António Damásio coloca a questão, se as emoções podem determinar, ou influenciar a tomada de decisões racionais. Na realidade, vamos encontrar aqui, uma das divergências, quanto á forma de tratar o assunto através da filosofia e da psicanálise.
Somos levados a pensar, que perante a ausência de formação da mente um corpo é capaz de estar na vida, e tomar decisões. Assim, o que devemos entender por racional, foi desvirtuado pela filosofia tradicionalista, que fez história e incorporou o pensamento humano durante séculos.
Até há pouco tempo, os pensadores afirmavam que só o homem era racional.
A neurobiologia nos vem dizer, que existe uma evolução do complexo cerebral, em que o antigo e o moderno não se anulam, mas apenas se articulam, coexistem, como continuidade de uma função primária.
Mais, nos vem dizer que existe uma organização própria do cérebro, que apresenta qualidades inatas, ou pré-organizadas, que não carecem, e até mesmo não admitem a intervenção do homem, porque é da própria natureza do corpo, que por sua vez gera movimentos involuntários no corpo, sobre os quais o indivíduo não tem controle algum.
É esta ideia de corpo sem mente, que parece ainda hoje ser mal compreendida, e por isso, recusada, por julgar um ser humano como acéfalo, quando na realidade apenas corresponde a um estado primário de evolução de cada ser humano.
Um cachorro, que a maioria entende que não é racional, possui vida e sabe muito bem mover-se na realidade que lhe é presente. A verdade é que perante a ausência do rácio \ racional, que é capaz de perceber as diferenças entre o mundo interno e externo, nenhum ser vivo conseguiria sobreviver.
Insistir nesse tipo de verbalização perante aqueles que desejam dedicar-se ao estudo e investigação da relação entre humanos, sem primeiro o entendimento do que pode ser considerado racional, diferente do princípio de racionalidade, os encaminha para um beco sem saída, onde só a consciência é admitida, mesmo ignorando se ela existe, ou de que forma a podemos entender.
Desprezar o estudo de princípios básicos da organização dos seres vivos, leva á exclusão de um princípio de continuidade, tentando colocar na cadeia evolutiva, o que ele não permite, resultando em consequências imprevisíveis.
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