A evolução de um ego corporal para um ego psíquico, será uma experiência análoga aquela, de um ser vivo partir da ignorância para o mais saber.
A organização do corpo infantil como registros que não são apagados, tendem a permanecer durante toda a existência do ser humano, embora de forma inconsciente.
Existe em princípio um desamparo existencial, que mais tarde percebe-se amparado, não através de um outro, mas de suas próprias idéias, existindo como uma espécie de muleta psíquica que ampara o indivíduo, por ser, ou julgar-se autônomo, ciente de possuir movimento, que o possa conduzir até ao objeto de realização de seus desejos.
Porém, tal evolução psíquica por si só não basta para vingar o processo de autonomia, em que a relação corporal entre dois indivíduos não deve ser erogenizada o bastante, que seja dolorosa a sua separação.
Como terceiro ponto devemos ter em atenção o processo de castração de determinadas idéias, que tendem a impedir a posse dos objetos assim que se deseja, por impossibilidade de serem alcançados, a que o indivíduo se obriga a um esforço para o conseguir de modo próprio, quando não o consegue através de um outro.
Mas castrar não é proibir e punir, mas apenas e tão só não facilitar.
Claramente, a inteligência existe independente do pensamento, dado que sem ela, entendida como capacidade de um corpo interagir e relacionar-se com as coisas e o mundo, não seria possível a evolução, e a transformação.
Desse modo, o não facilitar, retira o objeto da relação, o que possibilita ao indivíduo perceber, que muito embora ele faça parte do seu universo, só o fará mediante determinadas condições.
Para além disso, tal pensamento ( proibir e punir ) vem para contrariar o pensamento de Platão que afirmou que o princípio de racionalidade é coisa própria da interioridade do ser humano, e que por isso, o ser humano é um ser racional em si mesmo.
Assim, a questão da potencialização de determinadas características depende da relação e do meio, que ao não ser percebida não invalida a existência de princípios genéticos / biológicos.
Considera-se o conflito, como sendo próprio da existência de qualquer ser vivo.
O psíquico estrutura-se em face de desejos, que podem ser realizados, e da impossibilidade de realização de alguns outros, garantindo desse modo a forma de operar do indivíduo perante a realidade que lhe é presente, não só tendo em vista a preservação, como também seu bem estar.
Por isso a psicanálise é distinta da filosofia e da própria psicologia tradicional, dado que se afasta , por um lado da existência de uma razão emergente de conceitos sociológicos que possa ferir de morte a liberdade individual, e por outro lado, não impõe o condicionamento dos instintos, em que a questão da castração é entendida de forma diferenciada.
A psicanálise entende que existe uma relação de forças, exteriores e interiores, em que a saúde mental percebe-se a partir uma plataforma de equilíbrio entre elas, dado que a adaptação é fundamental, e nisso consiste a flexibilidade do psiquismo, existindo uma razão existencial, que está colocada acima de todas as coisas.
A filosofia nos fala do consciente.
A psicologia tradicional nos fala do condicionamento dos instintos animais.
A psicanálise fala-nos do inconsciente.
Não será difícil perceber que a problemática da formação e educação em cada caso será diferente, assim como suas conseqüências.
Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
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quinta-feira, 26 de maio de 2011
Evolução e transformação
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