Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

domingo, 25 de setembro de 2011

Evolução do pensamento

O sentimento de posse gera tranquilidade, mas passa a existir pressão, quando percebemos o medo por perder o objeto que nos garante a satisfação. O agradável e o contrário, produzem uma determinada tensão, que desenvolve uma pressão mais ou menos intensa. A tensão nos leva à pressão, e esta, quando exercida, nos conduz à tensão. A pressão, tal como a tensão, pertencem ao mundo da física. Tal dualidade, que é uma forma primária da relação entre corpos, é estritamente física, cujo pensamento primário é derivado dessa forma física de sentir, o que nos leva a pensar, que para existir uma evolução do pensamento, deve existir uma percepção admitida pelo indivíduo diferenciada daquela. O acreditar em modelos únicos, considerados como bons e ideais, bloqueiam esse caminho rumo á evolução do pensamento, ficando o sujeito acorrentado a uma idéia inicial física, ficando dependente da relação objetal.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fluidez energética

Hoje em dia existem disciplinas, que apostam na harmonização energética como forma de adquirir um bem estar interior. Afirmar que não funciona revela ignorância, mas fazer crer que a harmonização consegue resolver os conflitos psíquicos é pura ilusão. O que chamamos de harmonização é simplesmente dispersão energética, que pode ser obtida de várias formas, sendo uma maneira de impedir a concentração de energia num determinado ponto, ou região do corpo. È essa concentração, formando um núcleo, que retira uma certa quantidade de energia de outras partes do corpo, que dela necessita para o seu funcionamento normal. Alguma falta de equilíbrio resulta daí, criando a instabilidade em todo o sistema biológico / psíquico. Exemplo mais evidente, será o fluxo energético afluindo aos órgãos genitais, com tamanha intensidade, que produz nessa zona do corpo uma alta concentração energética, abstraindo-se o indivíduo de toda, e qualquer realidade exterior. Digamos que foi criada uma espécie de obsessão, felizmente momentânea, resultando um baixo nível de atenção em relação a tudo que rodeia o indivíduo. Tudo volta ao normal, pelo menos assim parece, a partir da descarga dessa energia acumulada. Se neste caso, sabemos determinar onde está localizada a concentração de energia, na maioria das questões emocionais, que tendem a provocar alteração metabólica nos é difícil perceber, que tanto pode resultar em irrupções cutâneas, obstruções de toda a ordem, dores de cabeça, dores abdominais etc. Mas o que permanece inalterável no indivíduo é a sua predisposição para o conflito, devido a uma fragilidade formativa, que só tem condição de ser alterada a partir de um trabalho psicanalítico. Existem fatores de produção energética, que devem ser estudados, dado que são eles os responsáveis pelos os excessos. Qualquer obstrução, que impeça a livre circulação de energia, deve ser entendida como similar a uma artéria obstruída por gorduras, coágulos, ou sedimentos, que só a dispersão pode resultar no bem estar do corpo. Fica aqui a pergunta:- Quais ao fatores desencadeantes de uma produção excessiva de energia, que, ao não ser projetada de imediato cria o mal estar interior do corpo ?

domingo, 18 de setembro de 2011

¨ O quarto do filho ¨ é um filme que remete à reflexão do que é ser. mais ou menos forte, ou fraco, quando o sujeito se depara com a morte de um filho.

sábado, 17 de setembro de 2011

O lugar da verdade

Podemos afirmar como fazem alguns filósofos, que os sentidos não reproduzem os fatos, ou seja, os fenômenos, com exatidão, que por isso não devem ser levados em conta ?, Mas de pouco, ou nada valerá, quando percebemos que o pensamento só pode ter lugar perante a existência do sentido. Perante tal afirmação, somos levados a considerar sentidos bons e ruins, verdadeiros e falsos, em que só a intelectualidade parece ser capaz de repor a verdadeira dimensão das ocorrências fenomenológicas. Esquecem, porém, os teóricos, que na prática o ser humano esbarra com elementos de interseção, entendidos como crenças, mitos, tabus, e traumas, que impedem a livre associação de imagens e idéias, como sendo formas excludentes do próprio pensamento. Se a verdade está nas crenças, mitos e tabus, ela não pode estar em outro lugar. Tudo que possa contrariar essa verdade será entendida como mentira. Mas se o ser humano a encontrar noutro lugar serão as crenças, mitos e tabus, a mentira produzida, que não a verdade. A circunstância de uma mudança de lugar, nos pode garantir a alteração da nossa própria verdade incorporada. A verdade apresenta-se com as circunstancias, como fato que é levado á consciência, e não que ela seja a essência de uma organização da mente, porque então seria coisa absoluta, como símbolo matemático, o que de fato já percebemos, que não é. Em vez de perguntar o que é a verdade, coisa absurda, porque pode ser a mentira, devemos perguntar em que lugar ela se encontra, ou a podemos encontrar, pelo que nos é possível encontrá-la na produção dos fenômenos, sejam de origem natural, ou de origem artificial, produzida pela mente humana. Porém, a verdade fenomenológica será apenas a síntese de outras verdades ocultas, que não se deixam revelar. A verdade fenomenológica torna-se consciente pela sua evidencia, em que constatamos uma ocorrência e suas conseqüências, mas continuamos ignorantes aos elementos associados, que interagiram, e lhe deram corpo. Será compreensível a aflição do ser humano quando não encontra a referência, o modelo, através do qual se possa guiar, mas a realidade nos mostra a outra face, a da inconstância circunstancial, que provoca um desejo de estabilidade, devido a uma necessidade, ou desejo de um corpo, que serve ao seu sustento, e preservação do ser humano.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Narcisismo primário

