Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A vontade de nada

Afirmam certos filósofos, e alguns outros entendidos acerca da vida e morte, que a vontade emergente de uma potência, seria como a vontade de nada, análoga a uma tendência de destruição e de aniquilação. Tal vontade de potência não pode ser nada, dado que provém de algo, ou alguma coisa, que a tornou em potência, em que a ausência do sentido dirigido ao mundo exterior apenas garante a sensação de um vazio, da possível existência do nada. Será pressuposto, que o nada é o pronunciamento de uma sensação de vazio, de um ausência, o que não significa, que o nada exista, muito embora não possa ser percebida como coisa concreta, palpável. A verbalização garante uma idéia, mas é incapaz de definir em toda a sua dimensão as questões fenomenológicas, pelo que, deve ser entendida como uma forma de comunicação, que serve á realidade vivenciada, mas não a uma realidade oculta, que o indivíduo não consegue enxergar, muito embora sentida. A primeira grande definição, e diferenciação, muito embora para o sujeito possa parecer indefinida e indiferenciada, é derivada dessa vivencia diária, que garante a sensação do real, do viver, que confere a definição e diferenciação em relação a todas as coisas, e os sentidos de um corpo, como a forma mais arcaica de captação de sentidos de um mundo exterior, que foi passado, e já não existe mais. Aqui, damos conta da formação do inconsciente a partir de uma forma consciente, que adquiriu a seu tempo um sentido incorporado, como representação de um mundo exterior, que posteriormente é representado pelo corpo, que nele próprio se manifestou. A distância entre os fatos ocorridos, sentidos e / ou observados, perduram através dos tempos, mediante os registros na memória , cujos sentidos são a representação do inconsciente, que ao serem despertados obterão uma resposta imediata, como forma de reagir a imagens semelhantes, que serão presentes ao indivíduo no futuro, que a todo o momento se pode fazer presente. O que me leva a afirmar, que o futuro não será coisa diferente daquilo que se faz presente, em que o passado se faz representar no presente e no futuro. As diferenças encontradas são resultantes da impossibilidade de repetir de maneira exata os mesmos movimentos, em que as divergências surgem por justaposição das semelhanças, que estão sujeitas á alteração das formas existentes. Se a essas alterações percebidas e vivenciadas damos o nome de vida, elas estão sujeitas ao mundo da animação, que exige o movimento e a transformação das formas existentes, em que Eros é representado pelo movimento, e pela transformação. Os objetos inanimados, designados inorgânicos, são representados pelo imobilismo, a que damos pelo nome de morte, que não Tânatos. Tânatos não é a morte, embora o inanimado seja análogo a um corpo, aparentemente sem vida, ele a possui, embora com uma outra dinâmica, que não será a nossa, o que a torna incompreensível para o indivíduo, por isso mesmo não desejada. Tânatos será essa representação viva de formas inanimadas, que obedece a uma determinada organização elementar imaterial, que entre seus elementos apresentam do mesmo modo um movimento, embora não seja perceptível ao ser humano. A meu ver, o primeiro erro de análise surge dessa incompreensão da própria natureza das coisas, em que a para o indivíduo só tem vida tudo o que mexe, e pode ser enxergado em seus movimentos. O que não pode ser enxergado segundo o princípio do movimento, para o indivíduo é representado pela morte. Assim, a vontade de nada não existe. De certo modo, minha afirmação, corresponde á idéia da inexistência do livre arbítrio de Freud.

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