Argumento, segundo o dicionário é o raciocínio com o qual o sujeito chega a uma conclusão.
Existe uma conclusão, que o sujeito tenta definir, pelo que é chamado a argumentar.
Será através da associação de imagens e idéias, que os argumentos emergem, como condição de tornar-se compreendido e compreensível, ou seja, apresentar uma lógica.
Somos levados a considerar, que sem a imagem primeva, e a idéia acerca dela, não pode existir pensamento, mas apenas memória.
Como é garantida a idéia acerca de determinada imagem ?
Uma foto mostrada pela primeira vez, ou, que se mostra ao indivíduo, cujos objetos, e cenário são desconhecidos, será simplesmente uma foto, sem qualquer significado.
Perguntamos a quem nos mostra a foto:
- Quem são as pessoas que ali estão representadas, ou, os objetos que nela se encontram, e onde foi tirada.
Podemos perceber isso na postura da criança em relação á mãe, e desta em relação a ela, em que aquela é receptora de estímulos exteriores, sendo a mãe a emissora desses estímulos dirigidos á criança.
Mas a imagem mãe / pai, ou de outra pessoa qualquer, também é constituída sem que exista a absoluta necessidade de recorrer á fala, á linguagem.
Desta feita, percebemos na postura, a contribuição válida para um processo formativo da criança, que passa pelo gestual, pela intensidade das manifestações dos corpos em presença, tal como, a agressividade exagerada, gerando a agressão e a violência, em que o aprendizado não tem voz que a sustente inicialmente.
Ao não compreendido das palavras, a criança tenta perceber nos gestos dos outros o que se passa á sua volta, ficando atenta ás expressões, e ás atitudes, tomando sentido delas, as memorizando.
Desse modo nos é dado a perceber, que a imitação é a primeira forma de aprendizado, e que a tomada de sentido é processada através de uma relação com outros corpos á sua volta.
Esse aprendizado processa-se por transferência de energia.
Aquela mãe, sem perceber bem o que fazer, e por tanto bater de frente com a filha, me questionou, se não seria melhor somente uma análise de quinze em quinze dias, dado, que desse modo não ficaria sufocada com tanta agressividade da filha.
A filha está na faculdade, e tem sua vida profissional numa outra cidade, e só se desloca a casa dos pais para vir á análise.
Apesar da filha ter 25 anos, nota-se claramente a intromissão por parte da mãe nos seus assuntos, o que demonstra o poder por um lado, e a submissão por outro.
Em face do histórico familiar, que aponta de forma clara, para um poder esmagador da figura feminina em relação ao pai, sendo este submisso, mas ao mesmo tempo facilitador dos desejos da filha, desautorizando a mãe, fiz-lhe notar o seguinte :
-O empurrar para fora do seio familiar um jovem, mesmo que a sua idade corresponda á fase adulta, como é o caso, contra sua vontade, encerra alguns perigos, que eu gostaria que a senhora analisasse comigo.
Primeiro, se o jovem ainda não se encontra pronto para voar, pelo menos assim julga, o que lhe faltará ?
Não será decerto a senhora que pode responder a esta pergunta, mas sim a sua filha.
Tudo o que disser poderá não corresponder ao sentido da sua própria filha, que será muito provável, que também esteja confusa , devido á emergência de diversos sentimentos, que não sabe bem elaborar.
Se formos corpos capazes de entender as coisas deste modo, não nos custa admitir, que apenas existem argumentos, na ânsia de justificar atitudes, e nada mais.
A segunda questão que proponho é a seguinte :
A sua filha não só bebeu de si os ensinamentos, como também do pai, pelo que se encontra dentro dela a mãe poderosa e o pai submisso, que tantas vezes transgrediu uma ordem dada pela senhora.
Significa que ela deixa-se seduzir por um homem submisso, ou pelo menos assim o julga, do qual presume que possa obter o chocolate, que a mãe lhe negou.
Esta postura está marcada no sistema psíquico de sua filha, devido ao comportamento do pai, repetido centenas vezes, enquanto criança, em que nos é dado a perceber de forma clara, o processo de indução / induzido, que uma vez incorporado, passou a atuar no próprio corpo da criança, de forma instintiva.
Mas uma vez desenganada, desiludida, ou simplesmente contrariada, porque um desejo que pretende realizar é negado por aquele homem submisso, recorre á outra arma disponível, que aprendeu com sua mãe como último recurso, a intolerância, a prepotência, como um poder que julga possuir.
A evidência de um pai sedutor, transgredindo ás ordens da mãe, a conduziu, porque seduzida, ao caminho da transgressão, perversão, que de forma intrínseca julgava a mãe como sendo a má da fita.
Parece que temos dois caminhos em paralelo, o poder e a sedução, como forma de obter os objetos de satisfação, e de desejo.
Mas devemos ter em atenção, que foram os pais que possibilitaram á filha essa agressividade de que tanto a senhora reclama, chegando ao ponto de alguma violência física contra o irmão e o próprio pai, embora sem consequências de maior.
A experimentação de forças físicas percebe-se contra aquela força, que aparentemente parece não ter poder algum, ou menos poder.
Agora tente perceber o que poderá acontecer se a empurrar para fora de portas ?
Quando essa energia acumulada não apresentar condição alguma de ficar represada, ou ser dissolvida, tende a aflorar, e a pergunta que faço é a seguinte:
-Não existindo a família, como, e onde vai, ou pode, descarregar essa energia ?
-No meio social decerto.
A questão que fica por saber, será como, de que forma, e com quem tal explosão vai dar-se.
Poderá acontecer, que aquilo que julgou ser um alívio para si, na decorrência de sua atitude, de ter a sua filha longe do seu convívio, possa ser motivo de maior tristeza e angústia posteriormente, em face das confusões em que ela eventualmente possa entretanto envolver-se.
Sabemos bem, que perante a dificuldade de gerir as coisas, fugimos, ou, as rejeitamos, porém neste caso, a mãe não estava a dar-se conta, que estaria a rejeitar a filha.
Nota breve - Ela fora rejeitada na infância pela mãe.
Ficou paralisada, olhar estranho, como se estivesse á procura de um argumento, que não conseguia encontrar, e ficou disposta a ouvir o que tinha para dizer.
Adivinhe o que ela vai fazer de seguida ?
Queiramos ou não, o seio familiar, por muito ruim que seja, funciona sempre como porto de abrigo.
Em face dessa rejeição, não será que ela tende a arranjar um porto de abrigo substitutivo fora de portas ?
Se ela está mal, tem conflitos, que ainda não consegue gerir, será obvio que os tenta transferir para a pessoa, que escolheu, e entendeu ser o seu porto de abrigo.
E aqui reside o perigo da sua atitude.
Tudo que está acontecer, será muito provável que possa acontecer de novo, muito embora com outras pessoas, de cujo caráter nada sabemos.
O amor que lhe é devido, passa fundamentalmente pelo o tratamento, ou seja, pela análise.
No decurso da análise, vai percebendo como voar, adquirindo mais saber acerca de si, e do mundo que a rodeia, não precisando de ser empurrada, iniciando a sua partida em devido tempo, de livre, e espontânea vontade.
O gozo está nesse movimento de libertação, percebendo a capacidade própria em voar, e seguir seu caminho.
O falso gozo percebe-se através da sua incapacidade, que só goza no outro, e com o outro, por não conseguir ainda voar.
É essa revolta que transporta no peito, embora de forma inconsciente, de não conseguir voar sozinha, que fabrica a energia, que tende a projetar em quem ama.
Se arranjar um novo amor, a cena vai repetir-se, alimentando o seu transtorno.
Mas ela deve ver que .....
Apenas argumentos para justificar atitudes, mas que não soluciona coisa alguma.
O que parece ser urgente e necessário, encontra-se no poder da análise, que a possa levar a desatar o nó dessa trama ( de ) formativa da infância.
Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
A arte de argumentar
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Psicanalise
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
A procura da verdade
Quem procura a verdade com tanta insistência são apenas alguns intelectuais, que dedicam parte do seu tempo a procurar agulha em palheiro, que ao longo dos séculos ainda não conseguimos eleger aquele que a possui. Afirmar que é possuído pela verdade, é coisa dada ao demónio, dado que a luz que os possa iluminar não traz consigo a verdade, mas apenas a possibilidade de transformação de uma suposta mentira. Isso será a verdade ? Ou apenas uma forma diferenciada de perceber as coisas e o mundo ? Que verdade é essa que julgamos possuir ? A verdade é divina. Mas a verdade é demoníaca, quando a mando da verdade, cometem-se as maiores atrocidades. A verdade de hoje é a mentira de amanhã. O homem simples não quer saber de procurar a verdade, ele simplesmente a vive, o que julga ser para ele a verdade. A verdade não vem do mais saber, porque o conhecimento pode não ser a verdade que observamos, e conhecemos, nem aquela que nos dizem ser a verdade. O que o conhecimento nos traz é uma forma diferenciada de entender e perceber as coisas, julgando o ser humano tratar-se da verdade. A verdade de um povo que está de acordo em enviar para uma guerra seus filhos, será semelhante aquela, que após alguns anos de tanta dor e sofrimento, deseja acabar com ela.
A primeira verdade fora mentirosa, dado que a segunda que emergiu de uma realidade sentida na carne e na alma, se superiorizou, o que nos quer dizer, que a realidade de ontem já não é a mesma de hoje. Porém vos digo, que não existe verdade mentirosa ou verdadeira, mas antes uma realidade, que é circunstancial para a qual existem argumentos, que a transforma em verdade do sujeito. A verdade provém daquilo que se ousa chamar por consciência, que no caso visado, parece deixar muito a desejar, porque ela foi e já não é, sendo uma outra que se enraizou na mente do ser humano dada as condições que ele próprio observa. A verdade é universal afirmam alguns. Mas o que será, de onde é proveniente, do que é constituída para que saibamos que na realidade a verdade é universal ? A partir do avanço tecnológico, e das descobertas cientificas, que a todo o momento nos faz saber que a verdade está na emergência de um sentido de uma complexidade fenomenológica, como aquele que desperta os órgãos da percepção, parece existir um reajuste das próprias convicções do ser humano. A energia já é percebida como fator essencial para a vida, e como já não é possível esconder o Sol com a peneira, o poder de adaptação das pessoas as leva a considerar o mesmo que antes, arranjando em face das descobertas novos argumentos para sustentar suas idéias. Atrelam-se á ciência, porque já não capazes de a contrariar, para afirmar que os espíritos são pura energia, ou, que esta é emanada de um Deus todo poderoso, esquecendo-se porém, que o diabo, se é que existe, também depende dela. Nisto consiste o pensamento humano, que nada tem de intelectual, quando teimosamente tende a bater-se por suas crenças adquiridas na infância, dado que apenas conseguimos descortinar o poder de adaptação a novas circunstancias que são propostas a cada um de nós, mantendo-se os pressupostos iniciais. Se a ciência mantivesse as suas propostas iniciais, e outras formas de percepção não existissem, estaríamos ainda na primitividade de conceitos estabelecidos.
O que tem acontecido com a psicanálise desde que Freud a apresentou publicamente insere-se segundo a mesma perspectiva, em que a incapacidade para demonstrar a sua ineficácia, não parece ser suficiente para a derrubar, em que poucos se batem por ela, e muitos, dela se apropriam para os fins que consideram mais convenientes, metendo o demónio dentro de casa, porque não sabem viver sem ele. Por medo de uma argumentação falha de racionalidade, o que os levaria decerto á negação, que não conseguiriam provar, em que a sua intelectualidade estaria colocada em causa, melhor seguir na onda, que é uma outra forma de negação, na tentativa de imporem uma nova versão de uma verdade psicanalítica. Assim foi na era de Freud, assim é na nossa, o que nos leva a considerar que a mentalidade de hoje é a mesma de ontem, não obstante toda a evolução tecnológica e científica.
A suposta verdade, faz de um poder mental, o mentalista, o falso intelectual, que tende a seduzir os outros com aquilo que julga ser a verdade, mas que não pode provar.
Mas o mais curioso, é que o contrário também não pode ser provado, talvez porque não exista o contraditório, mas apenas o diferente que o ser humano recusa enxergar.
E eis que os filósofos descem a terreiro, ou sobem ao palco, e afirmam que eu próprio estou a bater-me por uma suposta verdade, em que a objetividade do ser animal, que não humano, e muito menos intelectual, numa tentativa de destruir o outro, já nem sequer se importa com princípios e conceitos misturando tudo, para dar a entender, que todos somos iguais. Parece que a intenção, muito embora inconsciente, é deixar as coisas tal como estão, em que a dialética tende a confundir as coisas em vez de as tentar aclarar, em que a interpretação tende a definir conceitos, segundo formas arbitrárias, tentando negar os princípios que regem a própria existência do ser vivo. Se existe em cada um de nós uma verdade, não podemos afirmar que exista uma verdade, em termos objetivos, absolutos, embora possa ser objetivada através da forma de sentir do sujeito, será perante o universo, subjetiva, embora possa ser coincidente em alguns momentos.
A esses lhes direi que me bato pela diversidade, pela probabilidade, que em si mesmo não poder ser entendida como verdade, porque ela tende a revelar-se a cada momento, sem contudo ficar agitado com a suposta verdade dos outros. Não estou incomodado com a descoberta da verdade, mas antes empenhado em entender e perceber a complexidade dos fenómenos mentais, pelo que não puxo a carroça para um lado, quando o caminho me pode conduzir a um outro lugar.
A diferença entre nós não se encontra na verdade, nem numa vontade de poder que nos transmita a sensação de possuir a verdade, por isso reina a tolerância e a liberdade de ser semelhante aos demais, mas não igual, em que os considero com suas diferenças.
È a intolerância que leva o ser humano a bater-se pela sua realidade interior, pelo seu Eu – dourado – como supra sumo de uma criação divina, que não respeita as leis de Deus, mas a ele parece dever todo o poder. É essa diferença entre nós, em que na verdade, não sei onde se encontra a verdade, o que pressupõe que ela possa existir, mas a minha pequenez não permite afirmar que ali se encontra a verdade, pelo que todos, sem excepção, somos crentes, mesmo que neguemos a suposta verdade de um outro.
Chegámos ao ponto crucial para que nos possamos entender. A psicanálise tem sido julgada a partir de uma crença, que possui na objetividade, na unidade / referencia o seu suporte, como o marco através do qual o ser humano tende reger a sua forma de estar na vida. Ora, são esses conceitos, que não princípios genéticos / biológicos, ou deles derivados, que uma vez incorporados desde há muitos séculos atrás, são transmitidos através de gerações, que nenhum ser humano deseja colocar em causa, dado que eles se constituíram na sua lei interior psíquica.
È neste ponto, que reside a primeira grande diferença entre os seres humanos, dado que alguns são filhos de pais, que não pensam como outros, pelo que a sua evolução na forma de estar na vida é diferenciada dos demais.
Ou seja, a verdade de uns, não será a verdade de outros.
Por outro lado ao existir aquilo que julgamos ser a mentira, nos indica de forma clara, que existem duas verdades, pelo menos as pessoas assim julgam, pelo que derrotar a verdade do outro, deve corresponder a um desejo interior do indivíduo que assim pensa.
Não será isto a demonstração de uma hostilidade exacerbada contra a suposta verdade de um outro ? Mas a questão essencial, é tentar entender, e perceber a partir de quê, e a devido a quê, que tende a emergir essa forma exacerbada hostil, uma vez que não é conferida á vontade humana, de forma racionalizada, exterminar a hostilidade, porque pertença da própria função do organismo. Se assim parece ser, não nos custa admitir, que será exatamente devido á ausência de um princípio de racionalidade na formação infantil, açoitando o ¨ anima ¨, o animal, que as pessoas desejam socializar, que ele reage de forma animalesca.
Se essa energia universal é emergente de Deus, e se essa é a verdade, o simples mortal pode ser a vontade de Deus, como efeito da sua atitude criadora, mas não será possuído de outra verdade, senão daquela que lhe deu origem, pelo que a sua vontade será pura energia emanada de um poder universal.
