Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Inconsciente - No limiar da cegueira

Filosofia psicanalítica da mente O inconsciente é cego, surdo e mudo. O inconsciente é instinto que se afirma em qualquer tempo, que perdido na nossa existência, já nem nos lembramos mais de onde surgiu tal cegueira, julgando ser a luz que nos ilumina, quando apenas apresenta um poder reativo contra a própria luz alheia, que julgamos ser as trevas. Onde estará a luz perguntarão alguns de vós ? Seremos nós iluminados por uma luz, ou apenas possuímos a sensação que ela existe ? Se observamos as trevas nos olhos dos outros, porque não a conseguimos enxergar em nós ? A luz será a afirmação de nós mesmos, as trevas uma sensação de negação. Se o mundo das sensações é ilusório, como dizem alguns filósofos, e disso parece não restarem dúvidas, para que se torne em realidade, o mundo das trevas e da luz não tem razão alguma para existir. O que restará então desse mundo de ilusões construídas pelo o ser humano ? Uma realidade que não sabe, nem consegue determinar, que o faz divagar, e lançar-se ao mar revolto das probabilidades, onde a tranquilidade parece coexistir com a agitação, e o caos, surgindo a cada instante no horizonte a morte anunciada, que embora sem hora marcada, ela não deixa de fazer sua aparição. Cheiramos a podre, quando julgamos estar sadios. Estamos sadios, e por vezes nos julgamos perdidos, apodrecidos em nossas misérias, construídas por uma mente humana conturbada e confusa. Julgamos e não somos. Somos e não julgamos. Entre aquilo que parece ser, e não é, intromete-se a cegueira, que se afirma através de uma sensação, tentando negar a realidade, em que as forças revoltas de um instinto surgiram da tranquilidade, do seu estado de repouso, por alguém contrariar a si mesmo, evidenciando-se o sentido de preservação da vida, que deseja a morte alheia, cuja finalidade será de novo adormecer nos braços da satisfação. A vida de um corpo possui um sentido, que por ele tende a manifestar-se nos movimentos dirigidos a algo que o possa satisfazer, que é exterior a si próprio, que sem o conhecer, manipular, e o destruir em parte, não tem qualquer condição de sobreviver. Diferente, enquanto sujeito, que se sujeita á agressão de um mundo exterior, exposto a um mundo de afetações, que tendem a colocar em perigo a sua própria vida, transformando a força que serve os interesses da vida, em mecanismos de defesa para preservar sua própria vida. Nestas condições, deixa o ser humano de viver, para se preocupar com as agressões de que é, ou foi vítima, perdendo de vista seu próprio caminho, ficando estacionado num determinado patamar de sua existência, porque lhe foi proibido de seguir seu próprios instintos. Porém, outros instintos foram interiorizados, que seguem, e perseguem o mesmo fim, a continuidade e a preservação da vida. É neste lugar, da afetação, que surge a formação do inconsciente psíquico, como frustração de uma energia ligada ao princípio de satisfação do corpo, como necessidade, e ao objeto de satisfação transformado posteriormente em desejo. Porém, tal fenómeno, designado por recalque primário, ainda não determina o que pode ser considerado como mente, dado tratar-se da incorporação de uma série de impressões, registros, que seguem a organização de uma ordem animal, como forma estruturada reativa, em que não se percebe a evidencia do princípio de racionalidade

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