Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

quinta-feira, 10 de março de 2011

NIETZSCHE EM BUSCA DA MULHER IDEAL

Acabo de ler em três dias do feriado de Carnaval de 2011 a vida de FREDERICO NIETZSCHE, uma leitura densa de um livro lançado em 1909(1ª edição) na França, do autor Daniel Halévy, cuja disposição para leitura, traduzido para o português, está no site: http://www.consciencia.org.
Agradou-me muito conhecer detalhes de Nietzsche para além de seus livros, pois para mim ficou a nítida impressão de que precisamos fazer uma diferença entre o Nietzsche como um ser humano afável, bondoso, cordial, gentil e o Nietzsche escritor. Entre Ele e sua Filosofia. Falo isso para aqueles que não conseguem enxergar além do Nietzsche Ateu e cético.
Neste livro, encontra-se um trecho de uma carta em que Nietzsche escreve a sua irmã Lisbeth, em 25 de janeiro de 1888, e fala sobre um sentimento que teve ao ver uma bela jovem:
"É preciso que eu te conte uma pequena aventura: Ontem, quando fazia o meu costumeiro passeio, ouvi, não longe de mim, uma voz e um riso cálido e franco (parecia-me estar ouvindo o teu riso), e, quando a pessoa em questão passou junto a mim, vi uma encantadora moça de olhos escuros, delicada como uma corça. Isto reanimou por um momento o meu coração, meu velho coração de filósofo solitário: pensei nos seus conselhos matrimoniais, e, durante todo o passeio, não pude mais afastar de mim a imagem daquela jovem e amável criatura. Não há dúvida de que me seria muito proveitoso ter ao meu lado um ser tão delicioso; mas, para ela, seria igualmente proveitoso? Não ficaria esta moça infeliz com as minhas ideias? E meu coração não se despedaçaria (supondo que a amasse), ao ver sofrer uma criatura tão encantadora? Não, não! nada de casamento!"
Na realidade o que Nietzsche percebeu foi que é difícil achar alguém que nos compreenda. E compreenda principalmente o "SER" do filósofo. Ou posso dizer: para a maioria superficial é difícil compreender alguém que foge dos padrões do geral.
Hoje, em pleno século XXI, os "nietzsches" estão cada vez mais sós neste mundo de pura vaidade. A pequenez da alma humana cada vez mais definha para a sordidez. O egoísmo humano impede os bons relacionamentos.
O espírito de um sábio não pode se mesclar com a burrice de um ser superficial. É uma tortura olhar e verificar a vacuidade do pensar.
Nietzsche olhou para aquela bela jovem e sua beleza o encantou. Sentiu dentro de si o desejo da intimidade. Compartilhar, trocar ideias, fusão de mundos... alguém para lhe ser uma "auxiliadora idônea".
Contudo, as excentricidades de um filósofo não se encaixam nas mesmices e nos caprichos dos seres em geral. As esquisitices(leia-se modo de ser) de um Nietzsche não é algo fácil de ser apreciado por alguém cuja mentalidade não passa de um software pré-programado para pensar e agir de acordo com o sistema entorpecedor da inteligência humana.
Para estas mentes condicionadas, as "formas" têm mais valor do que o conteúdo. O aparente e as ilusões das comodidades do bem-estar passam a serem os únicos critérios de escolhas, mais importantes do que aquilo que É como essência e verdade, como diamante lapidado pelas provações.
É lastimável hoje conversar com a maioria das jovens. Há uma superficialidade de alma quase intragável durante 3 minutos de conversa. A cultura abestalhada que massifica 99% das mentes atuais, produzindo seres ‘robotizados", agindo e se comportando tudo de modo sempre igual. O que muda é apenas a exterioridade, o conteúdo do ser reflete sempre a mesma imagem de uma cultura diluída nas idiotices de um sistema que atende um mercado de grande comércio. A globalização engloba tudo e faz de todos, um todo só igual.
Assim, está mais difícil para um "nietzsche" de hoje pensar em casamento. O mágico ilusionista do sistema espalha a materialidade enganosa como uma fumaça negra diante do espelho da alma em que cada pessoa passa a não se enxergar como deveria se enxergar, mas vê como desejosa de parecer igualzinha aos demais "parafusinhos" da engrenagem mecânica do sistema cultural.
Neste sistema, um "homem para casamento" passou a ser um GRANDE CAPITAL, sistema em que as mulheres se multiplica como gafanhotos do egito, oferecendo como moeda de troca sua beleza e sua juventude. Moeda de troca que na realidade não vale um centavo se apenas isto tiver a oferecer. No entanto, a pequenez da alma humana estar tão rebaixada que os vales lamacentos são bebidos e desfrutados como o que há de melhor no mercado.
A verdade é que um "nietzsche" que age e pensa no que há de melhor em termos de valores não se deleitará com alguém cujo ser não passa de um esgoto fétido em que, há muito, nada mais é do que um canal de escoamento dessa lama que nossa sociedade se encontra mergulhada.
Há uma náusea no meu estômago diante das leis de comportamentos burrificadas que se repetem quase todos os dias de um agir que busca a aprovação da maioria e o glamur das massas entorpecidas pela vanglória da pura vaidade.
Gente superficial, com quilos de conhecimentos de livros, que só servem para quem não sabe ler, no entanto, a sabedoria do viver prático não se manifesta.
Frederico Nietzsche em sua vida teve a oportunidade de conhecer uma bela mulher, chamada Cosima Liszt, uma admirável mulher ativa e lúcida, atenta e eficaz. No entanto, era casada com um de seus melhores amigos - Richard Wagner.
Daniel Halévy, assim expressa os pensamentos de Nietzsche, pouco tempo antes de enlouquecer mentalmente, recordando o passado na casa de seu amigo:
