Livro - Retalhos de uma vida - Lançamento
Retalhos de uma vida, conta testemunhos de guerra, sexo e relações interpessoais, analisadas segundo a perspectiva do autor - João António Fernandes - psicanalista Freudiano, que as vivenciou.
O autor optou por uma escrita simples, que possa levar a maioria das pessoas a entender a idéia Freudiana.
http://www.bookess.com/read/7054-livro-retalhos-de-uma-vida-/ ISBN - 978-85-8045-076-7
sábado, 31 de dezembro de 2011
Chega de guerra
As guerras que observamos por esse mundo fora são resultantes das pequenas guerras forjadas a partir do berço
Bom ano 2012
Prezado Dr. Van Eeden,
Aventuro-me, sob o impacto da guerra, a lembrar-lhe duas teses formuladas pela psicanálise e que, sem dúvida, contribuíram para sua impopularidade.
A psicanálise inferiu dos sonhos e das parapraxias das pessoas saudáveis, bem como dos sintomas dos neuróticos, que os impulsos primitivos, selvagens e maus da humanidade não desapareceram em qualquer de seus membros individuais, mas persistem, embora num estado reprimido, no inconsciente (para empregar nossos termos técnicos) e aguardam as oportunidades para se tornarem ativos mais uma vez. Ela nos ensinou, ainda, que nosso intelecto é algo débil e dependente, um joguete e um instrumento de nossos instintos e afetos, e que todos nós somos compelidos a nos comportar inteligente ou estupidamente, de acordo com as ordens de nossas atitudes [emocionais] e resistências internas.
Se, agora, o senhor observar o que está acontecendo na presente guerra — as crueldades e as injustiças pelas quais as nações mais civilizadas são responsáveis, a maneira distinta pela qual julgam suas próprias mentiras e maldades e as de seus inimigos, e a falta geral de compreensão interna (insight) que predomina —, terá de admitir que a psicanálise tem estado certa em ambas as suas teses.
Talvez ela não tenha sido inteiramente original nisso; não poucos pensadores e estudiosos da humanidade fizeram afirmações semelhantes. Nossa ciência, porém, as elaborou detalhadamente e as empregou a fim de lançar luz sobre muitos enigmas psicológicos.
Espero que venhamos a nos encontrar em tempos mais felizes.
Seu, sinceramente,
Sigm. Freud
Marcadores:
Psicanálise,
Social
domingo, 25 de dezembro de 2011
Jovens desamparados
Por um lado a família tenta impor suas regras, por outro uma escola que tem suas próprias leis, deixa o jovem a falar consigo mesmo, ou com os da sua idade, sem um interlocutor que o possa escutar, entender seus problemas, e dialogar com ele.
É isto que observo nos jovens em idade escolar que vêm até mim.
Esta tendência, coloca os pais contra a escola, e esta defende-se, afirmando que a formação, quanto a princípios morais é coisa que pertence à família.
Aqui, a questão de quem tem razão é secundária, quando o objetivo maior não é conseguido, a inserção social do aluno.
No meio desta discussão encontra-se a criança / adolescente, em que, nem uns, nem outros, parecem corresponder aos seus desejos.
Em muitos casos, tais instituições não falam a linguagem dos jovens.
O jovem sente que está perante um problema de autoridade / repressão, cujo efeito imediato será a negação e a recusa em aceitar a educação, sendo muito mais uma forma de defesa, do que a intenção de machucar os outros.
A formação não é uma questão de tempo, mas de postura, em que a linguagem, tantas vezes, apenas serve de argumento de justificação.
Todos aqueles que se têm submetido à análise semanal registraram melhorias consideráveis na sua postura relacional, e no aproveitamento escolar.
A fala do psicanalista é diferenciada.
Fala sem paixão.
Enxerga as coisas segundo uma outra perspectiva.
Não dá conselhos, mas levanta pistas.
Fala a linguagem própria dos jovens, mas exige o respeito e consideração pelos os demais.
As coisas não acontecem por acaso.
A linguagem profética e autoritária dos adultos torna os jovens mais frágeis.
Marcadores:
educação,
formação familiar,
Psicanalise
sábado, 24 de dezembro de 2011
Natal sempre
sábado, 17 de dezembro de 2011
Aparições ( III )
Seria absurdo considerar, que um ser vivo, que encontra na genética e biologia a razão de sua própria existência, em última análise os seus atos não possam ser explicados através delas, como princípio geral da organização dos seres vivos.
Contrariar a própria natureza das coisas, não as desejando enxergar, cujos motivos não importam para esta análise, será devido a um desejo incorporado, cujo objetivo será a transformação da realidade fenomenológica universal.
Que bicho mordeu ao ser humano para considerar que detêm o poder suficiente para transformar o mundo, e as coisas ?
A idéia produzida por um desejo, seja qual for, será pura ilusão quando não detêm o poder de transformar a realidade, em que apenas pode produzir sensações, que não consegue realizar em ato.
Podemos procurar nos derivados a explicação para os fenómenos, porém, em última análise eles são originários de uma forma genética / biológica, que apresenta como fundamento primário o princípio de satisfação de um corpo, que apenas sente, e não pensa.
A problemática da identificação e do investimento de energia são derivações desse princípio fundamental para a existência de qualquer ser vivo, que se apresenta em sua existência como um diamante carecido de ser lapidado, sob pena de perecer perante as contrariedades.
Existe uma questão cultural, e ao mesmo tempo formativa e educacional, que recusa tal princípio como a essência da própria existência de um ser vivo, nos remetendo para o sacrifício, dor e sofrimento, como forma de alcançar a satisfação plena.
Quanto de ilusão existe nesse conceito, que nos leva a acreditar no artificial de uma formação teológica e filosófica, que se coloca frontalmente contra a própria natureza das coisas, e das forças que regem o universo, esperando com isso transformar o homem num ser generoso e afável.
Considero um fracasso essa tentativa, basta enxergar o mundo, mas essa forma de entender a formação e educação, tende a permanecer, dada a impossibilidade de reconhecer em outras formas, não só por falta de conhecimento, mas sobretudo devido a experiências sentidas na carne e na alma, uma outra maneira de formar e educar os vindouros.
O medo da mudança será o entrave para colocar em prática outros conhecimentos, que por medo o ser humano não muda de lugar, porque as coisas podem ficar piores do que já estão, o que convenhamos não deixa de ser uma acomodação ao já existente, mesmo que não desejado.
O ser humano sujeita-se a manter as coisas como estão por medo.
Por medo fica estagnado, imobilizado, não experimenta outras possibilidades o que poderia transformar as resultantes, pelo que aquilo que acontece, e parece, ou é estranho, só pode vir mesmo de algo superior a ele, de que mais uma vez possui medo.
O mundo fantasmagórico provém dessa realidade repressiva aprisionada ao medo, por medo que seus desejos não sejam realizados, mesmo que sejam no além, ou para além de sua própria existência.
O que o ser humano persegue com todo o vigor são suas necessidades e desejos, o que nos leva de volta ao princípio de satisfação, como condição primária genética / biológica.
Princípio
Marcadores:
castração,
Filosofia psicanalítica da mente,
medos,
Mente e corpo,
Psicanálise e biologia,
sentidos
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Aparições ( II )
Alucinações, delírios, visões, ouvir vozes, o persecutório e os sonhos, ou quaisquer outros fenómeno mentais são da própria natureza humana, muito embora alguns deles possam ser entendidos como anormais.
A classificação nada nos diz acerca da origem dos fenómenos mentais, mas ao fazê-lo indicando a sua suposta origem, impõe-se como verdade ao indivíduo.
Biologicamente somos seres animais pertencentes ao universo, que possui características próprias, das quais ainda nos é dado a perceber um conhecimento limitado.
Ideologicamente, existe um desejo de sair dessa ordem universal, posicionando-se o indivíduo num lugar inventado, num assomo de superioridade, que de fato não parece existir.
Se tudo é natureza, nada pode existir para além dela.
Porque insistimos em perceber como sobrenaturais alguns fenómenos mentais ?
Esta será a grande questão, que deve ser analisada e discutida.
Todas essas mutações momentâneas são derivadas de alterações de um estado de relativa estabilidade, que conduz a um outro de instabilidade emocional.
Quando o indivíduo apresenta alguma dificuldade em regressar a um estado de tranquilidade, e de satisfação, tenta encontrar uma explicação para o sucedido, que na maioria das vezes não passa por reconhecer em tais evidencias, uma resposta do corpo a uma relação que o afeta, mas a algo estranho que o habita.
Aqui, as questões culturais transmitidas através das gerações nos impõem figuras fantasmagóricas, como o diabo, os vampiros, e outras figuras sinistras, que nos querem dar cabo da vida, mete medo, e por medo, somos forçados a pensar nelas, e a temer.
Podem ser associadas ao demoníaco, ao divino, e aos espíritos que vagueiam no universo, e que, em algum momento estabelecem contato com o indivíduo.
Será uma tentativa de encontrar uma explicação fora do contexto científico, não porque ela não possa existir, mas porque alguém disse que ela deve encontrar-se no sobrenatural, como algo que se posiciona para além dos próprios fenómenos do universo.
Nestas condições são relegadas para segundo plano as relações de um meio físico e químico, entendendo-se como prioritário o pensamento mágico, cuja concepção é estabelecida através de uma relação de poder.
Ou seja, o poder que cada um possa ter nas relações com os outros e o próprio meio, embora limitado, pode, quando entendido e trabalhado, conduzir o indivíduo a um certo bem estar, é substituído pelo inevitável efeito dessas figuras abstratas, que tudo podem, temendo que possa acontecer algo de ruim.
Tais figuras foram inventadas, como forma de castrar os instintos do ser humano, ou os manter sossegados, os tentando manter dóceis, e assim poderem ser manejados, perdendo grande parte de sua agressividade.
A normalidade nasce dessa idéia de passividade face a uma vontade de poder de um outro, ou das instituições que gerem os interesses de uma sociedade.
O ser ativo para a sociedade é sinónimo de um ser humano produtivo, em que só o trabalho parece contar.
Se o homem fez a mulher submissa aos seus interesses, a realidade nos diz que o mundo do trabalho fez o mesmo com o homem.
Uma vez incorporada essa forma de pensar as coisas e o mundo, os homens não tem possibilidade de curar aquilo que é dado ao sobrenatural, e se por acaso o conseguirem, será porque estão possuídos por esse espírito, e tal poder.
Ora, a psicanálise não deve ser confundida com esse poder sobrenatural, porque ela é a emergência de princípios teóricos derivados de uma ciência retirada da própria natureza, dos princípios gerais que regem o universo.
Marcadores:
corpo,
Filosofia psicanalítica da mente,
mente,
Psicanálise,
sentidos
sábado, 10 de dezembro de 2011
Aparições ( I )
psicose,neurose, ou um fenómeno mental natural ?
O que podemos sentir e perceber é natural, muito embora possa ser considerado anormal.
A sensibilidade no mundo da psicanálise é caracterizada por uma fragilidade interior do indivíduo, e disso parecem esquecer alguns, que se dedicam à difícil tarefa do estudo e investigação da mente humana.
O Ego, aparentemente forte, para alguns é inflexibilidade / sensibilidade, reagindo com a negação derivada de uma vontade de poder de afirmação, que não possui condição alguma de estabelecer o diálogo, compreensão, o que implicaria entrar pela porta da associação.
Mais nada pretendem associar ao já estabelecido.
Assim, o conhecimento torna-se finito, e nada mais pode ser discutido, para além do conhecido, sendo a castração do mais saber, estabelecendo-se uma verdade absoluta.
No meio da psicanálise fala-se em auto análise, mas a pergunta que devemos fazer será a seguinte:
-O sujeito consegue por si analisar, o que em si mesmo se constituiu em verdade absoluta ?
Se fosse assim, para que serviria então a análise, se de fato através dessa auto análise o sujeito conseguisse chegar ao mais saber ?
O simples ato de auto análise, a meu ver, não dispensa a análise terapêutica.
A verdade constituída em absoluto, não a podemos encontrar no conhecimento, mas antes numa vontade de poder, que coloca a certeza no saber, recusando o mais saber, como se o conhecido lhe bastasse, e fosse o fim de uma trajetória, que em si mesma parece ser infinita.