Podemos deste modo entender a frase tantas vezes ouvida, que todos somos filhos de Deus, que não depende da nossa vontade ser, ou não ser, incorporado de uma verdade, que a outro pertence, Deus, acerca do qual muito pouco sabemos, que por isso mesmo reza o terço, que seja feita a sua vontade assim na terra como no céu.
Crer nessa vontade divina, nessa energia, que os homens da ciência pretendem desvendar, apenas será a vontade de entrar no mundo do céu, cuja intenção não deve passar, por transformar essa verdade, numa outra verdade qualquer, que podemos julgar tratar-se da mentira. Talvez seja este encontro com Deus, que a ciência nos propõem, que sem medo, desejamos nos encontrar com ele. Fervorosos ateus que despertam paixões, que de forma disfarçada, são tão, ou mais crentes, do que aqueles que dizem acreditar em Deus, que em vez de estarem do mesmo lado, entretêm-se a esgrimir suas armas, cuja finalidade é sempre a mesma, a descoberta do grande nada.
Talvez porque a verdade esteja em nós, mas não sabemos o que ela é, que uma vez agitados e confusos, somos levados a lutar por aquilo que nos aflige, e nos parece faltar.
O que é a verdade ?
Não sei o que ela é, porque se constitui, e devido a quê tal será possível, mas sei que sou crente nos valores da vida, que tem uma relação com o meu sentido de vida, que não é forçoso ser diferenciado de outro ser humano qualquer, mas que em muitas coisas o será decerto.
O dado objetivo que me traz vivo é o sentido de preservação e de liberdade de movimentos, que é estritamente uma condição animal, que coexistindo com um outro sentido, desta feita adquirido através da formação infantil, o respeito e consideração pelo o semelhante, tende a garantir a valorização de um sentido, que julgo ser divino.
Justamente parece ser devido a essa capacidade de pensar, que será a verdade que nos é presente através do pensamento, que emerge uma sensação de sermos possuídos por ela.
Mas se a verdade é puramente existencial, ela não existe para além das próprias coisas, em que só o sentido parece despertar no ser humano o pensamento.
A primeira verdade fora mentirosa, dado que a segunda que emergiu de uma realidade sentida na carne e na alma, se superiorizou, o que nos quer dizer, que a realidade de ontem já não é a mesma de hoje. Porém vos digo, que não existe verdade mentirosa ou verdadeira, mas antes uma realidade, que é circunstancial para a qual existem argumentos, que a transforma em verdade do sujeito. A verdade provém daquilo que se ousa chamar por consciência, que no caso visado, parece deixar muito a desejar, porque ela foi e já não é, sendo uma outra que se enraizou na mente do ser humano dada as condições que ele próprio observa. A verdade é universal afirmam alguns. Mas o que será, de onde é proveniente, do que é constituída para que saibamos que na realidade a verdade é universal ? A partir do avanço tecnológico, e das descobertas cientificas, que a todo o momento nos faz saber que a verdade está na emergência de um sentido de uma complexidade fenomenológica, como aquele que desperta os órgãos da percepção, parece existir um reajuste das próprias convicções do ser humano. A energia já é percebida como fator essencial para a vida, e como já não é possível esconder o Sol com a peneira, o poder de adaptação das pessoas as leva a considerar o mesmo que antes, arranjando em face das descobertas novos argumentos para sustentar suas idéias. Atrelam-se á ciência, porque já não capazes de a contrariar, para afirmar que os espíritos são pura energia, ou, que esta é emanada de um Deus todo poderoso, esquecendo-se porém, que o diabo, se é que existe, também depende dela. Nisto consiste o pensamento humano, que nada tem de intelectual, quando teimosamente tende a bater-se por suas crenças adquiridas na infância, dado que apenas conseguimos descortinar o poder de adaptação a novas circunstancias que são propostas a cada um de nós, mantendo-se os pressupostos iniciais. Se a ciência mantivesse as suas propostas iniciais, e outras formas de percepção não existissem, estaríamos ainda na primitividade de conceitos estabelecidos.
O que tem acontecido com a psicanálise desde que Freud a apresentou publicamente insere-se segundo a mesma perspectiva, em que a incapacidade para demonstrar a sua ineficácia, não parece ser suficiente para a derrubar, em que poucos se batem por ela, e muitos, dela se apropriam para os fins que consideram mais convenientes, metendo o demónio dentro de casa, porque não sabem viver sem ele. Por medo de uma argumentação falha de racionalidade, o que os levaria decerto á negação, que não conseguiriam provar, em que a sua intelectualidade estaria colocada em causa, melhor seguir na onda, que é uma outra forma de negação, na tentativa de imporem uma nova versão de uma verdade psicanalítica. Assim foi na era de Freud, assim é na nossa, o que nos leva a considerar que a mentalidade de hoje é a mesma de ontem, não obstante toda a evolução tecnológica e científica.
A suposta verdade, faz de um poder mental, o mentalista, o falso intelectual, que tende a seduzir os outros com aquilo que julga ser a verdade, mas que não pode provar.
Mas o mais curioso, é que o contrário também não pode ser provado, talvez porque não exista o contraditório, mas apenas o diferente que o ser humano recusa enxergar.
E eis que os filósofos descem a terreiro, ou sobem ao palco, e afirmam que eu próprio estou a bater-me por uma suposta verdade, em que a objetividade do ser animal, que não humano, e muito menos intelectual, numa tentativa de destruir o outro, já nem sequer se importa com princípios e conceitos misturando tudo, para dar a entender, que todos somos iguais. Parece que a intenção, muito embora inconsciente, é deixar as coisas tal como estão, em que a dialética tende a confundir as coisas em vez de as tentar aclarar, em que a interpretação tende a definir conceitos, segundo formas arbitrárias, tentando negar os princípios que regem a própria existência do ser vivo. Se existe em cada um de nós uma verdade, não podemos afirmar que exista uma verdade, em termos objetivos, absolutos, embora possa ser objetivada através da forma de sentir do sujeito, será perante o universo, subjetiva, embora possa ser coincidente em alguns momentos.
A esses lhes direi que me bato pela diversidade, pela probabilidade, que em si mesmo não poder ser entendida como verdade, porque ela tende a revelar-se a cada momento, sem contudo ficar agitado com a suposta verdade dos outros. Não estou incomodado com a descoberta da verdade, mas antes empenhado em entender e perceber a complexidade dos fenómenos mentais, pelo que não puxo a carroça para um lado, quando o caminho me pode conduzir a um outro lugar.
A diferença entre nós não se encontra na verdade, nem numa vontade de poder que nos transmita a sensação de possuir a verdade, por isso reina a tolerância e a liberdade de ser semelhante aos demais, mas não igual, em que os considero com suas diferenças.
È a intolerância que leva o ser humano a bater-se pela sua realidade interior, pelo seu Eu – dourado – como supra sumo de uma criação divina, que não respeita as leis de Deus, mas a ele parece dever todo o poder. É essa diferença entre nós, em que na verdade, não sei onde se encontra a verdade, o que pressupõe que ela possa existir, mas a minha pequenez não permite afirmar que ali se encontra a verdade, pelo que todos, sem excepção, somos crentes, mesmo que neguemos a suposta verdade de um outro.
Chegámos ao ponto crucial para que nos possamos entender. A psicanálise tem sido julgada a partir de uma crença, que possui na objetividade, na unidade / referencia o seu suporte, como o marco através do qual o ser humano tende reger a sua forma de estar na vida. Ora, são esses conceitos, que não princípios genéticos / biológicos, ou deles derivados, que uma vez incorporados desde há muitos séculos atrás, são transmitidos através de gerações, que nenhum ser humano deseja colocar em causa, dado que eles se constituíram na sua lei interior psíquica.
È neste ponto, que reside a primeira grande diferença entre os seres humanos, dado que alguns são filhos de pais, que não pensam como outros, pelo que a sua evolução na forma de estar na vida é diferenciada dos demais.
Ou seja, a verdade de uns, não será a verdade de outros.
Por outro lado ao existir aquilo que julgamos ser a mentira, nos indica de forma clara, que existem duas verdades, pelo menos as pessoas assim julgam, pelo que derrotar a verdade do outro, deve corresponder a um desejo interior do indivíduo que assim pensa.
Não será isto a demonstração de uma hostilidade exacerbada contra a suposta verdade de um outro ? Mas a questão essencial, é tentar entender, e perceber a partir de quê, e a devido a quê, que tende a emergir essa forma exacerbada hostil, uma vez que não é conferida á vontade humana, de forma racionalizada, exterminar a hostilidade, porque pertença da própria função do organismo. Se assim parece ser, não nos custa admitir, que será exatamente devido á ausência de um princípio de racionalidade na formação infantil, açoitando o ¨ anima ¨, o animal, que as pessoas desejam socializar, que ele reage de forma animalesca.
Se essa energia universal é emergente de Deus, e se essa é a verdade, o simples mortal pode ser a vontade de Deus, como efeito da sua atitude criadora, mas não será possuído de outra verdade, senão daquela que lhe deu origem, pelo que a sua vontade será pura energia emanada de um poder universal.
Podemos deste modo entender a frase tantas vezes ouvida, que todos somos filhos de Deus, que não depende da nossa vontade ser, ou não ser, incorporado de uma verdade, que a outro pertence, Deus, acerca do qual muito pouco sabemos, que por isso mesmo reza o terço, que seja feita a sua vontade assim na terra como no céu.
Crer nessa vontade divina, nessa energia, que os homens da ciência pretendem desvendar, apenas será a vontade de entrar no mundo do céu, cuja intenção não deve passar, por transformar essa verdade, numa outra verdade qualquer, que podemos julgar tratar-se da mentira. Talvez seja este encontro com Deus, que a ciência nos propõem, que sem medo, desejamos nos encontrar com ele. Fervorosos ateus que despertam paixões, que de forma disfarçada, são tão, ou mais crentes, do que aqueles que dizem acreditar em Deus, que em vez de estarem do mesmo lado, entretêm-se a esgrimir suas armas, cuja finalidade é sempre a mesma, a descoberta do grande nada.
Talvez porque a verdade esteja em nós, mas não sabemos o que ela é, que uma vez agitados e confusos, somos levados a lutar por aquilo que nos aflige, e nos parece faltar.
O que é a verdade ?
Não sei o que ela é, porque se constitui, e devido a quê tal será possível, mas sei que sou crente nos valores da vida, que tem uma relação com o meu sentido de vida, que não é forçoso ser diferenciado de outro ser humano qualquer, mas que em muitas coisas o será decerto.
O dado objetivo que me traz vivo é o sentido de preservação e de liberdade de movimentos, que é estritamente uma condição animal, que coexistindo com um outro sentido, desta feita adquirido através da formação infantil, o respeito e consideração pelo o semelhante, tende a garantir a valorização de um sentido, que julgo ser divino.
Justamente parece ser devido a essa capacidade de pensar, que será a verdade que nos é presente através do pensamento, que emerge uma sensação de sermos possuídos por ela.
Mas se a verdade é puramente existencial, ela não existe para além das próprias coisas, em que só o sentido parece despertar no ser humano o pensamento.
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Psicanalise / Filosofia
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Neurônios
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Pesquisadores mostram como cérebro controla o medo
Estudo descobriu dois tipos de neurônios que controlam fluxo dessa emoção na amídala
Uma equipe de pesquisadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos Estados Unidos, deu um passo importante na compreensão de como o medo é desencadeado no cérebro ao dissecar o circuito neural desse estado emocional.
No estudo, chefiados por David Anderson, professor de biologia da Caltech pesquisador da do Instituto Médico Howard Hughes, os cientistas descrevem um microcircuito na amídala, que contém dois subtipos de neurônios com funções opostas – eles controlam o nível de medo que sai da amídala, funcionando como uma espécie de gangorra.
Assim que começa o fluxo de medo, esse impulso pode ser transmitido para outras regiões do cérebro que controlam o comportamento temeroso.
Anderson explicou que, agora que já conhecem esse mecanismo da gangorra, os cientistas poderão desenvolver remédios para tratar distúrbios psiquiátricos provocados pelo medo, como transtornos do estresse pós-traumático e da ansiedade ou fobias.
Segundo o chefe do estudo, a chave para entender esse mecanismo delicado foi a descoberta de "marcadores", genes que poderiam identificar e permitir aos cientistas distinguir os diferentes tipos de tipos de células neuronais da amídala.
A equipe de Anderson encontrou esse marcador em um gene que codifica uma enzima chamada de proteína kinase C-delta, que aparece na metade dos neurônios dentro de uma subdivisão do núcleo central da amídala, região que controla justamente o fluxo do medo. Os cientistas marcaram com uma substância fluorescente os neurônios nos quais a enzima é expressa, o que lhes permitiu mapear as conexões desses neurônios, além de monitorar e manipular sua atividade elétrica.
O estudo revelou que a composição da kinase com os neurônios formam uma das pontas da gangorra, fazendo com que as conexões com a outra população de neurônios do núcleo central não expresse a enzima.
Em outro estudo independente desse, o cientistas Andreas Lüthi, do Instituto Friederich Miescher, na Suíça, conseguiram gravar os sinais elétricos gerados pela amídala durante estímulos de indução ao medo. Eles descobriram dois tipos de neurônios que reagiram de formas opostas a esse estímulo: um tipo aumentou sua atividade enquanto o outro diminuiu.
As duas equipes uniram seus esforços para saber quais os neurônios de Lüthi correspondiam aos neurônios com e sem a proteína kinase, descobertos pela equipe de Anderson: as células que diminuíram sua atividade eram os neurônios com a proteína e aquelas que aumentaram, os sem proteína.
As descobertas mostraram que a geografia do cérebro é organizada de forma parecida à do mundo: é dividida em países, estados, cidades, bairros, vizinhanças e casas, sendo que as casas correspondem aos vários tipos de neurônios, explicou Anderson.
"Antes, só tínhamos conseguido dissecar a amídala nos níveis das cidades ou, no máximo, das vizinhanças. Com essas novas técnicas, finalmente chegamos ao nível das casas".
Post do blog-Metendobico.blogspot.com
Pesquisadores mostram como cérebro controla o medo
Estudo descobriu dois tipos de neurônios que controlam fluxo dessa emoção na amídala
Uma equipe de pesquisadores da Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos Estados Unidos, deu um passo importante na compreensão de como o medo é desencadeado no cérebro ao dissecar o circuito neural desse estado emocional.
No estudo, chefiados por David Anderson, professor de biologia da Caltech pesquisador da do Instituto Médico Howard Hughes, os cientistas descrevem um microcircuito na amídala, que contém dois subtipos de neurônios com funções opostas – eles controlam o nível de medo que sai da amídala, funcionando como uma espécie de gangorra.
Assim que começa o fluxo de medo, esse impulso pode ser transmitido para outras regiões do cérebro que controlam o comportamento temeroso.
Anderson explicou que, agora que já conhecem esse mecanismo da gangorra, os cientistas poderão desenvolver remédios para tratar distúrbios psiquiátricos provocados pelo medo, como transtornos do estresse pós-traumático e da ansiedade ou fobias.
Segundo o chefe do estudo, a chave para entender esse mecanismo delicado foi a descoberta de "marcadores", genes que poderiam identificar e permitir aos cientistas distinguir os diferentes tipos de tipos de células neuronais da amídala.
A equipe de Anderson encontrou esse marcador em um gene que codifica uma enzima chamada de proteína kinase C-delta, que aparece na metade dos neurônios dentro de uma subdivisão do núcleo central da amídala, região que controla justamente o fluxo do medo. Os cientistas marcaram com uma substância fluorescente os neurônios nos quais a enzima é expressa, o que lhes permitiu mapear as conexões desses neurônios, além de monitorar e manipular sua atividade elétrica.
O estudo revelou que a composição da kinase com os neurônios formam uma das pontas da gangorra, fazendo com que as conexões com a outra população de neurônios do núcleo central não expresse a enzima.
Em outro estudo independente desse, o cientistas Andreas Lüthi, do Instituto Friederich Miescher, na Suíça, conseguiram gravar os sinais elétricos gerados pela amídala durante estímulos de indução ao medo. Eles descobriram dois tipos de neurônios que reagiram de formas opostas a esse estímulo: um tipo aumentou sua atividade enquanto o outro diminuiu.
