ela mesmo obedece a uma determinada ordem, que apresentamos alguma dificuldade em compreender, em que a ordem permanece nas coisas e no universo, para além do próprio pensamento humano.
Do dualismo para o tridimensional, não será apenas necessário um salto qualitativamente, nem sequer parece ter sua origem na quantidade de energia investida, a que alguns designam por perseverança, dando lugar por vezes á prepotência e intolerância, como fator obsessivo, mas antes será preciso a fragmentação dessas idéias que se tornaram absolutas, garantindo a flexibilidade psíquica.
Temos a noção, que a pressão a que um corpo está sujeito provoca a diferenciação entre afeto e afetação, com suas diferentes intensidades, devido ás resistências oferecidas, em que a única qualidade admitida pelo o corpo é a do afeto, correspondente ao princípio de satisfação, em que a afetação é simplesmente um derivado, que não uma qualidade inerente ao próprio corpo.
Se é que existe a qualidade de afetar será sempre proveniente de um outro corpo, que tende a afetar um outro, que pertence a uma ordem reativa, em virtude de ter sido afetado por outro corpo qualquer, permitindo desse modo uma cadeia reativa.
Do afeto e afetação nos falta entender a indiferença, como se tratasse de dois satélites separados, com vida própria, com seu núcleo, mostrando a sua autonomia em relação aos demais, eqüidistante de outras potencias energéticas, possuindo uma energia própria, que lhe foi conferida pelo o universo.
O ser indiferente, ou sentir-se como tal, afasta a idéia no ser humano de sentir-se como o centro do mundo, permitindo ser invadido, ou seja, incorporada por uma outra idéia, a de que será apenas uma partícula, que dele foi originado por fragmentação, e que por isso, tem a sua quota de importância, que é relativa.
Será a relatividade que nos envolve, e não a objetividade nesse movimento infinito, que julgamos ser finito, porque deixamos um dia de possuir movimento, e nos transformamos em matéria, que pensamos ser inerte.
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
O Aquecimento global não é causado pelo o homem !!...
coisasdamente: O Aquecimento global não é causado pelo o homem !!...: "SENSACIONAL! As mudanças climáticas do planeta, não são criadas pelos seres humanos. uecimento ou era glacial? Aqui está a verdade dita por..."
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Potência cósmica
Potência cósmica organizada no ser biológico.
A maior parte de nós pensa o que a maioria pensa, em que a diferenciação percebe-se através da afirmação e negação, como desejos e não desejos, contudo será na forma manifestada, mais ou menos intensa, hostil, e até mesmo violenta, que provoca outros corpos á reação.
Ou seja, podemos pensar o mesmo, de forma semelhante, ou até mesmo oposta, mas discordamos sobretudo quanto á forma como cada um possa manifestar essa vontade, percebendo-se uma determinada valorização ideativa, que empresta sua força a essa vontade de exteriorização.
Nos é dado a perceber, que tal vontade não é proveniente do pensamento humano, mas de uma valorização que é imposta através de uma pressão, que podemos designar por repressão, a partir do momento que é empregue a força física, em que os fenômenos físicos ganham maior importância, que as formas pensadas e pensantes.
A pressão verbal, que pode conduzir á repressão, é promovida através da privação do movimento dirigido, o bloqueando tantas vezes, vulgo proibição, exigindo um corte na liberdade do ser vivo, que o torna imobilizado, que do mesmo modo implica com os aspectos físicos e dinâmicos das forças, e do próprio pensamento.
A resultante será a somatização por um lado, a partir de uma impotência sentida, e não extravasada, que fica retida em forma de energia, que tende a afetar os órgãos do corpo, quando não projetada, que poderá ser manifestada de várias formas, e apresentar outras conseqüências, desta feita no tecido social. Outra característica do corpo nos é dado a observar, quando este não consegue suportar a dor e sofrimento, o que o levaria á patologia e á somatização, o conduz á projeção das energias represadas, como forma de libertar-se do transtorno psíquico e dos sintomas físicos. Perante tal cenário, e se o admitirmos como realidade, não nos custa aceitar, que a medicamentação para a maioria funciona como a possibilidade de viver, sem no entanto dissolver os conflitos que afligem o sujeito, deixando de sentir de forma tão intensa a insuportável dor da negação.
