Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7
domingo, 30 de outubro de 2011
O mundo secreto dos loucos
Ás portas da loucura
Aprendi com a loucura, que é apenas uma forma sadia de vivenciar o mundo e as coisas, muito embora por outro ângulo, em que a mente não é insana, e move-se exatamente pelos mesmos parâmetros, daquilo, que muitos de nós, considera normal.
Adentrei ao interior de um paraíso louco, representado por medos de uma mulher jovem, que sabe-se lá de onde virão, que ao aproximar-me notei aos poucos o seu corpo a tomar formas rígidas, tortas, cerrando os punhos, como se fosse um gesto de defesa contra um intruso, que estaria ali para a violar.
A recusa em falar e olhar de frente meu rosto, o que por vezes fazia de soslaio, pelo canto do olho, provocou em mim a sensação de tratar-se de uma menina assustada, muito embora se notasse em alguns momentos breves, um esboço de sorriso, que logo desaparecia de sua face, como por encanto.
Aos poucos tomei conta de sua loucura, sem tornar-me louco, me fiz perceber semelhante, porque os diferentes não têm permissão de entrar nesse mundo, em que a loucura do meu silêncio a fez despertar.
A verbalização para ela seria sinal de sedução, como forma de a conduzir por um caminho não desejado ?
A sua fala é processada através de um corpo que se manifesta a todo o momento, sem que para ela seja necessária a verbalização.
Falar com gente muda incomoda, porque os cujos ¨ normais ¨ exteriorizam suas emoções através das palavras, o que os leva a falarem demais, a serem agressivos, a dizer o que não querem, a verbalizar desejos irrealizáveis, traídos por um corpo excitado, que por vezes faz o contrário, não obedecendo a seu dono.
Incomodada com o silêncio, que também me incomodava, afinal, ambos sentimos aquele quadro inusitado, como algo roçando o mistério, em que parecia ser antes uma pausa para algo, que viria a acontecer de seguida.
Finalmente começou a falar, mas fiquei na mesma, dado que a verbalização só veio para colocar o carimbo do que era suposto através da expressão de um corpo em silêncio, deformado, com os punhos cerrados em guarda, começando por afirmar, que os homens não prestam.
Transformou a mudez num falatório incessante, em que o desejo de estar naquele lugar, não dependia da forma de expressão, mas de sentidos inconscientes, e da sua alma atormentada, que a fizera desconfiada e temerosa.
Criei a ruptura na sua vontade de falar, despedindo-me de repente, numa estratégia, não de negação, mas de não permissão de entrar na minha intimidade quando deseja, despertando nela o desejo de mais falar no próximo encontro.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Filme - Obsessão materna
Até que ponto uma mãe pode opinar na vida de um filho?
Já tem um tempinho que venho pensando nesse tema e depois dessa semana quando assisti ao filme "Obsessão Maternal" (Her Only Child) isso ficou mais evidente em meus pensamentos. Até que ponto uma mãe pode se intrometer na vida de um filho? Será que sempre que ela dá um conselho é para seu bem ou tentar esconder uma vontade própria por trás? Quando um filho deve dizer 'não' as comandos dos pais?
Essas perguntas começaram a saltar em meu pensamento. Esses acontecimentos ocorrem principalmente quando somos crianças e os pais, principalmente as mães, começam super proteger seus filhos. A tendência é que conforme eles vão crescendo esses laços de diferenças vão aumentando dando um pouco de liberdade para que a ninhada possa alçar voos sozinhos. Mas nem todas as mãe conseguem desfazer esse laço maternal.
Seja quando ela critica um namoro seu, ou reclama que você não arrumou alguma coisa dentro de casa, ou quando simplesmente todos os seus amigos parecem ser imperfeitos aos olhos dela. Não importa o motivo. Para essas mães super protetoras cuidar do filhos se torna uma tarefa completamente obsessiva e ela se nega que ele tenha crescido e que não necessita mais de seus cuidados e atenções. E a maioria delas fará qualquer coisa para que eles nunca saiam debaixo de suas asas, mesmo que para isso, elas tenham que fazê-los se sentirem inferiores e completamente dependente delas
Na infância as crianças não conseguem se desvencilhar desses acontecimentos, é justamente na adolescência, quando somos tachados de 'rebeldes', que impomos nossas vontades e começamos a demonstrar para nossas mães que podemos, e queremos, cuidar da nossa própria vida. Mas existem aquelas mães que não conseguem aceitar isso e continuam dando palpite na vida dos filhos mesmo depois de adultos.
