No limite da vida, na periferia do campo da morte, entre o céu e a terra, a morte e a vida, oscilante está o corpo, vibrando com as ondas, que o inclinam, ora para um lado, ora para outro, num mar de tendências, e de indefinições, num movimento pendular que toca as extremidades, que não lhe garante o rumo, mais parecendo á deriva, mas que ainda assim gira em volta de um eixo, de seu eixo, que nos custa a perceber tantas vezes onde se encontra, e se mesmo existe.
Nenhum de nós parece saber ao certo onde se encontra, porque se encontra naquele lugar, mas que apenas parece dar conta dali se encontrar, como desejo, ou não desejo, tentando arranjar argumentos, que sejam capazes de oficializar esse encontro, do indivíduo com esse lugar.
A lógica como sendo a ponte que se impõe entre as duas margens, tem por finalidade a continuidade de um movimento nesse triste caminhar para o infinito, que se transforma em alegria enquanto caminhamos, que para além da própria existência, o sujeito tenta justificar a posição que ocupa num determinado espaço, que não noutro lugar.
Com honra e fanfarra, caminhamos para a guerra, para a fronteira que delimita a vida e a morte.
Se a lógica fosse o lógos, a unidade referência não existia, mas apenas dois lugares, de um estar e não estar, de um desejo de vir a estar, porque já não consegue estar satisfeito no mesmo lugar.
A origem e a derivação como ponto de encontro, nos garante a sensação de ser essa a verdade de uma existência, que em si mesmo parece ser sempre precária, oscilando, oscilante, derivada, á deriva, que deseja encontrar um ponto de equilíbrio, como âncora que seja capaz de parar por momentos o movimento, simples oscilação, que não caminhar, que nos dá a sensação de estar parados.
J. Laplanche
Pág. 171 – Problemáticas IV
O inconsciente e o id.
O campo analítico é delimitado, de uma certa maneira, por regras precisas: nada de real deve aí ser considerado em seu plano de realidade; mas é evidente que, se definimos que nada de real aí deve entrar, nada de real poderá daí sair.
Cumpre admitir que a análise reproduz, com efeito, uma situação, que põe assim da porta para fora, no mais estrito sentido, o problema da adaptação.
Ainda que a evolução de mais um tratamento esteja aí para mostrar como os limites adaptativos, esse ¨ vivere ¨, são, de fato, modificáveis, como esses limites, aparentemente definitivos, fixados na natureza das coisas, vão aparecer, mediante uma simples mudança de perspectiva, flexíveis, quando os supunhamos rígidos.
Assim seja.
Fim de citação.
Se a verdade é existencial, ou dela será derivada, que outra verdade pode ser encontrada para além da própria existência ?
Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7
sábado, 25 de dezembro de 2010
A verdade como um lugar
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