Potência cósmica organizada no ser biológico.
A maior parte de nós pensa o que a maioria pensa, em que a diferenciação percebe-se através da afirmação e negação, como desejos e não desejos, contudo será na forma manifestada, mais ou menos intensa, hostil, e até mesmo violenta, que provoca outros corpos á reação.
Ou seja, podemos pensar o mesmo, de forma semelhante, ou até mesmo oposta, mas discordamos sobretudo quanto á forma como cada um possa manifestar essa vontade, percebendo-se uma determinada valorização ideativa, que empresta sua força a essa vontade de exteriorização.
Nos é dado a perceber, que tal vontade não é proveniente do pensamento humano, mas de uma valorização que é imposta através de uma pressão, que podemos designar por repressão, a partir do momento que é empregue a força física, em que os fenômenos físicos ganham maior importância, que as formas pensadas e pensantes.
A pressão verbal, que pode conduzir á repressão, é promovida através da privação do movimento dirigido, o bloqueando tantas vezes, vulgo proibição, exigindo um corte na liberdade do ser vivo, que o torna imobilizado, que do mesmo modo implica com os aspectos físicos e dinâmicos das forças, e do próprio pensamento.
A resultante será a somatização por um lado, a partir de uma impotência sentida, e não extravasada, que fica retida em forma de energia, que tende a afetar os órgãos do corpo, quando não projetada, que poderá ser manifestada de várias formas, e apresentar outras conseqüências, desta feita no tecido social. Outra característica do corpo nos é dado a observar, quando este não consegue suportar a dor e sofrimento, o que o levaria á patologia e á somatização, o conduz á projeção das energias represadas, como forma de libertar-se do transtorno psíquico e dos sintomas físicos. Perante tal cenário, e se o admitirmos como realidade, não nos custa aceitar, que a medicamentação para a maioria funciona como a possibilidade de viver, sem no entanto dissolver os conflitos que afligem o sujeito, deixando de sentir de forma tão intensa a insuportável dor da negação.
Uma das conclusões a que podemos chegar e aceitar, é que enquanto existir a projeção de energias contidas, tende a permanecer uma auto estima elevada, que na sua ausência provoca a baixa auto estima, a impotência, que pode dar lugar, como vimos, a diversas posturas. Desse modo, sou a considerar, que a projeção, independente dos prejuízos que possam causar ao próximo e a si mesmo, será uma forma de sobreviver á avalanche esmagadora do próprio Eu do sujeito, em que a insuportável dor da negação é transformada em atitude reativa.
Por isso, sou levado a pensar, que toda a energia retida devido a uma repressão, quando apresenta condições de romper a barreira da resistência, ela toma o lugar de um falso poder, dado que esse movimento de libertação está diretamente relacionado com um outro, ou com algo que afetou o ser vivo, o que nos coloca na ação / reação, que não no princípio de racionalidade.
Naquilo que é dado ao corpo, e que está organizado segundo princípios biológicos, não parece que possa existir dinâmica psíquica a partir de uma organização mental, mas apenas mediante uma organização genética e biológica, ou seja, estritamente animal. Sou levado a considerar a existência de uma continuidade de um movimento desejado pelo o corpo, que pode tomar vários caminhos, mas que não deve ser bloqueado, sob pena de revelar sua insatisfação mediante atitudes, que podem conduzir á destruição de si mesmo, e dos outros.
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