Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

domingo, 19 de junho de 2011

A verdade com objeto do sujeito

• Objeto da filosofia psicanalítica da mente

Se a filosofia tem por missão encontrar a verdade, uma vez encontrada, constitui-se como realidade do sujeito, seu objeto, e deixa de ser objeto da filosofia.
Me é dado a conhecer, através da clínica, que uma vez encontrada uma suposta verdade, e uma vez admitida, porque compreendida, a complexidade psíquica, que estaria a provocar um transtorno psíquico, tende a dissolver-se.
Significa, que o não compreendido, através da intromissão de uma suposta verdade, passou a ser compreendido.
Somos levados a considerar, que tudo aquilo que é objeto do sujeito, será a sua realidade, sendo uma verdade individual, por isso, subjetiva para tantos outros, que se torna em objetivo do sujeito, em virtude de ser seu objeto.
Percebemos desse modo, a verdade de uma frustração, da tristeza, e da ansiedade, que não mais será, que a sua própria realidade de um estado físico e mental, que devido a um elemento de interseção, uma suposta verdade admitida, teve a particularidade de resolver um conflito psíquico.
Se existe uma razão ela será existencial, correspondendo á real existência das coisas observadas , ou sentidas, independente de suas qualidades, que ao mesmo tempo será a sustentação de uma lógica, como encadeamento de um processo mental.
Não raras vezes constato a afirmação filosófica, que a verdade não existe em absoluto, sendo, por isso, subjetiva, e aquilo a que o ser humano pode almejar será a uma concepção aproximada do que será a verdade.
Desse modo, nos faz saber, que a verdade não existe em termos absolutos, que ela é, ou está em lugar incerto, que não pode ser alcançada.
Tal afirmação nos vem dizer da necessidade da filosofia como disciplina de um suposto saber, que de fato parece não apresentar condição alguma de chegar á verdade, entendida como referência absoluta, pelo que ser filósofo é sentir-se ignorante.
Assim, um suposto saber não pode originar uma razão objetiva, a não ser meramente no plano individual, de um ser racional em si mesmo, que possui o princípio da racionalidade.
Mais, a razão subjetiva, segundo Marilena Chaui, pág. 61 – Convite à filosofia - é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos, que ultrapassa o plano do racional, e se posiciona na capacidade humana de racionalização.
Nos vem dizer, por isso, que o objeto racional, indivíduo / sujeito, apresenta como objetivo a racionalização do conhecimento adquirido, entendido como mera interpretação, que provém da livre associação das imagens e idéias adquiridas posteriormente, com as anteriores, e entre elas.
O argumento nasce dessa necessidade de sustentar tal associação de idéias e imagens, por entender o indivíduo / sujeito que essa será a verdade, ou seja, a sua verdade, que será ao mesmo tempo a sua realidade interior.
Se assim entendermos, a razão daí resultante será também ela subjetiva, como derivada de uma visão intelectual, individual, que depende do modo como o indivíduo /sujeito promove a associação de imagens e idéias.
Na realidade é, a partir da ignorância, que nasce o filósofo e a filosofia, por uma necessidade individual de entender, e perceber o mundo e as coisas.
O sujeito parte de um saber, ou de um suposto saber, na procura de mais saber, em que parece existir uma insatisfação interior, que desperta o corpo provocando o desejo, e o impulsiona ao movimento exterior na tentativa de mais saber.
O questionamento parte de uma verdade frustrada.
Enquanto existir uma verdade, ou uma suposta verdade psicanalítica, em que o sujeito entende, que será nesse lugar, servindo-se dele, que pode chegar á sua verdade,
sujeita-se à análise, mas assim que a encontra, ou julga ter encontrado, a abandona.
Em outros casos, o abandono deve-se ao entendimento de não ser naquele lugar, que poderá chegar á verdade, cujas razões serão da mais diversa ordem.
Em resumo, a psicanálise, e o ato analítico só tem seu lugar, quando existe uma forma, que não se percebe lógica no processamento mental, que Freud refere como não compreendido, que tenta contrariar, ou distorcer, um sentido derivado de uma certa organização mental.
Lembremo-nos que a constituição da organização mental e seus registros psíquicos, são processados durante o período da infância até á puberdade.

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