Seja de forma excessivamente construtiva ou totalmente destrutiva, essas mães não sabem quando parar e cada vez que o filho tenta se soltar a tendência dela é apelar para o lado emocional realizando na maioria das vezes chantagens emocionais e simulações de ataques de pânicos. Dependendo do grau do problema de cada uma delas, algumas preferem ver os filhos mortos do que a deixando para viver a própria vida. São raros esses casos, mas acontecem.
Os psicólogos afirmam que na fase adulta os filhos também tem uma parcela da culpa na obsessão de suas mães. A maior parte deles alimentar esse medo incontrolável ou se deixa levar pelas críticas constantes de suas genitoras. E haja terapia para entender que você tem que dar o grito de liberdade. Eu que o diga.
Minha mãe não chega a beirar a loucura mostrada no filme, porém, sim, eu sou uma mulher adulta que vive à sombra dos desejos, frustrações e críticas constantes da própria mãe. E acredite, é tão ruim para gente quanto é para elas essas convivência um tanto que irracional. Tudo é motivo de briga. Você nunca é perfeito, seus amigos são sempre errados, suas escolhas são sempre as piores do mundo e seus amores são sempre uns fracassados.
Conversando com um grupo de pessoas que passam ou passou pelo mesmo que eu percebi que muitas das escolhas erradas que fiz foram impulsionadas pelo comportamento obsessivo da minha mãe comigo. O medo de tentar o novo, escolher sempre os caras errados, achar que não mereço ser feliz, dar mais valor a coisas que não tem importância de verdade, entre outras coisas mais, foram escolhas feitas por mim, mas impulsionadas pelas frustrações que vivenciei ao longo da minha vida adulta em relação às críticas recebidas da minha mãe.
É complicado sair desse ciclo vicioso. Se por um lado você faz todas as vontades para não desagradá-la, por outro, você se frustra por deixar de fazer as coisas que desejava em nome dessa eterna ligação maternal com medo do que 'poderia ou não acontecer'. É difícil deixar de viver uma relação obsessiva-compulsiva de emoções, principalmente com nossos pais. Afinal, para qualquer um a aprovação deles é fundamental para que nos sintamos bem. Fazemos as coisas esperando que pelo menos eles sintam orgulho do que foi feito e quando isso não é o bastante ficamos frustrados e acabamos por sabotar nossos próprios sonhos.
Tem gente que passa a vida inteira nesse ciclo. Outros conseguem se livrar de forma radical logo no início da vida adulta. Já outros, como eu, precisam de ajudas de terceiros, como a terapia, para poder se autoconhecer e entender o que está errado e poder seguir em frente. Confesso que é um caminho longo, afinal não é da noite para o dia que você conseguirá mudar um comportamento que vem sendo igual há mais de 30 anos, mas tudo que é feito com calma e bem analisado previamente, tende a sair bem.
Estou aos poucos tomando as rédeas da minha vida. Já não aceito tão bem as críticas que me são deferidas e confronto quando acho que minha opinião é diferente. E agora quando ela simula que está passando mal ou que 'ela não sabe o que fez para merecer aquilo', não dou mais a atenção que dava antes. Acredite, está funcionando.
Mas paro e olho para trás e pergunto em que momento eu deixei que o centro da minha vida se tornasse a vida dela e não consigo achar a resposta. Hoje quando vejo uma mãe super protetora com os filhos entro em pânico só de olhar e falo mansamente para ela relaxar um pouco. Afinal, temos os filhos para o mundo e não para nós. Um dia todos iremos partir e eles, os filhos irão ficar para continuar o mesmo ciclo da evolução humana que vem rolando na Terra há milhares e milhares de anos.
E deixo a pergunta no ar... Até que ponto você permite que sua mãe se intrometa em sua vida particular? Já parou para pensar nisso? Olhe bem para sua vida e veja quando foi a última vez que ela elogiou algo que você fez, ou quando falou mal de sua esposa/marido, namorada/namorado ou amigos? Comece a observar esses detalhes e saiba que você também tem culpa em ser infeliz por conta da obsessão dela.
