A natureza erótica e idealista, com a sua componente destrutiva.
Amor não altruísta carece de um sentimento de posse, de uma força dominadora em relação ao objeto que se pretende amar, em que alguma agressividade deve existir.
Mas será, que no amor altruísta não aparece o sentimento de posse, como a ponte que liga dois corpos, que provoca a sensação no indivíduo de um determinado domínio ?
Eu tenho para dar, muito pouco que seja vou repartir, dado que tal atitude alimenta meu Ego, mas que de forma inconsciente pode ser o medo de cair numa situação idêntica, tendo a noção, que muitos o poderão ajudar nessa altura da aflição.
Ao mesmo ato, neste caso de dar, pode estar vinculada uma idéia, que pode não corresponder á idéia de um outro indivíduo qualquer, por isso mesmo deve ser entendida como subjetiva.
Se não existir transferência de energia o afeto está ausente, pelo que a emoção não se faz presente, o que coloca desde logo de lado a hipótese da ausência de um sentimento de posse.
A nossa atenção, desse modo, é desviada para um problema de intensidade de energia sentida no corpo, aquando da realização de um determinado ato, que pode ser quase nula, ou mais ou menos intensa, atingindo por vezes uma intensidade tal, de que o corpo parece perder o domínio de si mesmo.
Essa perda de domínio percebe-se, tanto através de uma intensidade energética exagerada, como na sua escassez, em que no primeiro caso o sujeito tende a perder o controle da situação, e no segundo caso não o deseja possuir.
De fato não parece existir a ausência desse sentimento de posse, do domínio.
A natureza idealista de uma qualquer doutrina, por exemplo, será antes de mais uma fuga á confrontação, e á impossibilidade, formando outros objetivos, porém quando afrontado esse seu novo objetivo, o sujeito tente a reagir.
A tentativa de sublimação de uma realidade não desejada, empurra o sujeito na procura de formas idealizadas, em que esta não deve ser vista como o negativo, ou positivo, de uma forma sentida, mas antes como diferenciada, que permite encontrar-se com o princípio de satisfação.
Parece existir de fato a negação por parte do indivíduo de um determinado estado de coisas, que não aceita, ou apresenta alguma dificuldade em gerir de acordo com a sua interioridade.
Será esta negação, que funciona como não desejo, como instinto de negação, que provoca um sentido diferenciado, como se o corpo tivesse necessidade de fazer alguma coisa a favor da sua própria satisfação.
A tentativa de sublimação será desse modo entendida como uma derivação perante uma impossibilidade sentida.
Parece pertinente questionar, como conciliar tal princípio de satisfação, que é um sentido corpóreo, com uma sociedade, que impõe a proibição, repressão, e a punição ?
É esta pergunta que continua em cima da mesa desde os tempos mais remotos, e que a sociedade atual ainda não parece ter condições para responder de forma satisfatória.
Como conciliar o princípio de satisfação de uma organização genética / biológica, com uma organização ideativa psíquica, que transporta consigo desejos, é a pergunta, que até hoje parece não ter resposta.
É a insatisfação, que transporta o indivíduo para fora de si, nessa busca incessante, e tantas vezes insana, que tem como finalidade a realização de suas necessidades e desejos.
A conciliação será impossível a partir de um sentido de insatisfação.
O que lhe sucede podemos entender como uma tentativa de reorganização dos conteúdos ideativos da mente humana, na tentativa de superar essa dificuldade, que tenta impedir o indivíduo em satisfazer-se.
A forma como se pode dar essa (re) organização depende de muitos fatores, mas decerto não passará por uma organização em volta dos mesmos pressupostos, cujos resultados seriam os mesmos.
O que impede a interiorização de material ideativo divergente é a proibição embutida, que tenta negar a invasão, e por todos os meios a combate.
Contudo, quando surge a insatisfação, e quando ela veio para ficar, as alternativas não se fazem esperar, determinadas por um corpo em aflição, que sente um mal estar, a que o pensamento tenta dar uma resposta satisfatória.
Se estivermos atentos, essa resposta satisfatória, tem em vista o próprio corpo do indivíduo, e não outro qualquer, e só terá em conta os desejos do outro, quando daí resultar alguma satisfação para o próprio.
A premiação só existe quando o teu santo bate com o meu santo, em que a transferência de energia é correspondida, e não é sentida qualquer resistência.
Será então, a perfeita harmonização de duas formas energéticas, que se encontram, em que a transferência, ou seja o fluxo energético, é gerador de uma corrente, que alimenta dois corpos, aos quais podem associar-se uma infinidade de outros.
Não se trata de polaridades, mas sim de compatibilidade.
Nisto consiste o que designamos por identificação.
Será oportuno evidenciar, que toda a identificação é processada por caracteres, e por isso mesmo será sempre parcial, o que significa, que uma maior quantidade de caracteres compatíveis, pode influenciar, e exercer uma força de atração mais intensa entre corpos, provocada exatamente pela associação caracteriológica.
Por outro lado, um só caracter excitado, potencializado de forma exagerada, pode ganhar um grau de importância elevado, que pode fazer esquecer todos os outros.
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Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
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sábado, 29 de janeiro de 2011
A natureza erótica e idealista
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