Essa tentativa de transformar o infinito em finito, por acaso, não recusa a diversidade / subjetividade, desejando a uniformidade, um saber absoluto, que é o senhor das trevas, que não da luz ?
As idéias divergentes, a frontalidade, são por vezes entendidas como demoníacas, e os fenómenos que divergem de um conhecimento admitido como absoluto, só pode ser elevado à categoria do sobrenatural, da existência de fantasmas, espíritos vagueando pelo espaço, em que os fenómenos físicos / químicos são relegados para segundo plano, emergindo a idéia de um poder mágico.
O que pode ser entendido como o persecutório ?
Quem persegue quem ?
Aquele que persegue foi perseguido, através dos fantasmas induzidos de sua infância, que entende na divergência, o fantasma que o persegue, e por isso sente-se ofendido, e agredido.
Como entender o fenómeno da aparição mediante os princípios teóricos em
psicanálise ?
A divisão entre o bem e o mal, caracterizada pela idéia absurda da existência de crenças boas e más, categorizada por um poder, que se acha no direito de estabelecer defeitos e virtudes, parece agora invadir o espaço do estudo e da investigação da mente humana, procurando fora dela, o que nela não consegue encontrar.
Confundir os campos de atividade, é uma forma de descaracterização, resultante de um poder mágico incorporado, que tende a desprezar o conhecimento científico.
Como esse poder mágico, do sobrenatural, do mundo fantasmagórico, e de espíritos vagueando pelo o universo, pode casar com o princípio da realidade de um
psicanalista ?
Marcadores:
corpo,
Filosofia psicanalítica da mente,
mente,
Psicanálise,
sentidos,
sobrenatural
sábado, 3 de dezembro de 2011
Subjetividade
Marcadores:
corpo. consciência,
inconsciente,
mente,
Psicanalise
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Freud e a psicose
Freud disse.
Lacan disse.
E o que você diz ?
Ou apenas limita-se a citações, tantas vezes embutidas fora de contexto, como se fossem a bóia de salvação para a sua ignorância ?
Só o conhecimento, através do estudo e investigação nos pode salvar da ignorância.
Os aplausos são devidos a um artista, e disso não se trata, porque homens que desafiam o desconhecido, o tornando em conhecido, em saber, merecem nosso respeito e consideração, e agradecem que coloquem em causa suas idéias.
O saber é o mundo da reflexão, mas também da crítica, que pode levar a novas descobertas, a novas formas de entender, e perceber o mundo, que não se compadece com colagens a um poder inexistente, na tentativa de mostrar, o que não pode ser revelado, a ignorância, dado faltar-lhe mais saber, para além do que se encontra escrito.
Um estudioso, a meu ver, não deve ser um simples imitador, dado que isso o remete à criança, á crença, mas é a partir dela, que pode partir para a descoberta de novos horizontes.
Todos falamos de psicose, de instintos animais, de repressão, mas de fato poucos conseguem dominar tal matéria, ficando-se por generalidades e citações.
Vem isto a propósito da entrevista de Freud publicada aqui, em que ele diz o seguinte:
- Muito mais agradáveis são as emoções simples e diretas de um cão, ao balançar a cauda, ou ao latir expressando seu desprazer.
- Fico contente de que não possa ler. Ele certamente seria um membro menos querido da casa, se pudesse latir sua opinião sobre os traumas psíquicos e o complexo de Édipo!
O selvagem, como o animal, é cruel, mas não tem a maldade do homem civilizado. A maldade é a vingança do homem contra a sociedade.
A questão é a seguinte:
- Como alguém, neste caso Freud, pode afirmar a nobreza dos instintos animais, em contraponto com os traumas psíquicos e o complexo de Èdipo, e como tal afirmação pode casar com o conceito generalizado de psicose, como sendo um produto do instinto animal
Postagem do autor do blog no grupo psicologia / psicanálise
Marcadores:
corpo,
dinâmica psíquica,
Filosofia psicanalítica da mente,
Freud,
mente,
Psicanalise,
sentidos
domingo, 20 de novembro de 2011
Uma entrevista rara de Freud
O valor da vida (Uma entrevista rara de Freud)
Entre as preciosidades encontradas na biblioteca da Sociedade Sigmund Freud está essa entrevista. Foi concedida ao jornalista americano George Sylvester Viereck, em 1926. Deve ter sido publicada na imprensa americana da época. Acreditava-se que estivesse perdida, quando o Boletim da Sigmund Freud Haus publicou uma versão condensada, em 1976. Na verdade, o texto integral havia sido publicado no volume Psychoanalysis and the Future, número especial do "Journal of Psychology", de Nova Iorque, em 1957. É esse texto que aqui reproduzimos, provavelmente pela primeira vez em português.
TRADUÇÃO DE PAULO CÉSAR SOUZA
Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade.
Quem fala é o professor Sigmund Freud, o grande explorador da alma. O cenário da nossa conversa foi uma casa de verão no Semmering, uma montanha nos Alpes austríacos.
Eu havia visto o pai da psicanálise pela última vez em sua casa modesta na capital austríaca. Os poucos anos entre minha última visita e a atual multiplicaram as rugas na sua fronte. Intensificaram a sua palidez de sábio. Sua face estava tensa, como se sentisse dor. Sua mente estava alerta, seu espírito firme, sua cortesia impecável como sempre, mas um ligeiro impedimento da fala me perturbou.
Parece que um tumor maligno no maxilar superior necessitou ser operado. Desde então Freud usa uma prótese, para ele uma causa de constante irritação.
- Detesto o meu maxilar mecânico, porque a luta com o aparelho me consome tanta energia preciosa. Mas prefiro ele a maxilar nenhum. Ainda prefiro a existência à extinção. Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que os fardos que carregamos.
Freud se recusa a admitir que o destino lhe reserva algo especial.
- Por quê - disse calmamente- deveria eu esperar um tratamento especial? A velhice, com suas agruras, chega para todos. Eu não me rebelo contra a ordem universal. Afinal, mais de setenta anos. Tive o bastante para comer. Apreciei muitas coisas - a companhia de minha mulher, meus filhos, o pôr-do-sol. Observei as plantas crescerem na primavera. De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu. Que mais posso querer?
- O senhor teve a fama. Sua obra influi na literatura de cada país. O homem olha a vida e a si mesmo com outros olhos, por causa do senhor. E recentemente, no seu septuagésimo aniversário, o mundo se uniu para homenageá-lo - com exceção da sua própria Universidade.
- Se a Universidade de Viena me demonstrasse reconhecimento, eu ficaria embaraçado. Não há razão em aceitar a mim e a minha obra porque tenho setenta anos. Eu não atribuo importância insensata aos decimais.
A fama chega apenas quando morremos e, francamente, o que vem depois não me interessa. Não aspiro à glória póstuma. Minha modéstia não é virtude.
- Não significa nada o fato de que o seu nome vai viver?
________________________________________
De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu.
________________________________________
- Absolutamente nada, mesmo que ele viva, o que não é certo. Estou bem mais preocupado com o destino de meus filhos. Espero que suas vidas não venham a ser difíceis. Não posso ajudá-los muito. A guerra praticamente liqüidou com minhas posses, o que havia poupado durante a vida. Mas posso me dar por satisfeito. O trabalho é minha fortuna.
Estávamos subindo e descendo uma pequena trilha no jardim da casa. Freud acariciou ternamente um arbusto que florescia.
- Estou muito mais interessado neste botão do que no que possa me acontecer depois que estiver morto.
- Então o senhor é, afinal, um profundo pessimista?
- Não, não sou. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague a minha fruição das coisas simples da vida.
- O senhor acredita na persistência da personalidade após a morte, de alguma forma que seja?
- Não penso nisso. Tudo o que vive perece. Por que deveria o homem constituir uma exceção?
- Gostaria de retornar em alguma forma, de ser resgatado do pó? O senhor não tem, em outras palavras, desejo de imortalidade?
- Sinceramente não. Se a gente reconhece os motivos egoístas por trás de conduta humana, não tem o mínimo desejo de voltar à vida; movendo-se num círculo, seria ainda a mesma.
Além disso, mesmo se o eterno retorno das coisas, para usar a expressão de Nietzsche, nos dotasse novamente do nosso invólucro carnal, para que serviria, sem memória? Não haveria elo entre passado e futuro.
Pelo que me toca, estou perfeitamente satisfeito em saber que o eterno aborrecimento de viver finalmente passará. Nossa vida é necessariamente uma série de compromissos, uma luta interminável entre o ego e seu ambiente. O desejo de prolongar a vida excessivamente me parece absurdo.
- Bernard Shaw sustenta que vivemos muito pouco, disse eu. Ele acha que o homem pode prolongar a vida se assim desejar, levando sua vontade a atuar sobre as forças da evolução. Ele crê que a humanidade pode reaver a longevidade dos patriarcas.
- É possível, respondeu Freud, que a morte em si não seja uma necessidade biológica. Talvez morramos porque desejamos morrer.
Assim como amor e ódio por uma pessoa habitam em nosso peito ao mesmo tempo, assim também toda a vida conjuga o desejo de manter-se e o desejo da própria destruição.
________________________________________
O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós. A morte é a companheira do amor. Juntos eles reagem o mundo.
________________________________________
Do mesmo modo como um pequeno elástico esticado tende a assumir a forma original, assim também toda a matéria viva, consciente ou inconscientemente, busca readquirir a completa, a absoluta inércia da existência inorgânica. O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós.
A Morte é a companheira do Amor. Juntos eles regem o mundo. Isto é o que diz o meu livro Além do Princípio do Prazer.
No começo, a psicanálise supôs que o Amor tinha toda a importância. Agora sabemos que a Morte é igualmente importante.
Biologicamente, todo ser vivo, não importa quão intensamente a vida queime dentro dele, anseia pelo Nirvana, pela cessação da "febre chamada viver", anseia pelo seio de Abraão. O desejo pode ser encoberto por digressões. Não obstante, o objetivo derradeiro da vida é a sua própria extinção.
________________________________________
Biologicamente, todo ser vivo anseia pelo Nirvana, pela cessação da “febre chamada viver”, anseia pelo seio de Abrão.
________________________________________
- Isto, exclamei, é a filosofia da auto destruição. Ela justifica o auto-extermínio. Levaria logicamente ao suicídio universal imaginado por Eduard von Hartamann.
- A humanidade não escolhe o suicídio porque a lei do seu ser desaprova a via direta para o seu fim. A vida tem que completar o seu ciclo de existência. Em todo ser normal, a pulsão de vida é forte o bastante para contrabalançar a pulsão de morte, embora no final resulte mais forte.
Podemos entreter a fantasia de que a Morte nos vem por nossa própria vontade. Seria mais possível que pudéssemos vencer a Morte, não fosse por seu aliado dentro de nós.
Neste sentido, acrescentou Freud com um sorriso, pode ser justificado dizer que toda a morte é suicídio disfarçado.
Estava ficando frio no jardim.
Prosseguimos a conversa no gabinete.
Vi uma pilha de manuscritos sobre a mesa, com a caligrafia clara de Freud.
- Em que o senhor está trabalhando?
- Estou escrevendo uma defesa da análise leiga, da psicanálise praticada por leigos. Os doutores querem tornar a análise ilegal para os não médicos. A História, essa velha plagiadora, repete-se após cada descoberta. Os doutores combatem cada nova verdade no começo. Depois procuram monopolizá-la.
- O senhor teve muito apoio dos leigos?
- Alguns dos meus melhores discípulos são leigos.
- O senhor está praticando muito a psicanálise?
- Certamente. Neste momento estou trabalhando num caso muito difícil, tentando desatar os conflitos psíquicos de um interessante novo paciente.
- Minha filha também é psicanalista, como você vê...
Nesse ponto apareceu Miss Anna Freud, acompanhada por seu paciente, um garoto de onze anos, de feições inconfundivelmente anglo-saxônicas.
________________________________________
A psicanálise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que devemos evitar.
________________________________________
- O senhor já analisou a si mesmo?
- Certamente. O psicanalista deve constantemente analisar a si mesmo. Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros.
O psicanalista é como o bode expiatório dos hebreus. Os outros descarregam seus pecados sobre ele. Ele deve praticar sua arte à perfeição para desvencilhar-se do fardo jogado sobre ele.
- Minha impressão é de que a psicanálise desperta em todos que a praticam o espírito da caridade cristã. Nada existe na vida humana que a psicanálise não possa nos fazer compreender. "Tout comprec'est tout pardonner".