Fonte - http://www.profissaojornalista.com
domingo, 23 de outubro de 2011
Filosofia psicanalítica da mente
Grupos intelectuais
• Uma forma de um poder prepotente e intolerante está em ignorar os diferentes, muito embora afirmando, que todos têm direito à diferença.
No mundo atual seria suposto, que o individual pudesse traçar um caminho diferenciado, com suas opiniões próprias e seu saber, em que o coletivo poderia colher os frutos dessas diferenças.
Seria suposto, dizia eu, mas a realidade dos fatos falam por si, em que os grupos semi fechados, não só dos intelectuais, discutem os assuntos entre si, andando á volta dos meus pressupostos, não dando espaço para as diferenças.
Cada vez mais falamos da necessidade de uma liberdade de expressão do pensamento, como se o pensamento não fosse o único que continua liberto das amarras de um poder autoritário, em virtude de se expressar em primeiro lugar para o sujeito.
Nos expressamos em silêncio para que ninguém nos possa ouvir.
Essa era a alternativa em ditadura.
Essa é a alternativa hoje para todos aqueles que não suportam o julgamento, ou as opiniões divergentes.
Alguns pensam em voz alta em democracia, mas poucos parecem ouvir, ou desejam que os outros ouçam, em que os diferentes são excluídos através do silêncio.
A sociedade continua com medo do individual, muito embora sinta que deve dar voz aos diferentes, mas entre o sentir e colocar em prática vai uma grande distância, porque se intromete a vaidade, e o poder, cujas conseqüências sabemos muito bem quais são.
A horda primitiva animalesca não foi perdida, em que a formação dos grupos é um sinal de proteção contra as investidas dos mais atrevidos, só que não se trata de sobrevivência a ataques ferozes de outros seres humanos, mas de conhecimento.
Mas será mesmo, que em última análise tal proteção num grupo não seja sentida, embora de forma inconsciente, como uma necessidade em sobreviver ?
Recordo as palavras de um escritor ocasional, que já nem recordo o nome, que afirmava assim:- Os grandes meios de comunicação social, televisão e rádio, fazem falar os burros, e calar os inteligentes.
Nunca consegui ler uma frase num outro lugar tão adaptada aos dias de hoje.
Lança-se uma imagem, publicidade quanto baste, e lá estamos a comer do mesmo, embora disfarçado com outras roupagens, daí a febre do controle humano pelos meios de comunicação social de maior audiência.
É de fato uma luta de galos.
Transforma-se a aberração em idealismo, que contem em si mesmo o poder destruidor de um ideal a perseguir,com a adoração de figuras mediáticas, estéticas, que muitos deles nada acrescentam ao que já sabemos, num contínuo refazer do que se encontra há muito tempo feito, embora empreguem outras designações.
O importante é manter o estabelecido.
Os grupos sempre foram o suporte daquilo que alguns pretendem inteiro.
Freud não se enganou, nem criou ilusões, os homens para mudarem um milímetro precisam de um século.
domingo, 16 de outubro de 2011
Eros e Tânatos
Como princípio primário o afeto é sempre libidinoso, erótico, de acordo com o princípio de satisfação do corpo.
Será o meio físico ainda inexperiente, verde bastante, tosco, que precisa de ser trabalhado através das sucessivas experiências, que lhe permite aos poucos associar algo de uma realidade externa.
Eros desempenha o papel da libido, sem que reconheça a capacidade de distinguir para além da própria satisfação do corpo.
Eros é cego, dado que não necessita da luz para caminhar, e só o contato físico com Tânatos lhe basta para perceber que algo está a barrar seu caminho.
Tânatos no fundo, parece ser o Eros de outro ser vivo qualquer, que ao tentar afirmar-se afeta o do outro, o percebendo então como Tânatos.
O poder reativo é dessa ordem libidinosa.
Eros o afeto.
Tânatos a afetação.
Por vezes Eros perseguido por Tânatos com a intenção de o acalmar lhe oferece a volúpia, emprestando-lhe a carne, que não a alma.
Agora mais calmo posso manipular-te, julga Tânatos.
Tânatos pode arrepender-se, jurar que é Eros, mas ofendido, apresenta a particularidade de reagir do mesmo modo, quando as circunstâncias forem propícias.