Referência objetal Por vezes não percebemos muito bem as forças que constituem um corpo, confundindo sentimentos, em que, por exemplo, a generosidade não parece que seja um sentimento puro, mas um derivado de uma complexidade de sentidos, que determinam uma certa postura do indivíduo. A atitude pura de agregação e aglutinadora, que é dada ao princípio de satisfação, que por via disso apresenta uma componente destrutiva, contraria tal sentimento generoso, mais parecendo, que este deriva de uma complexidade de sentidos, que tem em vista o mesmo princípio, contudo percorrendo caminhos diferentes. A determinação de uma força natural, entendida como narcisismo primário, contrariada através da agressão verbal e física, roçando por vezes o espancamento, em que aquilo que está presente é sempre a proibição, provoca a exaltação de uma força interior, entendida como resistência a uma força exterior, tende a superá-la. A questão do equilíbrio de forças, ou do emocional, deve ser entendida, não só tendo em conta o equilíbrio, como forma de parar uma agressão, mas como ressentimento, que pode levar o indivíduo a exercer pressão sobre o outro, para que o possa superar, e aprisionar à sua força. Só nos é dado a considerar o equilíbrio emocional em psicanálise, quando não existe a necessidade de um reforço potencial das forças interiores, como meio de resistir e superar uma agressão, e ao mesmo tempo, desse fenômeno não possa emergir ressentimentos em relação ao outro. Parece existir aqui o medo, que por não conseguir superar as forças adversas, elas possam provocar algum de ruim, o que leva o indivíduo a exercer uma pressão exagerada sobre o outro. A luta neurótica por objetos, os tentando possuir, destruindo-lhes a forma, ou a sua forma de estar na vida, seus próprios desejos, determina o fenômeno da violência, que não pode, nem deve ser confundida com alguma agressividade, que sempre é necessária para a realização das próprias necessidades e desejos do indivíduo. Partimos de uma forma natural, de alguma agressividade, que é dada ao sentido de vida, para a exaltação dessas forças, que podem conduzir o indivíduo pelo caminho da agressão, violência, e de um sentido de morte emergente. O medo será sempre o da punição e da perda dos objetos amados, de desejo, e prazer. Talvez possamos entender deste modo, a forma de relação objetal como princípio primário narcisista, que só leva em consideração o impacto com os objetos exteriores, dada a sua relevante importância. Quem nunca conseguiu impor sua vontade interior através da força, por ter sido repetidamente reprimido, pode ser levado a exercer o mesmo tipo de pressão através da generosidade, seduzindo o outro a percorrer um determinado caminho, o subjugando ao poder de uma vontade interior. Porém essa atitude generosa pode falhar, se da parte do outro, que recebe a dádiva, não existir o propósito de transformação, mesmo que apresente alguma dificuldade em a conseguir, caindo na situação de aproveitador de uma condição, que para ele começa a tornar-se cômoda. Aqui, nos é dado a perceber a frustração do dador, a reclamação, e o julgamento, o que nos faz saber, que será a partir desses fatores emergentes, que podemos reconhecer a existência de um poder interior narcisista.

