Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou. O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana. http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7

sábado, 14 de maio de 2011

Ética, costumes e liberdade

Num documento a que tive acesso o autor referia:

- ¨ O relativismo pode gerar sérios problemas: se não há um conceito absoluto de justiça. Como é possível saber se uma ação é ou não legítima? Se cada um tem a sua verdade, isso significa que cada um pode agir da maneira que lhe convém? ¨.

A questão não é bem essa, mas simm que a existência de princípios conferidos ao ser humano por sua própria natureza, não tem a ver com a forma de agir, mas antes com as implicações desse agir.
Se não for assim, a trajetória do movimento deverá seguir, segundo opinião de muitos filósofos, somente um determinado caminho para atingir seu objetivo, o que condiciona o movimento, e a liberdade de movimentos.
O mundo da estética não pode sobrepor-se a uma lei ética.
O ditado popular nos diz que todos os caminhos vão dar a Roma.
Como dá para perceber são coisas bem distintas.
O erro não se encontra em princípios éticos estabelecidos, mas nos costumes adquiridos na formação da criança, que podem, ou não, no seu modo de agir, atingir seus objetivos éticos.
Neste ponto Aristóteles foi um grande mestre.
Não será por causa da existência de uma referência ética, objetiva, que o ser humano pode atingir procedimentos éticos, mas sim devido a uma relação da criança com as coisas e o mundo, que o podem conduzir a uma identidade ética.
Entretanto existe todo um movimento do corpo, que por ser desejo de liberdade não pode ser acorrentado a uma via única, entendida como forma de estar na vida, desde que isso não implique com o respeito e consideração, que o outro nos deve merecer.
Se assim procedermos, somos colocados perante o outro, como a nós mesmos, com o freio nos dentes, que impossibilita uma atitude não ética.
Quando falamos da força das palavras, da argumentação, da dialética, da retórica, esquecemos, que nós mesmos não conseguimos fugir a tudo isso, como meio de expressão, em que as palavras apresentam um cunho, ao mesmo tempo objetivo,insinuante e sedutor, como aquela frase que alguns filósofos utilizam – a reta ação -, o que pressupõe em termos mentais uma linha reta rumo a um objeto, determinada por um objetivo.
Porque o ser humano só pode perceber uma estrada única que o possa levar a Roma ?
Porque só um único caminho o pode conduzir á salvação ?
O objetivo é o princípio ético, independente do caminho a percorrer.
Essa teoria, do caminho único, foi disseminada pela filosofia como sendo a prática, que deve conduzir o homem a um fim determinado.
Um homem que brinca deixa de ser ético ?
Um homem que veste jeans, apresenta o cabelo colorido e um corte estranho deixa de ser ético ?
Um negro, o analfabeto, o homossexual, um morador de rua, vulgo mendigo, deixa de ser ético ?
Algo parece estar para além de uma qualquer teoria ética, que colocada na prática provoca resultados insatisfatórios.
O que será ?

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