Tânatos agora provoca, na ânsia de procurar Eros, e suas carnes, que o fazem tranquilizar, como que se aproveita de uma energia erótica de um outro, porque dela não é possuído.
Ele é aquele que precisa por ter necessidade afetivas por preencher, que confunde com volúpia conseguida nas carnes de sua amada.
Eis a compulsão na procura incessante de uma relação sexual, como o calmante desejado, que o faz regressar aquilo que não é, mas que tem desejo em ser.
Como de Eros pode nascer Tânatos ?
Decerto, por atitudes cometidas que afetaram o outro profundamente.
Então Eros, não tem a noção de ser Eros ?
- Se só reage não tem pensamento, pelo que não pode distinguir seja o que for, apenas se manifesta.
Só o pensamento pode distinguir o que é próprio de Eros e Tânatos, mas eles são travestis, dado que a sua originalidade foi interrompida.
Eros não é um sinal de pureza, mas somente de afeto, cuja união ativa confere o erotismo, como efeito conciliador de todas as frustrações.
Tânatos é a própria frustração.
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Núcleo familiar
È neste lugar que tudo se encontra, e tudo podemos encontrar, como a síntese de relações exteriores, costumes e fatores culturais, que são transmitidos através de gerações.
Aqui encontramos o princípio de satisfação e os desejos, que são sentidos no interior, projetados nos seus membros, e no exterior.
Todos esperam encontrar uma correspondência exterior para que o bem estar, o ser feliz não seja afetado, mas tal intenção não é de todo conseguida, e de vez em quando a frustração nos vem dizer, que isso não é possível a tempo inteiro, colocando dessa feita em causa o modelo de organização adotado.
Eis aqui, o princípio primário da organização social, e por conseguinte, da organização mental, que não considera as adversidades, as contrariedades, em que o fenómeno de afirmação / negação tem sua origem primeva na biologia, de acordo com o princípio de satisfação.
Ao não considerar as frustrações, o ser vivo persegue tudo aquilo, que possa contribuir para a preservação de sua vida, tentando fugir da morte, em que a procura do sentido de vida encontra-se na satisfação, como forma natural / biológica, em que tudo o resto lhe é indiferente, muito embora as coisas existam, e ocupem um determinado espaço dentro de um mesmo campo de atividade.
Significa, que o fato de existir não será excludente, nem considerado como coisa proibida, prejudicial, negativa, em que a existência não é sinónimo de uma relação inter ativa.
Podemos levantar a questão:
- Porque pretende o ser humano alargar seu campo de ação para além de seu próprio campo de atividade, que lhe é conferido pela pópria natureza ?
Por acaso não percebe, que ao desejar isso está a colidir com um campo de atividade alheio, que na presença de uma tentativa de invasão, tende a ganhar resistência, e a combater o intruso ?
Não podemos encontrar aqui motivos suficientes, na tentativa de entender o princípio primário da evolução das neuroses, que parecem manter uma estreita relação com uma atitude expansionista, repressiva, prepotente e intolerante ?
O medo de cair na psicose não deve levar a sociedade a considerar como melhor as neuroses produzidas, cujas consequências trágicas são bem evidentes, como se fosse um mal menor, o que revela uma percepção ambivalente, e produz impotentes, que não conseguem enxergar qualquer outra solução no campo da formação familiar e educação cívica.
Temos o dever de encontrar um terceiro pensamento.
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domingo, 9 de outubro de 2011
Energia sexual
A energia sexual constitui-se em força dinâmica, quando o indivíduo pretende levar por diante seus desejos, como realização de um ato, que o possa conduzir á satisfação, mas nada nos diz como, e através de que mecanismos, ou objetos, possa vir a conseguir realizar tal objetivo.
Existe uma idéia posterior a construir, ou já construída, que pode determinar a direção dessa energia que espera descarga, e resulta na satisfação e prazer.
A uma necessidade animal, segue-se um desejo objetal, como a escolha daquele que serve os interesses de sua realização, que é determinado por uma idéia.
Mas como só existe idéia, quando o indivíduo está sujeito ao estímulo, e adquire um sentido, temos aqui o eterno retorno ao ser primitivo, entendido como forma primária de toda a evolução.
