Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Narcisismo primário

Referência objetal Por vezes não percebemos muito bem as forças que constituem um corpo, confundindo sentimentos, em que, por exemplo, a generosidade não parece que seja um sentimento puro, mas um derivado de uma complexidade de sentidos, que determinam uma certa postura do indivíduo. A atitude pura de agregação e aglutinadora, que é dada ao princípio de satisfação, que por via disso apresenta uma componente destrutiva, contraria tal sentimento generoso, mais parecendo, que este deriva de uma complexidade de sentidos, que tem em vista o mesmo princípio, contudo percorrendo caminhos diferentes. A determinação de uma força natural, entendida como narcisismo primário, contrariada através da agressão verbal e física, roçando por vezes o espancamento, em que aquilo que está presente é sempre a proibição, provoca a exaltação de uma força interior, entendida como resistência a uma força exterior, tende a superá-la. A questão do equilíbrio de forças, ou do emocional, deve ser entendida, não só tendo em conta o equilíbrio, como forma de parar uma agressão, mas como ressentimento, que pode levar o indivíduo a exercer pressão sobre o outro, para que o possa superar, e aprisionar à sua força. Só nos é dado a considerar o equilíbrio emocional em psicanálise, quando não existe a necessidade de um reforço potencial das forças interiores, como meio de resistir e superar uma agressão, e ao mesmo tempo, desse fenômeno não possa emergir ressentimentos em relação ao outro. Parece existir aqui o medo, que por não conseguir superar as forças adversas, elas possam provocar algum de ruim, o que leva o indivíduo a exercer uma pressão exagerada sobre o outro. A luta neurótica por objetos, os tentando possuir, destruindo-lhes a forma, ou a sua forma de estar na vida, seus próprios desejos, determina o fenômeno da violência, que não pode, nem deve ser confundida com alguma agressividade, que sempre é necessária para a realização das próprias necessidades e desejos do indivíduo. Partimos de uma forma natural, de alguma agressividade, que é dada ao sentido de vida, para a exaltação dessas forças, que podem conduzir o indivíduo pelo caminho da agressão, violência, e de um sentido de morte emergente. O medo será sempre o da punição e da perda dos objetos amados, de desejo, e prazer. Talvez possamos entender deste modo, a forma de relação objetal como princípio primário narcisista, que só leva em consideração o impacto com os objetos exteriores, dada a sua relevante importância. Quem nunca conseguiu impor sua vontade interior através da força, por ter sido repetidamente reprimido, pode ser levado a exercer o mesmo tipo de pressão através da generosidade, seduzindo o outro a percorrer um determinado caminho, o subjugando ao poder de uma vontade interior. Porém essa atitude generosa pode falhar, se da parte do outro, que recebe a dádiva, não existir o propósito de transformação, mesmo que apresente alguma dificuldade em a conseguir, caindo na situação de aproveitador de uma condição, que para ele começa a tornar-se cômoda. Aqui, nos é dado a perceber a frustração do dador, a reclamação, e o julgamento, o que nos faz saber, que será a partir desses fatores emergentes, que podemos reconhecer a existência de um poder interior narcisista.

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