- Pelo contrário! - bravejou Freud, suas feições assumindo a severidade de um profeta hebreu. Compreender tudo não é perdoar tudo. A análise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que podemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado. A tolerância para com o mal não é de maneira alguma um corolário do conhecimento.
Compreendi subitamente porque Freud havia litigado com os seguidores que o haviam abandonado, porque ele não perdoa a sua dissensão do caminho reto da ortodoxia psicanalítica. Seu senso do que é direito é herança dos seus ancestrais. Uma herança de que ele se orgulha como se orgulha de sua raça.
- Minha língua é o alemão. Minha cultura, minha realização é alemã. Eu me considero um intelectual alemão, até perceber o crescimento do preconceito anti-semita na Alemanha e na Áustria. Desde então prefiro me considerar judeu.
Fiquei algo desapontado com esta observação.
Parecia-me que o espírito de Freud deveria habitar nas alturas, além de qualquer preconceito de raça, que ele deveria ser imune a qualquer rancor pessoal. No entanto, precisamente a sua indignação, a sua honesta ira, tornava-o mais atraente como ser humano.
Aquiles seria intolerável, não fosse por seu calcanhar!
- Fico contente, Herr Professor, de que também o senhor tenha seus complexos, de que também o senhor demonstre que é um mortal!
- Nossos complexos são a fonte de nossa fraqueza; mas, com freqüência, são também a fonte de nossa força.
- Imagino, observei, quais seriam os meus complexos!
- Uma análise séria dura ao menos um ano. Pode durar mesmo dois ou três anos. Você está dedicando muitos anos de sua vida à "caça aos leões". Você procurou sempre as pessoas de destaque para a sua geração: Roosevelt, o Imperador, Hindenburg, Briand, Foch, Joffre, Georg Brandes , Gerhart Hauptamann e George Bernard Shaw...
- É parte do meu trabalho.
- Mas é também sua preferência. O grande homem é um símbolo. A sua busca é a busca do seu coração. Você está procurando o grande homem para tomar o lugar do seu pai. É parte do seu "complexo do pai".
________________________________________
Fico contente, Herr Professor, de que também o senhor tenha seus complexos, de que também o senhor demonstre que é um mortal.
________________________________________
Neguei veementemente a afirmação de Freud. No entanto, refletindo sobre isso, parece-me que pode haver uma verdade, ainda não suspeitada por mim, em sua sugestão casual. Pode ser o mesmo impulso que me levou a ele.
- Gostaria, observei após um momento, de poder ficar aqui o bastante para vislumbrar o meu coração através do seus olhos. Talvez, como a Medusa, eu morresse de pavor ao ver minha própria imagem! Entretanto, receio ser muito informando sobre a psicanálise. Eu freqüentemente anteciparia, ou tentaria antecipar suas intenções.
- A inteligência num paciente não é um empecilho. Pelo contrário, às vezes facilita o trabalho.
Neste ponto o mestre da psicanálise diverge de muitos dos seus seguidores,
________________________________________
Eu prefiro a companhia dos animais à companhia humana, porque são muito mais simples.
________________________________________
que não gostam de excessiva segurança do paciente sob o seu escrutínio.
- Ás vezes imagino, questionei, se não seríamos mais felizes se soubéssemos menos dos processos que dão forma a nossos pensamentos e emoções. A psicanálise rouba a vida do seu último encanto, ao relacionar cada sentimento ao seu original grupo de complexos. Não nos tornamos mais alegres descobrindo que nós todos abrigamos o criminoso e o animal.
- Que objeção pode haver contra os animais? Eu prefiro a companhia dos animais à companhia humana.
- Por que?
- Porque são tão mais simples. Não sofrem de uma personalidade dividida, da desintegração do ego, que resulta da tentativa do homem de adaptar-se a padrões de civilização demasiado elevados para o seu mecanismo intelectual e psíquico.
O selvagem, como o animal, é cruel, mas não tem a maldade do homem civilizado. A maldade é a vingança do homem contra a sociedade, pelas restrições que ela impõe. As mais desagradáveis características do homem são geradas por esse ajustamento precário a uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura.
Muito mais agradáveis são as emoções simples e diretas de um cão, ao balançar a cauda, ou ao latir expressando seu desprazer. As emoções do cão, acrescentou Freud pensativamente, lembram-nos os heróis da Antigüidade. Talvez seja essa a razão por que inconscientemente damos aos nossos cães nomes de heróis antigos como Aquiles e Heitor.
- Meu cachorro, disse eu, é um Doberman Pinscher chamado Ajax.
Freud sorriu.
- Fico contente de que não possa ler. Ele certamente seria um membro menos querido da casa, se pudesse latir sua opinião sobre os traumas psíquicos e o complexo de Édipo!
________________________________________
O selvagem, como o animal, é cruel, mas não tem a maldade do homem civilizado. A maldade é a vingança do homem contra a sociedade.
________________________________________
- Mesmo o senhor, Professor, sonha a existência complexa demais. No entanto, parece-me que o senhor seja em parte responsável pelas complexidades da civilização moderna. Antes que o senhor inventasse a psicanálise, não sabíamos que nossa personalidade é dominada por uma hoste beligerante de complexos muito questionáveis. A psicanálise fez da vida um quebra-cabeças complicado.
- De maneira alguma, respondeu Freud. A psicanálise torna a vida mais simples. Adquirimos uma nova síntese depois da análise. A psicanálise reordena um emaranhado de impulsos dispersos, procura enrolá-los em torno do seu carretel. Ou, modificando a metáfora, ela fornece o fio que conduz a pessoa fora do labirinto do seu inconsciente.
- Ao menos na superfície, porém, a vida humana nunca foi mais complexa. E a cada dia alguma nova idéia proposta pelo senhor ou por seus discípulos torna o problema da condução humana mais intrigante e mais contraditório.
- A psicanálise, pelo menos, jamais fecha a porta a uma nova verdade.
- Alguns dos seus discípulos, mais ortodoxos do que o senhor, apegam-se a cada pronunciamento que sai da sua boca.
- A vida muda. A psicanálise também muda, observou Freud. Estava apenas no começo de uma nova ciência.
- A estrutura científica que o senhor ergueu me parece ser muito elaborada. Seus fundamentos - a teoria do "deslocamento", da "sexualidade infantil", do "simbolismo dos sonhos", etc. - parecem permanentes.
- Eu repito, porém, que nós estamos apenas no início. Eu sou apenas um iniciador. Consegui desencavar monumentos soterrados nos substratos da mente. Mas ali onde eu descobri alguns templos, outros poderão descobrir continentes.
- O senhor ainda coloca a ênfase sobretudo no sexo?
- Respondo com as palavras do seu próprio poeta, Walt Whitman: "Mas tudo faltaria, se faltasse o sexo" ("Yet all were lacking, if sex were lacking"). Entretanto, já lhe expliquei que agora coloco ênfase quase igual naquilo que está "além" do prazer - a morte, a negociação da vida.
________________________________________
As emoções do cão lembram-nos os heróis da antiguidade. Talvez por essa razão, inconscientemente damos a nossos cães nomes de heróis antigos.
________________________________________
Este desejo explica por que alguns homens amam a dor - como um passo para o aniquilamento! Explica por que todos buscam o descanso, porque os poetas agradecem a
Whatever gods there be,
That no life lives forever
That dead men rise up never
And even the weariest river
Winds somewhere safe to sea.
("Quaisquer deuses que existam/ Que a vida nenhuma viva para sempre/ Que os mortos jamais se levantem/ E também o rio mais cansado/ Deságüe tranqüilo no mar".)
- Shaw, como o senhor, não deseja viver para sempre, mas à diferença do senhor, ele considera o sexo desinteressante.
- Shaw, respondeu Freud sorrindo, não compreende o sexo. Ele não tem a mais remota concepção do amor. Não há um verdadeiro caso amoroso em nenhuma de suas peças. Ele faz brincadeira do amor de Júlio César - talvez a maior paixão da História. Deliberadamente, talvez maliciosamente, ele despe Cleópatra de toda grandeza, reduzindo-a uma insignificante garota.
A razão para a estranha atitude de Shaw diante do amor, para a sua negação do móvel de todas as coisas humanas, que tira de suas peças o apelo universal, apesar do seu enorme alcance intelectual, é inerente à sua psicologia. Em um de seus prefácios, ele mesmo enfatiza o traço ascético do seu temperamento.
Eu posso ter errado em muitas coisas, mas estou certo de que não errei ao enfatizar a importância do instinto sexual. Por ser tão forte, ele se choca sempre com as convenções e salvaguardas da civilização. A humanidade, em uma espécie de autodefesa, procura negar sua importância.
________________________________________
Consegui desencavar monumentos soterrados nos substratos da mente.
Mas ali onde eu descobri alguns templos, outros poderão descobrir continentes.
________________________________________
Se você arranhar um russo, diz o provérbio, aparece o tártaro sob a pele. Analise qualquer emoção humana, não importa quão distante esteja da esfera da sexualidade, e você certamente encontrará esse impulso primordial, ao qual a própria vida deve a perpetuação.
- O senhor, sem dúvida, foi bem sucedido em transmitir esse ponto de vista aos escritores modernos. A psicanálise deu novas intensidades à literatura.
- Também recebeu muito da literatura e da filosofia. Nietzsche foi um dos primeiros psicanalistas. É surpreendente até que ponto a sua intuição prenuncia as novas descobertas. Ninguém se apercebeu mais profundamente dos motivos duais da conduta humana, e da insistência do princípio do prazer em predominar indefinidamente. O de Zaratustra diz:
"A dor
Grita: Vai!
Mas o prazer quer eternidade
Pura, profundamente eternidade".
A psicanálise pode ser menos amplamente discutida na Áustria e na Alemanha do que nos Estados Unidos, a sua influência na literatura é imensa, porém.
Thomas Mann e Hugo von Hofmannsthak muito devem a nós. Schnitzler percorre uma via que é, em larga medida, paralela ao meu próprio desenvolvimento. Ele expressa poeticamente o que eu tento comunicar cientificamente. Mas o Dr. Schnitzler não é apenas um poeta, é também um cientista.
- O senhor, repliquei, não é apenas um cientista, mas também um poeta. A literatura americana está impregnada da psicanálise. Hupert Hughes, Harvrey O'Higgins e outros fazem-se de seus intérpretes. É quase impossível abrir um novo romance sem encontrar referência à psicanálise. Entre os dramaturgos, Eugene O'Neill e Sydney Howard têm profunda dívida para com o senhor. The Silver Cord, por exemplo, é simplesmente uma dramatização do complexo de Édipo.
- Eu sei, replicou Freud, e aprecio o cumprimento que há nessa constatação. Mas tenho receio da minha popularidade nos Estados Unidos. O interesse americano pela psicanálise não se aprofunda. A popularização leva à aceitação superficial sem estudo sério. As pessoas apenas repetem as frases que aprendem no teatro ou na imprensa. Pensam compreender algo da psicanálise porque brincam com seu jargão! Eu prefiro a ocupação intensa com a psicanálise, tal como ocorre nos centros europeus.
A América foi o primeiro país a reconhecer-me oficialmente. A Clark University concedeu-me um diploma honorário quando eu ainda era ignorado na Europa. Entretanto, a América fez poucas contribuições originais à psicanálise. Os americanos são
________________________________________
Posso ter errado em muitas coisas, mas estou certo de que não errei ao enfatizar a importância do instinto sexual.
________________________________________
divulgadores inteligentes, raramente são pensadores criativos. Os médicos nos Estados Unidos, e ocasionalmente também na Europa, procuram monopolizar para si a psicanálise. Mas seria um perigo para a psicanálise deixá-la exclusivamente nas mãos dos médicos, pois uma formação estritamente médica é, com freqüência, um empecilho para o psicanalista. É sempre um empecilho, quando certas concepções científicas tradicionais ficam arraigadas no cérebro do estudioso.
Freud tem que dizer a verdade a qualquer preço! Ele não pode obrigar a si mesmo a agradar a América, onde está a maioria de seus admiradores.
Apesar da sua intransigente integridade, Freud é a urbanidade em pessoa. Ele ouve pacientemente cada intervenção, não procurando jamais intimidar o entrevistador.Raro é o visitante que deixa sua presença sem algum presente, algum sinal de hospitalidade!
