Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Filme - Obsessão materna

Até que ponto uma mãe pode opinar na vida de um filho? Já tem um tempinho que venho pensando nesse tema e depois dessa semana quando assisti ao filme "Obsessão Maternal" (Her Only Child) isso ficou mais evidente em meus pensamentos. Até que ponto uma mãe pode se intrometer na vida de um filho? Será que sempre que ela dá um conselho é para seu bem ou tentar esconder uma vontade própria por trás? Quando um filho deve dizer 'não' as comandos dos pais? Essas perguntas começaram a saltar em meu pensamento. Esses acontecimentos ocorrem principalmente quando somos crianças e os pais, principalmente as mães, começam super proteger seus filhos. A tendência é que conforme eles vão crescendo esses laços de diferenças vão aumentando dando um pouco de liberdade para que a ninhada possa alçar voos sozinhos. Mas nem todas as mãe conseguem desfazer esse laço maternal. Seja quando ela critica um namoro seu, ou reclama que você não arrumou alguma coisa dentro de casa, ou quando simplesmente todos os seus amigos parecem ser imperfeitos aos olhos dela. Não importa o motivo. Para essas mães super protetoras cuidar do filhos se torna uma tarefa completamente obsessiva e ela se nega que ele tenha crescido e que não necessita mais de seus cuidados e atenções. E a maioria delas fará qualquer coisa para que eles nunca saiam debaixo de suas asas, mesmo que para isso, elas tenham que fazê-los se sentirem inferiores e completamente dependente delas Na infância as crianças não conseguem se desvencilhar desses acontecimentos, é justamente na adolescência, quando somos tachados de 'rebeldes', que impomos nossas vontades e começamos a demonstrar para nossas mães que podemos, e queremos, cuidar da nossa própria vida. Mas existem aquelas mães que não conseguem aceitar isso e continuam dando palpite na vida dos filhos mesmo depois de adultos. Seja de forma excessivamente construtiva ou totalmente destrutiva, essas mães não sabem quando parar e cada vez que o filho tenta se soltar a tendência dela é apelar para o lado emocional realizando na maioria das vezes chantagens emocionais e simulações de ataques de pânicos. Dependendo do grau do problema de cada uma delas, algumas preferem ver os filhos mortos do que a deixando para viver a própria vida. São raros esses casos, mas acontecem. Os psicólogos afirmam que na fase adulta os filhos também tem uma parcela da culpa na obsessão de suas mães. A maior parte deles alimentar esse medo incontrolável ou se deixa levar pelas críticas constantes de suas genitoras. E haja terapia para entender que você tem que dar o grito de liberdade. Eu que o diga. Minha mãe não chega a beirar a loucura mostrada no filme, porém, sim, eu sou uma mulher adulta que vive à sombra dos desejos, frustrações e críticas constantes da própria mãe. E acredite, é tão ruim para gente quanto é para elas essas convivência um tanto que irracional. Tudo é motivo de briga. Você nunca é perfeito, seus amigos são sempre errados, suas escolhas são sempre as piores do mundo e seus amores são sempre uns fracassados. Conversando com um grupo de pessoas que passam ou passou pelo mesmo que eu percebi que muitas das escolhas erradas que fiz foram impulsionadas pelo comportamento obsessivo da minha mãe comigo. O medo de tentar o novo, escolher sempre os caras errados, achar que não mereço ser feliz, dar mais valor a coisas que não tem importância de verdade, entre outras coisas mais, foram escolhas feitas por mim, mas impulsionadas pelas frustrações que vivenciei ao longo da minha vida adulta em relação às críticas recebidas da minha mãe. É complicado sair desse ciclo vicioso. Se por um lado você faz todas as vontades para não desagradá-la, por outro, você se frustra por deixar de fazer as coisas que desejava em nome dessa eterna ligação maternal com medo do que 'poderia ou não acontecer'. É difícil deixar de viver uma relação obsessiva-compulsiva de emoções, principalmente com nossos pais. Afinal, para qualquer um a aprovação deles é fundamental para que nos sintamos bem. Fazemos as coisas esperando que pelo menos eles sintam orgulho do que foi feito e quando isso não é o bastante ficamos frustrados e acabamos por sabotar nossos próprios sonhos. Tem gente que passa a vida inteira nesse ciclo. Outros conseguem se livrar de forma radical logo no início da vida adulta. Já outros, como eu, precisam de ajudas de terceiros, como a terapia, para poder se autoconhecer e entender o que está errado e poder seguir em frente. Confesso que é um caminho longo, afinal não é da noite para o dia que você conseguirá mudar um comportamento que vem sendo igual há mais de 30 anos, mas tudo que é feito com calma e bem analisado previamente, tende a sair bem. Estou aos poucos tomando as rédeas da minha vida. Já não aceito tão bem as críticas que me são deferidas e confronto quando acho que minha opinião é diferente. E agora quando ela simula que está passando mal ou que 'ela não sabe o que fez para merecer aquilo', não dou mais a atenção que dava antes. Acredite, está funcionando. Mas paro e olho para trás e pergunto em que momento eu deixei que o centro da minha vida se tornasse a vida dela e não consigo achar a resposta. Hoje quando vejo uma mãe super protetora com os filhos entro em pânico só de olhar e falo mansamente para ela relaxar um pouco. Afinal, temos os filhos para o mundo e não para nós. Um dia todos iremos partir e eles, os filhos irão ficar para continuar o mesmo ciclo da evolução humana que vem rolando na Terra há milhares e milhares de anos. E deixo a pergunta no ar... Até que ponto você permite que sua mãe se intrometa em sua vida particular? Já parou para pensar nisso? Olhe bem para sua vida e veja quando foi a última vez que ela elogiou algo que você fez, ou quando falou mal de sua esposa/marido, namorada/namorado ou amigos? Comece a observar esses detalhes e saiba que você também tem culpa em ser infeliz por conta da obsessão dela. Fonte - http://www.profissaojornalista.com

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