As duas equipes uniram seus esforços para saber quais os neurônios de Lüthi correspondiam aos neurônios com e sem a proteína kinase, descobertos pela equipe de Anderson: as células que diminuíram sua atividade eram os neurônios com a proteína e aquelas que aumentaram, os sem proteína.
As descobertas mostraram que a geografia do cérebro é organizada de forma parecida à do mundo: é dividida em países, estados, cidades, bairros, vizinhanças e casas, sendo que as casas correspondem aos vários tipos de neurônios, explicou Anderson.
"Antes, só tínhamos conseguido dissecar a amídala nos níveis das cidades ou, no máximo, das vizinhanças. Com essas novas técnicas, finalmente chegamos ao nível das casas".
Post do blog-Metendobico.blogspot.com
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Neurociência
sábado, 25 de dezembro de 2010
A verdade como um lugar
No limite da vida, na periferia do campo da morte, entre o céu e a terra, a morte e a vida, oscilante está o corpo, vibrando com as ondas, que o inclinam, ora para um lado, ora para outro, num mar de tendências, e de indefinições, num movimento pendular que toca as extremidades, que não lhe garante o rumo, mais parecendo á deriva, mas que ainda assim gira em volta de um eixo, de seu eixo, que nos custa a perceber tantas vezes onde se encontra, e se mesmo existe.
Nenhum de nós parece saber ao certo onde se encontra, porque se encontra naquele lugar, mas que apenas parece dar conta dali se encontrar, como desejo, ou não desejo, tentando arranjar argumentos, que sejam capazes de oficializar esse encontro, do indivíduo com esse lugar.
A lógica como sendo a ponte que se impõe entre as duas margens, tem por finalidade a continuidade de um movimento nesse triste caminhar para o infinito, que se transforma em alegria enquanto caminhamos, que para além da própria existência, o sujeito tenta justificar a posição que ocupa num determinado espaço, que não noutro lugar.
Com honra e fanfarra, caminhamos para a guerra, para a fronteira que delimita a vida e a morte.
Se a lógica fosse o lógos, a unidade referência não existia, mas apenas dois lugares, de um estar e não estar, de um desejo de vir a estar, porque já não consegue estar satisfeito no mesmo lugar.
A origem e a derivação como ponto de encontro, nos garante a sensação de ser essa a verdade de uma existência, que em si mesmo parece ser sempre precária, oscilando, oscilante, derivada, á deriva, que deseja encontrar um ponto de equilíbrio, como âncora que seja capaz de parar por momentos o movimento, simples oscilação, que não caminhar, que nos dá a sensação de estar parados.
J. Laplanche
Pág. 171 – Problemáticas IV
O inconsciente e o id.
O campo analítico é delimitado, de uma certa maneira, por regras precisas: nada de real deve aí ser considerado em seu plano de realidade; mas é evidente que, se definimos que nada de real aí deve entrar, nada de real poderá daí sair.
Cumpre admitir que a análise reproduz, com efeito, uma situação, que põe assim da porta para fora, no mais estrito sentido, o problema da adaptação.
Ainda que a evolução de mais um tratamento esteja aí para mostrar como os limites adaptativos, esse ¨ vivere ¨, são, de fato, modificáveis, como esses limites, aparentemente definitivos, fixados na natureza das coisas, vão aparecer, mediante uma simples mudança de perspectiva, flexíveis, quando os supunhamos rígidos.
Assim seja.
Fim de citação.
Se a verdade é existencial, ou dela será derivada, que outra verdade pode ser encontrada para além da própria existência ?
Nenhum de nós parece saber ao certo onde se encontra, porque se encontra naquele lugar, mas que apenas parece dar conta dali se encontrar, como desejo, ou não desejo, tentando arranjar argumentos, que sejam capazes de oficializar esse encontro, do indivíduo com esse lugar.
A lógica como sendo a ponte que se impõe entre as duas margens, tem por finalidade a continuidade de um movimento nesse triste caminhar para o infinito, que se transforma em alegria enquanto caminhamos, que para além da própria existência, o sujeito tenta justificar a posição que ocupa num determinado espaço, que não noutro lugar.
Com honra e fanfarra, caminhamos para a guerra, para a fronteira que delimita a vida e a morte.
Se a lógica fosse o lógos, a unidade referência não existia, mas apenas dois lugares, de um estar e não estar, de um desejo de vir a estar, porque já não consegue estar satisfeito no mesmo lugar.
A origem e a derivação como ponto de encontro, nos garante a sensação de ser essa a verdade de uma existência, que em si mesmo parece ser sempre precária, oscilando, oscilante, derivada, á deriva, que deseja encontrar um ponto de equilíbrio, como âncora que seja capaz de parar por momentos o movimento, simples oscilação, que não caminhar, que nos dá a sensação de estar parados.
J. Laplanche
Pág. 171 – Problemáticas IV
O inconsciente e o id.
O campo analítico é delimitado, de uma certa maneira, por regras precisas: nada de real deve aí ser considerado em seu plano de realidade; mas é evidente que, se definimos que nada de real aí deve entrar, nada de real poderá daí sair.
Cumpre admitir que a análise reproduz, com efeito, uma situação, que põe assim da porta para fora, no mais estrito sentido, o problema da adaptação.
Ainda que a evolução de mais um tratamento esteja aí para mostrar como os limites adaptativos, esse ¨ vivere ¨, são, de fato, modificáveis, como esses limites, aparentemente definitivos, fixados na natureza das coisas, vão aparecer, mediante uma simples mudança de perspectiva, flexíveis, quando os supunhamos rígidos.
Assim seja.
Fim de citação.
Se a verdade é existencial, ou dela será derivada, que outra verdade pode ser encontrada para além da própria existência ?
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Psicanalise
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
A consciência - Fenómeno quântico ?
Palestra do Prof. Osvaldo Pessoa Jr. no Centro de Estudos Avançados da USP1.
Introdução Seria a consciência um fenômeno quântico?
Por mais forçada que tal especulação possa parecer, ela tem sido seriamente considerada por vários pesquisadores nos últimos cinco anos. A motivação para essa abordagem, grosso modo, é que como a consciência é uma coisa misteriosa, e os fenômenos quânticos também o são, então esses dois mistérios poderiam estar ligados. O presente trabalho, ainda em fase preliminar, é um estudo dos diferentes argumentos utilizados para defender tal ligação, e das diferentes linhas de pesquisa em neurociência que fazem uso de considerações da física quântica.Veremos que a questão de se a consciência é um fenômeno quântico é basicamente uma questão empírica, ainda em aberto, mas que uma formulação precisa desta questão requer esclarecimentos filosóficos relativos às definições de "consciência" e de "fenômeno quântico".
2.A quem interessa tal Tese?
Vamos nos colocar dentro do contexto do materialismo, e supor que estados e processos conscientes são idênticos a certos estados e processos fisiológicos. Neste contexto, existe um debate em psicologia que gira em torno do funcionalismo ("strong AI"), que defende que a mente depende apenas da estrutura dos processos cerebrais, e não de sua realização física.
Assim, em princípio, um computador poderia ter consciência, ou mesmo uma sociedade poderia ter uma consciência própria, desde que os elementos destes sistemas satisfizessem certas propriedades estruturais, ainda não conhecidas pela ciência.
A mente seria como um programa de computador.
NB - Só que o programa de computador apresenta-se de forma rígida, não aceita irregularidades, o que não permite por si mesmo alterar seja o que for.
A tese de que o problema mente-corpo só poderá ser esclarecido quando for levado em conta a natureza quântica do cérebro tem sido usada como um argumento anti-funcionalista.
Esta posição defende que existe algo nos detalhes dos processos fisiológicos da mente que é essencial para a consciência. Talvez esse "algo" seja um processo quântico! Se isto for verdade, então computadores feitos com chips convencionais e sociedades humanas não poderão ter consciência.
NB – Consciência não pode ser confundida com o armazenamento de informação, ou seja, a memória.
NB – Mente é um processo dinâmico de relação e interligação de uma diversidade de imagens e idéias, a que podemos chamar de inteligência, ou ato inteligente, cujo processo primário de indução, leva á dedução.
3. O que é a Consciência?
Boa pergunta! Não sei bem! Espero aprender nesta conferência!
Mas tem algo a ver com eu (ou você) estar aqui agora, tendo acesso a impressões sensoriais que possuem uma qualidade fenomênica (os "qualia", a qualidade branca neste branco, etc.), tendo acesso a memórias que são sempre relativas às experiências minhas, tendo desejos e pensamentos que parecem ter sempre uma intencionalidade, tendo uma noção de unidade de minha consciência, tendo uma noção de tempo e um terrível pavor ao representar adequadamente a minha morte.
NB – Unidade de consciência referida ao corpo, ser vivo, indivíduo, e não ao coletivo.
NB - O que é referido ao coletivo, são tendências que se revelam mais evidentes, as quais se constituem em valores e leis,
4. O que é um Fenômeno Quântico?
Um ponto filosófico crucial a ser esclarecido se refere ao significado da expressão "fenômeno quântico", em oposição a um fenômeno "clássico".
A física quântica é a teoria científica que descreve os objetos microscópicos, como átomos, e sua interação com a radiação (luz, etc.).
Como ela é uma teoria muito bem sucedida, pode-se dizer que qualquer fenômeno microscópico é um fenômeno quântico. Assim, como nosso cérebro é constituído de entidades microscópicas, num sentido trivial nosso cérebro é quântico, assim como nossa consciência (supondo o materialismo).
Mas não é essa a nossa pergunta. Queremos saber se a física quântica é necessária para explicar a consciência, ou seja, se a física clássica é incapaz de explicá-la.
Mas afinal, o que é a teoria quântica? Em poucas palavras, podemos dizer que o que a física quântica tem de essencial é que ela é uma teoria que atribui propriedades ondulatórias para partículas individuais.
Na década de 1920, comprovou-se que toda radiação é absorvida em quantidades discretas de energia ou massa, chamados de "quanta", e que todas as partículas ou quanta podem exibir propriedades ondulatórias, como interferência, difração, etc.
Esta constatação é uma versão fraca do princípio da "dualidade onda-partícula".
A física clássica incluía a mecânica de partículas e a mecânica ondulatória, mas cada qual tinha um domínio de aplicação exclusivo. Partículas seguiam trajetórias bem definidas e não se dividiam em espelhos semi-refletores. Ondas se espalhavam pelo espaço, se dividiam, interferiam consigo mesmas, eram limitadas pelo princípio de incerteza (por exemplo, um pulso de luz emitido em um intervalo de tempo curto não podia ter uma freqüência bem definida), sofriam tunelamento, e exibiam flutuações em sua intensidade.
A física quântica é justamente a teoria que atribui todas essas propriedades ondulatórias a partículas individuais.
Considere agora um determinado tipo de objeto, como um elétron, e o conjunto de suas manifestações (ou seja, os diferentes tipos de experimentos que podem ser feitas com esse elétron). Em geral, a cada um destes experimentos pode-se atribuir ou uma descrição corpuscular, ou uma ondulatória (esta é uma versão forte da dualidade onda-partícula, conhecida como complementaridade, mas que parece ter exceções).
Se este conjunto de manifestações do objeto contiver os dois tipos de comportamento (onda e partícula), então somos forçados a dizer que só a física quântica é capaz de descrever o objeto.
Caso isso não aconteça (ou seja, todas as manifestações são de apenas um tipo), dizemos que o objeto se comporta classicamente.
Considere a absorção de luz pela retina. A física quântica é necessária para descrever este processo? Bem, sabe-se que certos animais são sensíveis a apenas um fóton, e assim este processo é corpuscular. No entanto, acredita-se que nenhuma das propriedades ondulatórias da luz são relevantes para o processo de absorção em si. As propriedades ondulatórias afetam a distribuição espacial dos fótons, mas a absorção em cada célula da retina independe do que está acontecendo em outras células (ou estarei enganado?). Assim, a física clássica seria suficiente para explicar a absorção de luz pela retina.
Existiria algum processo em nosso cérebro, essencial para a nossa consciência, que só pode ser explicado pela física quântica?
5.O Papel da Consciência na Física Quântica
A ligação entre consciência e física quântica foi estabelecida na década de 1930, mas em um sentido diferente do que estamos examinando aqui.Para explicar como que uma frente de onda espalhada podia ser detectada em uma chapa fotográfica como uma trajetória quase linear, elaborou-se a noção de um colapso do pacote de onda que seria causado pela ato da observação (Heisenberg, 1927). Ora, qual é a essência de tal ato? Para alguns físicos importantes da época, era a presença de uma ser consciente. A consciência humana seria causadora de uma transição quântica!
Após a Guerra, o consenso passou a ser que uma observação se caracterizaria pela presença de um aparelho macroscópico de medição, eliminando assim o papel legislador da consciência. Ainda hoje, porém, alguns físicos e filósofos respeitáveis aderem à tese subjetivista.
6. O Papel da Física Quântica na Consciência
A tese que pretendemos examinar com maior cuidado não é o papel da consciência na teoria quântica, mas o papel da teoria quântica nas teorias materialistas da consciência.
Apresentarei aqui os principais argumentos em favor da tese de que a física quântica é essencial para a consciência.
a) O cérebro seria um "computador quântico". Este conceito foi bastante trabalhado pelo físico David Deutsch, que mostrou que tal computador seria mais eficiente do que um computador digital. Por seleção natural, essa vantagem computacional poderia ter favorecido um cérebro que fosse um computador quântico. O problema com este argumento é que o cérebro é muito quente para que tal computação quântica pudesse ocorrer.
b) O cérebro computaria funções não-recursivas. Computadores clássicos e quânticos só podem computar funções recursivas, mas o pensamento humano (por exemplo, a intuição matemática) extrapolaria esta limitação. Uma solução inovadora ao problema do colapso na mecânica quântica talvez solucionasse também esse problema da consciência.
O problema aqui é que não se mostrou rigorosamente que o pensamento humano é capaz de computar funções não-recursivas.
c) Um fenômeno quântico semelhante à "condensação de Bose" poderia ocorrer no cérebro. Este fenômeno é observado a baixas temperaturas, quando um grande número de partículas se comporta identicamente. Fröhlich (1968) propôs um modelo biológico deste fenômeno de "coerência" à temperatura ambiente, envolvendo moléculas dipolares. Alguns pesquisadores afirmam ter encontrado evidência de que tal fenômeno ocorreria no cérebro.
d) O cérebro seria regido por leis análogas às da mecânica quântica. Existe uma abordagem em neurociência que supõe que a convencional dinâmica do neurônio e da sinapse não é fundamental, e que as funções cerebrais podem ser descritas por um "campo dendrítico" que obedeceria a equações da teoria quântica de campos. Esta abordagem matemática foi inspirada na proposta de Karl Pribram, nos anos 60, de um modelo "holonômico" para o cérebro. O fato de leis análogas às da mecânica quântica descreverem funções cerebrais não implica que tais funções constituam um fenômeno quântico. Além disso, em tais modelos não se introduzem medições que causam colapsos, o que sugere que a descrição destes autores é meramente ondulatória.
e) A liberação de neurotransmissores é um processo probabilístico, que seria descrito apenas pela física quântica. Tal liberação, chamada de "exocitose", ocorreria com uma probabilidade relativamente baixa (de cada 5 impulsos nervosos chegando à vesícula sináptica de células piramidais do neocórtex, apenas 1 liberaria o neurotransmissor).De acordo com John Eccles, a mente (que em sua visão dualista existe independentemente do cérebro) pode alterar levemente essas probabilidades de exocitose, o que constituiria um mecanismo para a ação da mente sobre o cérebro. Rejeitamos aqui, por motivos filosóficos, esse dualismo de Eccles. Agora, se ele estiver correto e a exocitose puder ser descrita pela teoria quântica, faltaria mostrar que a mecânica quântica é necessária para descrever este fenômeno, conforme explicado na seção 4, e de que forma este fenômeno está ligado com a emergência da consciência.
f) Ao nível subneuronal ocorreria processamento de informação. Nos anos 70 descobriu-se que as células possuem uma delicada estrutura formada por "microtúbulos" de proteína, formando um "citoesqueleto". Autores citam alguma evidência experimental de que o citoesqueleto tem de fato uma função cognitiva, ligada à memória. Como tais microtúbulos são cilindros com diâmetro de apenas 25 nanometros (10-9 m), é provável que eles só possam ser adequadamente descritos pela física quântica. Resta saber se de fato o citoesqueleto tem uma função cognitiva, além de sua função estrutural e de transporte. Em um recente relato irônico a respeito deste programa de pesquisa, anunciou-se que Penrose aderiu a ele.
