Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Derivados quânticos

Nós somos um derivado de uma evolução quântica

Somos ao mesmo tempo um fenómeno quântico, e um derivado quântico, que se estabeleceu como unidade / corpo.
Somos causa e efeito.
Somos aqueles que um dia alguém, e alguma coisa nos fez corpo, e que detém a capacidade de produzir coisa semelhante.
Somos á semelhança, e por semelhança, somos levados a produzir o semelhante.

Existe um ciclo de vida, que apresenta um sentido, representada pelo o indivíduo, que dele não toma sentido posteriormente, em virtude de ser o próprio sentido, que o traz vivo.

É a energia da vida, de um ser com vida, que pode tomar vários rumos, como um barco a navegar com destino marcado, ou á deriva, sem rumo, que o timoneiro ao leme se deixa embalar pelas ondas do mar revolto, ou tranquilo; contemplando a beleza do universo, sem medo do que possa acontecer, tornando-se agitado e intranquilo, quando tomado pelo o medo da sua sorte.

Somos um ser vivo que se apresenta, que enquanto corpo / forma existe, que representa, faz-se representar, que sobe ao palco da vida assim que escorrega do canal uterino, e é colocado neste mundo
Eis o ator da representação cénica da vida.

Se tal aparição foi possível, por obra e a graça de Deus, de uma vontade expressa, que tantas vezes apenas é devida a um descuido, em que o ato involuntário apresenta do mesmo modo consequências, tal qual uma vontade manifestada como desejo, o fato é que existe uma causa que desperta em seu redor um efeito, que é finalizada através de uma aparição.

Para o ciclo da vida, não parece que ganhe mais importância o ato voluntário, expresso através de um desejo, ou aquele que decorre de um descuido, em que o ser humano se percebe confrontado com um ato não desejado.

A natureza das próprias coisas, não quer saber das nossas intenções, ela tem um modo próprio de estar, e interagir com os corpos á sua volta.

Neste particular percebemos a impotência do pensamento, entendido como forma racionalizada, perante as consequências de um ato involuntário, o que nos leva a considerar a função como imutável e mecanicista.
Se existe alguma intenção na própria função, será apenas uma vontade expressa através de um corpo para manter-se nessa forma funcional, em que todos os órgãos fazem um esforço coletivo nesse sentido.
Não significa porém, que todas as partes de um corpo, e seus órgãos, tenham formas idênticas – um fígado será sempre diferente do coração, ou de outra parte qualquer do corpo – mas tendem a contribuir para a funcionalidade de um todo.

Quem impõe aos diferentes órgãos a sua própria funcionalidade, para que cada um possa contribuir, na consumação de um sentido de vida universal mais abrangente e, por isso mesmo, superior ?

Que consciência podem ter os diferentes órgãos de si mesmo, e dessa complexidade universal ?

É o sentido que tende a vincular o sentido de vida dentro do ciclo vital de uma energia universal, que parece estabelecer uma autonomia, que não independência, em relação aos corpos, sejam inanimados, ou animados.
Para todos eles parece existir um ciclo de vida.
Para todos eles existe um sentido.

Esse elo de ligação, entre um corpo e o sentido de vida, é estabelecido através de uma forma de energia, que sem ela, pode até existir corpo, mas sem vitalidade, em que podemos notar a ausência de vida, em virtude da imobilidade nos garantir essa sensação.

Se estivermos de acordo, que é a sensação produzida em nós, e por nós, que nos faz perceber, que um corpo imobilizado não possui vida, a que chamamos de inerte, apatia, ou morte nos seres humanos, podemos admitir que existe vida, para além da vida que eventualmente possamos enxergar, ou até mesmo sentir.

Aparentemente sem vida, habitam nesse corpo inúmeros seres com vida, que parecem ser o garante de uma outra vida, finalizado que foi um determinado ciclo de vida, outro parece ser iniciado de imediato.

Nos é dado a observar a transformação da matéria, mas nos é vedado observar a partir de que princípios ela se processa, e devido a quê parece ser possível tal transformação,

Podemos perceber uma divisão de águas, em que coexistem duas formas quanto ao ato de conhecer, o compreendido e o não compreendido, que o indivíduo, salvo raras excepções, deseja conhecer.

Se alguns afirmam que para além não existe mais nada, daquilo que se posiciona aquém, nos colocam de permeio, como resultante de uma complexidade física e química, que apresenta uma dinâmica própria, que nos é indiferente, entendido como corpo que pensa.

A questão que coloco é a seguinte:

- Como derivado dessa complexidade quântica, dela nos podemos distanciar, sem que seus princípios se façam sentir ?

Seria como afirmar, que o fígado, embora órgão autónomo, não faça parte de um corpo, e de uma forma funcional que lhe é superior.






Estou ciente que toda a história cultural do ser humano assenta no pressuposto da existência de um ser humano emergente de uma vontade divina, da qual não será fácil abdicar, ou sequer abstrair-se, e esse foi sempre o maior entrave à emergência de outras formas de percepção.
Mas também é fato, que independentemente daquilo em que cada um possa acreditar, a natureza segue seu próprio rumo, indiferente ao pensamento humano.

Freud ao teorizar sobre forças, quantidade de energia investida, catexia, contracatexia e acatexia, pressupondo uma dinâmica psíquica a partir desses princípios da matéria, regidos pela energia, designada por libido, estaria a entrar no princípio do século passado, pela porta da física quântica.


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