Nietzsche recorda aqueles admiráveis dias de Triebschen, quando Cosima o acolhia, ouvia suas ideias e seus projetos, lia seus manuscritos e se mostrava benévola e atenta. Nietzsche exalta-se. O sofrimento e a irritação deformam suas recordações. Interroga-se: não teria amado Cosima? E ela mesma, não o teria amado? Nietzsche gostaria de acreditar nisso e, efetivamente, acaba acreditando. Sim, houve amor entre eles, e Cosima tê-lo-ia salvo como salvara Wagner, se, por um favorável acaso, o tivesse conhecido alguns anos antes. Mas o acaso sempre fora adverso a Nietzsche, e também nesta ocasião Wagner o despojara, ficando com tudo: glória, amor e amizades.
Cosima era uma mulher de cultura, compartilhava com Nietzsche as leituras de seus livros, lhe presenteava belos livros de grandes autores até então desconhecido dele.
Cosima era casada com um grande homem, um grande artista da música clássica. Ao contrário do que normalmente acontece: mulheres de boa personalidade, às vezes, as vejo casadas com grandes patifes.
Uniões de verdadeiros encaixes de afinidades necessitarão de um "acaso" – uma coincidência divina - orquestrador do momento certo e da hora certa.
O fato é que há poucas "cosimas" neste mundo de diluição dos melhores valores. O que mais se verifica é um bando de homens sacanas e de putas das mais diversas categorias.
Sim, o Brasil é um país onde se encontra as melhores putas do mundo. No estrangeiro, as brasileiras estão entre as melhores das latinas calientes. Este país é um país de turismo sexual, as putinhas se vendem em troca de dinheiro vivo, na hora, pago pelo programa realizado; ou aquelas putas civilizadas que "dão" em troca de um belo ca-$-amento.
Diante dessa facilidade de mulheriu no cio no cambio do mercado matrimonial e daquelas postas à venda, ou dispostas a qualquer aventura, os homens cretinos "adoram" o país tropical, abençoado por Dionísio - "deus" grego da orgia.
Nietzsche se interessou também por uma outra jovem, a russa Lou Salomé(depois tornou-se conhecida como psicanalista e colaboradora de Freud). Porém foi dispensado, pois esta preferiu ficar com o seu amigo Paul Rée. Tratou-se de uma paixão não correspondida. E por causa deste incidente, o autor Alfredo Naffah, no livro Nietzsche: a vida como valor maior, dizque: "O episódio terminou com a união de Lou Salomé e Paul Rée e o rompimento de Nietzsche com ambos e com a própria família. Já nessa época, ele usava os mais diferentes tipos de drogas para aplacar seus sintomas: sais, soporíferos e haxixe. Após a desilusão com Lou Salomé, perseguiram-no ideias de suicídio: por três vezes, ingeriu doses abusivas de narcóticos."( FTD, São Paulo, 1996, pág. 22)
Já dizia o GRANDE SÁBIO: "Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis". Prov. 31.10. Nietzsche experimentou este texto na carne. Se queixou muitas vezes para seus amigos de sua solidão. Diversas cartas endereçadas aos amigos mostram como eles eram muito importantes para Nietzsche, pois a este lhe faltava uma companheira idônea. Seria então, esta solidão, porque este filósofo era alguém cuja personalidade seria de difícil sociabilidade?
Creio que não, pela leitura que fiz da vida de Nietzsche verifiquei que ele sempre foi um homem muito amoroso para com seus amigos, sua irmã, sua mãe. Na maior parte da leitura sobre ele, percebi que o que de mais se sobressai foram os rompimentos de seus amigos para com ele, deixando-o só, abandonando-o, não respeitando suas convicções filosóficas.
Era um homem, como disseram dele, de sorriso fácil, que admirava as paisagens belas da Europa, e que se deleitava com músicas e arte. Não era um ser perfeito, tinha como qualquer ser humano seus defeitos, como um excesso de auto-confiança, melancolia, e um certo estilo aristocrático. No mais, como ser humano em seus relacionamentos, sempre foi cordial. Nietzsche muda apenas quando se aproximava sua insanidade iminente(por volta de seus -+44 anos...) Nietzsche torna-se um ser amargo, irritado e com surtos de grandeza.
Enfim,
Como bem coloca a antropóloga Mirian Goldenberg em seu livro POR QUE HOMENS E MULHERES TRAEM? - De leitura agradável e ótimo, livrinho barato e acessível:
"Uma grande mulher se expressa quando ela é amiga, amante, companheira, parceira, cúmplice. Ela deve ser o equivalente de todas as mulheres do mundo, sem faltas ou vazios que poderiam ser preenchidos por outra. Ela deve ser única, especial, plena, insubstituível. (...) Uma grande mulher é aquela que ensina, transforma, instiga, provoca, desafia. Não é alguém que quer mandar à força, ou mudar o homem com suas críticas, reclamações, cobranças e exigências. Ela deve provocar a admiração do seu homem. (...) não será necessariamente bonita, jovem, gostosa, sexy, mas sempre terá outros capitais como a capacidade de ensinar algo, de mudar a visão de mundo, de introduzir a mundos novos, de ser companheira, de ser carinhosa, atenciosa, compreensiva".(Edições Bestbolso, Rio de Janeiro, 2010, p.122-23)
Assim era a mulher que Nietzsche procurava...
Assim é o tipo de mulher que me agrada também...
Não sou filósofo, mas sou um homem que tem bom gosto também...
Por quê não?
Marcos Paulo A. Morais
09 de Março de 2011
Teresina(PI)

(www,Artigonal.com- SC #4379430)

marcos paulo almeida morais - Perfil do Autor:
área de estudos: jurídica
interesses gerais: filosofia. política, psicologia, religião, sociologia

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