Havia escurecido.
Era tempo de eu tomar o trem de volta à cidade que uma vez abrigara o esplendor imperial dos Habsburgos.
Acompanhado da esposa e da filha, Freud desceu os degraus que levavam do seu refúgio na montanha à rua, para me ver partir. Ele me pareceu cansado e triste, ao dar o seu adeus.
- Não me faça parecer um pessimista, ele disse após o aperto de mão. Eu não tenho desprezo pelo mundo. Expressar desdém pelo mundo é apenas outra forma de cortejá-lo, de ganhar audiência e aplauso. Não, eu não sou um pessimista, não, enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! Não sou infeliz - ao menos não mais infeliz que os outros.
O apito de meu trem soou na noite. O automóvel me conduzia rapidamente para a estação. Aos poucos o vulto ligeiramente curvado e a cabeça grisalha de Sigmund Freud desapareceram na distância.
Fonte - Retirado do site da Socidedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo - IDE - 1988 - nº15
Marcadores:
corpo,
Freud,
mente,
Psicanálise,
sociedade
O princípio de um sentido de vida
Nenhum de nós ignora, que tudo tem princípio, meio, e fim.
Seja qual for o fenômeno observado é forçado a percorrer estas etapas.
As coisas não existem através de um poder mágico vindo do além, mas antes são provenientes de uma complexa rede de associações concretas e abstratas, que possuem seus princípios nas leis que regem a matéria, que através de meio tende a atingir a sua própria satisfação.
A partir desta dualidade, satisfação / preservação, nos encontramos com o ser vivo, cuja finalidade última será a preservação da sua própria vida.
Quando se trata de analisar um fenômeno mental, ou qualquer outro, não devemos ignorar a existência dessas três etapas.
O resultado, a evidência será apenas o produto final, a síntese de uma complexidade, que não é causa de nada, embora possa mexer com a organização do meio, mas o efeito de outras formas associadas, num processo reativo em cadeia, de associações e reações.
No meio encontram-se objetos que se relacionam e interagem, que estimulam, são estimulados, que se estimulam a si mesmos, cujo fim será um sentido de vida, que lhes possa permitir a preservação, que se constitui em lei psíquica.
Se a vida é um produto originado na biologia, o sentido de vida é adquirido através do meio, pelo que, os diferentes meios é garantia da existência de diferentes sentidos de vida.
O que será um dado objetivo é a própria existência das coisas, e dos princípios biológicos, que se revelam pela sua participação circunscrita a um determinado campo de ação, a que designamos por meio, em que tudo o resto é subjetivo.
A meu ver, Freud construiu a teoria em psicanálise segundo esta perspectiva.
Muitos autores referem a psicanálise como a ciência da própria natureza, como por exemplo, Otto Fenichel, dado ela encontrar respaldo na construção biológica do ser humano.
Encontramos na biologia o princípio da vida, que apresenta uma forma própria para estar e manter-se, que pode ter a forma de um corpo, como manter suas partículas dissociadas, constituindo corpos tão minúsculos, que nem sequer damos pela sua existência.
A nossa limitação nos garante a sensação da existência e não existência, quando afinal, julgo tratar-se de uma forma de percepção, porque de fato as coisas existem, só não conseguimos sentir, e perceber a sua existência.
Marcadores:
biologia,
estímulos,
Filosofia psicanalítica da mente,
organização dos seres vivos,
Psicanalise,
sentidos
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Saúde mental e poder não casam
Marcadores:
Filosofia psicanalítica da mente,
mente,
poder
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Inconsciente - No limiar da cegueira
Filosofia psicanalítica da mente
O inconsciente é cego, surdo e mudo.
O inconsciente é instinto que se afirma em qualquer tempo, que perdido na nossa existência, já nem nos lembramos mais de onde surgiu tal cegueira, julgando ser a luz que nos ilumina, quando apenas apresenta um poder reativo contra a própria luz alheia, que julgamos ser as trevas.
Onde estará a luz perguntarão alguns de vós ?
Seremos nós iluminados por uma luz, ou apenas possuímos a sensação que ela existe ?
Se observamos as trevas nos olhos dos outros, porque não a conseguimos enxergar em nós ?
A luz será a afirmação de nós mesmos, as trevas uma sensação de negação.
Se o mundo das sensações é ilusório, como dizem alguns filósofos, e disso parece não restarem dúvidas, para que se torne em realidade, o mundo das trevas e da luz não tem razão alguma para existir.
O que restará então desse mundo de ilusões construídas pelo o ser humano ?
Uma realidade que não sabe, nem consegue determinar, que o faz divagar, e lançar-se ao mar revolto das probabilidades, onde a tranquilidade parece coexistir com a agitação, e o caos, surgindo a cada instante no horizonte a morte anunciada, que embora sem hora marcada, ela não deixa de fazer sua aparição.
Cheiramos a podre, quando julgamos estar sadios.
Estamos sadios, e por vezes nos julgamos perdidos, apodrecidos em nossas misérias, construídas por uma mente humana conturbada e confusa.
Julgamos e não somos.
Somos e não julgamos.
Entre aquilo que parece ser, e não é, intromete-se a cegueira, que se afirma através de uma sensação, tentando negar a realidade, em que as forças revoltas de um instinto surgiram da tranquilidade, do seu estado de repouso, por alguém contrariar a si mesmo, evidenciando-se o sentido de preservação da vida, que deseja a morte alheia, cuja finalidade será de novo adormecer nos braços da satisfação.
A vida de um corpo possui um sentido, que por ele tende a manifestar-se nos movimentos dirigidos a algo que o possa satisfazer, que é exterior a si próprio, que sem o conhecer, manipular, e o destruir em parte, não tem qualquer condição de sobreviver.
Diferente, enquanto sujeito, que se sujeita á agressão de um mundo exterior, exposto a um mundo de afetações, que tendem a colocar em perigo a sua própria vida, transformando a força que serve os interesses da vida, em mecanismos de defesa para preservar sua própria vida.
Nestas condições, deixa o ser humano de viver, para se preocupar com as agressões de que é, ou foi vítima, perdendo de vista seu próprio caminho, ficando estacionado num determinado patamar de sua existência, porque lhe foi proibido de seguir seu próprios instintos.
Porém, outros instintos foram interiorizados, que seguem, e perseguem o mesmo fim, a continuidade e a preservação da vida.
É neste lugar, da afetação, que surge a formação do inconsciente psíquico, como frustração de uma energia ligada ao princípio de satisfação do corpo, como necessidade, e ao objeto de satisfação transformado posteriormente em desejo.
Porém, tal fenómeno, designado por recalque primário, ainda não determina o que pode ser considerado como mente, dado tratar-se da incorporação de uma série de impressões, registros, que seguem a organização de uma ordem animal, como forma estruturada reativa, em que não se percebe a evidencia do princípio de racionalidade
Marcadores:
corpo,
Filosofia psicanalítica da mente,
inconsciente,
mente,
Psicanalise
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
coisasdamente: Prémio Nacional de Literatura
coisasdamente: Prémio Nacional de Literatura: De que cor é o vento ( Os melhores anos de nossas vidas ) Prémio Nacional de Literatura ¨ Cidade de Belo Horizonte ¨ Categoria Teatro – 1985...
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Filme – Louco de amor
Necessidade absoluta de uma verbalização padronizada, bem evidente em Donald Mortan, em que a lógica dos números matemáticos parece garantir a sensação de uma racionalidade circunscrita a coisas, como tentativa de superar as dificuldades afetivas de infância.
( Identificação com a coisas, e os animais ).
Aqui, nos é dado a observar o não compreendido de atitudes humanas, que perante a ausência de afeto, provoca a abstração, e procura o afeto nos animais e nas coisas, como forma de identificação, cujo fim será a sobrevivência de uma sanidade mental.
Se um autista não consegue perceber outros seres humanos, designados por normais, estes apresentam a mesma dificuldade em perceber os autistas.
Quem é quem, afinal ?
Existe de fato a insanidade mental ?
Ou, pelo contrário, a mente é sempre sadia ?
Na realidade, ela parece limitar-se a uma dedução lógica de uma complexidade ideativa, em que se intrometem afetações, agressões, proibições e inibições de toda a ordem, geradoras de possibilidade, ou impossibilidade de aceitar a realidade, resultando numa diversidade de distúrbios relacionais.
Isabelle Sorensen diz: - Você quer ser meu amigo, sem o sexo, sem a pressão ?
Devemos perguntar, se o sexo, e a pressão, não funcionam de fato como uma tentativa de controle ?
Existe uma razão para existir, outra para coexistir num mundo de relações, e por último
um princípio de racionalidade, que pode, ou não ser desenvolvido.
Isabelle Sorenson tem consciência da linearidade quando afirma em dado passo:
- Eu entendo as coisas, meio que literalmente.
Parece existir uma reação imediata a atitudes conscientes, que funciona através da simples dedução, percebendo-se a ausência posterior de racionalidade de fatores a elas associados.
Diz Donald : - Acontece que não dá para controlar as pessoas, nem prever o que vão fazer. Mas os números são diferentes, dá para contar.
Eis a lógica linear, e a incapacidade de previsibilidade, que é garantida através de uma diversidade de atitudes, que não conseguem ligação com idéias anteriores, provavelmente ausentes, em que nos é dado essa sensação através das cenas do filme, em que a imitação, como primeiro estágio de um ser vivo ficou como cristalizado.
Se para merecer a atenção de meus pais, tal como merece um atleta olímpico, eu tenho que bater o recorde de discos partidos, então eu o farei.
A cena seguinte do cachorro a latir para afugentar as outras crianças que a incomodam, assim como a cena no zoológico com o macaco, em que este a imita nos seus gestos, tenta-nos dizer do estacionar num determinado estado infantil bem primário.
A interação com os animais é uma constante do filme, como forma de identificação, compreensão / projeção do seu autismo.
• Os animais, as coisas e o mundo não questionam, não julgam, e talvez por isso, sejam um ótima companhia, em que o afeto ganha força mediante a ausência de afetação, servindo tantas vezes como objeto substitutivo de seres humanos que se perderam, ou não desejados, sendo uma companhia, e uma alternativa à presença indesejada de seres humanos, que não conseguem dar-se à vida, sem essa visão esteríotipada da estética, do idealismo, do questionamento e julgamento dos outros.
• Não sei se existe uma razão para essa cumplicidade, para essa partilha de espaço entre espécies, e entre elas, e a própria natureza. Provavelmente ela não existe, ou pelo menos não parece ser questionável, em que fomos lançados num cenário já existente, sem ter sequer liberdade de escolha, achamos isso natural.
• Ao existir uma razão para estar, logo emerge uma outra, que nos faz saber de uma ausência, que não nos permite estar, que tem lá suas razões para estar, e não estar, num determinado estado, ou lugar.
• Filosofar é isso, estar e não estar, ser ou não ser, afirmação e negação, o bem e o mal, cujas verdades dualistas, não correspondem á verdadeira dimensão da própria natureza das coisas, e do próprio universo, em que nos dividimos entre duas razões, que nos conduz ao mesmo princípio nefasto do mundo dos bons e dos maus, dos justos e tiranos. Pouco nos é dado a acrescentar desde o tempo das cavernas, segundo este aspecto, em que a ação / reação, o dualismo, que se não é preto é branco, mantém a sua forma arcaica das manifestações animais, que não humanas.
• A psiquiatra disse para Donald – O autista é um animal engraçado.
Outra cena, igualmente marcante, é a dedução linear do estupro, cuja única consequência mental parece ter sido a dedução de que através da relação sexual, seria o meio eficaz para estar com um homem.
Importante salientar, que fala do estupro sem qualquer mágoa, por sentir que foi através dele, que conseguiu relacionar-se afetivamente com os homens, o que corresponde a um estado mental de uma criança de tenra idade.
Uma criança não percebe numa relação sexual com um adulto algo de errado, correspondendo esse ato à realização de uma satisfação corpórea, entendida, como afeto.
Pessoas com síndrome de Asperger querem ter contato com outras pessoas. A gente só não faz idéia disso, ou seja, o autista não possui essa consciência.
O grande problema do autista é que na verdade ele quer ver, e não consegue ver nada, diz Donald Mortan.
