Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Razão existencial - Eros e Tânatos

¨ O surgimento da vida seria, então, a causa da continuação da vida e também, ao mesmo tempo, do esforço no sentido da morte. E a própria vida seria um conflito e uma conciliação entre essas duas tendências ¨ ( Freud, 1923. P.53 ).
Na sequência Freud afirma, que a pulsão de morte se coloca ao serviço de Eros.

Razão existencial

Em primeiro lugar, o que Freud nos quer dizer é que a própria existência se manifesta por si mesma, através de um sentido emergente de um corpo, sentido de vida, que procura manter as condições existentes, garantindo a sua própria vida.
A forma como o vai conseguir depende de fatores circunstanciais, ou seja, das condições existentes no meio, e da sua relação com as coisas e o mundo em seu redor.
A primeira ilusão criada pelo o homem será proveniente da idéia, que as coisas possam existir para ele, ou que ele exista, como algo necessário para o universo, ou para os outros, a não ser para a preservação de si mesmo, e da própria espécie.
Porque estamos aqui, de onde viemos, ou quem deu vida á própria vida, pode ser uma questão filosófica e religiosa, mas que de fato não tem interesse para a psicanálise, em que esta se limita a constatar a existência humana e suas características próprias, que resultam da genética e da biologia.
Retiremos, por isso, a eventual importância que a teoria de evolução de Darwin possa ter para o estudo e investigação em psicanálise, e nos limitemos á idéia que a aspiração suprema de um ser animal, é revelar-se humano.
A preservação da espécie é resultante desse esforço individual, e da capacidade do ser humano em reproduzir-se, que através da intimidade com o sexo oposto, o faz de forma natural.
Desde as primeiras horas de vida do ser humano fora do útero materno, que esse grito da natureza se faz ouvir, que não possuindo qualquer consciência, nem estar consciente do que o rodeia, apela para uma necessidade sentida, através de uma irritação manifestada no corpo, em que o gesticular, o choro, e os gritinhos, nos faz saber das dificuldades porque passa.
Não será difícil admitir a existência de um sentido emergente de um corpo, que não pensa, apenas reage a circunstâncias interiores de algum desprazer, provocado por necessidades sentidas, que devem ser satisfeitas.
A razão existencial ganha prioridade em relação a todas as necessidades, que possam ser sentidas pelo o ser humano, ou por qualquer outro ser vivo.
É a sua preservação que está em causa, a continuidade da vida de que nos fala Freud, que de tudo é capaz para a sustentar, e manter-se vivo.
Nada mais importante para o ser humano do que a tentativa de manter-se vivo, e esse sentido é garantido através de uma constituição genética / biológica, entendido como matéria, que possui em si mesma a capacidade de agir através de impulsos, como forma de reagir a estímulos, tanto internos, quanto externos, que possam colocar em causa o seu estado de satisfação.
O sentido de vida é proveniente dessa razão existencial, resultante de uma necessidade do corpo em manter-se vivo, que tenta sobrepor-se, e resistir á visibilidade da morte anunciada.
Continua na próxima postagem

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