Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Diagnóstico e análise

A análise só é possível mediante o material que o paciente oferece a cada sessão, que se encontra num emaranhado, que a seu tempo será necessário destrinchar. Assim, o diagnostico fica prejudicado dado que a cada sessão existe sempre material novo, e outro que nos parece semelhante, mas que na realidade apresentam suas diferenças. Se o psicanalista não trabalha, porque impossível, com diagnósticos, como poderemos entender o trabalho de análise ? Através da associação do material que é transportado para análise. Mas associar o quê, e com quê ? Esta é uma dificuldade que só pode ser explicada através do estudo da teoria freudiana e seus princípios, que não podemos encontrar num diagnóstico qualquer, porque generalista, deixa de atender às necessidades particulares de construção psíquica. Em psicanálise o que se trabalha são formas energéticas e a dinâmica dos conteúdos psíquicos incorporados, que apresentam múltiplas combinações, nem sempre fáceis de identificar. Assim, o diagnóstico é na realidade um processo em construção, por isso mesmo, inacabado, que eventualmente pode ter seu fim coincidindo com o terminar da análise. Assim sendo, e se a análise for bem sucedida, o diagnóstico deixou de ter validada, dado que o sujeito tende a fixar-se numa zona de equilíbrio emocional, o que significa, que o insucesso da análise, e julgo, que só nestas condições, pode ser determinado o diagnóstico, porque evidente. Serve de prova a evidência de que todos os seres humanos sem exceção é portador das formas que podem dar origem a transtornos, mas só num estado alterado os transtornos podem ter lugar. O diagnóstico serve a outras disciplinas, mas, a meu ver, serve muito pouco em psicanálise, embora o psicanalista o posso ter apenas como mera referência, indicador, uma possibilidade, não confere certeza alguma. Por outras palavras, trabalhar em cima de um diagnóstico é bem diferente do que trabalhar forças energéticas, economia, e a dinâmica dos conteúdos psíquicos incorporados no paciente, dado que este complexo é construído de forma muito particular.

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