7) A mecânica quântica explicaria fenômenos de percepção extrasensorial. Alguns autores partem do princípio de que a consciência pode exercer influência direta sobre processos naturais, e procuram mostrar como um modelo quântico da consciência daria conta deste e de outros tipos de fenômenos. Marshall defende que a performance mental de seres humanos é alterada quando um eletroencefalograma é feito, já que este aparelho de medição estaria provocando colapsos no cérebro.
8. Conclusão
Não existe evidência concreta, ainda, de que a física quântica seja necessária para explicar a consciência. O modelo de Fröhlich e a hipótese de que os microtúbulos tenham uma função cognitiva são bastante interessantes, e merecem ser investigados mais a fundo. Mas quanto às declarações de que tais hipóteses foram confirmadas, conhecemos bem a dinâmica da ciência para não nos deixarmos levar facilmente por tais promessas. Este é um campo em que os pré-julgamentos filosóficos possuem bastante peso. E mesmo que tais hipóteses se confirmem, permaneceria a questão de se a consciência, a ser caracterizada de maneira precisa, faria uso de maneira essencial das características quânticas dos processos cerebrais. Como saldo positivo, espero ter definido de maneira adequada um critério para caracterizar um fenômeno quântico (seção 4), que preciso ainda estender de maneira precisa para a condensação de Bose.
Introdução Seria a consciência um fenômeno quântico?
Por mais forçada que tal especulação possa parecer, ela tem sido seriamente considerada por vários pesquisadores nos últimos cinco anos. A motivação para essa abordagem, grosso modo, é que como a consciência é uma coisa misteriosa, e os fenômenos quânticos também o são, então esses dois mistérios poderiam estar ligados. O presente trabalho, ainda em fase preliminar, é um estudo dos diferentes argumentos utilizados para defender tal ligação, e das diferentes linhas de pesquisa em neurociência que fazem uso de considerações da física quântica.Veremos que a questão de se a consciência é um fenômeno quântico é basicamente uma questão empírica, ainda em aberto, mas que uma formulação precisa desta questão requer esclarecimentos filosóficos relativos às definições de "consciência" e de "fenômeno quântico".
2.A quem interessa tal Tese?
Vamos nos colocar dentro do contexto do materialismo, e supor que estados e processos conscientes são idênticos a certos estados e processos fisiológicos. Neste contexto, existe um debate em psicologia que gira em torno do funcionalismo ("strong AI"), que defende que a mente depende apenas da estrutura dos processos cerebrais, e não de sua realização física.
Assim, em princípio, um computador poderia ter consciência, ou mesmo uma sociedade poderia ter uma consciência própria, desde que os elementos destes sistemas satisfizessem certas propriedades estruturais, ainda não conhecidas pela ciência.
A mente seria como um programa de computador.
NB - Só que o programa de computador apresenta-se de forma rígida, não aceita irregularidades, o que não permite por si mesmo alterar seja o que for.
A tese de que o problema mente-corpo só poderá ser esclarecido quando for levado em conta a natureza quântica do cérebro tem sido usada como um argumento anti-funcionalista.
Esta posição defende que existe algo nos detalhes dos processos fisiológicos da mente que é essencial para a consciência. Talvez esse "algo" seja um processo quântico! Se isto for verdade, então computadores feitos com chips convencionais e sociedades humanas não poderão ter consciência.
NB – Consciência não pode ser confundida com o armazenamento de informação, ou seja, a memória.
NB – Mente é um processo dinâmico de relação e interligação de uma diversidade de imagens e idéias, a que podemos chamar de inteligência, ou ato inteligente, cujo processo primário de indução, leva á dedução.
3. O que é a Consciência?
Boa pergunta! Não sei bem! Espero aprender nesta conferência!
Mas tem algo a ver com eu (ou você) estar aqui agora, tendo acesso a impressões sensoriais que possuem uma qualidade fenomênica (os "qualia", a qualidade branca neste branco, etc.), tendo acesso a memórias que são sempre relativas às experiências minhas, tendo desejos e pensamentos que parecem ter sempre uma intencionalidade, tendo uma noção de unidade de minha consciência, tendo uma noção de tempo e um terrível pavor ao representar adequadamente a minha morte.
NB – Unidade de consciência referida ao corpo, ser vivo, indivíduo, e não ao coletivo.
NB - O que é referido ao coletivo, são tendências que se revelam mais evidentes, as quais se constituem em valores e leis,
4. O que é um Fenômeno Quântico?
Um ponto filosófico crucial a ser esclarecido se refere ao significado da expressão "fenômeno quântico", em oposição a um fenômeno "clássico".
A física quântica é a teoria científica que descreve os objetos microscópicos, como átomos, e sua interação com a radiação (luz, etc.).
Como ela é uma teoria muito bem sucedida, pode-se dizer que qualquer fenômeno microscópico é um fenômeno quântico. Assim, como nosso cérebro é constituído de entidades microscópicas, num sentido trivial nosso cérebro é quântico, assim como nossa consciência (supondo o materialismo).
Mas não é essa a nossa pergunta. Queremos saber se a física quântica é necessária para explicar a consciência, ou seja, se a física clássica é incapaz de explicá-la.
Mas afinal, o que é a teoria quântica? Em poucas palavras, podemos dizer que o que a física quântica tem de essencial é que ela é uma teoria que atribui propriedades ondulatórias para partículas individuais.
Na década de 1920, comprovou-se que toda radiação é absorvida em quantidades discretas de energia ou massa, chamados de "quanta", e que todas as partículas ou quanta podem exibir propriedades ondulatórias, como interferência, difração, etc.
Esta constatação é uma versão fraca do princípio da "dualidade onda-partícula".
A física clássica incluía a mecânica de partículas e a mecânica ondulatória, mas cada qual tinha um domínio de aplicação exclusivo. Partículas seguiam trajetórias bem definidas e não se dividiam em espelhos semi-refletores. Ondas se espalhavam pelo espaço, se dividiam, interferiam consigo mesmas, eram limitadas pelo princípio de incerteza (por exemplo, um pulso de luz emitido em um intervalo de tempo curto não podia ter uma freqüência bem definida), sofriam tunelamento, e exibiam flutuações em sua intensidade.
A física quântica é justamente a teoria que atribui todas essas propriedades ondulatórias a partículas individuais.
Considere agora um determinado tipo de objeto, como um elétron, e o conjunto de suas manifestações (ou seja, os diferentes tipos de experimentos que podem ser feitas com esse elétron). Em geral, a cada um destes experimentos pode-se atribuir ou uma descrição corpuscular, ou uma ondulatória (esta é uma versão forte da dualidade onda-partícula, conhecida como complementaridade, mas que parece ter exceções).
Se este conjunto de manifestações do objeto contiver os dois tipos de comportamento (onda e partícula), então somos forçados a dizer que só a física quântica é capaz de descrever o objeto.
Caso isso não aconteça (ou seja, todas as manifestações são de apenas um tipo), dizemos que o objeto se comporta classicamente.
Considere a absorção de luz pela retina. A física quântica é necessária para descrever este processo? Bem, sabe-se que certos animais são sensíveis a apenas um fóton, e assim este processo é corpuscular. No entanto, acredita-se que nenhuma das propriedades ondulatórias da luz são relevantes para o processo de absorção em si. As propriedades ondulatórias afetam a distribuição espacial dos fótons, mas a absorção em cada célula da retina independe do que está acontecendo em outras células (ou estarei enganado?). Assim, a física clássica seria suficiente para explicar a absorção de luz pela retina.
Existiria algum processo em nosso cérebro, essencial para a nossa consciência, que só pode ser explicado pela física quântica?
5.O Papel da Consciência na Física Quântica
A ligação entre consciência e física quântica foi estabelecida na década de 1930, mas em um sentido diferente do que estamos examinando aqui.Para explicar como que uma frente de onda espalhada podia ser detectada em uma chapa fotográfica como uma trajetória quase linear, elaborou-se a noção de um colapso do pacote de onda que seria causado pela ato da observação (Heisenberg, 1927). Ora, qual é a essência de tal ato? Para alguns físicos importantes da época, era a presença de uma ser consciente. A consciência humana seria causadora de uma transição quântica!
Após a Guerra, o consenso passou a ser que uma observação se caracterizaria pela presença de um aparelho macroscópico de medição, eliminando assim o papel legislador da consciência. Ainda hoje, porém, alguns físicos e filósofos respeitáveis aderem à tese subjetivista.
6. O Papel da Física Quântica na Consciência
A tese que pretendemos examinar com maior cuidado não é o papel da consciência na teoria quântica, mas o papel da teoria quântica nas teorias materialistas da consciência.
Apresentarei aqui os principais argumentos em favor da tese de que a física quântica é essencial para a consciência.
a) O cérebro seria um "computador quântico". Este conceito foi bastante trabalhado pelo físico David Deutsch, que mostrou que tal computador seria mais eficiente do que um computador digital. Por seleção natural, essa vantagem computacional poderia ter favorecido um cérebro que fosse um computador quântico. O problema com este argumento é que o cérebro é muito quente para que tal computação quântica pudesse ocorrer.
b) O cérebro computaria funções não-recursivas. Computadores clássicos e quânticos só podem computar funções recursivas, mas o pensamento humano (por exemplo, a intuição matemática) extrapolaria esta limitação. Uma solução inovadora ao problema do colapso na mecânica quântica talvez solucionasse também esse problema da consciência.
O problema aqui é que não se mostrou rigorosamente que o pensamento humano é capaz de computar funções não-recursivas.
c) Um fenômeno quântico semelhante à "condensação de Bose" poderia ocorrer no cérebro. Este fenômeno é observado a baixas temperaturas, quando um grande número de partículas se comporta identicamente. Fröhlich (1968) propôs um modelo biológico deste fenômeno de "coerência" à temperatura ambiente, envolvendo moléculas dipolares. Alguns pesquisadores afirmam ter encontrado evidência de que tal fenômeno ocorreria no cérebro.
d) O cérebro seria regido por leis análogas às da mecânica quântica. Existe uma abordagem em neurociência que supõe que a convencional dinâmica do neurônio e da sinapse não é fundamental, e que as funções cerebrais podem ser descritas por um "campo dendrítico" que obedeceria a equações da teoria quântica de campos. Esta abordagem matemática foi inspirada na proposta de Karl Pribram, nos anos 60, de um modelo "holonômico" para o cérebro. O fato de leis análogas às da mecânica quântica descreverem funções cerebrais não implica que tais funções constituam um fenômeno quântico. Além disso, em tais modelos não se introduzem medições que causam colapsos, o que sugere que a descrição destes autores é meramente ondulatória.
e) A liberação de neurotransmissores é um processo probabilístico, que seria descrito apenas pela física quântica. Tal liberação, chamada de "exocitose", ocorreria com uma probabilidade relativamente baixa (de cada 5 impulsos nervosos chegando à vesícula sináptica de células piramidais do neocórtex, apenas 1 liberaria o neurotransmissor).De acordo com John Eccles, a mente (que em sua visão dualista existe independentemente do cérebro) pode alterar levemente essas probabilidades de exocitose, o que constituiria um mecanismo para a ação da mente sobre o cérebro. Rejeitamos aqui, por motivos filosóficos, esse dualismo de Eccles. Agora, se ele estiver correto e a exocitose puder ser descrita pela teoria quântica, faltaria mostrar que a mecânica quântica é necessária para descrever este fenômeno, conforme explicado na seção 4, e de que forma este fenômeno está ligado com a emergência da consciência.
f) Ao nível subneuronal ocorreria processamento de informação. Nos anos 70 descobriu-se que as células possuem uma delicada estrutura formada por "microtúbulos" de proteína, formando um "citoesqueleto". Autores citam alguma evidência experimental de que o citoesqueleto tem de fato uma função cognitiva, ligada à memória. Como tais microtúbulos são cilindros com diâmetro de apenas 25 nanometros (10-9 m), é provável que eles só possam ser adequadamente descritos pela física quântica. Resta saber se de fato o citoesqueleto tem uma função cognitiva, além de sua função estrutural e de transporte. Em um recente relato irônico a respeito deste programa de pesquisa, anunciou-se que Penrose aderiu a ele.
7) A mecânica quântica explicaria fenômenos de percepção extrasensorial. Alguns autores partem do princípio de que a consciência pode exercer influência direta sobre processos naturais, e procuram mostrar como um modelo quântico da consciência daria conta deste e de outros tipos de fenômenos. Marshall defende que a performance mental de seres humanos é alterada quando um eletroencefalograma é feito, já que este aparelho de medição estaria provocando colapsos no cérebro.
8. Conclusão
Não existe evidência concreta, ainda, de que a física quântica seja necessária para explicar a consciência. O modelo de Fröhlich e a hipótese de que os microtúbulos tenham uma função cognitiva são bastante interessantes, e merecem ser investigados mais a fundo. Mas quanto às declarações de que tais hipóteses foram confirmadas, conhecemos bem a dinâmica da ciência para não nos deixarmos levar facilmente por tais promessas. Este é um campo em que os pré-julgamentos filosóficos possuem bastante peso. E mesmo que tais hipóteses se confirmem, permaneceria a questão de se a consciência, a ser caracterizada de maneira precisa, faria uso de maneira essencial das características quânticas dos processos cerebrais. Como saldo positivo, espero ter definido de maneira adequada um critério para caracterizar um fenômeno quântico (seção 4), que preciso ainda estender de maneira precisa para a condensação de Bose.
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Fisica Quäntica
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Formação do inconsciente psíquico
Ao referir o inconsciente psíquico, parece que existe um desejo de tornar conhecido um outro inconsciente, o que não corresponde ás minhas intenções, cuja ênfase que lhe é dada, tem por finalidade admitir que a sua existência depende exclusivamente de uma relação física e química, que lhe é conferida pelo o impacto gerado entre os corpos.
O prefixo (in) indicia algo que está dentro, que se posiciona na interioridade de um corpo, que foi incorporado mediante um movimento de energia, de fora para dentro, através do qual um sentido tomou seu lugar.
Ao tomar sentido de determinado sentido, o corpo o reconhece como seu, admitindo desse modo que faz parte do corpo, pelo que não existe a necessidade de o reconhecer de novo.
O que passa a ser reconhecido como diferente será qualquer outro, que não faz parte de um determinado corpo.
Devemos perguntar, se, ao ser constituído, o inconsciente passa a fazer parte de uma dinâmica psíquica ?
Esta será uma, entre tantas dúvidas, que nos assaltam acerca da função, e organização ideativa do psiquismo, que devemos a nós mesmos uma explicação, daquilo que pode ser entendido por dinâmica psíquica.
Em primeiro lugar, um elemento por si mesmo não dará lugar a uma dinâmica, pois ele carece de outros para que tal seja possível.
Se assim entendermos, percebemos que será a diversidade, a relação e interação, que dará lugar a determinada dinâmica, e pode ser designado por sistema complexo.
Dinâmica psíquica será então uma sistematização complexa de um diversidade de elementos, a partir da qual tende a emergir uma síntese como resultante.
A evolução processa-se a partir de um elemento, que em si mesmo já é um complexo, mas que entendemos como unidade / corpo, algo inteiro, mas não completo, que depende do mundo exterior, da relação e interação com outros elementos, para que possa sobreviver.
Manter-se vivo, será assim a condição de dar e receber energia, em que depende do seu poder de adaptação, a sua própria transformação, entenda-se evolução, embora muito lenta, que pode possibilitar a mutação.
A resultante será um outro corpo, embora semelhante, que contém em si maior quantidade de elementos do original, mas que foi incorporado por algo que estaria fora dele, que passou a possuir.