Uma das conclusões a que podemos chegar e aceitar, é que enquanto existir a projeção de energias contidas, tende a permanecer uma auto estima elevada, que na sua ausência provoca a baixa auto estima, a impotência, que pode dar lugar, como vimos, a diversas posturas. Desse modo, sou a considerar, que a projeção, independente dos prejuízos que possam causar ao próximo e a si mesmo, será uma forma de sobreviver á avalanche esmagadora do próprio Eu do sujeito, em que a insuportável dor da negação é transformada em atitude reativa.
Por isso, sou levado a pensar, que toda a energia retida devido a uma repressão, quando apresenta condições de romper a barreira da resistência, ela toma o lugar de um falso poder, dado que esse movimento de libertação está diretamente relacionado com um outro, ou com algo que afetou o ser vivo, o que nos coloca na ação / reação, que não no princípio de racionalidade.
Naquilo que é dado ao corpo, e que está organizado segundo princípios biológicos, não parece que possa existir dinâmica psíquica a partir de uma organização mental, mas apenas mediante uma organização genética e biológica, ou seja, estritamente animal. Sou levado a considerar a existência de uma continuidade de um movimento desejado pelo o corpo, que pode tomar vários caminhos, mas que não deve ser bloqueado, sob pena de revelar sua insatisfação mediante atitudes, que podem conduzir á destruição de si mesmo, e dos outros.
A maior parte de nós pensa o que a maioria pensa, em que a diferenciação percebe-se através da afirmação e negação, como desejos e não desejos, contudo será na forma manifestada, mais ou menos intensa, hostil, e até mesmo violenta, que provoca outros corpos á reação.
Ou seja, podemos pensar o mesmo, de forma semelhante, ou até mesmo oposta, mas discordamos sobretudo quanto á forma como cada um possa manifestar essa vontade, percebendo-se uma determinada valorização ideativa, que empresta sua força a essa vontade de exteriorização.
Nos é dado a perceber, que tal vontade não é proveniente do pensamento humano, mas de uma valorização que é imposta através de uma pressão, que podemos designar por repressão, a partir do momento que é empregue a força física, em que os fenômenos físicos ganham maior importância, que as formas pensadas e pensantes.
A pressão verbal, que pode conduzir á repressão, é promovida através da privação do movimento dirigido, o bloqueando tantas vezes, vulgo proibição, exigindo um corte na liberdade do ser vivo, que o torna imobilizado, que do mesmo modo implica com os aspectos físicos e dinâmicos das forças, e do próprio pensamento.
A resultante será a somatização por um lado, a partir de uma impotência sentida, e não extravasada, que fica retida em forma de energia, que tende a afetar os órgãos do corpo, quando não projetada, que poderá ser manifestada de várias formas, e apresentar outras conseqüências, desta feita no tecido social. Outra característica do corpo nos é dado a observar, quando este não consegue suportar a dor e sofrimento, o que o levaria á patologia e á somatização, o conduz á projeção das energias represadas, como forma de libertar-se do transtorno psíquico e dos sintomas físicos. Perante tal cenário, e se o admitirmos como realidade, não nos custa aceitar, que a medicamentação para a maioria funciona como a possibilidade de viver, sem no entanto dissolver os conflitos que afligem o sujeito, deixando de sentir de forma tão intensa a insuportável dor da negação.