Se o estímulo determina um sentido, somos levados a perguntar qual o sentido, que um indivíduo possa adquirir quando estimulado em zonas erógenas, que provocam uma excitação sexual ?
Como diferenciar uma postura sexualizada, daquela que não o é ?
Mas mais importante que isso, é tentar perceber, como o indivíduo é determinado por uma delas, ou ambas, e quais as causas, que lhe deram origem.
Desse modo nos parece evidente, dada a diferenciação entre posturas sexualizadas, e dessexualizadas, a existência de estímulos diferentes a que foi sujeito o ser humano, para que acontecesse tal diferenciação, que ao não ser garantida, não pode distinguir o que não fora dado anteriormente a distinguir.
Assim, julgamos como suficiente a teoria da associação em Freud para explicar o fenômeno da direção / sentido da energia, que tende a transformar-se em ato.
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Depressão e melancolia
As inibições mais generalizadas do ego obedecem a um mecanismo diferente de natureza simples. Quando o ego se vê envolvido em uma tarefa psíquica particularmente difícil, como ocorre no luto, ou quando se verifica uma tremenda supressão de afeto, ou quando um fluxo contínuo de fantasias sexuais tem de ser mantido sob controle, ele perde uma quantidade tão grande de energia à sua disposição que tem de reduzir o dispêndio da mesma em muitos pontos ao mesmo tempo. Fica na posição de um especulador cujo dinheiro ficou retido em suas várias empresas. Deparou-se-me por acaso um exemplo instrutivo dessa espécie de inibição geral intensa, embora efêmera. O paciente, um neurótico obsessivo, era dominado por uma fadiga paralisante que durava um ou mais dias, sempre que acontecia algo que evidentemente devia tê-lo enfurecido. Temos aqui um ponto a partir do qual deve ser possível chegar a uma compreensão da condição geral que caracteriza estados de depressão, inclusive a mais grave de suas formas, a melancolia.
Freud – Vol, XX – Inibições, sintomas e ansiedade
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sábado, 8 de outubro de 2011
Skinner
¨ Estudei a natureza, não os livros ¨, e ¨ Escrevo minhas obras a partir da vida, não de outros livros ¨, (Skinner, 1967, p.409)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
A certeza da dúvida
Devemos respeitar a dúvida, não só, porque ela nos pode conduzir a uma suposta certeza, entendida como verdade, mas acima de tudo, porque é o motor de um suposto saber, que desejamos saber, mas que ignoramos.
Ao respeitar a dúvida, estamos a respeitar as diferentes interpretações, em que os diferentes serão apenas isso, que nos faz saber dos diferentes andamentos de um saber humano, que não é, nem pode ser controlado, com uma varinha mágica, em que só tempo e a persistência pode conduzir á semelhança.
Porém, o semelhante nunca pode ser igual, que ao manter um diferencial, será este o único motivador da experiência, do desejo, e da vontade impulsionada por uma força oculta, que tende a proporcionar o mais saber.
Se a curiosidade pode ser uma certeza da função humana, ela será a dúvida de algo, que o indivíduo não sabe como vai, ou pode comportar-se, em que só ato produzido pela experiência, pode conferir uma idéia acerca das coisas, e do mundo.
Bastaria perceber na perseguição aos diferentes, quanto a sociedade de hoje renega seus próprios princípios genéticos e biológicos, como forma repressiva de um sentido de vida, de onde resulta a sua própria morte.
A tentativa de uniformização de idéias e conceitos, e sobretudo, de formas de estar na vida, não pode ser produzida por seres humanos, mas somente por máquinas, que não conseguem ultrapassar os limites da sua própria programação.
Desta confusão nasce a tragédia humana.
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domingo, 2 de outubro de 2011
Magnífica Mente
"Tudo é mente" exagerava o filósofo egípcio Hermes, dois mil anos antes de Cristo. Na verdade, nossa compreensão para esta afirmação vai depender exatamente da nossa condição mental.
Como um apaixonado pelos estudos e descobertas sobre o cérebro e a mente, vou expor aqui algumas considerações pessoais sobre esta dupla formidável.
Embora reconheça que neste campo é praticamente impossível ser original, dadas as sumidades incontestes que marcaram o campo da psicologia, da neurociência e na interpretação da atividade mental, creio entretanto que ainda há muito o que se descobrir sobre o cérebro e sobre a mente e a relação entre ambos.