Podemos deduzir que existe uma apetência objetal inconsciente, curiosidade, e expectativas.
Parecem ser estas, que por falta de associação com imagens e idéias do histórico do indivíduo, apresenta alguma dificuldade em encontrar o caminho do afeto, que por via disso, o indivíduo percebe-se afetado.
A intimidade homem / mulher é difícil , mas o afastamento de uma relação, mesmo dessexualizada, também parece provocar angústia e tristeza.
Parece existir uma tentativa de agradar aos outros, sem no entanto, na maioria dos casos, o conseguir.
Existe a procura constante do afeto, da intimidade, e ao mesmo tempo, uma notória incapacidade em a conseguir realizar.
Parece evidenciar-se o medo em sentir-se abandonado, não conseguindo resolver esse conflito, devido á sua incapacidade de relacionar-se de acordo com a realidades dos outros.
Eu digo sempre o que penso, não para chocar as pessoas, mas porque não consigo evitar, diz Isabelle Sorensen;
Aqui, podemos perceber a ausência de censura interior.
A tolerância e a ausência do julgamento aproxima as pessoas.
Fantasia, como tentativa de associação de algo não compreendido, nem explicado, em que podem ser associadas imagens e idéias aleatórias, que o indivíduo pode considerar lógicas.
Filme – Loucos de amor
Título original: (Mozart and the Whale)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Petter Naess
Atores: Radha Mitchell, Gary Cole, Allen Evangelista, Sheila Kelley.
Duração: 94 min
Gênero: Comédia Romântica
Status: Arquivado
Marcadores:
autismo,
Filmes. psicanálise
domingo, 30 de outubro de 2011
O mundo secreto dos loucos
Ás portas da loucura
Aprendi com a loucura, que é apenas uma forma sadia de vivenciar o mundo e as coisas, muito embora por outro ângulo, em que a mente não é insana, e move-se exatamente pelos mesmos parâmetros, daquilo, que muitos de nós, considera normal.
Adentrei ao interior de um paraíso louco, representado por medos de uma mulher jovem, que sabe-se lá de onde virão, que ao aproximar-me notei aos poucos o seu corpo a tomar formas rígidas, tortas, cerrando os punhos, como se fosse um gesto de defesa contra um intruso, que estaria ali para a violar.
A recusa em falar e olhar de frente meu rosto, o que por vezes fazia de soslaio, pelo canto do olho, provocou em mim a sensação de tratar-se de uma menina assustada, muito embora se notasse em alguns momentos breves, um esboço de sorriso, que logo desaparecia de sua face, como por encanto.
Aos poucos tomei conta de sua loucura, sem tornar-me louco, me fiz perceber semelhante, porque os diferentes não têm permissão de entrar nesse mundo, em que a loucura do meu silêncio a fez despertar.
A verbalização para ela seria sinal de sedução, como forma de a conduzir por um caminho não desejado ?
A sua fala é processada através de um corpo que se manifesta a todo o momento, sem que para ela seja necessária a verbalização.
Falar com gente muda incomoda, porque os cujos ¨ normais ¨ exteriorizam suas emoções através das palavras, o que os leva a falarem demais, a serem agressivos, a dizer o que não querem, a verbalizar desejos irrealizáveis, traídos por um corpo excitado, que por vezes faz o contrário, não obedecendo a seu dono.
Incomodada com o silêncio, que também me incomodava, afinal, ambos sentimos aquele quadro inusitado, como algo roçando o mistério, em que parecia ser antes uma pausa para algo, que viria a acontecer de seguida.
Finalmente começou a falar, mas fiquei na mesma, dado que a verbalização só veio para colocar o carimbo do que era suposto através da expressão de um corpo em silêncio, deformado, com os punhos cerrados em guarda, começando por afirmar, que os homens não prestam.
Transformou a mudez num falatório incessante, em que o desejo de estar naquele lugar, não dependia da forma de expressão, mas de sentidos inconscientes, e da sua alma atormentada, que a fizera desconfiada e temerosa.
Criei a ruptura na sua vontade de falar, despedindo-me de repente, numa estratégia, não de negação, mas de não permissão de entrar na minha intimidade quando deseja, despertando nela o desejo de mais falar no próximo encontro.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Filme - Obsessão materna
Até que ponto uma mãe pode opinar na vida de um filho?
Já tem um tempinho que venho pensando nesse tema e depois dessa semana quando assisti ao filme "Obsessão Maternal" (Her Only Child) isso ficou mais evidente em meus pensamentos. Até que ponto uma mãe pode se intrometer na vida de um filho? Será que sempre que ela dá um conselho é para seu bem ou tentar esconder uma vontade própria por trás? Quando um filho deve dizer 'não' as comandos dos pais?
Essas perguntas começaram a saltar em meu pensamento. Esses acontecimentos ocorrem principalmente quando somos crianças e os pais, principalmente as mães, começam super proteger seus filhos. A tendência é que conforme eles vão crescendo esses laços de diferenças vão aumentando dando um pouco de liberdade para que a ninhada possa alçar voos sozinhos. Mas nem todas as mãe conseguem desfazer esse laço maternal.
Seja quando ela critica um namoro seu, ou reclama que você não arrumou alguma coisa dentro de casa, ou quando simplesmente todos os seus amigos parecem ser imperfeitos aos olhos dela. Não importa o motivo. Para essas mães super protetoras cuidar do filhos se torna uma tarefa completamente obsessiva e ela se nega que ele tenha crescido e que não necessita mais de seus cuidados e atenções. E a maioria delas fará qualquer coisa para que eles nunca saiam debaixo de suas asas, mesmo que para isso, elas tenham que fazê-los se sentirem inferiores e completamente dependente delas
Na infância as crianças não conseguem se desvencilhar desses acontecimentos, é justamente na adolescência, quando somos tachados de 'rebeldes', que impomos nossas vontades e começamos a demonstrar para nossas mães que podemos, e queremos, cuidar da nossa própria vida. Mas existem aquelas mães que não conseguem aceitar isso e continuam dando palpite na vida dos filhos mesmo depois de adultos.
Seja de forma excessivamente construtiva ou totalmente destrutiva, essas mães não sabem quando parar e cada vez que o filho tenta se soltar a tendência dela é apelar para o lado emocional realizando na maioria das vezes chantagens emocionais e simulações de ataques de pânicos. Dependendo do grau do problema de cada uma delas, algumas preferem ver os filhos mortos do que a deixando para viver a própria vida. São raros esses casos, mas acontecem.
Os psicólogos afirmam que na fase adulta os filhos também tem uma parcela da culpa na obsessão de suas mães. A maior parte deles alimentar esse medo incontrolável ou se deixa levar pelas críticas constantes de suas genitoras. E haja terapia para entender que você tem que dar o grito de liberdade. Eu que o diga.
Minha mãe não chega a beirar a loucura mostrada no filme, porém, sim, eu sou uma mulher adulta que vive à sombra dos desejos, frustrações e críticas constantes da própria mãe. E acredite, é tão ruim para gente quanto é para elas essas convivência um tanto que irracional. Tudo é motivo de briga. Você nunca é perfeito, seus amigos são sempre errados, suas escolhas são sempre as piores do mundo e seus amores são sempre uns fracassados.
Conversando com um grupo de pessoas que passam ou passou pelo mesmo que eu percebi que muitas das escolhas erradas que fiz foram impulsionadas pelo comportamento obsessivo da minha mãe comigo. O medo de tentar o novo, escolher sempre os caras errados, achar que não mereço ser feliz, dar mais valor a coisas que não tem importância de verdade, entre outras coisas mais, foram escolhas feitas por mim, mas impulsionadas pelas frustrações que vivenciei ao longo da minha vida adulta em relação às críticas recebidas da minha mãe.
É complicado sair desse ciclo vicioso. Se por um lado você faz todas as vontades para não desagradá-la, por outro, você se frustra por deixar de fazer as coisas que desejava em nome dessa eterna ligação maternal com medo do que 'poderia ou não acontecer'. É difícil deixar de viver uma relação obsessiva-compulsiva de emoções, principalmente com nossos pais. Afinal, para qualquer um a aprovação deles é fundamental para que nos sintamos bem. Fazemos as coisas esperando que pelo menos eles sintam orgulho do que foi feito e quando isso não é o bastante ficamos frustrados e acabamos por sabotar nossos próprios sonhos.
Tem gente que passa a vida inteira nesse ciclo. Outros conseguem se livrar de forma radical logo no início da vida adulta. Já outros, como eu, precisam de ajudas de terceiros, como a terapia, para poder se autoconhecer e entender o que está errado e poder seguir em frente. Confesso que é um caminho longo, afinal não é da noite para o dia que você conseguirá mudar um comportamento que vem sendo igual há mais de 30 anos, mas tudo que é feito com calma e bem analisado previamente, tende a sair bem.
Estou aos poucos tomando as rédeas da minha vida. Já não aceito tão bem as críticas que me são deferidas e confronto quando acho que minha opinião é diferente. E agora quando ela simula que está passando mal ou que 'ela não sabe o que fez para merecer aquilo', não dou mais a atenção que dava antes. Acredite, está funcionando.
Mas paro e olho para trás e pergunto em que momento eu deixei que o centro da minha vida se tornasse a vida dela e não consigo achar a resposta. Hoje quando vejo uma mãe super protetora com os filhos entro em pânico só de olhar e falo mansamente para ela relaxar um pouco. Afinal, temos os filhos para o mundo e não para nós. Um dia todos iremos partir e eles, os filhos irão ficar para continuar o mesmo ciclo da evolução humana que vem rolando na Terra há milhares e milhares de anos.
E deixo a pergunta no ar... Até que ponto você permite que sua mãe se intrometa em sua vida particular? Já parou para pensar nisso? Olhe bem para sua vida e veja quando foi a última vez que ela elogiou algo que você fez, ou quando falou mal de sua esposa/marido, namorada/namorado ou amigos? Comece a observar esses detalhes e saiba que você também tem culpa em ser infeliz por conta da obsessão dela.
Fonte - http://www.profissaojornalista.com
domingo, 23 de outubro de 2011
Filosofia psicanalítica da mente
Grupos intelectuais
• Uma forma de um poder prepotente e intolerante está em ignorar os diferentes, muito embora afirmando, que todos têm direito à diferença.
No mundo atual seria suposto, que o individual pudesse traçar um caminho diferenciado, com suas opiniões próprias e seu saber, em que o coletivo poderia colher os frutos dessas diferenças.
Seria suposto, dizia eu, mas a realidade dos fatos falam por si, em que os grupos semi fechados, não só dos intelectuais, discutem os assuntos entre si, andando á volta dos meus pressupostos, não dando espaço para as diferenças.
Cada vez mais falamos da necessidade de uma liberdade de expressão do pensamento, como se o pensamento não fosse o único que continua liberto das amarras de um poder autoritário, em virtude de se expressar em primeiro lugar para o sujeito.
Nos expressamos em silêncio para que ninguém nos possa ouvir.
Essa era a alternativa em ditadura.
Essa é a alternativa hoje para todos aqueles que não suportam o julgamento, ou as opiniões divergentes.
Alguns pensam em voz alta em democracia, mas poucos parecem ouvir, ou desejam que os outros ouçam, em que os diferentes são excluídos através do silêncio.
A sociedade continua com medo do individual, muito embora sinta que deve dar voz aos diferentes, mas entre o sentir e colocar em prática vai uma grande distância, porque se intromete a vaidade, e o poder, cujas conseqüências sabemos muito bem quais são.
A horda primitiva animalesca não foi perdida, em que a formação dos grupos é um sinal de proteção contra as investidas dos mais atrevidos, só que não se trata de sobrevivência a ataques ferozes de outros seres humanos, mas de conhecimento.
Mas será mesmo, que em última análise tal proteção num grupo não seja sentida, embora de forma inconsciente, como uma necessidade em sobreviver ?
Recordo as palavras de um escritor ocasional, que já nem recordo o nome, que afirmava assim:- Os grandes meios de comunicação social, televisão e rádio, fazem falar os burros, e calar os inteligentes.
Nunca consegui ler uma frase num outro lugar tão adaptada aos dias de hoje.
Lança-se uma imagem, publicidade quanto baste, e lá estamos a comer do mesmo, embora disfarçado com outras roupagens, daí a febre do controle humano pelos meios de comunicação social de maior audiência.
É de fato uma luta de galos.