Uma das conclusões a que podemos chegar e aceitar, é que enquanto existir a projeção de energias contidas, tende a permanecer uma auto estima elevada, que na sua ausência provoca a baixa auto estima, a impotência, que pode dar lugar, como vimos, a diversas posturas. Desse modo, sou a considerar, que a projeção, independente dos prejuízos que possam causar ao próximo e a si mesmo, será uma forma de sobreviver á avalanche esmagadora do próprio Eu do sujeito, em que a insuportável dor da negação é transformada em atitude reativa.
Por isso, sou levado a pensar, que toda a energia retida devido a uma repressão, quando apresenta condições de romper a barreira da resistência, ela toma o lugar de um falso poder, dado que esse movimento de libertação está diretamente relacionado com um outro, ou com algo que afetou o ser vivo, o que nos coloca na ação / reação, que não no princípio de racionalidade.
Naquilo que é dado ao corpo, e que está organizado segundo princípios biológicos, não parece que possa existir dinâmica psíquica a partir de uma organização mental, mas apenas mediante uma organização genética e biológica, ou seja, estritamente animal. Sou levado a considerar a existência de uma continuidade de um movimento desejado pelo o corpo, que pode tomar vários caminhos, mas que não deve ser bloqueado, sob pena de revelar sua insatisfação mediante atitudes, que podem conduzir á destruição de si mesmo, e dos outros.
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Crianças Índigo e Cristal
coisasdamente: Crianças Índigo e Cristal: "São seres fantásticos que estão chegando à Terra, cada vez mais e mais em todos os países, em todas as raças, em todos os níveis sociais, na..."
sábado, 12 de fevereiro de 2011
"O ensino diferenciado devia ser uma opção de esco...
coisasdamente: "O ensino diferenciado devia ser uma opção de esco...: "Conhecem aquela história,baralhar e dar de novo, para tudo ficar na mesma ? Só revela falta de soluções. Leiam o que diz este professor dos ..."
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Do que é um corpo capaz ?
Nietzsche no vem dizer, que a atividade de forças de uma ordem não é espiritual, mas aceita, que possa eventualmente tratar-se do corpo em todo o desenvolvimento espiritual. O espírito, que determina a força e a atividade de um corpo, nos coloca perante um campo de forças derivadas de uma força bruta da própria natureza animal, e de uma outra proveniente de um espírito adquirido por transmissão de conhecimentos através de gerações anteriores, que cada um tenta aplicar a seu modo. A própria existência humana parece condicionada a um espírito, que uma vez não o possuindo, posiciona o ser humano na primitividade, em que a sua relação com o mundo e os objetos servem apenas os seus interesses de satisfação e preservação. Dirão alguns, que o espírito dará substância á própria existência. Direi apenas, que o espírito será aquilo que permanece para além da própria existência de um ser humano, e que é devido a ele, e a partir dele, que toda a evolução das relações humanas será possível. Ou seja, das relações humanas o que tende a emergir será um espírito, um sentido, em que a transmissão e o aprendizado, tenta fazer da criança ignorante um ser espiritual. Assim, nos é dado a perceber duas forças distintas: A da própria natureza de um corpo. A do espírito, que tende a incorporá-lo como registro psíquico. Contudo, parece existir um procedimento humano, e cada um parece ter o seu, que tende a provocar uma clivagem entre desejos e não desejos, em que a verbalização do conteúdo espiritual, não consegue por vezes, ser correspondido nos atos praticados, emergindo o lado animalesco do ser humano. Podemos falar de espírito, de um ser espiritual, mas não adianta, quando a espiritualidade não é capaz de se impor no plano prático, ou seja, nas relações humanas. Lá diz o ditado popular, que de boas intenções o inferno está cheio. Poucas dúvidas parecem existir quanto a essa forma de estar na vida, em que alguns dão pelo o nome de hipocrisia,quando a meu ver, apenas se trata de uma incapacidade adquirida, por impossibilidade, em estar na vida de outra forma. Do que é capaz um corpo ? Tanto um corpo é capaz de obedecer a uma ordem genética / biológica, com suas necessidades prioritárias, como de obedecer a uma ordem ideativa,ou espiritual.