O sentimento de posse é originária dessa necessidade de manter-se vivo, em que existe uma intencionalidade assumida pelo o corpo, o não deixar-se morrer, que se manifesta através dele, e o impulsiona a enxergar o exterior, cuja finalidade será obter os objetos exteriores de sua necessidade, e satisfação.
Tal processo o podemos encontrar na própria biologia, em que as uniões, cruzamentos, que são verdadeiras orgias colectivas, não são mais que relações necessárias num mundo interativo, em que a partir do dar e receber, a resultante será a criação de um corpo semelhante, mas nunca igual, que por isso mesmo será sempre diferente.
As evidencias passam despercebidas em virtude de uma transformação lenta, muito embora as relações possam dar-se a um ritmo acelerado.
Somos levados a considerar por isso, que as zonas periféricas do corpo, de contacto, sofrem a todo o momento o impacto das relações exteriores, mas cujos sentidos não são de imediato absorvidos pela sua interioridade, ou seja incorporados, existindo nessa viagem de fora para dentro, obstáculos, bloqueios e interrupções, que são responsáveis pela aceitação, rejeição, ou apenas o corpo parece mostrar-se indiferente ao que se passa à sua volta.
Notemos que o envelhecimento de um corpo parece ser devido a esse impacto com o meio exterior, em que aquilo que lhe é periférico está sujeito a uma maior degradação, como será o caso da pele.
Significa que a incorporação de alguma coisa, que pertencia ao mundo da percepção, posicionada no exterior, que seria, ou não, objeto de desejo, ou de uma necessidade instintiva, uma vez incorporado, admitido como algo que possa constituir-se em parte de um corpo, deixa, a partir desse momento de ser perceptível, ou melhor, objeto de percepção.
É o caso do inconsciente.
O inconsciente reconhece a si mesmo, como sentido incorporado, o que equivale a afirmar, que um sentido só reconhece um sentido semelhante, e que os diferentes são sinalizados como intrusos, em que a ansiedade é o produto dessa diferença.
A ansiedade é uma forma de fazer sentir ao corpo a existência de um outro corpo, ou de alguma outra forma, muito embora identificada, não possui as mesmas características de determinado sentido incorporado.
E aqui nos debatemos com o mesmo problema – Como o corpo reconhece, ou consegue captar as diferenças caracteriológicas entre as mais diversas formas ?
Através dos órgãos dos sentidos, dos sentidos incorporados e seus significados, que um dia foram incorporados.
A partir de um sentido, o corpo consegue extrair significados, proveniente de um impacto exterior com outros corpos, mas também consegue ganhar um sentido, a partir de uma forma verbalizada, que é preenchida por significados, que lhe é conferida por aquele que verbaliza.
Tantos uns, quanto os outros, podem constituir-se em sentidos, a partir de determinada percepção do mundo exterior, e da complexidade de suas relações.
Percebemos deste modo, que o ser humano está dependente de uma relação exterior, e pode ser condicionado por ela, da qual resulta um determinado sentido, que uma vez incorporado, passa a fazer parte de um corpo, que se transforma em inconsciente.
J.Laplanche – pág. 159 – Problemáticas IV ( O inconsciente e o id )
No inconsciente, dizia Freud, existem representações. E, acrescentava ele, - o que contraria frontalmente o caldeirão fervilhante -, nem mesmo há afetos no inconsciente. Nenhum afeto, pelo menos no sentido próprio, existe, certamente, o aspecto quantitativa do afeto, o ¨ quantum ¨ - mas o próprio termo afeto refere-se a uma consciência que é ¨ afetada ¨, e, precisamente no inconsciente, resta apenas o quantum sem o que é, por ele, afetado
De modo que a própria idéia de afeto diferenciado qualitativamente, como talvez toda a idéia de qualidade no inconsciente perde todo o sentido.
O prefixo (in) indicia algo que está dentro, que se posiciona na interioridade de um corpo, que foi incorporado mediante um movimento de energia, de fora para dentro, através do qual um sentido tomou seu lugar.
Ao tomar sentido de determinado sentido, o corpo o reconhece como seu, admitindo desse modo que faz parte do corpo, pelo que não existe a necessidade de o reconhecer de novo.
O que passa a ser reconhecido como diferente será qualquer outro, que não faz parte de um determinado corpo.
Devemos perguntar, se, ao ser constituído, o inconsciente passa a fazer parte de uma dinâmica psíquica ?
Esta será uma, entre tantas dúvidas, que nos assaltam acerca da função, e organização ideativa do psiquismo, que devemos a nós mesmos uma explicação, daquilo que pode ser entendido por dinâmica psíquica.
Em primeiro lugar, um elemento por si mesmo não dará lugar a uma dinâmica, pois ele carece de outros para que tal seja possível.
Se assim entendermos, percebemos que será a diversidade, a relação e interação, que dará lugar a determinada dinâmica, e pode ser designado por sistema complexo.
Dinâmica psíquica será então uma sistematização complexa de um diversidade de elementos, a partir da qual tende a emergir uma síntese como resultante.
A evolução processa-se a partir de um elemento, que em si mesmo já é um complexo, mas que entendemos como unidade / corpo, algo inteiro, mas não completo, que depende do mundo exterior, da relação e interação com outros elementos, para que possa sobreviver.
Manter-se vivo, será assim a condição de dar e receber energia, em que depende do seu poder de adaptação, a sua própria transformação, entenda-se evolução, embora muito lenta, que pode possibilitar a mutação.
A resultante será um outro corpo, embora semelhante, que contém em si maior quantidade de elementos do original, mas que foi incorporado por algo que estaria fora dele, que passou a possuir.
O sentimento de posse é originária dessa necessidade de manter-se vivo, em que existe uma intencionalidade assumida pelo o corpo, o não deixar-se morrer, que se manifesta através dele, e o impulsiona a enxergar o exterior, cuja finalidade será obter os objetos exteriores de sua necessidade, e satisfação.
Tal processo o podemos encontrar na própria biologia, em que as uniões, cruzamentos, que são verdadeiras orgias colectivas, não são mais que relações necessárias num mundo interativo, em que a partir do dar e receber, a resultante será a criação de um corpo semelhante, mas nunca igual, que por isso mesmo será sempre diferente.
As evidencias passam despercebidas em virtude de uma transformação lenta, muito embora as relações possam dar-se a um ritmo acelerado.
Somos levados a considerar por isso, que as zonas periféricas do corpo, de contacto, sofrem a todo o momento o impacto das relações exteriores, mas cujos sentidos não são de imediato absorvidos pela sua interioridade, ou seja incorporados, existindo nessa viagem de fora para dentro, obstáculos, bloqueios e interrupções, que são responsáveis pela aceitação, rejeição, ou apenas o corpo parece mostrar-se indiferente ao que se passa à sua volta.
Notemos que o envelhecimento de um corpo parece ser devido a esse impacto com o meio exterior, em que aquilo que lhe é periférico está sujeito a uma maior degradação, como será o caso da pele.
Significa que a incorporação de alguma coisa, que pertencia ao mundo da percepção, posicionada no exterior, que seria, ou não, objeto de desejo, ou de uma necessidade instintiva, uma vez incorporado, admitido como algo que possa constituir-se em parte de um corpo, deixa, a partir desse momento de ser perceptível, ou melhor, objeto de percepção.
É o caso do inconsciente.
O inconsciente reconhece a si mesmo, como sentido incorporado, o que equivale a afirmar, que um sentido só reconhece um sentido semelhante, e que os diferentes são sinalizados como intrusos, em que a ansiedade é o produto dessa diferença.
A ansiedade é uma forma de fazer sentir ao corpo a existência de um outro corpo, ou de alguma outra forma, muito embora identificada, não possui as mesmas características de determinado sentido incorporado.
E aqui nos debatemos com o mesmo problema – Como o corpo reconhece, ou consegue captar as diferenças caracteriológicas entre as mais diversas formas ?
Através dos órgãos dos sentidos, dos sentidos incorporados e seus significados, que um dia foram incorporados.
A partir de um sentido, o corpo consegue extrair significados, proveniente de um impacto exterior com outros corpos, mas também consegue ganhar um sentido, a partir de uma forma verbalizada, que é preenchida por significados, que lhe é conferida por aquele que verbaliza.
Tantos uns, quanto os outros, podem constituir-se em sentidos, a partir de determinada percepção do mundo exterior, e da complexidade de suas relações.
Percebemos deste modo, que o ser humano está dependente de uma relação exterior, e pode ser condicionado por ela, da qual resulta um determinado sentido, que uma vez incorporado, passa a fazer parte de um corpo, que se transforma em inconsciente.
J.Laplanche – pág. 159 – Problemáticas IV ( O inconsciente e o id )
No inconsciente, dizia Freud, existem representações. E, acrescentava ele, - o que contraria frontalmente o caldeirão fervilhante -, nem mesmo há afetos no inconsciente. Nenhum afeto, pelo menos no sentido próprio, existe, certamente, o aspecto quantitativa do afeto, o ¨ quantum ¨ - mas o próprio termo afeto refere-se a uma consciência que é ¨ afetada ¨, e, precisamente no inconsciente, resta apenas o quantum sem o que é, por ele, afetado
De modo que a própria idéia de afeto diferenciado qualitativamente, como talvez toda a idéia de qualidade no inconsciente perde todo o sentido.
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terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Neurociência
O Ser humano, ao nascer, tem estrutura cerebral semelhante ao homem de Neandertal
11/11/2010
É o que dizem pesquisadores do Instituto Max Planck, em um estudo publicado na revista online Current Biology.
Conforme explica a revista Veja, fonte da notícia, "a descoberta é baseada em comparações de impressões virtuais, em diferentes idades de desenvolvimento, de circunvoluções cerebrais e estruturas vizinhas do interior dos crânios fossilizados de homens modernos e de Neandertal, incluindo os de recém-nascidos".
De acordo com a pesquisa, é após o nascimento, especialmente no primeiro ano de idade que, que começam a aparecer as diferenças entre o cérebro do homem de Neandertal e o cérebro Humano. Estas diferenças refletem, provavelmente, mudanças nos circuitos e conexões neurais, explica Philipp Gunz, um dos principais autores do estudo. São estas diferenças na configuração interna do cérebro que determinam o nível da capacidade cognitiva da espécie, completa o autor.
Os dados do estudo sugerem fortes influências ambientais no desenvolvimento da capacidade cognitiva humana. Na verdade, apenas confirmam dados de outras pesquisas mais antigas: dependendo do tipo de ambiente em que a pessoa se encontra e do tipo de estimulação que ela recebe neste ambiente, o seu desenvolvimento irá variar.
Fonte: [www.Redepsi.com.br]
11/11/2010
É o que dizem pesquisadores do Instituto Max Planck, em um estudo publicado na revista online Current Biology.
Conforme explica a revista Veja, fonte da notícia, "a descoberta é baseada em comparações de impressões virtuais, em diferentes idades de desenvolvimento, de circunvoluções cerebrais e estruturas vizinhas do interior dos crânios fossilizados de homens modernos e de Neandertal, incluindo os de recém-nascidos".
De acordo com a pesquisa, é após o nascimento, especialmente no primeiro ano de idade que, que começam a aparecer as diferenças entre o cérebro do homem de Neandertal e o cérebro Humano. Estas diferenças refletem, provavelmente, mudanças nos circuitos e conexões neurais, explica Philipp Gunz, um dos principais autores do estudo. São estas diferenças na configuração interna do cérebro que determinam o nível da capacidade cognitiva da espécie, completa o autor.
Os dados do estudo sugerem fortes influências ambientais no desenvolvimento da capacidade cognitiva humana. Na verdade, apenas confirmam dados de outras pesquisas mais antigas: dependendo do tipo de ambiente em que a pessoa se encontra e do tipo de estimulação que ela recebe neste ambiente, o seu desenvolvimento irá variar.
Fonte: [www.Redepsi.com.br]
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Neurociência
Derivados quânticos
Nós somos um derivado de uma evolução quântica
Somos ao mesmo tempo um fenómeno quântico, e um derivado quântico, que se estabeleceu como unidade / corpo.
Somos causa e efeito.
Somos aqueles que um dia alguém, e alguma coisa nos fez corpo, e que detém a capacidade de produzir coisa semelhante.
Somos á semelhança, e por semelhança, somos levados a produzir o semelhante.
Existe um ciclo de vida, que apresenta um sentido, representada pelo o indivíduo, que dele não toma sentido posteriormente, em virtude de ser o próprio sentido, que o traz vivo.
É a energia da vida, de um ser com vida, que pode tomar vários rumos, como um barco a navegar com destino marcado, ou á deriva, sem rumo, que o timoneiro ao leme se deixa embalar pelas ondas do mar revolto, ou tranquilo; contemplando a beleza do universo, sem medo do que possa acontecer, tornando-se agitado e intranquilo, quando tomado pelo o medo da sua sorte.
Somos um ser vivo que se apresenta, que enquanto corpo / forma existe, que representa, faz-se representar, que sobe ao palco da vida assim que escorrega do canal uterino, e é colocado neste mundo
Eis o ator da representação cénica da vida.
Se tal aparição foi possível, por obra e a graça de Deus, de uma vontade expressa, que tantas vezes apenas é devida a um descuido, em que o ato involuntário apresenta do mesmo modo consequências, tal qual uma vontade manifestada como desejo, o fato é que existe uma causa que desperta em seu redor um efeito, que é finalizada através de uma aparição.
Para o ciclo da vida, não parece que ganhe mais importância o ato voluntário, expresso através de um desejo, ou aquele que decorre de um descuido, em que o ser humano se percebe confrontado com um ato não desejado.
A natureza das próprias coisas, não quer saber das nossas intenções, ela tem um modo próprio de estar, e interagir com os corpos á sua volta.
Neste particular percebemos a impotência do pensamento, entendido como forma racionalizada, perante as consequências de um ato involuntário, o que nos leva a considerar a função como imutável e mecanicista.
Se existe alguma intenção na própria função, será apenas uma vontade expressa através de um corpo para manter-se nessa forma funcional, em que todos os órgãos fazem um esforço coletivo nesse sentido.
Não significa porém, que todas as partes de um corpo, e seus órgãos, tenham formas idênticas – um fígado será sempre diferente do coração, ou de outra parte qualquer do corpo – mas tendem a contribuir para a funcionalidade de um todo.
Quem impõe aos diferentes órgãos a sua própria funcionalidade, para que cada um possa contribuir, na consumação de um sentido de vida universal mais abrangente e, por isso mesmo, superior ?
Que consciência podem ter os diferentes órgãos de si mesmo, e dessa complexidade universal ?
É o sentido que tende a vincular o sentido de vida dentro do ciclo vital de uma energia universal, que parece estabelecer uma autonomia, que não independência, em relação aos corpos, sejam inanimados, ou animados.
Para todos eles parece existir um ciclo de vida.
Para todos eles existe um sentido.
Esse elo de ligação, entre um corpo e o sentido de vida, é estabelecido através de uma forma de energia, que sem ela, pode até existir corpo, mas sem vitalidade, em que podemos notar a ausência de vida, em virtude da imobilidade nos garantir essa sensação.
Se estivermos de acordo, que é a sensação produzida em nós, e por nós, que nos faz perceber, que um corpo imobilizado não possui vida, a que chamamos de inerte, apatia, ou morte nos seres humanos, podemos admitir que existe vida, para além da vida que eventualmente possamos enxergar, ou até mesmo sentir.
Aparentemente sem vida, habitam nesse corpo inúmeros seres com vida, que parecem ser o garante de uma outra vida, finalizado que foi um determinado ciclo de vida, outro parece ser iniciado de imediato.
Nos é dado a observar a transformação da matéria, mas nos é vedado observar a partir de que princípios ela se processa, e devido a quê parece ser possível tal transformação,
Podemos perceber uma divisão de águas, em que coexistem duas formas quanto ao ato de conhecer, o compreendido e o não compreendido, que o indivíduo, salvo raras excepções, deseja conhecer.