Transforma-se a aberração em idealismo, que contem em si mesmo o poder destruidor de um ideal a perseguir,com a adoração de figuras mediáticas, estéticas, que muitos deles nada acrescentam ao que já sabemos, num contínuo refazer do que se encontra há muito tempo feito, embora empreguem outras designações.
O importante é manter o estabelecido.
Os grupos sempre foram o suporte daquilo que alguns pretendem inteiro.
Freud não se enganou, nem criou ilusões, os homens para mudarem um milímetro precisam de um século.
domingo, 16 de outubro de 2011
Eros e Tânatos
Como princípio primário o afeto é sempre libidinoso, erótico, de acordo com o princípio de satisfação do corpo.
Será o meio físico ainda inexperiente, verde bastante, tosco, que precisa de ser trabalhado através das sucessivas experiências, que lhe permite aos poucos associar algo de uma realidade externa.
Eros desempenha o papel da libido, sem que reconheça a capacidade de distinguir para além da própria satisfação do corpo.
Eros é cego, dado que não necessita da luz para caminhar, e só o contato físico com Tânatos lhe basta para perceber que algo está a barrar seu caminho.
Tânatos no fundo, parece ser o Eros de outro ser vivo qualquer, que ao tentar afirmar-se afeta o do outro, o percebendo então como Tânatos.
O poder reativo é dessa ordem libidinosa.
Eros o afeto.
Tânatos a afetação.
Por vezes Eros perseguido por Tânatos com a intenção de o acalmar lhe oferece a volúpia, emprestando-lhe a carne, que não a alma.
Agora mais calmo posso manipular-te, julga Tânatos.
Tânatos pode arrepender-se, jurar que é Eros, mas ofendido, apresenta a particularidade de reagir do mesmo modo, quando as circunstâncias forem propícias.
Tânatos agora provoca, na ânsia de procurar Eros, e suas carnes, que o fazem tranquilizar, como que se aproveita de uma energia erótica de um outro, porque dela não é possuído.
Ele é aquele que precisa por ter necessidade afetivas por preencher, que confunde com volúpia conseguida nas carnes de sua amada.
Eis a compulsão na procura incessante de uma relação sexual, como o calmante desejado, que o faz regressar aquilo que não é, mas que tem desejo em ser.
Como de Eros pode nascer Tânatos ?
Decerto, por atitudes cometidas que afetaram o outro profundamente.
Então Eros, não tem a noção de ser Eros ?
- Se só reage não tem pensamento, pelo que não pode distinguir seja o que for, apenas se manifesta.
Só o pensamento pode distinguir o que é próprio de Eros e Tânatos, mas eles são travestis, dado que a sua originalidade foi interrompida.
Eros não é um sinal de pureza, mas somente de afeto, cuja união ativa confere o erotismo, como efeito conciliador de todas as frustrações.
Tânatos é a própria frustração.
Marcadores:
corpo,
emoções,
Filosofia psicanalítica da mente,
mente,
Psicanálise,
sensações
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Núcleo familiar
È neste lugar que tudo se encontra, e tudo podemos encontrar, como a síntese de relações exteriores, costumes e fatores culturais, que são transmitidos através de gerações.
Aqui encontramos o princípio de satisfação e os desejos, que são sentidos no interior, projetados nos seus membros, e no exterior.
Todos esperam encontrar uma correspondência exterior para que o bem estar, o ser feliz não seja afetado, mas tal intenção não é de todo conseguida, e de vez em quando a frustração nos vem dizer, que isso não é possível a tempo inteiro, colocando dessa feita em causa o modelo de organização adotado.
Eis aqui, o princípio primário da organização social, e por conseguinte, da organização mental, que não considera as adversidades, as contrariedades, em que o fenómeno de afirmação / negação tem sua origem primeva na biologia, de acordo com o princípio de satisfação.
Ao não considerar as frustrações, o ser vivo persegue tudo aquilo, que possa contribuir para a preservação de sua vida, tentando fugir da morte, em que a procura do sentido de vida encontra-se na satisfação, como forma natural / biológica, em que tudo o resto lhe é indiferente, muito embora as coisas existam, e ocupem um determinado espaço dentro de um mesmo campo de atividade.
Significa, que o fato de existir não será excludente, nem considerado como coisa proibida, prejudicial, negativa, em que a existência não é sinónimo de uma relação inter ativa.
Podemos levantar a questão:
- Porque pretende o ser humano alargar seu campo de ação para além de seu próprio campo de atividade, que lhe é conferido pela pópria natureza ?
Por acaso não percebe, que ao desejar isso está a colidir com um campo de atividade alheio, que na presença de uma tentativa de invasão, tende a ganhar resistência, e a combater o intruso ?
Não podemos encontrar aqui motivos suficientes, na tentativa de entender o princípio primário da evolução das neuroses, que parecem manter uma estreita relação com uma atitude expansionista, repressiva, prepotente e intolerante ?
O medo de cair na psicose não deve levar a sociedade a considerar como melhor as neuroses produzidas, cujas consequências trágicas são bem evidentes, como se fosse um mal menor, o que revela uma percepção ambivalente, e produz impotentes, que não conseguem enxergar qualquer outra solução no campo da formação familiar e educação cívica.
Temos o dever de encontrar um terceiro pensamento.
Marcadores:
instintos,
organização da mente,
preservação,
princípio da satisfação,
Psicanálise
domingo, 9 de outubro de 2011
Energia sexual
A energia sexual constitui-se em força dinâmica, quando o indivíduo pretende levar por diante seus desejos, como realização de um ato, que o possa conduzir á satisfação, mas nada nos diz como, e através de que mecanismos, ou objetos, possa vir a conseguir realizar tal objetivo.
Existe uma idéia posterior a construir, ou já construída, que pode determinar a direção dessa energia que espera descarga, e resulta na satisfação e prazer.
A uma necessidade animal, segue-se um desejo objetal, como a escolha daquele que serve os interesses de sua realização, que é determinado por uma idéia.
Mas como só existe idéia, quando o indivíduo está sujeito ao estímulo, e adquire um sentido, temos aqui o eterno retorno ao ser primitivo, entendido como forma primária de toda a evolução.
Se o estímulo determina um sentido, somos levados a perguntar qual o sentido, que um indivíduo possa adquirir quando estimulado em zonas erógenas, que provocam uma excitação sexual ?
Como diferenciar uma postura sexualizada, daquela que não o é ?
Mas mais importante que isso, é tentar perceber, como o indivíduo é determinado por uma delas, ou ambas, e quais as causas, que lhe deram origem.
Desse modo nos parece evidente, dada a diferenciação entre posturas sexualizadas, e dessexualizadas, a existência de estímulos diferentes a que foi sujeito o ser humano, para que acontecesse tal diferenciação, que ao não ser garantida, não pode distinguir o que não fora dado anteriormente a distinguir.
Assim, julgamos como suficiente a teoria da associação em Freud para explicar o fenômeno da direção / sentido da energia, que tende a transformar-se em ato.
Marcadores:
energia sexual,
estímulos,
Filosofia psicanalítica da mente,
organização da mente,
Psicanálise,
reações,
sensações
Depressão e melancolia
As inibições mais generalizadas do ego obedecem a um mecanismo diferente de natureza simples. Quando o ego se vê envolvido em uma tarefa psíquica particularmente difícil, como ocorre no luto, ou quando se verifica uma tremenda supressão de afeto, ou quando um fluxo contínuo de fantasias sexuais tem de ser mantido sob controle, ele perde uma quantidade tão grande de energia à sua disposição que tem de reduzir o dispêndio da mesma em muitos pontos ao mesmo tempo. Fica na posição de um especulador cujo dinheiro ficou retido em suas várias empresas. Deparou-se-me por acaso um exemplo instrutivo dessa espécie de inibição geral intensa, embora efêmera. O paciente, um neurótico obsessivo, era dominado por uma fadiga paralisante que durava um ou mais dias, sempre que acontecia algo que evidentemente devia tê-lo enfurecido. Temos aqui um ponto a partir do qual deve ser possível chegar a uma compreensão da condição geral que caracteriza estados de depressão, inclusive a mais grave de suas formas, a melancolia.
Freud – Vol, XX – Inibições, sintomas e ansiedade
Marcadores:
depressão,
energia,
inibições,
melancolia,
Psicanálise
sábado, 8 de outubro de 2011
Skinner
¨ Estudei a natureza, não os livros ¨, e ¨ Escrevo minhas obras a partir da vida, não de outros livros ¨, (Skinner, 1967, p.409)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
A certeza da dúvida
Devemos respeitar a dúvida, não só, porque ela nos pode conduzir a uma suposta certeza, entendida como verdade, mas acima de tudo, porque é o motor de um suposto saber, que desejamos saber, mas que ignoramos.
Ao respeitar a dúvida, estamos a respeitar as diferentes interpretações, em que os diferentes serão apenas isso, que nos faz saber dos diferentes andamentos de um saber humano, que não é, nem pode ser controlado, com uma varinha mágica, em que só tempo e a persistência pode conduzir á semelhança.
Porém, o semelhante nunca pode ser igual, que ao manter um diferencial, será este o único motivador da experiência, do desejo, e da vontade impulsionada por uma força oculta, que tende a proporcionar o mais saber.
Se a curiosidade pode ser uma certeza da função humana, ela será a dúvida de algo, que o indivíduo não sabe como vai, ou pode comportar-se, em que só ato produzido pela experiência, pode conferir uma idéia acerca das coisas, e do mundo.
Bastaria perceber na perseguição aos diferentes, quanto a sociedade de hoje renega seus próprios princípios genéticos e biológicos, como forma repressiva de um sentido de vida, de onde resulta a sua própria morte.
A tentativa de uniformização de idéias e conceitos, e sobretudo, de formas de estar na vida, não pode ser produzida por seres humanos, mas somente por máquinas, que não conseguem ultrapassar os limites da sua própria programação.
Desta confusão nasce a tragédia humana.
Marcadores:
desejos,
Filosofia psicanalítica da mente,
forças ocultas,
Interpretação,
verdade
domingo, 2 de outubro de 2011
Magnífica Mente
"Tudo é mente" exagerava o filósofo egípcio Hermes, dois mil anos antes de Cristo. Na verdade, nossa compreensão para esta afirmação vai depender exatamente da nossa condição mental.
Como um apaixonado pelos estudos e descobertas sobre o cérebro e a mente, vou expor aqui algumas considerações pessoais sobre esta dupla formidável.
Embora reconheça que neste campo é praticamente impossível ser original, dadas as sumidades incontestes que marcaram o campo da psicologia, da neurociência e na interpretação da atividade mental, creio entretanto que ainda há muito o que se descobrir sobre o cérebro e sobre a mente e a relação entre ambos.
Alguns conceitos parecem já estar bem claros sobre a mente e, como acontece em muitos casos, a melhor maneira de entender uma propositura é explicando o que ela não é:
1. A mente não é um órgão, tal qual o cérebro o é. Isto significa que você não vai poder encontrar a mente em nenhum lugar específico na fisiologia humana. Então, onde ela reside? Ainda não sabemos, talvez em cada célula do nosso organismo ou até mesmo fora dele, como energia universal.
2. A mente também não é apenas o produto de uma operação química do próprio cérebro. Esta afirmação é mais difícil de sustentar, mas nada que fuja à nossa compreensão. Digamos, para facilitar, que as operações químicas realizadas no cérebro são sugeridas pela própria mente. Quer dizer, o cérebro é um instrumento da mente.
3. Mente não é consciência.
A idéia que gosto de utilizar com relação a mente é a de que ela é um tipo de emissor e receptor de energias que permeiam o universo. Dessa forma, os pensamentos são captados, selecionados e encaminhados a diferentes níveis de consciência.
A energia captada e aplicada pela mente em forma de pensamentos se traduz em força criadora e realizadora de todo o progresso e desenvolvimento. Pois "a energia criativa é a ação auto-induzida de mente sobre si mesma e dentro de si mesma". – John K. Williams
Isto significa que possuímos uma capacidade extraordinária de adaptabilidade e desenvolvimento. Olhando por este prisma, concluímos que os mais complexos e intrincados problemas não passam de meros exercícios rotineiros para a mente.
