Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sentido de morte - Eros e Tânatos

A impossibilidade da vida gera um sentido de morte.
Foi isso que Freud nos quis dizer com a sua afirmação – Que a pulsão de morte se coloca ao serviço de Eros.
Ao sentir uma necessidade, o próprio corpo tende a manifestar-se no sentido de obter algo, que o possa satisfazer, mesmo que para isso tenha de destruir alguma coisa.
É essa força bruta instintiva, que se coloca a favor da vida, que tenta opor-se á própria morte do corpo, que pode provocar algum mal ao outro, ou até mesmo o destruir.
Existe um conflito por resolver, que se traduz por uma necessidade sentida pelo o ser vivo, que deve ser satisfeita de algum modo, que uma vez aumentando o grau de insatisfação pode originar a destruição do outro, ou de si mesmo.
A questão da conciliação entre essas duas tendências, da vida e da morte é colocada por Freud, como sendo a forma equilibrada de obter certa satisfação, em que pode existir uma incompletude, mas nunca uma ausência, escassez ou excesso.
Desse modo nos é dado a perceber, que a possibilidade de continuação da vida se posiciona entre a própria existência do ser vivo e aquilo que o pode conduzir á morte.
Assim, a razão existencial é imperativo, e a possibilidade da continuidade da vida, depende de um equilíbrio de uma relação entre o corpo que possui vida, dos objetos, e do mundo que o rodeia.
O esforço no sentido da morte, o podemos entender como a tentativa de superação, e até mesmo de destruição dos obstáculos, que contrariam o sentido da vida.
Tal esforço é colocado ao serviço de Eros, entendido como mera possibilidade de regresso ao princípio de satisfação anterior.
Podemos verbalizar que se trata de um esforço de negação, mas o que na prática podemos verificar é a constante afirmação do sentido da vida, proveniente dos instintos, como força única, que não reconhece outros valores, sem serem os derivados da genética, e da biologia.
Ao expressar, que a própria vida seria um conflito e uma conciliação entre essas duas tendências, nos quis dizer que elas apresentam um diferencial de potência, de onde surge a energia necessária para a continuação da vida, daí o permanente conflito.
Podemos inferir, que ao não existir um conflito a vida é colocada em causa ?
A conciliação, entendida como a possibilidade de um equilíbrio de forças, não se apresenta como a negação da vida ou da morte, mas antes a procura de uma forma harmoniosa, consensual, que possa ser estabelecida entre esses dois sentidos, garantindo a vida.
Continuamos sem perceber muito bem, como isso pode ser conseguido, existindo a necessidade de procurar na diversidade de elementos que possam ser associados, e na funcionalidade do próprio metabolismo, como um todo, a origem do pensamento de Freud.

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