A questão que podemos colocar de seguida é como essas idéias ganham o poder de força, e não se restringem a serem apenas idéias. Uma idéia sobre qualquer coisa,será apenas,e tão só,uma idéia. Porque ela é valorizada,tende a ganhar força,e mediante que forças ganha sua própria força, é que merece ser analisado. Spinoza diz, que falamos de consciência e do espírito, que tagarelamos de tudo isso,mas não sabemos do que um corpo é capaz,e somos ignorantes em relação ás forças que o habitam, e do que elas possam preparar. A ignorância não provém do espírito, dado que ele é um sentido emergente de enunciados derivados de idéias, que se constituírem em lei psíquica, e que por isso foi adotado. Nem sequer a ignorância é proveniente do deve e haver, dado,que todos sabemos bem, por exemplo, que não devemos matar, e que por isso será punido, e muitos o fazem. Daí, que Spinoza coloque em causa a consciência e o espírito como fatores, que possam fazer frente as essas forças do corpo, que parecem estar ocultas do saber humano. Podemos inferir, que será o não saber em relação à genética e biologia, que nos empurra para um saber intelectual acerca de outras matérias, cuja finalidade será encontrar elementos, que possam servir de argumentação. Construiu-se a idéia que a verbalização e punição, são capazes de superar todos os vícios e práticas, empregando palavras mágicas, que redunda sempre na negação, e na verbalização exaltada de um espírito divino. Se a imaginação e a prática são capazes de conduzir o ser humano á teoria, esta só apresenta condições de levar o indivíduo á prática, quando admitida.
A imaginação e a prática são provenientes de um desejo, a teoria dos outros, tantas vezes funciona para o indivíduo como o não desejado, ou até mesmo como um desejo, que não consegue por si mesmo realizar. Trata-se de uma impossibilidade, de uma negação, de uma incapacidade própria em contrariar as forças emergentes de um corpo. É disso que Spinoza e Nietzsche nos falam:. Dessa impotência humana em lidar com a dor e sofrimento, julgando-se brilhante e onipotente, que teima em enxergar nas trevas a luz da sua própria existência.
Será perante a ignorância, que o ser humano se encontra com a realidade ?
A questão que podemos colocar de seguida é como essas idéias ganham o poder de força, e não se restringem a serem apenas idéias. Uma idéia sobre qualquer coisa,será apenas,e tão só,uma idéia. Porque ela é valorizada,tende a ganhar força,e mediante que forças ganha sua própria força, é que merece ser analisado. Spinoza diz, que falamos de consciência e do espírito, que tagarelamos de tudo isso,mas não sabemos do que um corpo é capaz,e somos ignorantes em relação ás forças que o habitam, e do que elas possam preparar. A ignorância não provém do espírito, dado que ele é um sentido emergente de enunciados derivados de idéias, que se constituírem em lei psíquica, e que por isso foi adotado. Nem sequer a ignorância é proveniente do deve e haver, dado,que todos sabemos bem, por exemplo, que não devemos matar, e que por isso será punido, e muitos o fazem. Daí, que Spinoza coloque em causa a consciência e o espírito como fatores, que possam fazer frente as essas forças do corpo, que parecem estar ocultas do saber humano. Podemos inferir, que será o não saber em relação à genética e biologia, que nos empurra para um saber intelectual acerca de outras matérias, cuja finalidade será encontrar elementos, que possam servir de argumentação. Construiu-se a idéia que a verbalização e punição, são capazes de superar todos os vícios e práticas, empregando palavras mágicas, que redunda sempre na negação, e na verbalização exaltada de um espírito divino. Se a imaginação e a prática são capazes de conduzir o ser humano á teoria, esta só apresenta condições de levar o indivíduo á prática, quando admitida.
