Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

terça-feira, 28 de maio de 2013

Consciência em Si

Como um ser vivo não poderá possuir consciência em si, sem primeiro ter vivenciado uma realidade e por ela ser estimulado, a consciência não existe para ele no plano exterior, mas apenas na sua interioridade, quando incorporada. Assim, a mera observação nos garante o ato de conhecer, o conhecimento da imagem, mas pode não garantir a consciência em si, no indivíduo, do conhecido. Ou seja, pode conhecer a forma mas nada sabe acerca de suas características interiores. São estas características interiores que servem ao estudo e pesquisa em psicanálise, pelo que não será a forma do objeto, mera proposta de identificação objetal, mas sim os elementos que a constituem que podem servir de analise, que não são as mesmas, embora semelhantes para todos os objetos. Podemos designar como consciência em si, os elementos ideativos incorporados em determinado corpo, que se constituíram em organização mental, que podem ser diversos, de onde resultará uma síntese como resposta do raciocínio, conferindo uma possibilidade de ação ao próprio corpo em suas manifestações. A consciência em si, a podemos entender como uma rede de informação, como sentida em si, que serão registradas no cérebro, proveniente de estímulos, que os percebe após seu impacto de diversas formas, que é sempre parcial , relativamente aos objetos e ao mundo que rodeia o ser vivo. Tal significa, que sem vivencia e sem estímulos não será despertada no ser vivo qualquer tipo de emoção, sendo indiferente aos acontecimentos observados por si no cotidiano. Desse modo, devemos colocar a problemática da percepção, como visão única, que pode ser restrita ou alargada referente ao mesmo assunto, objeto, ou do próprio mundo, pelo que a totalidade percebida acerca da mesma coisa será difícil de alcançar. Portanto, a mesma coisa deve ser vista por vários ângulos para se ter uma ideia aproximada de suas características, e quanto mais as conhecermos mais amplo será o material associado a ela, que entrará na dinâmica psíquica. Por isso, em vez de respostas prontas devemos fazer perguntas para exercitar o cérebro na procura de algumas características acerca das coisas por nós desconhecidas, sendo a falta de respostas motivo de interrogação, funcionando para o indivíduo como um não saber, que pode criar o desejo por mais saber. Essa consciência adquirida em si é proveniente dos estímulos aos sentidos do corpo, que uma vez estimulados emitem sinais elétricos ao cérebro, entendido como informação que é registrada algures em regiões determinadas por sua própria organização, servindo como regras no seu relacionamento posterior com o exterior. Daí, que possamos observar que a postura dos filhos será muito semelhante à sua relação com seus pais, embora possa identificar-se mais com um, do que com o outro. Assim, somos levados a considerar que as conexões entre instâncias psíquicas se farão sempre com os elementos ideativos que possam ser associados, e, que, existirá uma grande dificuldade em associar quando um, ou vários elementos ideativos, ou imagens vindas do exterior não possam ter alguma relação com o material incorporado e organizado. Neste caso, dizemos que se trata de uma dissociação, que não será mais que uma dificuldade interior em associar, pelo que as conexões neurais, neste particular, não serão ativadas, porque de fato não existe nada para ser ativado, em que algo vindo de fora tende a ser rejeitado. Porém, o corpo apresenta a particularidade de criar neurônios e suas respectivas conexões para que possa ser possível o aprendizado, como algo desejado pelo indivíduo, e que gostaria de incorporar em si, mas que terá alguma dificuldade para o fazer. Assim sendo, relativamente a esse fenómeno o corpo não possui a consciência em si do que lhe é presente, a realidade.

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