Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O lugar da análise

J. Laplanche
Trecho retirado do livro – O inconsciente e o Id – Problemáticas IV

Ensinar a psicanálise na Universidade
- A objeção em ensinar a psicanálise nesses lugares, poderíamos dizer, que se decompõe em dois aspectos, um individual e o outro social, para não dizer político.
No individual, ensinar psicanálise na Universidade colidiria, por definição, com a não – especialização dos ouvintes e, de um modo mais preciso, no que se refere á análise, com o fato de não ser exigido dos ouvintes que sejam analistas e ( já que ser analista, em princípio, é ser analisado), que sejam analisados.
Essa não é, em todo o caso, uma condição necessária, e eu diria, sobretudo: Graças a Deus ! Graças a Deus para a análise, não ser exigido que, para ouvir falar de análise na Universidade, se possua um certificado de análise, o que seria simplesmente o fim da análise como processo independente, atópico, não normativo.
O dia em que a análise se torne objeto de um certificado que outorga um direito – não como resultando do seu processo mas como sanção puramente formal em decorrência de ter sido feita – então trata-se de qualquer coisa menos de análise.

Renunciar a ensinar a análise a não analistas, não necessariamente a analistas como é o caso de vocês ( mesmo se, por outro lado , estivessem todos, por acaso em ¨ análise ¨ não estariam necessariamente em função da presença aqui ) é renunciar a inventar, a reinventar incessantemente um modo de ensino que seja permeável á inspiração da análise, permeável ao inconsciente.
- Quem não sabe que a análise se prolonga em auto análise e, diria eu, que já é precedida por uma auto análise ?
- Mas, de um ponto de vista mais geral, o que seria da análise se ela não se referisse a algo acessível em cada um e que, precisamente, extravasa dos limites do tratamento analítico ?
Havia ¨análise ¨, é bom que se persuadam disso, antes da análise e antes de Freud, tal como havia inconsciente ou transferência.

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