Se alguns afirmam que para além não existe mais nada, daquilo que se posiciona aquém, nos colocam de permeio, como resultante de uma complexidade física e química, que apresenta uma dinâmica própria, que nos é indiferente, entendido como corpo que pensa.
A questão que coloco é a seguinte:
- Como derivado dessa complexidade quântica, dela nos podemos distanciar, sem que seus princípios se façam sentir ?
Seria como afirmar, que o fígado, embora órgão autónomo, não faça parte de um corpo, e de uma forma funcional que lhe é superior.
Estou ciente que toda a história cultural do ser humano assenta no pressuposto da existência de um ser humano emergente de uma vontade divina, da qual não será fácil abdicar, ou sequer abstrair-se, e esse foi sempre o maior entrave à emergência de outras formas de percepção.
Mas também é fato, que independentemente daquilo em que cada um possa acreditar, a natureza segue seu próprio rumo, indiferente ao pensamento humano.
Freud ao teorizar sobre forças, quantidade de energia investida, catexia, contracatexia e acatexia, pressupondo uma dinâmica psíquica a partir desses princípios da matéria, regidos pela energia, designada por libido, estaria a entrar no princípio do século passado, pela porta da física quântica.
.
Somos ao mesmo tempo um fenómeno quântico, e um derivado quântico, que se estabeleceu como unidade / corpo.
Somos causa e efeito.
Somos aqueles que um dia alguém, e alguma coisa nos fez corpo, e que detém a capacidade de produzir coisa semelhante.
Somos á semelhança, e por semelhança, somos levados a produzir o semelhante.
Existe um ciclo de vida, que apresenta um sentido, representada pelo o indivíduo, que dele não toma sentido posteriormente, em virtude de ser o próprio sentido, que o traz vivo.
É a energia da vida, de um ser com vida, que pode tomar vários rumos, como um barco a navegar com destino marcado, ou á deriva, sem rumo, que o timoneiro ao leme se deixa embalar pelas ondas do mar revolto, ou tranquilo; contemplando a beleza do universo, sem medo do que possa acontecer, tornando-se agitado e intranquilo, quando tomado pelo o medo da sua sorte.
Somos um ser vivo que se apresenta, que enquanto corpo / forma existe, que representa, faz-se representar, que sobe ao palco da vida assim que escorrega do canal uterino, e é colocado neste mundo
Eis o ator da representação cénica da vida.
Se tal aparição foi possível, por obra e a graça de Deus, de uma vontade expressa, que tantas vezes apenas é devida a um descuido, em que o ato involuntário apresenta do mesmo modo consequências, tal qual uma vontade manifestada como desejo, o fato é que existe uma causa que desperta em seu redor um efeito, que é finalizada através de uma aparição.
Para o ciclo da vida, não parece que ganhe mais importância o ato voluntário, expresso através de um desejo, ou aquele que decorre de um descuido, em que o ser humano se percebe confrontado com um ato não desejado.
A natureza das próprias coisas, não quer saber das nossas intenções, ela tem um modo próprio de estar, e interagir com os corpos á sua volta.
Neste particular percebemos a impotência do pensamento, entendido como forma racionalizada, perante as consequências de um ato involuntário, o que nos leva a considerar a função como imutável e mecanicista.
Se existe alguma intenção na própria função, será apenas uma vontade expressa através de um corpo para manter-se nessa forma funcional, em que todos os órgãos fazem um esforço coletivo nesse sentido.
Não significa porém, que todas as partes de um corpo, e seus órgãos, tenham formas idênticas – um fígado será sempre diferente do coração, ou de outra parte qualquer do corpo – mas tendem a contribuir para a funcionalidade de um todo.
Quem impõe aos diferentes órgãos a sua própria funcionalidade, para que cada um possa contribuir, na consumação de um sentido de vida universal mais abrangente e, por isso mesmo, superior ?
Que consciência podem ter os diferentes órgãos de si mesmo, e dessa complexidade universal ?
É o sentido que tende a vincular o sentido de vida dentro do ciclo vital de uma energia universal, que parece estabelecer uma autonomia, que não independência, em relação aos corpos, sejam inanimados, ou animados.
Para todos eles parece existir um ciclo de vida.
Para todos eles existe um sentido.
Esse elo de ligação, entre um corpo e o sentido de vida, é estabelecido através de uma forma de energia, que sem ela, pode até existir corpo, mas sem vitalidade, em que podemos notar a ausência de vida, em virtude da imobilidade nos garantir essa sensação.
Se estivermos de acordo, que é a sensação produzida em nós, e por nós, que nos faz perceber, que um corpo imobilizado não possui vida, a que chamamos de inerte, apatia, ou morte nos seres humanos, podemos admitir que existe vida, para além da vida que eventualmente possamos enxergar, ou até mesmo sentir.
Aparentemente sem vida, habitam nesse corpo inúmeros seres com vida, que parecem ser o garante de uma outra vida, finalizado que foi um determinado ciclo de vida, outro parece ser iniciado de imediato.
Nos é dado a observar a transformação da matéria, mas nos é vedado observar a partir de que princípios ela se processa, e devido a quê parece ser possível tal transformação,
Podemos perceber uma divisão de águas, em que coexistem duas formas quanto ao ato de conhecer, o compreendido e o não compreendido, que o indivíduo, salvo raras excepções, deseja conhecer.
Se alguns afirmam que para além não existe mais nada, daquilo que se posiciona aquém, nos colocam de permeio, como resultante de uma complexidade física e química, que apresenta uma dinâmica própria, que nos é indiferente, entendido como corpo que pensa.
A questão que coloco é a seguinte:
- Como derivado dessa complexidade quântica, dela nos podemos distanciar, sem que seus princípios se façam sentir ?
Seria como afirmar, que o fígado, embora órgão autónomo, não faça parte de um corpo, e de uma forma funcional que lhe é superior.
Estou ciente que toda a história cultural do ser humano assenta no pressuposto da existência de um ser humano emergente de uma vontade divina, da qual não será fácil abdicar, ou sequer abstrair-se, e esse foi sempre o maior entrave à emergência de outras formas de percepção.
Mas também é fato, que independentemente daquilo em que cada um possa acreditar, a natureza segue seu próprio rumo, indiferente ao pensamento humano.
Freud ao teorizar sobre forças, quantidade de energia investida, catexia, contracatexia e acatexia, pressupondo uma dinâmica psíquica a partir desses princípios da matéria, regidos pela energia, designada por libido, estaria a entrar no princípio do século passado, pela porta da física quântica.
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domingo, 19 de dezembro de 2010
Uma Consciência do Universo
O conhecimento do universo vem até nós de dois modos distintos: Primeiro, pelo conhecimento perceptivo, que é direto e instintivo; e segundo, pelo conhecimento intelectual, menos imediato e mais abstrato. Quando vemos uma maçã cair num pomar, podemos estar perfeitamente satisfeitos com um tipo de conhecimento que repousa exclusivamente nos nossos sentidos. Podemos admirar a profunda brilhante cor vermelha da casca da maçã, seguir sua queda dos ramos até o chão, ouvir o som surdo que ela produz ao bater na relva, e deixá-la lá. Ou podemos considerar a queda da maçã num nível muito mais abstrato e profundo. Com o conhecimento das leis de Newton e da matemática, podemos calcular com grande precisão sua trajetória durante a queda, o tempo que ela leva para alcançar o chão, sua velocidade no momento do impacto, e verificar isso tudo com medidas precisas. Não há a priori evidente ligação entre estes dois tipos de conhecimento. Eles estão separados um do outro: O conhecimento intelectual não é exatamente uma extensão mais sofisticada do conhecimento perceptivo. O conhecimento perceptivo preenche uma necessidade biológica. O fato de que estamos cientes da queda da maçã permite-nos evitar que ela bata em nossa cabeça e ferir-nos. Por outro lado, o conhecimento intelectual nada tem haver com o instinto de sobrevivência. De fato, alguns conceitos em certas disciplinas científicas, particularmente na física e na astrofísica, podem às vezes ser tão bizarros que eles podem fugir do senso comum e não são de uso em qualquer coisa da vida diária. Por exemplo, a noção de que um elétron se manifesta como uma onda quando ninguém "olha" para ele, e somente se transforma numa partícula no momento que alguém o observa, dificilmente pertence à lista dos requisitos para sobrevivência. Saber que o espaço se dobra e o tempo vem a se paralisar próximo de um buraco negro não confere a nós qualquer vantagem seletiva óbvia. Sobreviver na "selva da vida" não exige conhecimento intelectual da Natureza , somente uma vigilância daquelas suas manifestações que diretamente tocam os nossos sentidos. A sobrevivência de espécies não depende da procura de uma ordem oculta ou de um código secreto, mas de uma apreciação direta do mundo. Quando corremos para se desviar de um projétil, ou quando saltamos sobre um lamaçal para evitar se molhar, claramente não analisamos a situação em termos das leis da mecânica e da gravitação. Quando algum objeto vem rápido em nossa direção, não pensamos (não há tempo para isso), simplesmente atuamos instintivamente para evitar seu golpe. Este comportamento reflexo é análogo ao dos animais. Quando um cão pula no ar para agarrar um osso que você joga para ele, este certamente não invoca as leis de Newton. Um pássaro em vôo bate suas asas instintivamente, sem qualquer conhecimento das leis da aerodinâmica. Tal conhecimento instintivo está gravado nos genes do cão ou da ave, exatamente como os instintos humanos, moldados pelas experiências dos nossos ancestrais e por nós mesmos, estão armazenados nos nossos genes (continua).
(Extracted from Chaos and Harmony, Trinh Xuan Thuan, University of Virginia, Oxford university press, 2001). Pensamento do dia: Querer atar a língua dos maldizentes é o mesmo que querer colocar portas no campo (Miguel de Cervantes Saavedra, 1547-1616, escritor espanhol.)
Leopoldo Ferreira
Físico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."
www.literatura-leo.com
(Extracted from Chaos and Harmony, Trinh Xuan Thuan, University of Virginia, Oxford university press, 2001). Pensamento do dia: Querer atar a língua dos maldizentes é o mesmo que querer colocar portas no campo (Miguel de Cervantes Saavedra, 1547-1616, escritor espanhol.)
Leopoldo Ferreira
http://www.artigonal.com/ciencias-artigos/uma-consciencia-do-universo-3861068.html
Perfil do AutorFísico e escritor. Tem cinco livros publicados. Mestre em Ciências pela COPPE-UFRJ. Doutor e Livre Docente em Física pela UFPA. Foi estagiário no Instituto de Pesquisa Nuclear de Jülch, Alemanha. Orientador de teses de mestrado na UFPA. Controlador de Vôo. Coluna de divulgação científica, Físicos e Filósofos, no jornal O Liberal em Belém. Artigos em jornais. Veja também em ´busca´do Google assim: "leopoldino dos santos ferreira."
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Mente e corpo
sábado, 18 de dezembro de 2010
Mundo quäntico
O Campo Ponto Zero - parte I
21 Jul 2010
Adalberto Tripicchio
No mundo quântico, campos não são mediados por forças, mas pela troca de energia, que é constantemente redistribuída em um padrão dinâmico. Essa troca constante é uma propriedade intrínseca das partículas, que não são mais que pequenos ‘nódulos de energia' que brevemente emergem para voltarem a desaparecer no campo subjacente.
De acordo com a teoria quântica, a entidade individual é transitória e não-substancial. Partículas não podem ser separadas do espaço vazio que as circunda. Esse tipo de emissão e reabsorção de partículas ocorre não apenas entre fótons e elétrons, mas com todas as partículas quânticas do universo. O Campo Ponto Zero é o repositório de todos os campos e toda a energia básica e todas as partículas - um campo de campos. Pode-se explicar tudo o que acontece no mundo quântico com a física clássica, desde que se leve em conta o Campo Ponto Zero. Essa é a grande descoberta de Harold Puthoff. ...
Alguns cientistas pensaram novamente sobre algumas equações que têm sido subtraídas na física quântica. Essas equações tratam do "Campo Ponto Zero" - um oceano de vibração microscópica no espaço entre as coisas. Se o Campo Ponto Zero fosse incluído na nossa concepção da natureza mais fundamental da matéria, o verdadeiro alicerce do nosso universo seria um mar movimentado de energia - um vasto campo quântico. Se isso fosse verdade, todas as coisas estariam conectadas com todas as coisas, como que em uma teia invisível.
Eles também descobriram que somos feitos do mesmo material básico. No nosso nível mais fundamental, seres vivos, incluindo os seres humanos, são pacotes de energia quântica constantemente trocando informação com esse inesgotável mar de energia. Os seres vivos emitem uma radiação fraca, e esse é o aspecto mais crucial dos processos biológicos. Informações sobre todos os aspectos da vida, da comunicação celular à vasta gama de controles do DNA, se assentam na troca de informações no nível quântico.
Mesmo nossas mentes, esse ‘outro' nível supostamente considerado tão fora das leis da matéria, também operam de acordo com processos quânticos. Pensar, sentir - cada função cognitiva superior - têm a ver com informações quânticas pulsando simultaneamente através do nosso cérebro e do nosso corpo. A percepção humana ocorre em função da interação entre partículas subatômicas do nosso cérebro e o oceano quântico de energia. Nós, literalmente, ressoamos com o nosso mundo.
Suas descobertas foram extraordinárias e heréticas. De um só golpe elas desafiam muitas das mais básicas leis da biologia e da física. O que eles provavelmente descobriram, não foi menos que a chave para todo o processo de informação e troca em nosso mundo, da comunicação entre as células à percepção do mundo em geral. Respostas às questões mais profundas em biologia, acerca da morfologia humana e a consciência viva.
Aqui, no chamado espaço morto e vazio, possivelmente está a chave para a própria vida. Fundamentalmente eles trouxeram evidências de que todos nós estamos conectados uns com os outros e com o mundo na camada mais profunda do nosso ser. Através de experimentos científicos eles demonstraram que pode existir tal coisa como a força vital, fluindo através do universo - o que tem sido, invariavelmente, chamada de consciência coletiva ou, como os teólogos a nomearam, o Espírito Santo.
A descoberta de Harold Puthoff não foi nenhuma verdadeira descoberta, mas uma situação que os físicos tinham como certa desde 1.926 e que haviam descartado como ‘imaterial'. Para o físico quântico era um aborrecimento a ser subtraído e dispensado. Para os místicos ou religiosos, era a ciência provando o miraculoso. Um oceano quântico de luz. Harold demonstrou, em um trabalho publicado na prestigiosa ‘Physical Review', que o estado estável de toda a matéria depende desse intercâmbio dinâmico de partículas com a energia do Campo Ponto Zero, que a tudo sustenta.
Pode-se demonstrar matematicamente que os elétrons perdem e ganham energia constantemente do Campo Ponto Zero, em um equilíbrio dinâmico, mantendo-se em uma órbita exata. Elétrons têm energia para se manter em movimento sem perda de velocidade porque estão constantemente se recarregando nessa conexão com as flutuações do espaço vazio. Harold demonstrou que essas flutuações ondulatórias do Campo Ponto Zero são responsáveis pelo movimento de todas as partículas subatômicas e que o movimento de todas as partículas do universo, por sua vez, geram o Campo Ponto Zero, numa espécie de mecanismo de ‘feedback' por todo o cosmos.
"... é um tipo de estado básico maior, auto-regenerativo do universo, que constantemente se renova e permanece constante, a menos que seja perturbado de alguma forma. Isso também significa que nós e toda a matéria do universo estamos literalmente conectados até os pontos mais distantes do cosmos através das ondas de grandes dimensões do Campo Ponto Zero. Muito semelhante às ondulações do oceano ou de um lago, as ondas no nível subatômico são representadas por oscilações periódicas se movendo em um meio, neste caso o Campo Ponto Zero"
McTaggart, Lynne; "The Field"; Quill, USA, 2003
Tradução de Moacir Amaral in "Triângulos: Estruturas de Compreensão do Ser Humano", São Paulo, 2007; págs 77-79.
Harold Puthoff citado por McTaggart em ‘The Field'.
