A imagem uma vez captada pelos os órgãos responsáveis pela percepção, embora não seja revelada ao indivíduo, carece de uma certa quantidade de energia investida para que possa existir de fato para o corpo biológico e psíquico, e instalar-se na sua interioridade.
Ou seja, o indivíduo não sabe porque é excitado, porque está excitado, apenas sente que o está, pelo que não consegue associar tal alteração de sua intensidade energética a alguma outra imagem em especial, mas de fato é ela a causadora de uma exagerada tensão interior.
Partimos então do princípio, que nada se revela antes de ser revelado, que nada existe antes de existir, cuja revelação e existência são devidos a fatos anteriores ao próprio fenômeno revelador e existencial.
As condições reveladas para o sujeito, de uma relação do indivíduo com essa imagem, tendem a representar-se posteriormente em imagens semelhantes, ou considerados como tal.
E quais são essas condições ?
Apenas uma imagem carregada de uma certa quantidade de energia, que provocou uma excitação exagerada, cuja intensidade é devida a outros envolvimentos circunstanciais operados através de uma relação objetal primária.
Imagem e investimento de energia são causadores de determinada emoção, que segundo António Damásio, neurocientista, não pode existir imagem sem emoção, e que sem esta a imagem não se produz, e que para existirem carecem de um determinado potencial de energia.
Uma das conclusões que podemos extrair é a seguinte:
• A de que cientificamente, não existe emoção negativa ou positiva, boa ou má, mas apenas emoção provocada por alteração de um potencial de energia divergente entre dois corpos, o que nos coloca perante princípios estabelecidos pela física.
Uma vez essa imagem retida no psiquismo, digamos que ela é arquivada tendo em conta uma certa quantidade de energia investida, que a manterá viva na organização do sistema psíquico.
Tomará lugar de destaque, ou seja, de importância, quanto maior for a quantidade de energia investida.
A identificação dessa imagem viva, que habita a interioridade humana, com uma outra que se apresente no exterior, para se manter viva requer que sejam observadas as mesmas condições de investimento de energia.
É indiferente para o psiquismo se é uma imagem que produz satisfação ou insatisfação, se é boa ou má, ele apenas reage em função da identificação da imagem semelhante, a que está associada um determinado investimento de energia.
Se um desejo, só o pode ser, a partir de uma diferença de potencial entre um corpo que deseja, e o corpo que sente uma necessidade, estaremos definitivamente colocados perante o estudo e investigação de uma intensidade energética produzida, que conduz a um aumento exagerado de tensão interior, que sentida de formas diferentes, tendem a revelar posturas diferenciadas.
Terá o ser humano a capacidade de projetar essa imagem no exterior, a colocando num cenário real, mesmo acordado que esteja ?
Ou seja, um cenário real que não possui a nossa imagem interior, pode dele constar, sem que outras pessoas possam observar, o que nós observamos ?
Nos colocamos neste momento no mundo das visões, talvez alucinações de desejos bastante intensos capazes de reproduzir uma imagem virtual, e a colocar num cenário real.
Sabemos que isso é comum no sonho.
Sabemos também, que ao andar pela noite, as sombras ganham formas que nos assombram, porque de outras formas o psiquismo é possuído, que nos são reveladas , não pelo real, mas devido á existência e interiorização do medo.
Mas não será possível, devido a uma excitação excessiva proveniente de um idealismo, ou desejo não realizado, possa existir uma alucinação de uma imagem incorporada, e um transfere dessa imagem para uma realidade externa ?
E como de fato em algumas pessoas isso acontece, não podemos considerar tal fenômeno como pura energia com um potencial exagerado, que nos permita pensar numa fixação psíquica ?
Para além das denominações que possamos emprestar a tal fenómeno, psicose, neurose obsessiva compulsiva, esquizofrenia, ou outro nome qualquer, o interessante será tentar perceber porque elas são geradas, devido a quê, e através de mecanismos elas se reproduzem no exterior.
Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
Imagens e investimento de energia
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