Alguns conceitos parecem já estar bem claros sobre a mente e, como acontece em muitos casos, a melhor maneira de entender uma propositura é explicando o que ela não é:
1. A mente não é um órgão, tal qual o cérebro o é. Isto significa que você não vai poder encontrar a mente em nenhum lugar específico na fisiologia humana. Então, onde ela reside? Ainda não sabemos, talvez em cada célula do nosso organismo ou até mesmo fora dele, como energia universal.
2. A mente também não é apenas o produto de uma operação química do próprio cérebro. Esta afirmação é mais difícil de sustentar, mas nada que fuja à nossa compreensão. Digamos, para facilitar, que as operações químicas realizadas no cérebro são sugeridas pela própria mente. Quer dizer, o cérebro é um instrumento da mente.
3. Mente não é consciência.
A idéia que gosto de utilizar com relação a mente é a de que ela é um tipo de emissor e receptor de energias que permeiam o universo. Dessa forma, os pensamentos são captados, selecionados e encaminhados a diferentes níveis de consciência.
A energia captada e aplicada pela mente em forma de pensamentos se traduz em força criadora e realizadora de todo o progresso e desenvolvimento. Pois "a energia criativa é a ação auto-induzida de mente sobre si mesma e dentro de si mesma". – John K. Williams
Isto significa que possuímos uma capacidade extraordinária de adaptabilidade e desenvolvimento. Olhando por este prisma, concluímos que os mais complexos e intrincados problemas não passam de meros exercícios rotineiros para a mente.
Em termos de desenvolvimento pessoal podemos dizer que cada um é, agora neste exato momento, nem mais nem menos, o que deseja ser, e apenas o que deseja ser. Seus pensamentos, voluntariamente escolhidos e implantados, se desenvolveram em sua mente, tal qual um programa de computador, executaram e construíram tudo o que é e o que tem agora. Se é um realizado ou um miserável, se tem uma casa confortável ou uma pequena e apertada é o resultado de suas escolhas mentais. É o único responsável.
Hoje fala-se muito na lei da atração, como sendo um descoberta do nosso século. Posso lhes afirmar que o homem da caverna já atraia seu alimento, sua toca e até sua fêmea predileta baseado nesse enunciado, o que lhe garantiu a continuidade da espécie e sua evolução até os nossos dias.
Sucesso a todos!
Geraldo Costa é autodidata, criador e instrutor máster da Academia GM de Ginástica Mental
www. ginasticamental.com
gsdacosta@ginasticamental.com
Fonte - www.artigonal, com
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sábado, 1 de outubro de 2011
Violência e conflito
Tentar explicar a violência porque existe conflito, e dizer que este é responsável pelo poder de criação no ser humano, é tentar afirmar que não existe criação sem conflito, e que deixará de existir violência se não houver conflito.
Simples demais para ser verdadeiro.
Que conflito será esse que nos atormenta a alma ?
Gerado através da impossibilidade que nos é criada, que nos aprisiona, nos amarra a um poder de pai e mãe, sociedade, em que se tem de observar o que está na lei e fora dela, cuja subjetividade não existe, e tudo é objetivo ?
Mas se assim for, o conflito nos é incorporado, devido a conflitos alheios e exteriores a cada um, em que nos é imposto o conflito à nascença, como objetivo, que nada tem a ver com a mera observação da lei do pai, mas com a relação, com quem temos de lutar para que o poder criativo nos leve ao altar.
O conflito em psicanálise não deve ser entendido como prejudicial, porque ele pode ser o gatilho para potencializar outras possibilidades no ser humano.
Afirmamos pode ser, e não a certeza que é, porque ao não desejo, nem sempre segue o desejo por alguma coisa, simplesmente não se deseja sentir o desprazer, em que o sujeito tantas vezes não sabe como sair daquela situação, com medo do fracasso, por apego, insegurança, em que se permite suportar a dor e o desprazer, por incapacidade de iniciar o salto que o possa conduzir à outra margem.
coisasdamente: Do livro do Desassossego- Para todos nós descerá a...
coisasdamente: Do livro do Desassossego- Para todos nós descerá a...: Do livro do Desassossego - Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e alma que me deram para gozá-...
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