Física Quântica Psi: Não estou sozinho na convicção de que a Consciência é um Fenômeno Quântico. Ignorar a Física Quântica hoje é viver fora de seu tempo. Ela representa a mudança paradigmática, que se não for a maior está 'por una cabeza' com Copérnico, Darwin, Marx, Freud, Wiener e Turing+von Neumann, cada qual com sua revolução própria. Niels Böhr disse que "quem não enlouqueceu com a Teoria Quântica, não pôde tê-la compreendido."
Artigo publicado no site – www.redepsi.com.br
21 Jul 2010
Adalberto Tripicchio
No mundo quântico, campos não são mediados por forças, mas pela troca de energia, que é constantemente redistribuída em um padrão dinâmico. Essa troca constante é uma propriedade intrínseca das partículas, que não são mais que pequenos ‘nódulos de energia' que brevemente emergem para voltarem a desaparecer no campo subjacente.
De acordo com a teoria quântica, a entidade individual é transitória e não-substancial. Partículas não podem ser separadas do espaço vazio que as circunda. Esse tipo de emissão e reabsorção de partículas ocorre não apenas entre fótons e elétrons, mas com todas as partículas quânticas do universo. O Campo Ponto Zero é o repositório de todos os campos e toda a energia básica e todas as partículas - um campo de campos. Pode-se explicar tudo o que acontece no mundo quântico com a física clássica, desde que se leve em conta o Campo Ponto Zero. Essa é a grande descoberta de Harold Puthoff. ...
Alguns cientistas pensaram novamente sobre algumas equações que têm sido subtraídas na física quântica. Essas equações tratam do "Campo Ponto Zero" - um oceano de vibração microscópica no espaço entre as coisas. Se o Campo Ponto Zero fosse incluído na nossa concepção da natureza mais fundamental da matéria, o verdadeiro alicerce do nosso universo seria um mar movimentado de energia - um vasto campo quântico. Se isso fosse verdade, todas as coisas estariam conectadas com todas as coisas, como que em uma teia invisível.
Eles também descobriram que somos feitos do mesmo material básico. No nosso nível mais fundamental, seres vivos, incluindo os seres humanos, são pacotes de energia quântica constantemente trocando informação com esse inesgotável mar de energia. Os seres vivos emitem uma radiação fraca, e esse é o aspecto mais crucial dos processos biológicos. Informações sobre todos os aspectos da vida, da comunicação celular à vasta gama de controles do DNA, se assentam na troca de informações no nível quântico.
Mesmo nossas mentes, esse ‘outro' nível supostamente considerado tão fora das leis da matéria, também operam de acordo com processos quânticos. Pensar, sentir - cada função cognitiva superior - têm a ver com informações quânticas pulsando simultaneamente através do nosso cérebro e do nosso corpo. A percepção humana ocorre em função da interação entre partículas subatômicas do nosso cérebro e o oceano quântico de energia. Nós, literalmente, ressoamos com o nosso mundo.
Suas descobertas foram extraordinárias e heréticas. De um só golpe elas desafiam muitas das mais básicas leis da biologia e da física. O que eles provavelmente descobriram, não foi menos que a chave para todo o processo de informação e troca em nosso mundo, da comunicação entre as células à percepção do mundo em geral. Respostas às questões mais profundas em biologia, acerca da morfologia humana e a consciência viva.
Aqui, no chamado espaço morto e vazio, possivelmente está a chave para a própria vida. Fundamentalmente eles trouxeram evidências de que todos nós estamos conectados uns com os outros e com o mundo na camada mais profunda do nosso ser. Através de experimentos científicos eles demonstraram que pode existir tal coisa como a força vital, fluindo através do universo - o que tem sido, invariavelmente, chamada de consciência coletiva ou, como os teólogos a nomearam, o Espírito Santo.
A descoberta de Harold Puthoff não foi nenhuma verdadeira descoberta, mas uma situação que os físicos tinham como certa desde 1.926 e que haviam descartado como ‘imaterial'. Para o físico quântico era um aborrecimento a ser subtraído e dispensado. Para os místicos ou religiosos, era a ciência provando o miraculoso. Um oceano quântico de luz. Harold demonstrou, em um trabalho publicado na prestigiosa ‘Physical Review', que o estado estável de toda a matéria depende desse intercâmbio dinâmico de partículas com a energia do Campo Ponto Zero, que a tudo sustenta.
Pode-se demonstrar matematicamente que os elétrons perdem e ganham energia constantemente do Campo Ponto Zero, em um equilíbrio dinâmico, mantendo-se em uma órbita exata. Elétrons têm energia para se manter em movimento sem perda de velocidade porque estão constantemente se recarregando nessa conexão com as flutuações do espaço vazio. Harold demonstrou que essas flutuações ondulatórias do Campo Ponto Zero são responsáveis pelo movimento de todas as partículas subatômicas e que o movimento de todas as partículas do universo, por sua vez, geram o Campo Ponto Zero, numa espécie de mecanismo de ‘feedback' por todo o cosmos.
"... é um tipo de estado básico maior, auto-regenerativo do universo, que constantemente se renova e permanece constante, a menos que seja perturbado de alguma forma. Isso também significa que nós e toda a matéria do universo estamos literalmente conectados até os pontos mais distantes do cosmos através das ondas de grandes dimensões do Campo Ponto Zero. Muito semelhante às ondulações do oceano ou de um lago, as ondas no nível subatômico são representadas por oscilações periódicas se movendo em um meio, neste caso o Campo Ponto Zero"
McTaggart, Lynne; "The Field"; Quill, USA, 2003
Tradução de Moacir Amaral in "Triângulos: Estruturas de Compreensão do Ser Humano", São Paulo, 2007; págs 77-79.
Harold Puthoff citado por McTaggart em ‘The Field'.
Física Quântica Psi: Não estou sozinho na convicção de que a Consciência é um Fenômeno Quântico. Ignorar a Física Quântica hoje é viver fora de seu tempo. Ela representa a mudança paradigmática, que se não for a maior está 'por una cabeza' com Copérnico, Darwin, Marx, Freud, Wiener e Turing+von Neumann, cada qual com sua revolução própria. Niels Böhr disse que "quem não enlouqueceu com a Teoria Quântica, não pôde tê-la compreendido."
Artigo publicado no site – www.redepsi.com.br
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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Sentidos e física quântica
Se estivermos de acordo que o sentido emerge de uma relação entre corpos, ele será a resultante de um fenómeno quântico, e não algo que lhe pertença, sendo a consequência, que surge como um elemento derivado.
Devemos perceber, que tudo se transforma e nada se perde, como disse Lavoisier, em que aquilo que designamos por novo, contém sempre algo de um velho corpo, imagem, ou idéia.
A teoria da evolução consiste na transformação em permanência.
O problema é que as transformações lentas, para o ser vivo não são perceptíveis de imediato, em contraste com aquelas que possamos observar no momento, existindo uma limitação quantos aos sentidos.
Por outro lado nos vem dizer, que o ser ôntico, posiciona-se num vir a estar de outro modo, numa procura exterior incessante, que provém de um sentido interior, que tende a impulsionar o corpo, por não ter condições de sustentar-se a si mesmo o tempo todo.
Se o ser ôntico apresenta como única característica o sentido, e o impulso dele derivado, para que seja possível a procura exterior, as características ontológicas são adquiridas, provenientes de uma relação do ser vivo com o meio exterior e os objetos.
O objeto caracterizado por um objetivo, a preservação da vida, apresenta como objetivo último encontrar no exterior as condições que possam garantir tal estado.
Desse modo podemos afirmar, que existe um objeto / objetivo bem definido, constituído pelo o corpo biológico, que tem por finalidade o princípio de satisfação de si mesmo, cujo meio e objetos exteriores são formas subjetivas encontradas, desde que possam realizar os desejos de um corpo.
Significa, que aquilo que é dado á função biológica, é processada sempre do mesmo modo, que para a manter num estado de laboração, o ser vivo pode recorrer á substituição de objetos exteriores, para que possa cumprir a tarefa de satisfazer o corpo.
O ser ôntico é uma designação filosófica de uma necessidade sentida no corpo, e pelo o corpo, de um ¨ não desejo ¨, que atingindo certa intensidade promove o impulso interior, que o faz movimentar na procura exterior.
Tal vontade expressa através de um corpo é involuntária, que tende a emergir devido a um aumento de insatisfação interior, face a uma posição anterior de alguma satisfação.
Não nos custa por isso admitir que existe um equilíbrio precário.
Notemos então que a única referência válida, que serve á função biológica, é o princípio de satisfação, e que perante a insatisfação sentida, o corpo tende a reagir, cuja finalidade é tentar repor as anteriores condições de satisfação.
Desse modo somos levados a considerar a existência de elementos, que podem apresentar uma outra forma de organização, pertencente, quiçá, a outros sistemas, que devido a excessos, ou á escassez, tendem a transferir tais sentidos, num processo de indução em permanência.
Em jeito de conclusão direi que :
- Aquilo que é dado á física quântica tem seus princípios funcionais, que cessam na emergência de um fenómeno, que pode ser, ou não, observável e observado pelo ser humano, decorrendo daí o questionamento, a indagação, cuja finalidade será a tentativa de compreender os fenómenos.
- Parece existir uma lei única universal energética, que não depende dos corpos, ou partículas.
- O que nos parece causar espanto, é que devido á relação da diversidade de corpos, e interligação de determinados elementos incorporados, possamos perceber nisso a causa fenomenológica.
- Se aceitarmos que possa só existir sentidos, e levarmos por aí os estudos e investigação, retiramos á filosofia a interpretação de formas conceptuais, a partir da existência de consciência nas relações, o que permite perceber outros horizontes.
É imperdoável, que se volte deliberadamente as costas a algo de tamanha importância, como os instintos e os sentidos, por pensarmos que isso é pertença exclusiva dos animais selvagens, quando somos surpreendidos constantemente com atitudes semelhantes em seres humanos, com algumas praticas de vandalismo, que não conseguimos observar em plena selva Africana.
A teoria que reprimir os instintos faz com que o homem os não evidencie, percebendo-se nisso a tentativa de os anular, tem dado resultados insatisfatórios, e até mesmo catastróficos.
A falta de uma nova perspectiva tem sido responsável pelo o aperto do torniquete, de cada vez que os instintos afloram, em que a proibição não tem sido o garante de uma sociedade melhor, embora desenvolvida científica e tecnologicamente.
Devemos perceber, que tudo se transforma e nada se perde, como disse Lavoisier, em que aquilo que designamos por novo, contém sempre algo de um velho corpo, imagem, ou idéia.
A teoria da evolução consiste na transformação em permanência.
O problema é que as transformações lentas, para o ser vivo não são perceptíveis de imediato, em contraste com aquelas que possamos observar no momento, existindo uma limitação quantos aos sentidos.
Por outro lado nos vem dizer, que o ser ôntico, posiciona-se num vir a estar de outro modo, numa procura exterior incessante, que provém de um sentido interior, que tende a impulsionar o corpo, por não ter condições de sustentar-se a si mesmo o tempo todo.
Se o ser ôntico apresenta como única característica o sentido, e o impulso dele derivado, para que seja possível a procura exterior, as características ontológicas são adquiridas, provenientes de uma relação do ser vivo com o meio exterior e os objetos.
O objeto caracterizado por um objetivo, a preservação da vida, apresenta como objetivo último encontrar no exterior as condições que possam garantir tal estado.
Desse modo podemos afirmar, que existe um objeto / objetivo bem definido, constituído pelo o corpo biológico, que tem por finalidade o princípio de satisfação de si mesmo, cujo meio e objetos exteriores são formas subjetivas encontradas, desde que possam realizar os desejos de um corpo.
Significa, que aquilo que é dado á função biológica, é processada sempre do mesmo modo, que para a manter num estado de laboração, o ser vivo pode recorrer á substituição de objetos exteriores, para que possa cumprir a tarefa de satisfazer o corpo.
O ser ôntico é uma designação filosófica de uma necessidade sentida no corpo, e pelo o corpo, de um ¨ não desejo ¨, que atingindo certa intensidade promove o impulso interior, que o faz movimentar na procura exterior.
Tal vontade expressa através de um corpo é involuntária, que tende a emergir devido a um aumento de insatisfação interior, face a uma posição anterior de alguma satisfação.
Não nos custa por isso admitir que existe um equilíbrio precário.
Notemos então que a única referência válida, que serve á função biológica, é o princípio de satisfação, e que perante a insatisfação sentida, o corpo tende a reagir, cuja finalidade é tentar repor as anteriores condições de satisfação.
Desse modo somos levados a considerar a existência de elementos, que podem apresentar uma outra forma de organização, pertencente, quiçá, a outros sistemas, que devido a excessos, ou á escassez, tendem a transferir tais sentidos, num processo de indução em permanência.
Em jeito de conclusão direi que :
- Aquilo que é dado á física quântica tem seus princípios funcionais, que cessam na emergência de um fenómeno, que pode ser, ou não, observável e observado pelo ser humano, decorrendo daí o questionamento, a indagação, cuja finalidade será a tentativa de compreender os fenómenos.
- Parece existir uma lei única universal energética, que não depende dos corpos, ou partículas.
- O que nos parece causar espanto, é que devido á relação da diversidade de corpos, e interligação de determinados elementos incorporados, possamos perceber nisso a causa fenomenológica.
- Se aceitarmos que possa só existir sentidos, e levarmos por aí os estudos e investigação, retiramos á filosofia a interpretação de formas conceptuais, a partir da existência de consciência nas relações, o que permite perceber outros horizontes.
É imperdoável, que se volte deliberadamente as costas a algo de tamanha importância, como os instintos e os sentidos, por pensarmos que isso é pertença exclusiva dos animais selvagens, quando somos surpreendidos constantemente com atitudes semelhantes em seres humanos, com algumas praticas de vandalismo, que não conseguimos observar em plena selva Africana.
A teoria que reprimir os instintos faz com que o homem os não evidencie, percebendo-se nisso a tentativa de os anular, tem dado resultados insatisfatórios, e até mesmo catastróficos.
A falta de uma nova perspectiva tem sido responsável pelo o aperto do torniquete, de cada vez que os instintos afloram, em que a proibição não tem sido o garante de uma sociedade melhor, embora desenvolvida científica e tecnologicamente.
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Onde mora a consciência ?
Treze anos, entrada da adolescência, pais divorciados, vive com a mãe, que segundo ele pega no seu pé, dizendo o que deve, ou não fazer a toda a hora.
A mãe ansiosa e com medo, passa a ansiedade e o medo ao filho.
Preocupada com os estudos toma posições rígidas, xinga, não admite notas menos boas.
Sempre vigilante por medo do filho trilhar caminhos impróprios, reclama por tudo.
O filho criou a ansiedade por não corresponder ás suas expectativas, temendo a cada passo o fracasso, que o faz temer as provas que tem de prestar na escola.
Resultado, a sua prestação é fraca.
Eu compreendo a matéria, mas no exato momento da prestação de provas, fico nervoso, dá um branco, e parece que todo o meu conhecimento desaparece como por encanto.
Aquilo que mais temo acontece.
No inicio do ano escolar não ligo muito á matéria, mas quando vem as provas e as notas fico aflito, porque não quero decepcionar a minha mãe.
Acho que gosto da vida fácil, diz ele.
Onde mora a consciência, se na realidade você está a fazer tudo para que aconteça o que não deseja ?
Porque não fecha essa ferida ?
Um ser consciente por instantes.
Tenho consciência do que faço, cujas consequências não desejo.
Sei o que devo fazer para que tal não aconteça.
Mas não consigo deixar de fazer o contrário, o que me conduz ao tormento.
Enfim estou consciente de tudo que me acontece, mas algo me impede de fazer aquilo, que supostamente me faria feliz.
Não sei de mais nada, e sinto-me confuso.
A realidade é que sinto a felicidade durante um período, e a infelicidade vem logo de seguida, como algo que é inevitável, mas que não desejaria que acontecesse.
As palavras rolam como as cerejas, num estranho labirinto que se estreita até acabar na visibilidade de uma atitude não desejada, não causando qualquer estranheza quando aos olhos dos outros se apresentam como satisfatórias.
Apenas desejos que se encontram na esquina da vida, que uns não desejam o que parece satisfazer outros.