sábado, 10 de setembro de 2011

Psicodiagnóstico

A lógica psicanalítica A necessidade de uma definição patológica à priori é decorrente de uma outra necessidade, a da medicamentação, como a tentativa de retirar o indivíduo da dor e sofrimento, disfarçando, ou tentando eliminar os sintomas, que não suas causas. Não se enquadra, portanto, dentro de uma lógica psicanalítica, que por isso, não é de sua competência, e que não deve ocupar o espaço das preocupações do cotidiano em psicanálise, muito embora o saber não ocupe lugar, e o psicanalista deva estar atento. A lógica em psicanálise funciona através da evidência, tentando desmontar o que se encontra oculto, para que as coisas possam tornar-se claras para aquele que padece, o que coloca a questão em campos opostos, cujas áreas de atuação nem sequer são semelhantes. Queiramos ou não, a diferença encontra-se no disfarce sintomatológico, na tentativa de eliminar a dor e sofrimento, não sendo esse o lugar da psicanálise, pelo que a literatura que pretende tratar das coisas da mente, da psicologia humana, não deve ser levada a entrar em campos para as quais não está preparada, nem sequer é sua função. A psicologia tem um campo próprio de atuação, que não se compadece com definições á priori, porque a necessidade de medicação do sujeito não é de sua responsabilidade, embora possa servir de indicador, funciona apenas como uma tendência patológica, que não pode ser entendida como verdade psicopatológica. A transformação de uma tendência numa designação patológica, quando transmitida ao paciente o conduz pelo caminho do induzido, cuja indução foi produzida pelo analista, que o coloca de vez na condição de paciente de uma doença identificada. Um transtorno não é uma doença, mas poderá vir a ser se o indivíduo for seduzido a aceitar que está doente, o que nos coloca perante uma outra questão: - A de um poder mágico sobre aquele que padece, julgando este, que o analista é possuído por um conhecimento, e poder, que ele não possui, desviando as coisas da área do conhecimento, e as incluindo no mundo da magia, da profecia, e da vidência. No fundo, de acordo com os estudos e investigação em psicanálise, percebe-se como forma primária de organização da mente, a crença, o mitológico, o poder mágico, cuja evolução psíquica deve seguir o caminho do princípio da racionalidade, é de certo modo alimentado, pelo suposto saber daquele que é ignorante relativamente ao conteúdo de imagens e idéias de um determinado indivíduo, e quanto á forma como estão associados, designado por organização mental. Aqui, o papel da transferência pode ser levado por caminhos tortuosos, servindo os interesses da eternização patológica, mas que tendem a ferir os princípios, que a teoria em psicanálise propõe, que tem a ver com a revelação, não do patológico, mas daquilo que possa conduzir o indivíduo á patologia. Parece evidente, que a revelação é a essência em psicanálise, de tudo aquilo que possa levar o indivíduo à patologia, sendo irrelevante, ou menos importante, o que possa ser considerado por alguém, ou uma instituição, como patológico

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O medo pela invasão

O não deixar-se invadir pressupõe um medo, por algo que possa tomar conta de si, e o afetar, percebendo-se sempre na defensiva, em que a primeira atitude do individuo é a recusa. Esta postura tem uma relação intima com um certo grau de intolerância e prepotência decorrente da formação infantil, que funciona como resistência contra uma violação de sua interioridade, em que nos é dado a perceber um poder narcisista exacerbado, como forma de a sustentar. Aqui, a sustentação das idéias, não se processa através de uma lógica racionalizada, cujo movimento infinito exige a associação de idéias de fora para dentro, mas antes um movimento finito sustentado por idéias anteriores, que se mostram fechadas em si mesmas, criando uma blindagem contra qualquer tipo de violação. O fechamento não é processado pela incorporação de novas idéias, formas de percepção, mas porque algo as liga de tal forma, que se torna quase impossível o sujeito delas prescindir, em que qualquer atitude percebida como violação, significa agressão, resultando um poder reativo através de um reforço desse poder interior. É devido a este fenômeno, que torna nestes casos, difícil a terapia, dada a existência de uma defesa contra novas formas de percepção, em que só desenterrando o que está oculto, de fato pode derrubar tal poder narcisista. Aí o sujeito não pode negar.

domingo, 4 de setembro de 2011

Dor psíquica

Designamos dessa forma um sinal psíquico, como uma espécie de chamada de atenção, devido a algo, ou alguma coisa, que não está segundo determinada organização da mente, como se fosse o intruso que pretende violar sua vítima. Não existe propriamente uma dor psíquica, mas antes um determinado estado ansioso, que pode revelar uma diversidade de formas, mais ou menos intensas, cujas implicações são de diversa ordem. Algo de estranho, que se faz presente ao ser vivo, como intruso invadindo um espaço pertença de outro, provoca no sistema sensorial uma estranha sensação, que leva o corpo a virar sua atenção para algo que está a acontecer na periferia. Baixa intensidade de um estado ansioso, significa a baixa valorização que é conferida a uma relação entre corpos que se entrechocam, de que não parece resultar uma pressão excessiva de um sobre o outro. Valorização, quantidade de energia investida, resulta na intensidade de determinado fenómeno mental, que é dada pela resistência do próprio corpo ás adversidades, que podem colocar em causa a continuidade da vida, e sua sobrevivência. A resistência, e o conseqüente aumento da intensidade energética está relacionada diretamente com a pressão exercida por algo, ou alguma coisa, que funcione contra a vida do ser vivo, ou que tente esmagar seu sentido de vida. A criança de tenra idade não possui o sentido da vida desenvolvido, mas sendo portadora de vida, o corpo manifesta-se como desejo de uma vida contida, que apresenta no movimento a essência de uma forma manifestada de vida. O sentido de vida é adquirida pelo corpo nas suas relações exteriores, desde a saída do útero materno, das quais emerge um sentido que é registrado no psiquismo, como traços mnêmicos incorporados, que servem a futuras relações. São esses traços, que são sentidos, que se tornam inconscientes, que servem a um poder reativo quando na presença de um objeto exterior. O que equivale a afirmar que só serão válidos a partir da presença dos objetos exteriores, e de nada servem na sua ausência, ficando sem atividade, inoperantes, o que pode conferir ao indivíduo um sensação estranha de encontrar-se sozinho no mundo. Abandonado e triste, sente estar desamparado, cuja tendência será para definhar, e morrer.