Em termos de desenvolvimento pessoal podemos dizer que cada um é, agora neste exato momento, nem mais nem menos, o que deseja ser, e apenas o que deseja ser. Seus pensamentos, voluntariamente escolhidos e implantados, se desenvolveram em sua mente, tal qual um programa de computador, executaram e construíram tudo o que é e o que tem agora. Se é um realizado ou um miserável, se tem uma casa confortável ou uma pequena e apertada é o resultado de suas escolhas mentais. É o único responsável.
Hoje fala-se muito na lei da atração, como sendo um descoberta do nosso século. Posso lhes afirmar que o homem da caverna já atraia seu alimento, sua toca e até sua fêmea predileta baseado nesse enunciado, o que lhe garantiu a continuidade da espécie e sua evolução até os nossos dias.
Sucesso a todos!
Geraldo Costa é autodidata, criador e instrutor máster da Academia GM de Ginástica Mental
www. ginasticamental.com
gsdacosta@ginasticamental.com
Fonte - www.artigonal, com
Marcadores:
cérebro,
consciência,
fisiologia,
mente,
química
sábado, 1 de outubro de 2011
Violência e conflito
Tentar explicar a violência porque existe conflito, e dizer que este é responsável pelo poder de criação no ser humano, é tentar afirmar que não existe criação sem conflito, e que deixará de existir violência se não houver conflito.
Simples demais para ser verdadeiro.
Que conflito será esse que nos atormenta a alma ?
Gerado através da impossibilidade que nos é criada, que nos aprisiona, nos amarra a um poder de pai e mãe, sociedade, em que se tem de observar o que está na lei e fora dela, cuja subjetividade não existe, e tudo é objetivo ?
Mas se assim for, o conflito nos é incorporado, devido a conflitos alheios e exteriores a cada um, em que nos é imposto o conflito à nascença, como objetivo, que nada tem a ver com a mera observação da lei do pai, mas com a relação, com quem temos de lutar para que o poder criativo nos leve ao altar.
O conflito em psicanálise não deve ser entendido como prejudicial, porque ele pode ser o gatilho para potencializar outras possibilidades no ser humano.
Afirmamos pode ser, e não a certeza que é, porque ao não desejo, nem sempre segue o desejo por alguma coisa, simplesmente não se deseja sentir o desprazer, em que o sujeito tantas vezes não sabe como sair daquela situação, com medo do fracasso, por apego, insegurança, em que se permite suportar a dor e o desprazer, por incapacidade de iniciar o salto que o possa conduzir à outra margem.
coisasdamente: Do livro do Desassossego- Para todos nós descerá a...
coisasdamente: Do livro do Desassossego- Para todos nós descerá a...: Do livro do Desassossego - Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e alma que me deram para gozá-...
domingo, 25 de setembro de 2011
Evolução do pensamento
O sentimento de posse gera tranquilidade, mas passa a existir pressão, quando percebemos o medo por perder o objeto que nos garante a satisfação.
O agradável e o contrário, produzem uma determinada tensão, que desenvolve uma pressão mais ou menos intensa.
A tensão nos leva à pressão, e esta, quando exercida, nos conduz à tensão.
A pressão, tal como a tensão, pertencem ao mundo da física.
Tal dualidade, que é uma forma primária da relação entre corpos, é estritamente física, cujo pensamento primário é derivado dessa forma física de sentir, o que nos leva a pensar, que para existir uma evolução do pensamento, deve existir uma percepção admitida pelo indivíduo diferenciada daquela.
O acreditar em modelos únicos, considerados como bons e ideais, bloqueiam esse caminho rumo á evolução do pensamento, ficando o sujeito acorrentado a uma idéia inicial física, ficando dependente da relação objetal.
Marcadores:
corpo,
instintos,
mente,
pressão,
Psicanálise,
sentidos,
sentimento de posse,
tensão
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Fluidez energética
Hoje em dia existem disciplinas, que apostam na harmonização energética como forma de adquirir um bem estar interior.
Afirmar que não funciona revela ignorância, mas fazer crer que a harmonização consegue resolver os conflitos psíquicos é pura ilusão.
O que chamamos de harmonização é simplesmente dispersão energética, que pode ser obtida de várias formas, sendo uma maneira de impedir a concentração de energia num determinado ponto, ou região do corpo.
È essa concentração, formando um núcleo, que retira uma certa quantidade de energia de outras partes do corpo, que dela necessita para o seu funcionamento normal.
Alguma falta de equilíbrio resulta daí, criando a instabilidade em todo o sistema biológico / psíquico.
Exemplo mais evidente, será o fluxo energético afluindo aos órgãos genitais, com tamanha intensidade, que produz nessa zona do corpo uma alta concentração energética, abstraindo-se o indivíduo de toda, e qualquer realidade exterior.
Digamos que foi criada uma espécie de obsessão, felizmente momentânea, resultando um baixo nível de atenção em relação a tudo que rodeia o indivíduo.
Tudo volta ao normal, pelo menos assim parece, a partir da descarga dessa energia acumulada.
Se neste caso, sabemos determinar onde está localizada a concentração de energia, na maioria das questões emocionais, que tendem a provocar alteração metabólica nos é difícil perceber, que tanto pode resultar em irrupções cutâneas, obstruções de toda a ordem, dores de cabeça, dores abdominais etc.
Mas o que permanece inalterável no indivíduo é a sua predisposição para o conflito, devido a uma fragilidade formativa, que só tem condição de ser alterada a partir de um trabalho psicanalítico.
Existem fatores de produção energética, que devem ser estudados, dado que são eles os responsáveis pelos os excessos.
Qualquer obstrução, que impeça a livre circulação de energia, deve ser entendida como similar a uma artéria obstruída por gorduras, coágulos, ou sedimentos, que só a dispersão pode resultar no bem estar do corpo.
Fica aqui a pergunta:- Quais ao fatores desencadeantes de uma produção excessiva de energia, que, ao não ser projetada de imediato cria o mal estar interior do corpo ?
Marcadores:
corpo,
energia,
harmonização,
mente,
Psicanálise
domingo, 18 de setembro de 2011
¨ O quarto do filho ¨ é um filme que remete à reflexão do que é ser. mais ou menos forte, ou fraco, quando o sujeito se depara com a morte de um filho.
sábado, 17 de setembro de 2011
O lugar da verdade
Podemos afirmar como fazem alguns filósofos, que os sentidos não reproduzem os fatos, ou seja, os fenômenos, com exatidão, que por isso não devem ser levados em conta ?,
Mas de pouco, ou nada valerá, quando percebemos que o pensamento só pode ter lugar perante a existência do sentido.
Perante tal afirmação, somos levados a considerar sentidos bons e ruins, verdadeiros e falsos, em que só a intelectualidade parece ser capaz de repor a verdadeira dimensão das ocorrências fenomenológicas.
Esquecem, porém, os teóricos, que na prática o ser humano esbarra com elementos de interseção, entendidos como crenças, mitos, tabus, e traumas, que impedem a livre associação de imagens e idéias, como sendo formas excludentes do próprio pensamento.
Se a verdade está nas crenças, mitos e tabus, ela não pode estar em outro lugar.
Tudo que possa contrariar essa verdade será entendida como mentira.
Mas se o ser humano a encontrar noutro lugar serão as crenças, mitos e tabus, a mentira produzida, que não a verdade.
A circunstância de uma mudança de lugar, nos pode garantir a alteração da nossa própria verdade incorporada.
A verdade apresenta-se com as circunstancias, como fato que é levado á consciência, e não que ela seja a essência de uma organização da mente, porque então seria coisa absoluta, como símbolo matemático, o que de fato já percebemos, que não é.
Em vez de perguntar o que é a verdade, coisa absurda, porque pode ser a mentira, devemos perguntar em que lugar ela se encontra, ou a podemos encontrar, pelo que nos é possível encontrá-la na produção dos fenômenos, sejam de origem natural, ou de origem artificial, produzida pela mente humana.
Porém, a verdade fenomenológica será apenas a síntese de outras verdades ocultas, que não se deixam revelar.
A verdade fenomenológica torna-se consciente pela sua evidencia, em que constatamos uma ocorrência e suas conseqüências, mas continuamos ignorantes aos elementos associados, que interagiram, e lhe deram corpo.
Será compreensível a aflição do ser humano quando não encontra a referência, o modelo, através do qual se possa guiar, mas a realidade nos mostra a outra face, a da inconstância circunstancial, que provoca um desejo de estabilidade, devido a uma necessidade, ou desejo de um corpo, que serve ao seu sustento, e preservação do ser humano.
Marcadores:
consciência,
corpo,
Filosofia psicanalítica da mente,
inconsciente,
mente,
mentira,
sentidos,
verdade
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Narcisismo primário
Referência objetal
Por vezes não percebemos muito bem as forças que constituem um corpo, confundindo sentimentos, em que, por exemplo, a generosidade não parece que seja um sentimento puro, mas um derivado de uma complexidade de sentidos, que determinam uma certa postura do indivíduo.
A atitude pura de agregação e aglutinadora, que é dada ao princípio de satisfação, que por via disso apresenta uma componente destrutiva, contraria tal sentimento generoso, mais parecendo, que este deriva de uma complexidade de sentidos, que tem em vista o mesmo princípio, contudo percorrendo caminhos diferentes.
A determinação de uma força natural, entendida como narcisismo primário, contrariada através da agressão verbal e física, roçando por vezes o espancamento, em que aquilo que está presente é sempre a proibição, provoca a exaltação de uma força interior, entendida como resistência a uma força exterior, tende a superá-la.
A questão do equilíbrio de forças, ou do emocional, deve ser entendida, não só tendo em conta o equilíbrio, como forma de parar uma agressão, mas como ressentimento, que pode levar o indivíduo a exercer pressão sobre o outro, para que o possa superar, e aprisionar à sua força.
Só nos é dado a considerar o equilíbrio emocional em psicanálise, quando não existe a necessidade de um reforço potencial das forças interiores, como meio de resistir e superar uma agressão, e ao mesmo tempo, desse fenômeno não possa emergir ressentimentos em relação ao outro.
Parece existir aqui o medo, que por não conseguir superar as forças adversas, elas possam provocar algum de ruim, o que leva o indivíduo a exercer uma pressão exagerada sobre o outro.
A luta neurótica por objetos, os tentando possuir, destruindo-lhes a forma, ou a sua forma de estar na vida, seus próprios desejos, determina o fenômeno da violência, que não pode, nem deve ser confundida com alguma agressividade, que sempre é necessária para a realização das próprias necessidades e desejos do indivíduo.
Partimos de uma forma natural, de alguma agressividade, que é dada ao sentido de vida, para a exaltação dessas forças, que podem conduzir o indivíduo pelo caminho da agressão, violência, e de um sentido de morte emergente.
O medo será sempre o da punição e da perda dos objetos amados, de desejo, e prazer.
Talvez possamos entender deste modo, a forma de relação objetal como princípio primário narcisista, que só leva em consideração o impacto com os objetos exteriores, dada a sua relevante importância.
Quem nunca conseguiu impor sua vontade interior através da força, por ter sido repetidamente reprimido, pode ser levado a exercer o mesmo tipo de pressão através da generosidade, seduzindo o outro a percorrer um determinado caminho, o subjugando ao poder de uma vontade interior.
Porém essa atitude generosa pode falhar, se da parte do outro, que recebe a dádiva, não existir o propósito de transformação, mesmo que apresente alguma dificuldade em a conseguir, caindo na situação de aproveitador de uma condição, que para ele começa a tornar-se cômoda.
Aqui, nos é dado a perceber a frustração do dador, a reclamação, e o julgamento, o que nos faz saber, que será a partir desses fatores emergentes, que podemos reconhecer a existência de um poder interior narcisista.
Marcadores:
inconsciente,
organização da mente,
Psicanálise,
sentidos,
sentimentos
sábado, 10 de setembro de 2011
Psicodiagnóstico
A lógica psicanalítica
A necessidade de uma definição patológica à priori é decorrente de uma outra necessidade, a da medicamentação, como a tentativa de retirar o indivíduo da dor e sofrimento, disfarçando, ou tentando eliminar os sintomas, que não suas causas.
Não se enquadra, portanto, dentro de uma lógica psicanalítica, que por isso, não é de sua competência, e que não deve ocupar o espaço das preocupações do cotidiano em psicanálise, muito embora o saber não ocupe lugar, e o psicanalista deva estar atento.