Não se trata do contrário, mas apenas do diferente, que coexistem lado a lado, que uns tentam, expurgar, exterminar, para que a vida seja toda ela pretensamente cor de rosa..
Não pensem que esta é a história de um ¨ maricon ¨ ou de um ¨ veadão ¨, mas apenas a história de muitos seres humanos que desejam viver, e sentem que aos poucos estão a morrer, pressentindo a morte, porque algo, ou alguém os impede de viver.
Onde estás consciência, que não me deixas ser consciente a tempo inteiro ?
Talvez a luta entre o ser e o estar, que se traduz na fragmentação, que não na continuidade, estabelecendo por isso a separação entre o ser que tem desejos, e um estar que o incomoda.
J. Laplanche – pág. 125 – Problemáticas IV
A consciência jamais foi considerada por Freud a não ser como um campo, uma aparelho de atenção, ou seja, um dispositivo complexo que permita fazer voltar ao nível da percepção, através de conexões muito refinadas, o que tinha desaparecido da sua atualidade.
A mãe ansiosa e com medo, passa a ansiedade e o medo ao filho.
Preocupada com os estudos toma posições rígidas, xinga, não admite notas menos boas.
Sempre vigilante por medo do filho trilhar caminhos impróprios, reclama por tudo.
O filho criou a ansiedade por não corresponder ás suas expectativas, temendo a cada passo o fracasso, que o faz temer as provas que tem de prestar na escola.
Resultado, a sua prestação é fraca.
Eu compreendo a matéria, mas no exato momento da prestação de provas, fico nervoso, dá um branco, e parece que todo o meu conhecimento desaparece como por encanto.
Aquilo que mais temo acontece.
No inicio do ano escolar não ligo muito á matéria, mas quando vem as provas e as notas fico aflito, porque não quero decepcionar a minha mãe.
Acho que gosto da vida fácil, diz ele.
Onde mora a consciência, se na realidade você está a fazer tudo para que aconteça o que não deseja ?
Porque não fecha essa ferida ?
Um ser consciente por instantes.
Tenho consciência do que faço, cujas consequências não desejo.
Sei o que devo fazer para que tal não aconteça.
Mas não consigo deixar de fazer o contrário, o que me conduz ao tormento.
Enfim estou consciente de tudo que me acontece, mas algo me impede de fazer aquilo, que supostamente me faria feliz.
Não sei de mais nada, e sinto-me confuso.
A realidade é que sinto a felicidade durante um período, e a infelicidade vem logo de seguida, como algo que é inevitável, mas que não desejaria que acontecesse.
As palavras rolam como as cerejas, num estranho labirinto que se estreita até acabar na visibilidade de uma atitude não desejada, não causando qualquer estranheza quando aos olhos dos outros se apresentam como satisfatórias.
Apenas desejos que se encontram na esquina da vida, que uns não desejam o que parece satisfazer outros.
Não se trata do contrário, mas apenas do diferente, que coexistem lado a lado, que uns tentam, expurgar, exterminar, para que a vida seja toda ela pretensamente cor de rosa..
Não pensem que esta é a história de um ¨ maricon ¨ ou de um ¨ veadão ¨, mas apenas a história de muitos seres humanos que desejam viver, e sentem que aos poucos estão a morrer, pressentindo a morte, porque algo, ou alguém os impede de viver.
Onde estás consciência, que não me deixas ser consciente a tempo inteiro ?
Talvez a luta entre o ser e o estar, que se traduz na fragmentação, que não na continuidade, estabelecendo por isso a separação entre o ser que tem desejos, e um estar que o incomoda.
J. Laplanche – pág. 125 – Problemáticas IV
A consciência jamais foi considerada por Freud a não ser como um campo, uma aparelho de atenção, ou seja, um dispositivo complexo que permita fazer voltar ao nível da percepção, através de conexões muito refinadas, o que tinha desaparecido da sua atualidade.
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domingo, 12 de dezembro de 2010
Quântica consciência ?
Onde mora a consciência ?
O que podemos entender por consciência ?
O que é ter consciência ?
E o ser consciente ?
E o estar consciente ?
E o ser inconsciente é estar privado de consciência ?
Estar e deixar de estar, presença e ausência, identifica um estado, uma mudança de lugar, cujo processo físico não interfere com a composição química de um determinado corpo, em que a transformação física se evidencia, mas não devemos perceber nisso a não existência, dado tratar-se das mesmas características endógenas de um determinado corpo.
Assim, somos levados a considerar, que a forma de um corpo, apresentando-se de diversas maneiras, não conduz necessariamente á transformação de suas qualidades mais íntimas, que correspondem a um núcleo, que possui vida, e apresenta um sentido predeterminado.
O processo físico tende a alterar as quantidades de elementos químicos disponíveis para levar por diante uma determinada atividade, num dado momento, que tem a ver com a distribuição desses elementos, cuja finalidade é a realização de uma ação específica
Somos colocados perante a valência dos elementos químicos, que levados á alteração de suas quantidades, parecem produzir a correspondente alteração do movimento, através de um impulso dirigido ao corpo físico.
Deste modo nos é dado a perceber a passagem da química a um processo físico, promovendo uma nova ação.
Podemos colocar em questão, a necessidade da existência dos corpos, uma vez que parecem ser eles a causa da alteração das quantidades dos elementos químicos, que podem levar a produzir fenómenos físicos e energéticos ?
• A estabilidade energética, o seu aumento, ou sua diminuição, tem uma relação intima com essa alteração das quantidades dos elementos químicos, que tem a ver com o grau de importância que é revelada através dos sentidos, provocando a valorização de determinados elementos químicos em relação a outros.
Assim, a química disponível do corpo é utilizada em parte, a partir de um impulso elétrico, que exige uma maior, ou menor quantidade de determinados elementos químicos, para levar de vencida uma determinada tarefa.
A química organizada num corpo nuclear tende a socorrer as partes em situações de emergência, ao mesmo tempo que alimenta a função biológica, que não podemos bem definir, que tem a ver com as circunstâncias, e com a tomada de sentido, que de algum modo parece ser divergente do sentido incorporado.
Se aceitarmos que a identificação é processada por semelhança, tanto no que se refere ao núcleo, quanto a imagens e idéias incorporadas, que servem á posteriori como meio de identificação, não nos custa admitir, que tudo aquilo que não for semelhante, tende a provocar alteração na distribuição da quantidade de determinados elementos químicos em relação a outros, como sinal de alerta à intromissão de algo estranho.
A estabilidade emocional dará lugar desse modo a uma certa instabilidade, que é sentida no corpo.
A plasticidade parece estar atrelada a este processo físico e químico, que mediante a observação de determinados limites é possível a função do cérebro e da mente, de forma mais ou menos estável.
*-
Por outro lado nos é dado a saber, que a condensação conduz por norma á associação de outras formas, vulgo incorporação, passando a constituir parte de um corpo físico, mas que não altera as características essenciais desse corpo.
Será pois o agregado, que foi associado, como algo que foi considerado pelo corpo como acessório extensível, que permite ganhar características ontológicas, que tantas vezes é divergente em relação ao conteúdo nuclear.
Ao existir a transformação de determinado corpo, os resíduos então associados ao núcleo, não acompanham tal metamorfose física, percebendo-se a dissociação de alguns elementos, que estavam agregados, resultando num processo de separação.
Despido de seus resíduos, o corpo volta á sua forma mais simples, ou seja, mais primitiva.
São estes resíduos associados, que sendo sentidos pelo o corpo como mais importantes, que tentam impedir, ou até mesmo bloqueiam a transformação desejada, por ser entendido pelo o indivíduo como uma perda irreparável, ou pelo menos não consegue perceber como a substituir..
O corpo na sua forma mais simples ou complexa, não deixa de existir, apenas se transforma, o que nos pode levar a considerar que, ¨ a não existência ¨ será apenas uma forma verbalizada, cuja finalidade tende a justificar a sua ausência, ¨a não presença ¨, e não propriamente a sua existência.
A ¨ não presença ¨, o estar ausente, não significa a não existência de um corpo, em que apenas nos é dado a saber, que ele mudou de lugar.
Desse modo, a consciência, o ser consciente, a devemos perceber como incorporada num corpo a tempo inteiro, em que o estar e deixar de estar, tem a ver com a transformação de um determinado estado, que pode estar, ou não estar, mediante determinada condição, mas que não deixa de possuir consciência, seja qual for a circunstância.
O que nos é presente de seguida, jugo ser relevante e fundamental, dado que nos é difícil perceber num corpo simples, não só a ausência, como a inexistência de uma forma consciente, que nos possa levar a considerar que a consciência possa de fato existir.
Se estivermos de acordo, que a consciência não existe num corpo simples, ao existir será sempre como algo exterior a si mesmo, como forma presumida, que não real, sendo proveniente de um processo de indução, a que se segue a dedução lógica, em face da incorporação de elementos exteriores.
Nos posicionamos agora no campo da subjetividade, que é garantida mediante uma relação exterior, que o induz a deixar de estar na sua condição primitiva, em que podemos perceber a existência de um corpo inanimado, que se transforma em animado.
Ganha relevância a questão da incompatibilidade entre uma formas endógenas e ontológicas que nos são presentes.
Mas como referenciado anteriormente, aquilo que não existe num corpo simples, não pode existir na complexidade. Decorrente desse princípio geral da matéria, a consciência não existe, mas apenas um sentido.
Segundo minha percepção, não parece que seja uma questão filosófica por resolver, e só a podemos entender como tal, se a percebemos como fazendo parte de um fenómeno, que tende a afastar-se de uma realidade terrena, que a própria filosofia tende a rejeitar.
Quando sentimos a necessidade de definir o que podemos entender por consciência, estamos a afirmar perante nós mesmos e os outros, que ela de fato existe.
Desse modo não somos conduzidos a lado algum, que nos leva pelo o caminho da interpretação, na tentativa de justificar a sua existência real, abandonando de vez o questionamento e a indagação acerca da sua existência, em que o pressuposto parece ter sido incorporado por uma certeza.
Mas será mesmo, que a consciência existe ?
O que podemos entender por consciência ?
O que é ter consciência ?
E o ser consciente ?
E o estar consciente ?
E o ser inconsciente é estar privado de consciência ?
Estar e deixar de estar, presença e ausência, identifica um estado, uma mudança de lugar, cujo processo físico não interfere com a composição química de um determinado corpo, em que a transformação física se evidencia, mas não devemos perceber nisso a não existência, dado tratar-se das mesmas características endógenas de um determinado corpo.
Assim, somos levados a considerar, que a forma de um corpo, apresentando-se de diversas maneiras, não conduz necessariamente á transformação de suas qualidades mais íntimas, que correspondem a um núcleo, que possui vida, e apresenta um sentido predeterminado.
O processo físico tende a alterar as quantidades de elementos químicos disponíveis para levar por diante uma determinada atividade, num dado momento, que tem a ver com a distribuição desses elementos, cuja finalidade é a realização de uma ação específica
Somos colocados perante a valência dos elementos químicos, que levados á alteração de suas quantidades, parecem produzir a correspondente alteração do movimento, através de um impulso dirigido ao corpo físico.
Deste modo nos é dado a perceber a passagem da química a um processo físico, promovendo uma nova ação.
Podemos colocar em questão, a necessidade da existência dos corpos, uma vez que parecem ser eles a causa da alteração das quantidades dos elementos químicos, que podem levar a produzir fenómenos físicos e energéticos ?
• A estabilidade energética, o seu aumento, ou sua diminuição, tem uma relação intima com essa alteração das quantidades dos elementos químicos, que tem a ver com o grau de importância que é revelada através dos sentidos, provocando a valorização de determinados elementos químicos em relação a outros.
Assim, a química disponível do corpo é utilizada em parte, a partir de um impulso elétrico, que exige uma maior, ou menor quantidade de determinados elementos químicos, para levar de vencida uma determinada tarefa.
A química organizada num corpo nuclear tende a socorrer as partes em situações de emergência, ao mesmo tempo que alimenta a função biológica, que não podemos bem definir, que tem a ver com as circunstâncias, e com a tomada de sentido, que de algum modo parece ser divergente do sentido incorporado.
Se aceitarmos que a identificação é processada por semelhança, tanto no que se refere ao núcleo, quanto a imagens e idéias incorporadas, que servem á posteriori como meio de identificação, não nos custa admitir, que tudo aquilo que não for semelhante, tende a provocar alteração na distribuição da quantidade de determinados elementos químicos em relação a outros, como sinal de alerta à intromissão de algo estranho.
A estabilidade emocional dará lugar desse modo a uma certa instabilidade, que é sentida no corpo.
A plasticidade parece estar atrelada a este processo físico e químico, que mediante a observação de determinados limites é possível a função do cérebro e da mente, de forma mais ou menos estável.
*-
Por outro lado nos é dado a saber, que a condensação conduz por norma á associação de outras formas, vulgo incorporação, passando a constituir parte de um corpo físico, mas que não altera as características essenciais desse corpo.
Será pois o agregado, que foi associado, como algo que foi considerado pelo corpo como acessório extensível, que permite ganhar características ontológicas, que tantas vezes é divergente em relação ao conteúdo nuclear.
Ao existir a transformação de determinado corpo, os resíduos então associados ao núcleo, não acompanham tal metamorfose física, percebendo-se a dissociação de alguns elementos, que estavam agregados, resultando num processo de separação.
Despido de seus resíduos, o corpo volta á sua forma mais simples, ou seja, mais primitiva.
São estes resíduos associados, que sendo sentidos pelo o corpo como mais importantes, que tentam impedir, ou até mesmo bloqueiam a transformação desejada, por ser entendido pelo o indivíduo como uma perda irreparável, ou pelo menos não consegue perceber como a substituir..
O corpo na sua forma mais simples ou complexa, não deixa de existir, apenas se transforma, o que nos pode levar a considerar que, ¨ a não existência ¨ será apenas uma forma verbalizada, cuja finalidade tende a justificar a sua ausência, ¨a não presença ¨, e não propriamente a sua existência.
A ¨ não presença ¨, o estar ausente, não significa a não existência de um corpo, em que apenas nos é dado a saber, que ele mudou de lugar.
Desse modo, a consciência, o ser consciente, a devemos perceber como incorporada num corpo a tempo inteiro, em que o estar e deixar de estar, tem a ver com a transformação de um determinado estado, que pode estar, ou não estar, mediante determinada condição, mas que não deixa de possuir consciência, seja qual for a circunstância.
O que nos é presente de seguida, jugo ser relevante e fundamental, dado que nos é difícil perceber num corpo simples, não só a ausência, como a inexistência de uma forma consciente, que nos possa levar a considerar que a consciência possa de fato existir.
Se estivermos de acordo, que a consciência não existe num corpo simples, ao existir será sempre como algo exterior a si mesmo, como forma presumida, que não real, sendo proveniente de um processo de indução, a que se segue a dedução lógica, em face da incorporação de elementos exteriores.
Nos posicionamos agora no campo da subjetividade, que é garantida mediante uma relação exterior, que o induz a deixar de estar na sua condição primitiva, em que podemos perceber a existência de um corpo inanimado, que se transforma em animado.
Ganha relevância a questão da incompatibilidade entre uma formas endógenas e ontológicas que nos são presentes.
Mas como referenciado anteriormente, aquilo que não existe num corpo simples, não pode existir na complexidade. Decorrente desse princípio geral da matéria, a consciência não existe, mas apenas um sentido.
Segundo minha percepção, não parece que seja uma questão filosófica por resolver, e só a podemos entender como tal, se a percebemos como fazendo parte de um fenómeno, que tende a afastar-se de uma realidade terrena, que a própria filosofia tende a rejeitar.
Quando sentimos a necessidade de definir o que podemos entender por consciência, estamos a afirmar perante nós mesmos e os outros, que ela de fato existe.
Desse modo não somos conduzidos a lado algum, que nos leva pelo o caminho da interpretação, na tentativa de justificar a sua existência real, abandonando de vez o questionamento e a indagação acerca da sua existência, em que o pressuposto parece ter sido incorporado por uma certeza.
Mas será mesmo, que a consciência existe ?
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