Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

domingo, 8 de maio de 2011

A arte da representação

Quando um neurótico obsessivo trata seus escritos, ele o faz em função de seu sintoma.
Diferente do homem das artes, que representa aquilo que é, e o que não é, que se obriga a ser num determinado momento, que muito embora possa possuir alguma coisa de uma neurose obsessiva, não tem uma preocupação intelectual de esconder de si, e dos outros, o outro lado da história.
Será apenas a vergonha e o constrangimento que se liberta de si mesmo, por intermédio de um outro representado, que por ser o outro, não lhe pertence.
Ele, enquanto representa está despojado momentaneamente de sua neurose obsessiva, em que a arte é o movimento que conduz á tentativa de libertação, não do sintoma, mas antes do que está recalcado, aprisionado, que muitos confundem com o inconsciente.
A arte nos coloca perante uma cena, um cenário, que ao ser observado produz consciência, que representa desejos, mas não representa o inconsciente, porque sentido, o sujeito não o reconhece através da simples observação.
O indivíduo só reconhece o que se encontra fora, que está para além de si mesmo, e o que reconhece em si é apenas o ato que possa provocar nele alguma insatisfação, ou causar algum incomodo aos outros.
Se assim não fora, bastaria a verbalização, o teatro, as cenas que todos podemos observar, para transformar o ser humano.
Ora, sabemos que isso não corresponde á realidade.
O que significa que através da arte, o indivíduo pode encontrar alguma satisfação, permitindo de algum modo o extravasar das energias represadas causadores de mal estar, de insatisfação, que de certo forma pode impedir o indivíduo de causar danos a si mesmo, e a terceiros.
O que acontece, é que o sentido derivado do inconsciente ficou aquietado, como que adormecido, mas não foi tocado, que perante fatores circunstanciais voltam a evidenciar-se.

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