A imaginação e a prática são provenientes de um desejo, a teoria dos outros, tantas vezes funciona para o indivíduo como o não desejado, ou até mesmo como um desejo, que não consegue por si mesmo realizar. Trata-se de uma impossibilidade, de uma negação, de uma incapacidade própria em contrariar as forças emergentes de um corpo. É disso que Spinoza e Nietzsche nos falam:. Dessa impotência humana em lidar com a dor e sofrimento, julgando-se brilhante e onipotente, que teima em enxergar nas trevas a luz da sua própria existência.
Será perante a ignorância, que o ser humano se encontra com a realidade ?
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Pensamento e princípio de realidade
A capacidade de reconhecer, de amar e de temer a realidade desenvolve-se, em geral, antes da aprendizagem da fala; mas é esta última faculdade que inicia um passo decisivo á frente no desenvolvimento da capacidade de ajuizar a realidade. As palavras facultam uma comunicação mais precisa com os objetos e também permitem precisar mais a antecipação mediante atos experimentais; esta antecipação dos atos é que vem a transformar-se em pensamentos propriamente dito e que, afinal, consolida a consciência.
– Otto Fenichel – pág. 40 – Teoria psicanalítica das neuroses. Aqui é referida uma primeira capacidade de reconhecer, de amar e de temer a realidade, devida exclusivamente aos sentidos, que faz o corpo tomar sentido de uma realidade exterior, mediante determinada relação. Capacidade essa que qualquer ser vivo possui de acordo com as características de sua espécie, e limitações. Estaremos todos de acordo, que a tomada de sentido ainda não pode ser considerado pensamento, dado que observamos um registro psíquico derivado de um impacto entre dois corpos, que se cruzaram no caminho da vida. Mas será o inicio de uma certa forma de pensar, dado que, mediante uma relação coloca-se como fundamental o ser afetado, o afeto como satisfação das necessidades do ser vivo, e a indiferença em relação aos demais objetos, que não interferem com tal relação. De cada experiência emerge um sentido, pelo que este processo primário será observado durante todo o percurso de vida do ser vivo, de cujas relações diferenciadas tendem a evidenciar-se uma diversidade de sentidos. Somos levados, por isso, a considerar, que o conhecimento é processado de acordo com a diversidade de relações, das quais o ser vivo extrai um sentido, um tipo de informação adquirida, que lhe permite perceber e escolher o tipo de relação, a rejeitar, ou simplesmente manter-se indiferente. Ao adquirir sentido acerca dos objetos exteriores, a primeira ação desenvolvida pelo o corpo na sua relação exterior, será reativa. Ação / reação não carecem de formas pensadas, embora possamos perceber nessa atitude um pensamento rudimentar, que apresenta uma resposta imediata, mecânica, ou funcional, como sendo o inicio de um pensamento mais evoluído. Podemos perceber, que esse modo reativo aparece em função da afetação, proveniente de uma insatisfação sentida no corpo, tanto exterior como interior, que funciona para o indivíduo como o não desejo. A partir de uma primeira relação objetal é processada a diferenciação entre objetos, que possam satisfazer o indivíduo, e aqueles que o possam levar a criar a noção da afetação, entendido como o não desejo. Em que condições será possível criar no indivíduo a noção de afetação ?