A lógica em psicanálise funciona através da evidência, tentando desmontar o que se encontra oculto, para que as coisas possam tornar-se claras para aquele que padece, o que coloca a questão em campos opostos, cujas áreas de atuação nem sequer são semelhantes.
Queiramos ou não, a diferença encontra-se no disfarce sintomatológico, na tentativa de eliminar a dor e sofrimento, não sendo esse o lugar da psicanálise, pelo que a literatura que pretende tratar das coisas da mente, da psicologia humana, não deve ser levada a entrar em campos para as quais não está preparada, nem sequer é sua função.
A psicologia tem um campo próprio de atuação, que não se compadece com definições á priori, porque a necessidade de medicação do sujeito não é de sua responsabilidade, embora possa servir de indicador, funciona apenas como uma tendência patológica, que não pode ser entendida como verdade psicopatológica.
A transformação de uma tendência numa designação patológica, quando transmitida ao paciente o conduz pelo caminho do induzido, cuja indução foi produzida pelo analista, que o coloca de vez na condição de paciente de uma doença identificada.
Um transtorno não é uma doença, mas poderá vir a ser se o indivíduo for seduzido a aceitar que está doente, o que nos coloca perante uma outra questão:
- A de um poder mágico sobre aquele que padece, julgando este, que o analista é possuído por um conhecimento, e poder, que ele não possui, desviando as coisas da área do conhecimento, e as incluindo no mundo da magia, da profecia, e da vidência.
No fundo, de acordo com os estudos e investigação em psicanálise, percebe-se como forma primária de organização da mente, a crença, o mitológico, o poder mágico, cuja evolução psíquica deve seguir o caminho do princípio da racionalidade, é de certo modo alimentado, pelo suposto saber daquele que é ignorante relativamente ao conteúdo de imagens e idéias de um determinado indivíduo, e quanto á forma como estão associados, designado por organização mental.
Aqui, o papel da transferência pode ser levado por caminhos tortuosos, servindo os interesses da eternização patológica, mas que tendem a ferir os princípios, que a teoria em psicanálise propõe, que tem a ver com a revelação, não do patológico, mas daquilo que possa conduzir o indivíduo á patologia.
Parece evidente, que a revelação é a essência em psicanálise, de tudo aquilo que possa levar o indivíduo à patologia, sendo irrelevante, ou menos importante, o que possa ser considerado por alguém, ou uma instituição, como patológico
Marcadores:
corpo,
mente,
Psicanálise,
Psicodiagnóstico,
sintomas,
transferência
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
O medo pela invasão
O não deixar-se invadir pressupõe um medo, por algo que possa tomar conta de si, e o afetar, percebendo-se sempre na defensiva, em que a primeira atitude do individuo é a recusa.
Esta postura tem uma relação intima com um certo grau de intolerância e prepotência decorrente da formação infantil, que funciona como resistência contra uma violação de sua interioridade, em que nos é dado a perceber um poder narcisista exacerbado, como forma de a sustentar.
Aqui, a sustentação das idéias, não se processa através de uma lógica racionalizada, cujo movimento infinito exige a associação de idéias de fora para dentro, mas antes um movimento finito sustentado por idéias anteriores, que se mostram fechadas em si mesmas, criando uma blindagem contra qualquer tipo de violação.
O fechamento não é processado pela incorporação de novas idéias, formas de percepção, mas porque algo as liga de tal forma, que se torna quase impossível o sujeito delas prescindir, em que qualquer atitude percebida como violação, significa agressão, resultando um poder reativo através de um reforço desse poder interior.
É devido a este fenômeno, que torna nestes casos, difícil a terapia, dada a existência de uma defesa contra novas formas de percepção, em que só desenterrando o que está oculto, de fato pode derrubar tal poder narcisista.
Aí o sujeito não pode negar.
domingo, 4 de setembro de 2011
Dor psíquica
Designamos dessa forma um sinal psíquico, como uma espécie de chamada de atenção, devido a algo, ou alguma coisa, que não está segundo determinada organização da mente, como se fosse o intruso que pretende violar sua vítima.
Não existe propriamente uma dor psíquica, mas antes um determinado estado ansioso, que pode revelar uma diversidade de formas, mais ou menos intensas, cujas implicações são de diversa ordem.
Algo de estranho, que se faz presente ao ser vivo, como intruso invadindo um espaço pertença de outro, provoca no sistema sensorial uma estranha sensação, que leva o corpo a virar sua atenção para algo que está a acontecer na periferia.
Baixa intensidade de um estado ansioso, significa a baixa valorização que é conferida a uma relação entre corpos que se entrechocam, de que não parece resultar uma pressão excessiva de um sobre o outro.
Valorização, quantidade de energia investida, resulta na intensidade de determinado fenómeno mental, que é dada pela resistência do próprio corpo ás adversidades, que podem colocar em causa a continuidade da vida, e sua sobrevivência.
A resistência, e o conseqüente aumento da intensidade energética está relacionada diretamente com a pressão exercida por algo, ou alguma coisa, que funcione contra a vida do ser vivo, ou que tente esmagar seu sentido de vida.
A criança de tenra idade não possui o sentido da vida desenvolvido, mas sendo portadora de vida, o corpo manifesta-se como desejo de uma vida contida, que apresenta no movimento a essência de uma forma manifestada de vida.
O sentido de vida é adquirida pelo corpo nas suas relações exteriores, desde a saída do útero materno, das quais emerge um sentido que é registrado no psiquismo, como traços mnêmicos incorporados, que servem a futuras relações.
São esses traços, que são sentidos, que se tornam inconscientes, que servem a um poder reativo quando na presença de um objeto exterior.
O que equivale a afirmar que só serão válidos a partir da presença dos objetos exteriores, e de nada servem na sua ausência, ficando sem atividade, inoperantes, o que pode conferir ao indivíduo um sensação estranha de encontrar-se sozinho no mundo.
Abandonado e triste, sente estar desamparado, cuja tendência será para definhar, e morrer.
domingo, 28 de agosto de 2011
Corpo e mente
Verbalizamos no discurso através de um aprendizado intelectual, consciente, segundo determinadas normas estabelecidas, e somos traídos na prática, por um sentido inconsciente, que á revelia, tende a manifestar-se, e evidencia-se tantas vezes de forma contrária.
O corpo é o motor, e a mente o coordenador dos movimentos.
Introduzir bloqueios, ou elementos de interseção que impeçam, ou impliquem outro tipo de movimento, ignorando a originalidade da máquina biológica, corre-se o risco da inversão de sentidos, ou de explosão emocional.
Marcadores:
consciência,
corpo,
inconsciente,
mente,
movimento. filosofia psicanalítica da mente,
sentidos
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
INVASÃO CEREBRAL
Mascarados pela intenção de se aprimorar o tratamento da dependência química, técnicas ligadas à neuroanatomia, neurobiologia e farmacologia foram desenvolvidas. A metodologia utilizada foi a "análise comportamental de seres humanos", ou seja, pessoas feitas de cobaias foram submetidas à técnicas de neuroimagem capazes de visualizar as funções e estruturas de seus cérebros, sem o consentimento dos mesmos, sendo exposto o que acontece tanto nos receptores como nas alterações do metabolismo e sistema circulatório.
A RM (ressonância magnética) utiliza campos magnéticos e ondas de radio frequência para produzir imagens de estruturas cerebrais em 2 ou 3D.
A RMf (ressonância magnética funcional) fornece informações funcionais sobre a atividade cerebral pelo grau de oxigenação do sangue.
A tomografia por emissão de pósitrons (TEP) analisa as atividades metabólicas numa dada região do cérebro pela administração de um composto radioativo que pode ser rastreado na corrente sanguínea cerebral. Utilizando compostos diferentes, as explorações por TEP podem ser usadas para mostrar a circulação sanguínea, o metabolismo do oxigênio e da glicose, e concentrações de medicamentos nos tecidos cerebrais.
As imagens obtidas classificam-se por cores: Azul e Verde indicam zonas de baixa atividade, Amarelo e Vermelho, zonas de maior atividade.
Vejam a que ponto chega a "ciência"! Tamanha falta de ética faz com que se julguem no direito de saber tanto o que uma pessoa está sentindo quanto de decidir o que deverá sentir!
A "cobaia" é submetida à exposição de seus sentimentos no instante em que ocorrem!
Além de ética, faltam decência e respeito pela própria raça.
Torna-se prazeroso manipular alguém criando situações baseadas em seus medos, traumas, buscando o que lhes é de maior interesse: Controlar quem tem seus próprios valores, não aceita imposições nem se intimida.
Autor - Daniel Bravo Fonte – WWW.artigonal,com
Marcadores:
ética,
Neurociência,
sentimentos
domingo, 21 de agosto de 2011
O Reflexo da Rejeição
coisasdamente: O Reflexo da Rejeição: Fazer tudo para agradar é o caminho mais rápido para rejeição. Todo charme tem um pouco de antipatia. (Fabrício Carpinejar) Você já parou p...
sábado, 20 de agosto de 2011
Psicopatalogia
Psicopatalogia e normalidade
O fato absurdo, de que os pacientes nada revelam de diferente em relação às pessoas, que aparentemente apresentam uma vida psicológica sadia, nos leva a perguntar, porque uns padecem e outros não.
A patologia nos vem dizer o que podemos considerar como normalidade psíquica, através da mera observação de um estado alterado de humor.
O que possamos considerar como normal nada explica.
Somos levados a considerar, que ao constatarmos um estado alterado, algo teve a capacidade de o fazer, pelo que os aspectos constitucionais por diversos motivos são levados a um estado de alteração, mais ou menos profunda, em que nos é dado a perceber a existência dos mesmos elementos constitutivos em qualquer estado, seja ele considerado sadio ou patológico.
Freud concebe a noção de psicopatologia mediante a constituição de processos mentais, que foram, por diversos motivos, forçados à alteração, em que nos é dado a perceber a desproporcionalidade em relação ao que se encontrava constituído na interioridade do ser humano.
São os estímulos provenientes do exterior, que tendem a provocar a alteração de estado, que não deve ser apenas percebido segundo a perspectiva da quantidade de energia investida, mas também de sua intensidade, devido a um ganho de resistência.
Na verdade, se considerarmos, que estaremos sob o domínio de um campo energético, que dele recebemos estímulos, e para eles voltam as nossas manifestações em forma de energia, poucas dúvidas parecem restar quanto à existência de um plano material / físico, que atua em conjunto com a química.
Marcadores:
energia,
estados alterados,
estímulos,
Psicanálise,
psicopatalogia
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
A mente humana é louca ?
Construímos a idéia que a mente humana é louca, como se ela fosse incorporada por algo fosse pertencente a um outro mundo que não o nosso, que faz dos homens seres humanos amáveis, generosos, e ao mesmo tempo uns verdadeiros loucos e assassinos.
A mente humana está organizada segundo conteúdos ideativos, o que a torna complexa devida á diversidade de imagens e idéias, que todos os dias nos assaltam, a partir do exato momento em que somos expulsos do útero materno.
Complexa, mas não louca.
Ela não é desconexa, está organizada segundo imagens e idéias que lhe foram oferecidas, dado que por si mesma não consegue organizar-se, muito embora tenha todas as condições para que isso seja possível.
Não se encontra num local determinado do cérebro, mas antes em algum outro lugar, indeterminado, o que significa que não se encontra em lugar algum, porque resultante de uma complexidade, será uma síntese de uma diversidade de sentidos interiores dos próprios sentidos, entendido como órgãos, e da tomada de uma diversidade de sentidos dos objetos exteriores, e do mundo que o rodeia.
A cada órgão, que é dado a sentir, corresponde uma tomada de sentido.
A cada imagem, movimento, impacto, relação, corresponde um sentido.
Será a partir desse emaranhado de sentidos, que emerge um sentido, como síntese, que podemos entender por forças passivas, ou reativas, percebendo-se o indivíduo como receptor, ou emissor das energias a ele dirigidas.
Será bom frisar, que em qualquer situação a mente se organiza, dependendo em essência daquilo que lhe oferecem, não querendo ela saber do pensamento humano, até porque, numa fase primária, primitiva, ele não existe.
Um recém nascido não sabe nada do que o espera.
Marcadores:
energia,
Filosofia psicanalítica da mente,
idéias,
imagens,
mente
Assinar:
Postagens (Atom)