Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

sábado, 11 de junho de 2011

Filosofia psicanalítica da ment

Hoje apeteceu-me filosofar, não á moda dos filósofos, mas do psicanalista, por isso designo – filosofia psicanalítica da mente- que tenta compreender, não a natureza do homem, mas antes as manifestações derivadas dela, em que os efeitos possuem suas causas, que não se encontram na própria natureza do universo, entendido como meio físico e químico, pura energia, mas na relação das coisas que a habitam.
Quando falamos da genética e biologia, não estamos a falar da natureza do universo, mas sim dos efeitos que esse meio natural produziu, pelo que cabe também ao estudo da psicanálise, tentar entender como essas manifestações se garantem no estar num determinado ambiente, e na relação com todos os outros seres vivos.

Os filósofos partem de um princípio idealista da sabedoria, do ser sábio, da plenitude de uma consciência humana, de que mais nada precisa para viver, do que os ingredientes da verdade e da sabedoria, em que ser sábio é não ter esperança, não esperar nada, e fazer por si mesmo, num movimento de doidos, em que o descanso, será mesmo para descansar, que não para sonhar, porque pura ilusão, em que a realidade será de tal maneira realista, que afronta a capacidade da mente, e coloca em causa toda a organização física e psíquica dos seres vivos.
Ser sábio está ao alcance de muito poucos, então que o sejam.
Mas desejar que todos os outros o sejam de igual modo, não é querer, dado que nenhum pode mandar na vontade dos outros,e no seu desenvolvimento intelectual, é construir uma ilusão, e uma esperança, que eles próprios condenam.

No livro da espiritualidade indiana – Mahabharata afirma o seguinte:
- Só é feliz quem perdeu toda esperança; porque a esperança é a maior tortura que há, e o desespero, a maior felicidade.

Não discuto a sabedoria, nem a espiritualidade de quem profere tais palavras, se de mestre se trata, que o seja na sua plenitude, mas deveria entender que a teoria dos exemplos tem um passado, construído passo a passo na companhia de seus antecessores, cujo espírito pode transportar, que de outros espíritos a maioria será possuída, cuja escala do saber tem muitos degraus.
Se o mestre fala para ignorantes, e o incentiva a ser tal qual ele é, será apenas um desejo, e como desejo pode ser esperança, espera o mestre que todos os outros se igualem, e o alcancem no saber, que não será mais que pura ilusão, para quem diz que não a possui.
Se a felicidade emerge através de um outro, devemos chamar a esse ato, dependência.
Se a felicidade é alcançada quando não se deseja ser feliz, e se o desejo é a essência da vida, e neste particular penso estarmos todos de acordo, como resolver o conflito ?
Alguns filósofos tem essa particularidade de evidenciar o ser e não ser, em que existe um desejo de ser, que não pode ser, nem acontecer, e o que não é, deve tornar-se no próprio ser, mesmo que contrarie as leis da própria natureza.
Nietzsche foi o filósofo que melhor descreveu essa prepotência humana, de tornar as coisas
naquilo que elas não são.
Mas o sujeito prepotente e radical apresenta uma particularidade interessante, chama de radical, quando não louco, a todos aqueles que não pensam como ele.
Quando um radical se expressa, não espera atingir o meio termo, por não ser de sua natureza, em que o altruísmo parece não ter expressão, mesmo dizendo amar todas as coisas.
E se assim não pode ser, não o será de fato, tornando-se elas naquilo que não são, por impossibilidade de ser de outro modo.
E andamos nós envoltos neste emaranhado de palavras, de frases bem construídas, com seu ar de romantismo, ou de um realismo arrepiante, que para uns representa o desamparo, para outros a felicidade, que nos dá bem a idéia da divisão do mundo, entre pobres de espírito e iluminados.
Ora digam lá, se não estamos a falar de Teologia, dizendo tratar-se de filosofia.
Ou será, que se trata da mesma coisa ?

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