Não utilizo a palavra desafeto, dado que ela implica falta de afeto, mas não indica que o ser vivo possa ser afetado, emergindo por isso a indiferença, em que podemos notar a ausência de investimento de energia dirigida a determinado objeto. Freud emprega a palavra acatexia, como retirada de investimento de energia em relação a determinado objeto exterior, o que é coisa diferente. Tal diferenciação baseia-se no fato, de que no desafeto desde inicio não existe qualquer investimento de energia dirigido a um objeto determinado, sendo indiferente ao ser vivo, que no caso da acatexia esse investimento existiu, e foi posteriormente retirado Sendo assim, em que condições, ou mediante que relação pode o ser vivo sentir-se afetado ? O indivíduo só se sente afetado, quando algo, ou alguém provocar nele a dor e o sofrimento, o que coloca, segundo uma outra visão, o sentimento de abandono, que parece manter alguma relação com a indiferença. Indiferença perante as necessidades de uma criança de tenra idade, deve ser considerado falta de afeto, dado que ela não tem condição alguma em satisfazer-se de modo próprio, necessitando por isso de ser ajudada, amparada nesse sentido. Como a criança percebe, e entende estar desamparada ? Decerto, que não será em relação a seus desejos ideativos, porque ainda não os possui, mas apenas em relação ás suas necessidades básicas. Existindo a falta de alimentos, por exemplo, para sustentar a criança, mas tendo o carinho e o consolo da mãe, como a criança entende as coisas ? Ela sente-se desamparada perante a ausência de um alimento, que de acordo com o organismo, o que emerge será a idéia da preservação, geradora de uma impotência sentida em si, por não conseguir procurar os meios para sua própria satisfação. Quando isto acontece, decerto terá conseqüências futuras quanto ao modo de encarar a escassez, podendo funcionar como trauma. Se estamos de acordo em considerar um estado de onipotência primária, que possui algo de mágico, que ao agitar-se, chorar e espernear, faz aparecer o objeto de sua satisfação, perante a sua ausência, tal mágica e onipotência deixará de fazer-se sentir, emergindo uma preocupação quanto á sua própria sobrevivência, e o medo da morte surge no horizonte. O carinho, afeto e proteção de mãe, decerto com alguma aflição e choro á mistura, dor e sofrimento quanto baste, faz sentir á criança, que não será por ela que suas necessidades não são satisfeitas, mas sim por alguma coisa, que não sabe definir. A criança recém nascida comporta-se como um organismo genético / biológico virgem, em que só o impacto através de uma relação irá formar vínculos psíquicos do indivíduo com os objetos exteriores, pelo que só a afetação será capaz de provocar alterações metabólicas. Somos levados a considerar, que quanto maior for o desamparo mais intensamente será sentida a falta de afeto, e que quando ele existe, o desamparo só é percebido em relação aos objetos de sua necessidade, que não são encontrados para que possam satisfazer o indivíduo. A quem será dirigida a culpa parece ser determinante. Entenda-se a culpa, como aquilo que é sentido no corpo, e percebido pelo o indivíduo como a causa da sua dor e sofrimento. Só que no caso da inexistência dos objetos exteriores que o possam satisfazer, a culpa fica esvaziada de sentido, sendo transferida tantas vezes para o além, como além existisse alguém que o pudesse privar do alimento, da saúde, e da sua própria vida. De fato a natureza em determinadas circunstancias pode privar o ser vivo do alimento, da saúde, e até o eliminar do planeta dos vivos. Schilder mostrou que toda idéia singular antes de formular-se terá passado por um estado não verbal anterior – pág.41 Otto Fenichell Certo é que já existia uma consciência sem palavras, possível de observar posteriormente em estados regressivos sob a forma de ¨pensamento fantástico preconsciente¨ Ligar palavras e idéias possibilita o pensamento propriamente dito. Schilder nos vem dizer, que toda a idéia é proveniente de um sentido adquirido na relação com os objetos exteriores e o mundo, como sendo a fase primária, que pode conduzir o ser humano á fala e ao desenvolvimento das idéias, pelo que devemos considerar, que será a partir de um sentido adquirido, que o ser vivo incorpora uma determinada idéia acerca dos objetos. Será uma idéia simples, dado que deriva de uma ação / reação, mas será a partir de uma diversidade de sentidos adquiridos posteriormente, e da possibilidade de associação entre eles, que surge uma outra idéia, como síntese de uma complexidade de imagens e idéias. Podemos perceber nisso o desenvolvimento do pensamento, como derivado de uma certa forma de pensar adquirida através dos sentidos. Somos colocados perante a associação e comparação de sentidos produzidos por imagens de objetos exteriores animados e inanimados, que tendem a formar uma idéia, desta feita mais complexa, dada a existência de uma diversidade de sentidos. A questão da identificação está relacionada com a associação caracteriológica das diversas imagens e sentidos adquiridos, que é processada por semelhança. Desse modo somos levados a considerar, que a fase primária da existência de um ser vivo é processada através dos sentidos, existindo a diferenciação entre afeto e afetação, a que se seguem as imagens dos objetos exteriores, que se identificam com os sentidos, garantindo uma organização mental posterior em face da complexidade de sentidos e imagens, que designamos por pensamento.
