Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Evolução do pensamento

O ser humano, dada a sua condição primária ignorante é forçado a tornar-se crente por necessidade de acreditar em alguma coisa, obtendo referências para que possa pensar rumo á intelectualidade.
No meu artigo ¨ A arte de argumentar ¨ considerei que a crença tem de ser sustentada pela verbalização, que ao mesmo tempo funciona, ou pelo menos o indivíduo assim pretende, como termo de comparação, dando lugar à associação entre uma diversidade de imagens e idéias, conferindo uma lógica própria aos acontecimentos, para que possam ser compreendidos, conferindo-lhes um determinado sentido.
Podemos então colocar a primeira questão: - O que de fato é, ou pode ser compreendido pelo o ser humano ? Tudo que possa girar em torno dessa crença, porque ela, na maioria dos casos serve de unidade de referência. A primeira diferenciação de um pensamento humano é proveniente da crendice.
O acreditar no pai, que não na mãe, por exemplo, tem suas implicações, e conseqüentes derivações ideativas, dado que a dinâmica psíquica funciona por semelhança, em que o contraditório, que é apenas uma derivação da tomada de sentidos referente ás mesmas coisas, tende a promover a dissociação.
Ou seja, a idéia que a criança tem de um, reflete-se ao nível dos sentimentos, que serão diferentes em relação ao outro. De quem gostas mais, do pai ou da mãe ? Esta é a pergunta que tantas ouvimos do adulto questionando a criança.
Podemos perceber a partir dessa condição primária de dependência absoluta a evolução de um sentido, em que o movimento é dirigido, cuja finalidade é atingir o seu objetivo / objeto, como realização de seus desejos. Por outro lado, podemos perceber um movimento em espiral, a que podemos chamar de campo de percepção, cuja aprendizagem fica de certo modo condicionada á crença, como unidade de referência.
Somos levados a considerar que o sentido faz parte de um núcleo biológico electromagnético, sendo o indutor, que tende a induzir o campo de percepção á sua volta, para que possa existir a continuidade desse mesmo sentir.
Só que esse sentido é derivado das primeiras experiências, que se impuseram como registros psíquicos, constituindo-se alguns deles, como formas de referência.
Desse modo somos levados a perceber a existência de uma forma localizada, a que chamamos sentido, fazendo parte de um núcleo de vida, que tende a influenciar o todo, referido ao corpo, e a um determinado raio de ação, campo perceptivo, cuja expansão é promovida através de ondas electromagnéticas.
O sentido, que funciona como indutor, ou seja, aquele que induz o corpo ao movimento, transporta consigo uma determinada quantidade de energia, a que Freud chama de investimento de energia, para que seja possível ao ser humano desempenhar uma tarefa determinada.
Vejamos então a espiral, como expansão de um determinado sentido, que induz o corpo, que é periférico ao próprio sentido, e que este por sua vez transmite para fora de si, posicionando-se num determinado raio de ação, denominado campo de percepção.
Segundo Freud, o sentido será a representação de uma determinada imagem, ou idéia, que contém uma certa quantidade de energia, que pode ser dirigida a um objeto, ou objetivo, cuja finalidade é a realização, e a satisfação de um desejo.
O psiquismo, por uma questão emergencial, é dispensado de rever de novo as imagens, para que possa tomar sentido, sendo este que estabelece a comparação com imagens e idéias que lhe sejam presentes do exterior, dos quais tentamos perceber o seu sentido. È pressuposto que a energia dirigida a um objeto / objetivo, deve conter algo mais que pura energia, como seja os restos de uma imagem, ou idéia, que já não podemos considerar semelhante aquela que serve á função biológica.
Consideremos essa diferença, entre a energia que serve á função, que apresenta variações mínimas, que se tornam imperceptíveis para o indivíduo, e a energia que serve á mente, entendida como dinâmica psíquica, que pode apresentar variações consideráveis, e perceptíveis.
Esta energia dirigida parece ser alterada em função de um sentido primário, tendo em conta uma diversidade de características de um objeto exterior, que são registradas no psiquismo. A associação parece fazer-se através da visibilidade de uma imagem exterior semelhante, que libera determinada química no corpo do indivíduo, alterando desse modo a composição dos elementos químicos que compõem uma fonte energética.
Freud fala na quantidade de energia investida, em que as quantidades empregues dos elementos químicos, é que parece fazer a diferenciação na diversidade dos movimentos que podemos observar no indivíduo..
Abro aqui uma janela, para dizer, que não posso estar de acordo com alguns autores, que afirmam que o indivíduo reconhece em si determinados valores, a culpa, ou seja o que for, dado que o indivíduo só reconhece o que está para além de si mesmo, que pode ser semelhante, ou não, ao que possui na sua interioridade.
O afeto e desafeto, é que é responsável pelo o indivíduo reconhecer o mundo exterior, segundo as condições, a partir das quais foi possuído.
Consideremos por outro lado, que o grau de importância conferida a uma crença, pode a eleger como unidade referência, perseguindo um conceito de uniformidade, descartando a possibilidade de o indivíduo considerar a diversidade, como um mundo de referências, que se relacionam, interligam, emergindo daí uma síntese, provocada do mesmo modo pelo o grau de importância, de umas em relação ás outras.

Como dá para perceber, são princípios diferenciados, que é dada a uma organização mental, que tem fundamentalmente em conta o grau de importância que o indivíduo confere á diversidade ideativa, cuja evidencia é processada através de uma diferença de potencial energético.
Freud nos diz que todo o excesso nos conduz ao desprazer.
Partindo desse princípio, nos é dado a observar, que uma idéia repetida centenas de vezes, ou de forma de tal maneira intensa, que pode conduzir o indivíduo ao trauma, tende a transformar-se em crença, elegendo-se como unidade referência, que tende a inibir, ou até mesmo bloquear o campo de percepção de determinado indivíduo.
Perante esses dois modos diferenciados de formas de percepção, podemos observar que a maioria dos homens da ciência partem na descoberta de uma unidade referência, por exemplo, a partícula de higs, quando no meu entendimento da diversidade do campo de percepção ideativo alargado, defendo que será um esforço inglório, dado que, a unidade referência não existe, e por isso não pode ser encontrada.
Poderá o leitor afirmar que do mesmo modo eu possuo uma crença, e que será tão válida como qualquer outra, o que aparentemente parece corresponder á verdade, mas não o será decerto, segundo uma perspectiva universal de formas energéticas.
É comum o esquecimento de que formas energéticas, são complexos formados, tendo em conta elementos químicos, que agem e reagem entre si, que podem constituir-se em formas, mas como derivadas de outras, de que pouco, ou nada sabemos, designada por partículas. Porém, ainda nos restam as ondas electromagnéticas, que não são partículas, e que por isso não possuem forma. Se existe uma impossibilidade de quantificar, como podemos afirmar a existência de uma unidade de referência ?
Freud partiu da existência de uma certa quantidade de energia , porém, só se refere a ela como escassa, exagerada, ou inexistente, em que tais classificações só são possíveis, devido á existência de parâmetros genéticos / biológicos, considerados pela ciência como padrão de normalidade.
Podemos agora perceber a diferença entre a minha crença, que se encontra entre valores mínimos e máximos admitidos como possíveis e suportáveis, e a crença de uma boa parte das pessoas, que tentam impor um valor absoluto para suas crenças, julgando desse modo ter encontrado a unidade referência.
Por isso damos conta, que não obstante todo o esforço de uniformizar conceitos, a transgressão é evidenciada a cada passo, apenas porque essa não é a condição existente na própria natureza das coisas.

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