Onde mora a consciência ?
O que podemos entender por consciência ?
O que é ter consciência ?
E o ser consciente ?
E o estar consciente ?
E o ser inconsciente é estar privado de consciência ?
Estar e deixar de estar, presença e ausência, identifica um estado, uma mudança de lugar, cujo processo físico não interfere com a composição química de um determinado corpo, em que a transformação física se evidencia, mas não devemos perceber nisso a não existência, dado tratar-se das mesmas características endógenas de um determinado corpo.
Assim, somos levados a considerar, que a forma de um corpo, apresentando-se de diversas maneiras, não conduz necessariamente á transformação de suas qualidades mais íntimas, que correspondem a um núcleo, que possui vida, e apresenta um sentido predeterminado.
O processo físico tende a alterar as quantidades de elementos químicos disponíveis para levar por diante uma determinada atividade, num dado momento, que tem a ver com a distribuição desses elementos, cuja finalidade é a realização de uma ação específica
Somos colocados perante a valência dos elementos químicos, que levados á alteração de suas quantidades, parecem produzir a correspondente alteração do movimento, através de um impulso dirigido ao corpo físico.
Deste modo nos é dado a perceber a passagem da química a um processo físico, promovendo uma nova ação.
Podemos colocar em questão, a necessidade da existência dos corpos, uma vez que parecem ser eles a causa da alteração das quantidades dos elementos químicos, que podem levar a produzir fenómenos físicos e energéticos ?
• A estabilidade energética, o seu aumento, ou sua diminuição, tem uma relação intima com essa alteração das quantidades dos elementos químicos, que tem a ver com o grau de importância que é revelada através dos sentidos, provocando a valorização de determinados elementos químicos em relação a outros.
Assim, a química disponível do corpo é utilizada em parte, a partir de um impulso elétrico, que exige uma maior, ou menor quantidade de determinados elementos químicos, para levar de vencida uma determinada tarefa.
A química organizada num corpo nuclear tende a socorrer as partes em situações de emergência, ao mesmo tempo que alimenta a função biológica, que não podemos bem definir, que tem a ver com as circunstâncias, e com a tomada de sentido, que de algum modo parece ser divergente do sentido incorporado.
Se aceitarmos que a identificação é processada por semelhança, tanto no que se refere ao núcleo, quanto a imagens e idéias incorporadas, que servem á posteriori como meio de identificação, não nos custa admitir, que tudo aquilo que não for semelhante, tende a provocar alteração na distribuição da quantidade de determinados elementos químicos em relação a outros, como sinal de alerta à intromissão de algo estranho.
A estabilidade emocional dará lugar desse modo a uma certa instabilidade, que é sentida no corpo.
A plasticidade parece estar atrelada a este processo físico e químico, que mediante a observação de determinados limites é possível a função do cérebro e da mente, de forma mais ou menos estável.
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Por outro lado nos é dado a saber, que a condensação conduz por norma á associação de outras formas, vulgo incorporação, passando a constituir parte de um corpo físico, mas que não altera as características essenciais desse corpo.
Será pois o agregado, que foi associado, como algo que foi considerado pelo corpo como acessório extensível, que permite ganhar características ontológicas, que tantas vezes é divergente em relação ao conteúdo nuclear.
Ao existir a transformação de determinado corpo, os resíduos então associados ao núcleo, não acompanham tal metamorfose física, percebendo-se a dissociação de alguns elementos, que estavam agregados, resultando num processo de separação.
Despido de seus resíduos, o corpo volta á sua forma mais simples, ou seja, mais primitiva.
São estes resíduos associados, que sendo sentidos pelo o corpo como mais importantes, que tentam impedir, ou até mesmo bloqueiam a transformação desejada, por ser entendido pelo o indivíduo como uma perda irreparável, ou pelo menos não consegue perceber como a substituir..
O corpo na sua forma mais simples ou complexa, não deixa de existir, apenas se transforma, o que nos pode levar a considerar que, ¨ a não existência ¨ será apenas uma forma verbalizada, cuja finalidade tende a justificar a sua ausência, ¨a não presença ¨, e não propriamente a sua existência.
A ¨ não presença ¨, o estar ausente, não significa a não existência de um corpo, em que apenas nos é dado a saber, que ele mudou de lugar.
Desse modo, a consciência, o ser consciente, a devemos perceber como incorporada num corpo a tempo inteiro, em que o estar e deixar de estar, tem a ver com a transformação de um determinado estado, que pode estar, ou não estar, mediante determinada condição, mas que não deixa de possuir consciência, seja qual for a circunstância.
O que nos é presente de seguida, jugo ser relevante e fundamental, dado que nos é difícil perceber num corpo simples, não só a ausência, como a inexistência de uma forma consciente, que nos possa levar a considerar que a consciência possa de fato existir.
Se estivermos de acordo, que a consciência não existe num corpo simples, ao existir será sempre como algo exterior a si mesmo, como forma presumida, que não real, sendo proveniente de um processo de indução, a que se segue a dedução lógica, em face da incorporação de elementos exteriores.
Nos posicionamos agora no campo da subjetividade, que é garantida mediante uma relação exterior, que o induz a deixar de estar na sua condição primitiva, em que podemos perceber a existência de um corpo inanimado, que se transforma em animado.
Ganha relevância a questão da incompatibilidade entre uma formas endógenas e ontológicas que nos são presentes.
Mas como referenciado anteriormente, aquilo que não existe num corpo simples, não pode existir na complexidade. Decorrente desse princípio geral da matéria, a consciência não existe, mas apenas um sentido.
Segundo minha percepção, não parece que seja uma questão filosófica por resolver, e só a podemos entender como tal, se a percebemos como fazendo parte de um fenómeno, que tende a afastar-se de uma realidade terrena, que a própria filosofia tende a rejeitar.
Quando sentimos a necessidade de definir o que podemos entender por consciência, estamos a afirmar perante nós mesmos e os outros, que ela de fato existe.
Desse modo não somos conduzidos a lado algum, que nos leva pelo o caminho da interpretação, na tentativa de justificar a sua existência real, abandonando de vez o questionamento e a indagação acerca da sua existência, em que o pressuposto parece ter sido incorporado por uma certeza.
Mas será mesmo, que a consciência existe ?
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