– Otto Fenichel – pág. 40 – Teoria psicanalítica das neuroses. Aqui é referida uma primeira capacidade de reconhecer, de amar e de temer a realidade, devida exclusivamente aos sentidos, que faz o corpo tomar sentido de uma realidade exterior, mediante determinada relação. Capacidade essa que qualquer ser vivo possui de acordo com as características de sua espécie, e limitações. Estaremos todos de acordo, que a tomada de sentido ainda não pode ser considerado pensamento, dado que observamos um registro psíquico derivado de um impacto entre dois corpos, que se cruzaram no caminho da vida. Mas será o inicio de uma certa forma de pensar, dado que, mediante uma relação coloca-se como fundamental o ser afetado, o afeto como satisfação das necessidades do ser vivo, e a indiferença em relação aos demais objetos, que não interferem com tal relação. De cada experiência emerge um sentido, pelo que este processo primário será observado durante todo o percurso de vida do ser vivo, de cujas relações diferenciadas tendem a evidenciar-se uma diversidade de sentidos. Somos levados, por isso, a considerar, que o conhecimento é processado de acordo com a diversidade de relações, das quais o ser vivo extrai um sentido, um tipo de informação adquirida, que lhe permite perceber e escolher o tipo de relação, a rejeitar, ou simplesmente manter-se indiferente. Ao adquirir sentido acerca dos objetos exteriores, a primeira ação desenvolvida pelo o corpo na sua relação exterior, será reativa. Ação / reação não carecem de formas pensadas, embora possamos perceber nessa atitude um pensamento rudimentar, que apresenta uma resposta imediata, mecânica, ou funcional, como sendo o inicio de um pensamento mais evoluído. Podemos perceber, que esse modo reativo aparece em função da afetação, proveniente de uma insatisfação sentida no corpo, tanto exterior como interior, que funciona para o indivíduo como o não desejo. A partir de uma primeira relação objetal é processada a diferenciação entre objetos, que possam satisfazer o indivíduo, e aqueles que o possam levar a criar a noção da afetação, entendido como o não desejo. Em que condições será possível criar no indivíduo a noção de afetação ?
Não utilizo a palavra desafeto, dado que ela implica falta de afeto, mas não indica que o ser vivo possa ser afetado, emergindo por isso a indiferença, em que podemos notar a ausência de investimento de energia dirigida a determinado objeto. Freud emprega a palavra acatexia, como retirada de investimento de energia em relação a determinado objeto exterior, o que é coisa diferente. Tal diferenciação baseia-se no fato, de que no desafeto desde inicio não existe qualquer investimento de energia dirigido a um objeto determinado, sendo indiferente ao ser vivo, que no caso da acatexia esse investimento existiu, e foi posteriormente retirado Sendo assim, em que condições, ou mediante que relação pode o ser vivo sentir-se afetado ? O indivíduo só se sente afetado, quando algo, ou alguém provocar nele a dor e o sofrimento, o que coloca, segundo uma outra visão, o sentimento de abandono, que parece manter alguma relação com a indiferença. Indiferença perante as necessidades de uma criança de tenra idade, deve ser considerado falta de afeto, dado que ela não tem condição alguma em satisfazer-se de modo próprio, necessitando por isso de ser ajudada, amparada nesse sentido. Como a criança percebe, e entende estar desamparada ? Decerto, que não será em relação a seus desejos ideativos, porque ainda não os possui, mas apenas em relação ás suas necessidades básicas. Existindo a falta de alimentos, por exemplo, para sustentar a criança, mas tendo o carinho e o consolo da mãe, como a criança entende as coisas ? Ela sente-se desamparada perante a ausência de um alimento, que de acordo com o organismo, o que emerge será a idéia da preservação, geradora de uma impotência sentida em si, por não conseguir procurar os meios para sua própria satisfação. Quando isto acontece, decerto terá conseqüências futuras quanto ao modo de encarar a escassez, podendo funcionar como trauma. Se estamos de acordo em considerar um estado de onipotência primária, que possui algo de mágico, que ao agitar-se, chorar e espernear, faz aparecer o objeto de sua satisfação, perante a sua ausência, tal mágica e onipotência deixará de fazer-se sentir, emergindo uma preocupação quanto á sua própria sobrevivência, e o medo da morte surge no horizonte. O carinho, afeto e proteção de mãe, decerto com alguma aflição e choro á mistura, dor e sofrimento quanto baste, faz sentir á criança, que não será por ela que suas necessidades não são satisfeitas, mas sim por alguma coisa, que não sabe definir. A criança recém nascida comporta-se como um organismo genético / biológico virgem, em que só o impacto através de uma relação irá formar vínculos psíquicos do indivíduo com os objetos exteriores, pelo que só a afetação será capaz de provocar alterações metabólicas. Somos levados a considerar, que quanto maior for o desamparo mais intensamente será sentida a falta de afeto, e que quando ele existe, o desamparo só é percebido em relação aos objetos de sua necessidade, que não são encontrados para que possam satisfazer o indivíduo. A quem será dirigida a culpa parece ser determinante. Entenda-se a culpa, como aquilo que é sentido no corpo, e percebido pelo o indivíduo como a causa da sua dor e sofrimento. Só que no caso da inexistência dos objetos exteriores que o possam satisfazer, a culpa fica esvaziada de sentido, sendo transferida tantas vezes para o além, como além existisse alguém que o pudesse privar do alimento, da saúde, e da sua própria vida. De fato a natureza em determinadas circunstancias pode privar o ser vivo do alimento, da saúde, e até o eliminar do planeta dos vivos. Schilder mostrou que toda idéia singular antes de formular-se terá passado por um estado não verbal anterior – pág.41 Otto Fenichell Certo é que já existia uma consciência sem palavras, possível de observar posteriormente em estados regressivos sob a forma de ¨pensamento fantástico preconsciente¨ Ligar palavras e idéias possibilita o pensamento propriamente dito. Schilder nos vem dizer, que toda a idéia é proveniente de um sentido adquirido na relação com os objetos exteriores e o mundo, como sendo a fase primária, que pode conduzir o ser humano á fala e ao desenvolvimento das idéias, pelo que devemos considerar, que será a partir de um sentido adquirido, que o ser vivo incorpora uma determinada idéia acerca dos objetos. Será uma idéia simples, dado que deriva de uma ação / reação, mas será a partir de uma diversidade de sentidos adquiridos posteriormente, e da possibilidade de associação entre eles, que surge uma outra idéia, como síntese de uma complexidade de imagens e idéias. Podemos perceber nisso o desenvolvimento do pensamento, como derivado de uma certa forma de pensar adquirida através dos sentidos. Somos colocados perante a associação e comparação de sentidos produzidos por imagens de objetos exteriores animados e inanimados, que tendem a formar uma idéia, desta feita mais complexa, dada a existência de uma diversidade de sentidos. A questão da identificação está relacionada com a associação caracteriológica das diversas imagens e sentidos adquiridos, que é processada por semelhança. Desse modo somos levados a considerar, que a fase primária da existência de um ser vivo é processada através dos sentidos, existindo a diferenciação entre afeto e afetação, a que se seguem as imagens dos objetos exteriores, que se identificam com os sentidos, garantindo uma organização mental posterior em face da complexidade de sentidos e imagens, que designamos por pensamento.
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